Scorpions escrita por Lovefantasy


Capítulo 6
Conseqüências


Notas iniciais do capítulo

Vejamos... Tentei melhorar o astral da fanfic com um pouco mais de humor, mas aviso desde já que não sou lá uma ótima humorista!



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Os minutos passaram como se fossem séculos, e Kárdia não mostrava sinais de melhora. Camus estava preocupado. Levou sua mão à testa do escorpiano desacordado e constou que sua temperatura já estava em padrões aceitáveis.

Seu corpo parecia mais leve. O coração não doía mais, e já não o sentia queimar. Não era isso que esperava quando decidiu não pedir por ajuda e se entregar à sorte. Talvez, tivesse realmente morrido e, por isso, já não sentia dor. Mas sentia algo pressionar sua testa que o fazia sentir arrepios. Era frio. Decidiu abrir seus olhos e averiguar o que estava acontecendo, descobrir o que fazia seu corpo quente esfriar.

Fora um alívio para o francês ver uma primeira reação do escorpiano. Camus não esperava, porém, que os olhos de Kárdia se abrissem antes que sua mão se afastasse da testa febria.

Para Kárdia, apenas Dégel tinha o direito de fazer o que Camus fizera, mas não insistiu em continuar com essa idéia quando encontrou o francês ali, ao seu lado. Sorriu.

- Então... É você, Camus. – Enquanto sorria, alcançou a mão do aquariano e a afastou de sua testa, colocando-a sobre a cama, ao lado de seu corpo, sem soltá-la.

O Santo de Aquário sentiu seu rosto arder. Recolheu a mão rapidamente e virou-se em direção à porta.

- Já fiz o que tinha que fazer. Se me der licença...

Kárdia se irritou com a atitude do francês.

- Não, eu não lhe dou licença coisa nenhuma! Pode parar aí! – O escorpiano irritado se sentou sobre a cama. Camus parou, mas não voltou seus olhos para trás. – Como você é chato! Nem me deixa agradecê-lo!

- Agradeça ao Milo. Só vim por ele. E se era só isso...

- Não. Você veio que porque quis, obrigado.

Quando Camus voltou-se para olhá-lo, Kárdia virou o rosto e cruzou os braços.

- E não vá se acostumando com a minha gratidão, estou bonzinho hoje! – Resmungou.

Esse jeito orgulhoso era tão familiar para Camus, que ele acabou sorrindo.

- Agora entendo o porquê de Milo ser do jeito que é... Mal de escorpianos...

- Como é?! – Kárdia encarou Camus, e vê-lo sorrindo o deixou desconcertado. Sorriu. – Devia sorrir mais vezes...

Camus o olhou brevemente e voltou ao seu caminho até a porta.

- Você não é o primeiro escorpiano que me diz isso.

Kárdia riu.

- Ah! Camus, pode me levar com você?

Isso acabou surpreendendo o francês, que se virou para Kárdia a tempo de vê-lo se colocando de pé. A tempo de vê-lo deixar seu corpo pender para frente, enquanto pressionava as pálpebras fechadas.

Kárdia estava para ir ao chão, as o aquariano fora rápido e o segurou.

- Kárdia! Está bem? – Perguntou, assustado.

O antigo cavaleiro se apoiou em Camus, com uma das mãos massageando a têmpora esquerda.

- Sabe, já tem um tempo que não utilizo meus membros inferiores, que não caminho nem nada... Estão fraquinhos! – Kárdia riu baixinho, se afastando de Camus.

O francês não fez comentários, mantendo os braços preparados para o caso de Kárdia ter alguma outra vertigem ou fraquejar novamente.

- Tem certeza que já quer ir? – Perguntou seriamente.

Um largo sorriso lhe foi dado como resposta.

Sentir aquela sensação se findar sem saber o que tinha acontecido o deixava ainda mais inquieto. Milo acabou desistindo de tentar dormir, e se que voltou para sua casa. Se arrependeu de não ter acompanhado o aquariano.

Dava voltas na biblioteca da casa de Aquário, quando o Grande Mestre chamara a todos os Cavaleiros de Ouro ao Grande Salão. Apressou-se a atender ao chamado.

Chegando ao Salão do Mestre, reuniu-se aos demais Cavaleiros diante de Shion, notando imediatamente a ausência de Camus, enquanto até mesmo Shaka de Virgem se encontrava presente.

- Onde está Camus de Aquário? – Indagou o Mestre, impaciente.

Milo hesitou, mas respondeu.

- Provavelmente... Ainda com Kárdia, devido àquele problema que me disse, Mestre.

Entendendo a resposta do escorpiano, deu início a suas falas.

- Bem, vamos ao que importa. Todos já sabem que Poseidon está de volta. Porém, havia coisas que eu não compreendia, e tudo o que acabei de entender vou passar a vocês, para assim começarmos a agir.

“Séculos atrás, a alma de Poseidon se apossou do corpo sem vida de uma importante moradora de Bluegard, Seraphina. E foi Dégel de Aquário que a selou novamente, congelando Atlântida e a si próprio.

“O que não esperava era que Kárdia estivesse vivo, e foi o cosmo dele que provocou aquelas mudanças no clima, e libertou a alma de Poseidon, que havia retornado ao ‘selo’ de Dégel, mesmo recentemente, após sua última reencarnação.

“Agora temos que nos preparar para um confronto rígido contra um Poseidon furioso. E o pior, sem a ajuda de nossa deusa, Athena, uma vez que ela retornou para junto dos demais deuses.”

O Grande Mestre encerrou seu discurso explicativo com algo que intrigou Saga de Gêmeos.

- Mestre... Lutaremos contra... Os Marinas? – Mesmo receoso, Saga se viu obrigado a perguntar.

E Shion compreendeu sua aflição: suportaria Saga de Gêmeos lutar contra seu gêmeo novamente?

Devido a um longo e demorado suspiro, o mestre tardou responder.

- Isso não foi confirmado, mas não descarto essa possibilidade.

Saga abaixou o olhar, aceitando, tristemente, a resposta de Shion, sentindo seu peito doer apenas ao imaginar lutar contra aquele homem, com quem compartilhava o sangue e o coração.

- Muito bem, temos ao menos uma previsão de quando Poseidon vai atacar? – Dohko tomou a palavra.

- Poseidon é imprevisível, não tenho essa resposta, infelizmente. E é por isso que precisamos estar preparados.

- Alguns Cavaleiros de Prata estão aqui no Santuário, assim como alguns poucos de Bronze, além de nós, das Armaduras de Ouro. Já não é o bastante contra Poseidon e, provavelmente, os Marinas?! – Máscara da Morte confiava plenamente em seu poder.

- Vá com calma, Mask! Não o subestime. Poseidon é um deus, e muito poderoso! – Afrodite o repreendeu, lembrando ao amigo das condições do deus dos mares.

O Grande Mestre concordou com o pisciano através de um gesto com a cabeça.

- Hei, Shion, e o Kárdia? – Lembrou-se, de repente, o libriano.

O antigo Cavaleiro de Áries não soube o que responder, levando em consideração o que Milo lhe contou.

Sons de passos metálicos foram se tornando mais audíveis, chamando a atenção dos doze presentes no Grande Salão.

- O Mestre chamou aos Cavaleiros, e isso inclui a mim! Devo estar perdendo alguma reunião importante, por culpa sua!

- Você ainda está comigo porque quer! Já disse que me viro so-...

Onze pares de olhos, curiosos e surpresos, encarando aos dois que chegavam discutindo, fizeram Kárdia se calar e Camus respirar fundo, ardendo de raiva. Dentre eles, os olhos de Milo se destacaram, brilhando em puro ciúme.

Shion levou a mão à testa, passando-a pelo restante do rosto.

- Peço perdão pela ausência e por essa chegada crítica, Mestre. Tive um contra-tempo. – Camus se curvou para o Mestre, olhando Kárdia pelo canto dos olhos.

- Hei! – O antigo Cavaleiro protestou, mas foi ignorado.

- Tudo bem, Milo lhe passa o que perdeu. E o que você faz aqui, Kárdia? – Shion parecia irritado.

Kárdia tentava disfarçar o nervosismo, devido aos olhos que estavam fixos em si. Tentava olhar somente para Shion. Cruzou os braços escandalosamente, fechando os olhos e virando o rosto enquanto falava.

- Eu já não agüentava mais ficar deitado, naquele quarto! Aproveitei que o Camus estava lá e peguei carona, oras!

Puxando bastante ar, para agüentar a situação, o Mestre se levantou e caminhou até Kárdia, colocando-se de frente para os demais cavaleiros, enquanto Camus se colocava ao lado de Milo, na ponta esquerda.

- Aproveitando... Cavaleiros, esse é Kárdia, antigo Cavaleiro de Escorpião.

Kárdia abriu um largo sorriso, fitando os nove cavaleiros que tinha diante de si e não conhecia.

Todos olhavam, muito chocados, aquele homem, exceto claro, os Santos de Aquário, Escorpião e Libra, que já o conheciam.

O aquariano notou um comportamento estranho em Milo, mas não o questionou.

- Deus! Como é parecido com o Milo! – Aioria de Leão colocou em palavras os pensamentos dos demais.

Milo continuou estranhamente quieto.

Kárdia continuou sorrindo, sem argumentar o fato de que todos ali tinham grande semelhança com seus antigos companheiros.

Camus revirou os olhos e resmungou.

- E é isso o que me dá medo...

Para esse comentário, ambos os escorpianos reagiram, imediatamente, ao mesmo tempo.

- Cala a boca, pingüim francês! – Milo acertou uma cotovelada.

- Quieto, cubo de gelo!

Camus se assustou.

A discussão entre o trio gerou risos. Shion apresentou Kárdia e concluiu que o antigo cavaleiro de Escorpião seria “hóspede de honra” de Milo, que não demonstrou reação alguma perante a decisão.

Quando todos foram liberados, Camus segurou Milo para uma conversa. Como Kárdia era completamente familiarizado ao Santuário, seguiu ao Templo de Escorpião, acompanhando o grupo de cavaleiros. Se enturmou facilmente.

Shion também havia deixado o Salão, deixando os dois cavaleiros a sós.

- O que você tem, Milo? – Assim que se viu sozinho com o grego, Camus tentou tirar suas dúvidas.

O escorpiano desviou seu olhar dos olhos de Camus e lhe deu as costas, indo em direção à saída.

- Apenas arrependimento... – Respondeu. – Não gostei da demora que resultou da sua “visitinha” ao Kárdia. Só.

Camus revirou os olhos.

- Foi você que...

- É, eu sei. Mas não cometerei o mesmo erro... – Milo olhou para o francês com um sorriso maroto, e saiu.

Na casa de Escorpião, Kárdia sentia-se extremamente bem e a vontade, mas como já não era o anfitrião, optou por esperar Milo na sala, que parecia a mesma de dois séculos atrás, exceto por alterações na decoração.

- É... Estou em casa! – Sussurrou.

- Hmm... Lamento colocá-lo para dormir no quarto de visitas da sua própria casa. – Milo encontrou-o na sala e o comentário fez ambos rirem.

(Continua...)


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