“Finalmente... a paz.”

Após dizer isso encostei minha cabeça na da Kia e dormi. Parece que eu só dormi dois minutos, porque logo depois senti alguém me cutucar. Remexi-me incomodado. Continuaram me cutucando.

-Para... Deixa eu dormir...

A mão continuou a me cutucar. Abri o olho e não consegui conter o sorriso. Era o Kiichi, que a Kia tinha sentado no colo, aproveitando o sono do pai pra encher seu saco.  Endireitei-me no banco.

- UAAAAAH... Já chegamos?

- Quase... Estamos na esquina do prédio. - Olhei pela janela.

- Foi bem rápido... - Ela deu um sorriso.

- Obvio que seria rápido se você fosse um motorista de táxi irritado com o pai de um passageiro que simplesmente não cala a boca e fica gritando pra rua “Sou vovô, sou vovô” como se o pessoal entendesse o que ele grita. – Ela sussurrou. Tampei a boca pra não rir.

Meu pai virou e olhou pra gente.

- Do que vocês estão rindo? – Rukia e eu nos entreolhamos e eu tive que me segurar pra não rir.

-Na-Nada Tio... Ichi contou uma piada... - Rukia disse, enquanto eu mordia minha manga pra não rir. Ele estreitou os olhos, desconfiado, mais voltou a gritar na rua. Rukia me ajudava a me controlar.

-Para de rir se acalma, o Kiichi vai pensar que o pai dele é maluco... – Kii-kun me olhava. Respirei fundo.

- Ok... Já estou melhor. A crise passou. – Rukia sorriu e revirou os olhos e Kii-kun sorriu. Peguei-o e o botei no meu colo. Ele, apesar de ser novo, quero dizer ele nasceu nem faz 24 horas! Mais ele já era bem esperto. Ficava no colo mais olhava com seus vivos olhos azuis, a rua lá fora.

- Here we are, Sir. – Eu saio do carro, ignorando os gritos de “Filho pão duro, não vai ajudar a pagar?” e ajudei a Kia a sair. Logo depois meu pai se juntou a nós.

- Cara abusado...

- O que houve velho?- Perguntei.

- O maldito me cobrou o tempo que fique na janela também... – Olhei surpreso.

- Por quê?

- Pelo vexame... Que fiz ele passar... – Ele cora e desvia o olhar. Olhei pro lado, tentando disfarçar o riso. Rukia sorriu.

- Bom... Vamos subir né? Tá frio aqui vai fazer mal pro Kiichi...

Entrei com ela e com meu pai, ainda vermelho, no hotel. Meu pai foi pegar nossas chaves e entramos no elevador. Rukia não parava quieta. Aproximei-me dela.

- Tá com pulga na calcinha, Kia? – Me aproximei do seu ouvido. – Quer que eu tire pra você?

- I-Ichi... Se-seu loco... - Ela cora.

- O que houve então?

- Eu to nervosa... Faz tanto tempo que a gente não os vê...

- É verdade... Eles podem ter mudado bastante...

O elevador abre e fomos andando até a porta. Meu pai toca na campainha e ouvimos vozes lá dentro.

“São eles! Ai... a minha torta de morango com geleia de abacaxi não está pronta... e agora?”

Ichi/Ruki: O-O

Calma pessoal ajeitem isso aqui... Não ali, põem isso aqui...·.

Vamos abrir hein?

“San, Nii, ICHI”.

-BEM VINDOS!

A porta abriu, mostrando todos. Inoue, Chad, Ishida. Abri um sorriso feliz e vi a Kia fazer o mesmo. Kiichi sorria também. Inoue se adiantou radiante.

- Kurosaki-kun! Kuchiki-san! Sejam bem vindos de volta! – Nós nos curvamos, agradecendo.

- Obrigada, Inoue... Não precisava... - Ela sorri, abanando as mãos.

- Eu tinha que fazer isso, Kuchiki-san. É uma ocasi- Kiichi estica as mãozinhas pra ela, e ela o encara.

- Awww... Que menino fofo! Olha só, os olhos dele são....azuis? – Ela levanta a cabeça. Sinto o olhar de todos na gente, e me sinto avermelhar.

- Kurosaki... Ele é... – Ishida pergunta. Viro o rosto, mais sorrindo.

-Sim. Ele é nosso filho. – Bem... A partir daí, todos tiveram reações... Estranhas. Inoue gritou e pulou. Ishida ajeitou os óculos com um sorrisinho. Chad... Bem... Não sei dizer o que ele fez.

- Então é por isso que vocês não deram notícias... Estavam... Ocupados.

- EI! NÃO FICAMOS TODO TEMPO FAZENDO ISSO... ISSO O QUE VC TÁ PENSANDO! – Ele sorriu.

- Sei... – Olho pra ele zangado.

- Kurosaki-kun, qual é nome dele?

- Kiichi Kurosaki. – Olhei pra ela.

- Que nome lindo... – Olho em volta.

- Ah, Inoue, cadê as minhas irmãs? – Ela olhou em volta.

- Não sei não... – Ela responde enquanto brincava com o Kiichi. “Obrigado por ajudar...”I Fui até o Chad.

- E ai, Chad?

- Ah, Oi Ichigo... Parabéns. – Eu sorrio.

- Valeu cara. Você viu minhas irmãs?

-Hummmmmm

- Elas vieram com vocês né?

- Hummmmmm...

- Elas estão aqui? – Perguntei nervoso.

- Hummmmmm...

- DÁ PRA VOCÊ RESPONDER A MERDA DA PERGUNTA? – Ele me olha sério.

- Não precisa ficar nervoso...

- ENTÃO FALA ONDE ELAS ESTÃO! – Ele aponta para a cozinha.

- Estão na cozinha...

Levantei, bufando e comecei a andar. Quase pisei em uma blusa largada no chão. “Se a Kia vir isso...” Quase chegando à cozinha, ouvi vozes femininas. Suspirei aliviado. Chegando lá, Yuzu e Karin estavam cozinhando algo, muito atentas. Nem repararam quando eu puxei uma cadeira e me sentei. Elas começaram a conversar sobre mim.

- Será que o Ichi-Nii-san já chegou Karin-chan?

- Deve ter chegado, e o velho esqueceu-se de falar que a gente está aqui... - Yuzu dá uma risadinha.

- Deve ter acontecido isso mesmo... O papai é muito esquecido...

- E muita cabeça oca também... - Segurei o riso enquanto Yuzu olhava pra Karin brava.

- Karin-chan! Não fale assim do papai! Parece o Ichi-ni... - Karin a olha confusa.

- Mais eu não falei nada! – Yuzu a olha assustada.

- Então... Quem falou?

Elas se viram no mesmo instante e me veem sentado. Elas abrem um sorriso e correm na minha direção. Abro os braços e as abraço.

- Ichi-ni-san! Que saudade de você! – Karin e Yuzu falam, sorrindo. Eu sorrio de volta.

- Também senti muita falta de vocês! Como o velho cuidou de vocês? Ele cuidou bem? – Yuzu sorri.

- Sim, nii-san. Mais ele ficava reclamando o tempo todo que você nunca ligava nem dava notícias... – Botei a mão na cabeça, envergonhado.

- Bom... Tinham acontecido tantas coisas... - Karin deu de ombros.

- Não importa irmãozão... - Sorri.

- Tenho uma notícia ótima pra vocês! – Elas se entreolharam e sorriram.

- Vocês tiveram um filho, né? – Olhei atônico pra elas.

- Como vocês souberam?

- Papai. – Bufei.

- Droga... O velho acabou com a noticia... - Yuzu pulou em mim.

- Mais ele não falou o nome! Nem como ele ou ela é! – Sorri. “Pelo menos a melhor parte...”.

- Bom... Ele se chama Kiichi e é um menino. Tem olhos azuis e o sorriso como os da Kia e vai ter o meu cabelo. – Elas sorriram.

- Ahhh ele é fofo! Muito fofo! – Yuzu gritou.

- Só espero que ele não tenha o seu temperamento, irmãozão... – Dei uma risada nervosa.

- E eu espero que ele não seja mandão como a- Senti uma mão no meu ombro e congelei. Minhas irmãs tentavam não rir.

- Quem é mandão aqui, Ichigo? – Olhei pro lado e Kia me olhava com um sorriso medonho.

- Nin-Nin-Ninguém, Kia... Ta-tava falando do meu pai... - Ela apertou meu ombro.

- Melhor mesmo... – De repente, Yuzu e Karin pulam em cima dela, quase a fazendo cair.

- Meninas! Nossa é tanta saudade assim?

- Sim! Rukia-chan, eu tava morrendo de saudade! A Karin também, só que ela não dizia.. – Karin avermelhou e virou a cabeça. Kia começou a rir.

- Igualzinha a alguém que eu conheço.. – Ela olha pra mim e eu fecho a cara.

- Eu não fico assim... – Olho pra ela e ela sorri debochado. – Não, não fico!

- Fica sim.

- Não fico.

- Fica

-Não fico

-Fi-

- CHEGA VOCÊS DOIS! ICHI VOCÊ FICA SIM! – Yuzu grita. Eu fecho a cara.

- Te odeio Rukia... – Ela sorri

- Também te amo, meu moranguinho....

- Cadê o Kii-kun, Rukia? – Yuzu pergunta.

- Tá na sala com seu pai... Ele é um avo muito babão.... – Me aproximei dela e beijei sua bochecha.

- Também ele é um menino lindo... Igual a minha esposa. – Ela sorri e fica corada.

- E igual a você também. – Ela me beija e tudo desaparece.

- Humhum....

Continuamos.

- HumHum...

- HUMHUM

- O QUE É? – Karin me olha

- Antes de vocês começarem a se engolir com a boca, devo avisar que o Kii-kun está chorando e meu pai está gritando por vocês.

Rukia se levanta correndo e vai para a sala. Eu vou atrás dela, rezando para que nada tenha acontecido. Quando chego lá, Kia está com ele no colo, desesperada. Ela me olha, pedindo ajuda.

- Tenta ver a fralda. – Respondo. Ela o vira de costas e levanta um pouco a fralda. Logo depois ela arruma de novo.

- A fralda tá limpa... Ah, já sei!

Ela se senta na poltrona e põe ele no colo. Abaixa um pouco um dos lados da blusa e deixa a mostra o seu seio. Eu desvio o olhar.  Ela o põe junto ao peito e ele começa a mamar. Ela me olha sorrindo.

- Ele só estava com fome... Porque você tá vermelho?

- Não to vermelho...

- Tá sim... Porque você esta?

- Por-por nada... Vamos deixar o Kiichi lá no quarto, pra ele descansar.

- Okay então... – Ela respondeu. Ajudei-a a se levantar e fui com ela até o quarto. Ela se deitou na cama, com o Kiichi já adormecido no seu colo.

- Olha só....

- O que foi? – Perguntei me aproximando deles.

- Ele fica parecido com você quando dorme... – Olho pra ele.

- Sério?

- Fica muito parecido... Muito.... – Dou um beijo na bochecha dela e ela me olha surpresa.

- Porque fez isso? – Eu sorrio.

- Porque eu te amo. – Ela cora e me beija de volta.

- Também te amo seu bobo.

Pulo em cima dela e beijo ela. Sinto seu coração acelerar. Separo-me dela, e vejo-a me olhando com as bochechas coradas. Passo a mão no seu rosto e sorrio ao ouvi-la suspirar.

- Você fica linda assim, sabia?

- Sabia você sempre me diz isso.... Sempre fica me mimando... – Eu sorrio.

- Eu esperei muito tempo pra fazer isso e vou te mimar pra sempre minha pequena. – Ela sorri, e meu coração dispara.

- Você não era assim...

- Assim como?

- Assim tão.... Romântico e mimador....

- Claro, porque antes não era casado com a pessoa mais maravilhosa e linda do mundo... – Ela me olha e cora.

- Seu bobo... Mais mesmo assim te amo seu bobão... – Ela sorri e me beija. – Vamos voltar pra sala?

- Ahhh por quê? – Faço biquinho.

- Porque o pessoal tá esperando a gente. – Suspiro e me deito em cima dela.

- Não quero ir...quero ficar aqui sozinho com você.... – Ela ri e me joga pro lado, levantando da cama.

- Anda Ichi levanta... – Eu estico o braço. – Me puxa.

- Tá, ta.. - Ela pega minha mão e eu puxo ela pra mim, a fazendo cair no meu peito.

- Ichi....vamos logo, o pessoal deve ta pensando que estamos fazendo porcaria aqui... – Eu rio. Ela tenta se levantar, mais eu a seguro a fazendo ficar sentada de frente pra mim. Claro que eu to sentado junto, seus mentes poluídas....

- Vamos sim.... Mais antes... – Eu a beijo de novo, a puxando pra mim, até ficarmos sem ar. Sorrio quando a vejo tentar recuperar o fôlego muito vermelha. Puxo o cobertor do Kiichi e beijo sua testa. – Pronto, agora podemos ir.

Ela me olha sem acreditar e eu me levanto, puxando ela pra mais um beijo. Ela sorri.

- Garoto levado esse que fui arranjar...

Pego sua mão e caminho com ela até a sala, onde muitas, mais muitas perguntas nos esperam.