“Eu queria te contar todos os meus segredos, mas você se tornou um deles.”

(Crepúsculo)

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Lily Evans

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— Lene, você vai demorar muito ainda? – perguntava Dorcas (ainda calma, só porque ela não está de TPM) pela milésima vez naquela mesma noite.

Fala sério! A gente já tá meio atrasada para essa festa e a Marlene ainda demora uma vida inteira para tomar banho!

Tá o povo aqui (leia-se Dorcas e eu), no quarto da Lene, querendo usar a porcaria do banheiro e a morena nem liga. Eu preciso acabar de me arrumar, poxa!

— Dorcas, deixa que eu resolvo isso! – disse indo rumo à porta do toalete e empurrando a Loira. – MARLENE! OU VOCÊ SAI DO BANHEIRO A-GO-RA OU EU CONTO PARA A SUA MÃE O QUE VOCÊ FEZ NA NOITE DA FORMATURA DO OITAVO ANO COM AQUELE TAL DE DANIEL! – rá! Te peguei agora vadia! Ou você acha que Lily Evans não tem suas cartas na manga?

— VOCÊ NÃO SE ATREVERIA! – berrou de dentro do banheiro.

— Não só me atreveria como já estou chamando ela, olha... DONA ROSE!!! – falei, ou melhor, gritei só para provocar.

— LILY! VOCÊ NÃO FARIA ISSO! – ela não acredita mesmo em mim?

— DONA ROSEEE!!! – berrei de novo.

— Tá bom, tá bom!! Eu saio! – disse Lene se rendendo.

Lily Evans é demais, não é? Gente... Eu acho chantagem uma coisa muito feia e ruim, mas... Fazer o que, não é mesmo? Se a gente tem a informação, a gente USA a informação. É o que eu sempre (?) digo.

— Lily querida, você queria alguma coisa? – perguntou a tia Rose (para quem ainda não descobriu, a mãe da Marlene) abrindo um pouco da porta do quarto da filha e se enfiando lá dentro.

— Não tia... Era só uma borboletinha (?) que tinha entrado aqui no quarto, mas a gente já deu um jeito nela! – falei na maior inocência. Ela assentiu e saiu do cômodo. Quando já devia estar longe o bastante avisei Marlene. – Você tem três minutos, morena!

Feito isso me joguei na cama. Essa vida de pessoa com mente maquiavélica me cansa, sabia?

Olhei para o lado e me deparei com uma Dorcas, parecendo um pouco agitada, sentada na cadeira da penteadeira. Sei lá, ela tá me olhando com uma cara meio curiosa e impaciente, mas mesmo assim culpada. O que será que essa menina quer?

— O que foi Doc? – perguntei e percebi que a assustei um pouco.

— Sabe Lils... Depois disso eu fiquei encucada com uma coisa. – OMG! Será que ela acha que eu sou muito perversa e não quer ser mais minha amiga? Não... Não pode ser isso. Ela me conhece faz um bom tempo e já sabia disso.

— Com o que amiga? – disse nervosa.

— O que a Lene fez com o tal de Daniel naquela noite? – ufa! Não é o que eu pensava!

— Ah... Era só isso? – falei olhando para o relógio. – DOIS MINUTOS MARLENE! – voltei para a loira. – Bom... Digamos que ela se alegrou um pouco com algumas bebidinhas e ele a levou para um motel.

É gente, vocês que pensam que nós somos um bando de santas. Não, não, não...

— OMG! – falou Dodô colocando as mãos na boca. – Mas ela perdeu a virgindade tão nova assim? Que tragédia! Eu achava que tinha sido com o Chuck ano passado.

— Você que pensa Dorcas! Nesse dia que foi a primeira vez dela, mas ela se recusa a deixar alguém saber. A segunda vez foi com o Chuck sim, e desde então ela se conformou e repete as doses com diversos caras constantemente. – falei como quem comenta o tempo e olhei para o relógio de novo. – UM MINUTO!

— Nossa... Mas porque ninguém nunca tinha me falado disso? – perguntou Dorcas meio tristinha.

— Ah Dodô... Não fica assim. A gente não falou porque foi uma noite meio vergonhosa para a Lene e ela não queria comentar isso com ninguém. E não fala para ela que eu te contei, senão eu sou uma ruiva morta.

— Ok Lils... Sou um túmulo! – disse passando o dedo pela boca como se estivesse fechando um zíper.

Consultei as horas pela última vez.

— CINCO, QUATRO, TRÊS, DOIS... – contei.

Então eu só tive tempo de ver uma morena toda enrolada em toalhas adentrar o quarto antes de contar o “um”.

— Tô aqui, tô aqui! – disse arfando.

— É bom mesmo... – falei indo em direção ao banheiro.

— Você é uma vadiazinha de quinta, viu Aparecida? – ah, agora você deu um pisão no meu pior calo!

— Vadiazinha é a que se dá ao respeito!

— Você tá falando de MIM?

— Se a carapuça serviu... – falei entrando no toalete.

Só deu tempo de ouvir a Marlene dando um grito de raiva antes que eu ligasse o secador para tirar a umidade do meu cabelo ruivo divo.

Vocês, leitores maravilhosos, devem achar a minha relação com a morena um pouco estranha... Mas é assim mesmo! Eu amo ela um monte e ela me ama muito, a gente é irmã de alma e se xinga e briga muito também! 

E por falar em briga... Isso me lembrou de ontem à tarde. O James e o Chace ficaram em um maior climão pesado. Mas também o Chay foi chato e grosso demais com a Jay... Coitado, ele não merece, ele não fez nada.

MEU DEUS! Eu preciso pedir desculpa imediatamente para o James! O que ele vai ficar achando de mim e do meu namorado? Um bando de loucos sem noção!

Tudo bem... Eu admito que o Chace é bem irritadinho e um pouco chato quando o tema é “outros”, principalmente quando esses “outros” têm uma relação boa e um tanto quanto íntima com a minha pessoa.

Mas o James não tem culpa de absolutamente nada. Não tinha o porquê de o meu namorado ficar implicando com ele. O Jay é tudo de bom, gente... Ai, ai... O QUE É ISSO LILY?? TÁ MALUCA? VOCÊ TEM NAMORADO POXA!

Pronto! Meu cabelo tá seco! Deixa eu só prender essa parte aqui, colocar o enfeite desse lado... Tô pronta e acho que já dá para sair!

— Dorcas, é verdade que a casa da avó do James é na quadra de baixo? – perguntei saindo do banheiro e recebendo um olhar mortífero da Lene que eu respondi com uma mostrada (super adulta e madura) de língua.

— É sim Lils... Por quê?

— Hum... Nada não. – falei e olhei para o relógio só para ver se ainda dava tempo. – Gente, eu vou dar uma saidinha antes da festa para esfriar a cabeça um pouco. Encontro vocês lá, tudo bem?

— Tudo bem ruiva, mas... – começou Marlene, mas eu não ia a deixar continuar porque senão eu ia ter que me explicar e elas iam vir com conversinha que eu tava afim do Jay e tal...

— Tchau gente! – falei e saí do quarto. Desci as escadas e parei na sala, onde Rose estava sentada.

— O que foi querida? Já vai? – perguntou só levantando os olhos da revista de moda que estava lendo.

— Vou dar uma arejada e encontrar as meninas na festa. – dei um beijo em sua bochecha e saí na rua.

Só espero achar a casa certa agora.

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James Potter

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Hum... Eis a questão... A pergunta que não quer calar...

Qual perfume eu uso?

É sério... Cítrico, doce, mais esportivo... Eu não faço a mínima ideia de qual fragrância agrada geral.

Toc, toc. <~~ sonoplastia barata de uma batida na porta.

Peraí que tem alguém querendo falar comigo... Sou famoso até em casa, sente o poder!

— Pode entrar!

— Querido, – começou minha avó colocando a cara para dentro do meu quarto – Você tem visitas. Ela está te esperando lá na sala. – disse e saiu.

CARACOLES! Nem deu tempo de perguntar quem era. E se for uma dessas minhas fãs que eu conquistei no meu primeiro dia de aula?? E se eu for assediado?? Que o Santo dos garotos gatos e populares me ajude!

Hum... Vou passar esse perfume importado que eu ganhei da minha tia ano passado. Isso! Boa escolha Potter!

Saí do meu quarto e antes de ir para a sala dei uma parada na porta do quarto da minha irmã só para avisá-la.

— JANE! Eu tô quase saindo! Vem logo! – nunca vi um bicho demorar tanto para ficar pronto. Sem brincadeira, faz umas quatro horas que ela começou a se arrumar.

Desci as escadas arrumando a gola da minha camisa e paralisei no penúltimo degrau.

Ela estava lá.

A ruiva. Na minha casa. Ou na casa da minha avó, whatever.

Parada no meio do tapete da sala. Olhando para baixo e arrumando uma mecha do cabelo como quem está constrangida.

Linda.

Perfeita.

Já deve estar pronta para a festa, porque está deslumbrante. O vestido mesclado de vermelho e laranja cai perfeitamente em seu corpo e acentua todas as curvas, dá um brilho especial em seu cabelo ruivo preso por apenas um enfeite.

Diga-me, caro leitor, como alguém consegue ser tão linda, tão maravilhosa e ao mesmo tempo legal, amável, meiga, divertida e TOTALMENTE perfeita em todos os quesitos? Você conhece uma pessoa assim? Eu conheço... E ela tem nome e sobrenome: Lily Evans.

Eu não sei o que ela fez comigo. Só sei que quando a vejo tudo a minha volta parece mudar, eu sinto como se fosse transportado para um lugar totalmente novo, tranquilo e maravilhoso. Minhas pernas tremem e eu não consigo achar o ar.

Ok, eu confesso que isso aqui ficou um pouco clichê demais... Mas fazer o que? Eu acho que me apaixonei! E dessa vez foi paixão a primeira vista, porque desde que coloquei os olhos nessa ruiva alguma coisa em mim mudou.

PARA, PARA, PARA! Deixa eu parar de ficar falando dos meus sentimentos e ir falar com a coitada que tá plantada no meio da sala... VOCÊ É UMA MULA, JAMES!! DEIXA A GAROTA ESPERANDO!!!!

— Lily? – falei quando acabei de descer os dois últimos degraus da escada.

Ela olhou para onde eu estava e abriu um sorriso. Um sorriso perfeito... SE SEGURA JAMES, ela é comprometida!

— Hey, Jay! – disse animada e me olhou dos pés a cabeça. – Tá bonito, hein?

— Imagina... Perto de você eu estou parecendo um mendigo. – eu disse e ela corou – Vai dar dó de qualquer garota que estiver ao seu lado. – ela corou mais ainda, ficando igual a um pimentão. Ela fica tão sexy assim...

— São seus olhos. Mas deixa de papo e vamos logo ao assunto. – OMG! O que será que ela quer conversar comigo?

— Hum... Ok. Você veio aqui para... – comecei.

— Para pedir desculpas pelas atitudes do meu namorado. – ah, só isso?

— Imagina Lil, você não tem culpa de nada e...

— Não James! É claro que eu tenho culpa! Imagina ele falar daquele jeito com você... Eu não podia ter deixado isso quieto. – ela disse rápido, nervosa e atropelando as palavras.

— Calma! Lily olha pra mim! – falei pegando o rosto dela com as mãos – Você não tem nada a ver com o que ele disse ou deixou de dizer. Se alguém tem que vir se desculpar é ele. E eu acho que isso é desnecessário.

— Ai James... Eu nem sei o que falar para você. Várias vezes ele me deixa em uma situação tão vergonhosa. – esse papo tá muito estranho para o meu gosto.

O que será que acontece entre os dois de verdade?

— Lily... Vem cá. – disse puxando ela para o sofá – Senta aqui e vamos conversar um pouquinho. – vou tentar tirar uma coisinha a limpo.

— Fala Jay. – Lil disse abaixando a cabeça.

— O que acontece com vocês? Nenhum dos seus amigos gosta dele, e pelo que deu para ver ele também não gosta de nenhum dos seus amigos. Mas parece que quando está com você ele muda rapidamente de personalidade. – ufa! Botei isso para fora! Me sinto livre como uma borboleta /momentogayoff/

— O Chace tem um ciúme extremo de mim. Todas as pessoas próximas sofrem com isso. Eu acho que por ele achar que eu sou somente dele eu não posso me envolver com mais ninguém. Acontece que quando ele está só comigo é um namorado perfeito, carinhoso, gentil, amigo, romântico. – ela disse com os olhos começando a ficar cheios de lágrimas.

— Hey, olha aqui. – ergui o rosto dela – Você não se incomoda nem um pouco com o fato dele desrespeitar todas as pessoas que você ama?

— É a coisa que mais dificulta a nossa relação. Isso e o fato de ele ficar me pressionando para ir para a cama com ele e...

— Peraí! O que ele faz? – que descarado! Esse cara vai se ver comigo!!

— É Jay, a gente vive discutindo por causa disso... Sabe, eu amo o Chace, mas não me sinto pronta. E ele vive me pressionando. Teve um dia que falou que não vai me esperar para sempre... – se eu odiava esse cara pode ter certeza que agora meu sentimento é dobrado.

— Lils! Você... – comecei.

— Não James. Espera, só para concluir. Eu sempre tento fazer de tudo para ele não ficar irritado, por isso nunca reclamei das atitudes que ele tem com os meus amigos. Vai que ele fica bravo, junta o fato de eu não querer transar com ele e acaba terminando comigo? – quando acabou de falar deu para perceber uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

— Lils! Presta atenção no que eu vou te dizer. Primeiro, se ele te amar de verdade nunca vai fazer isso com você. Segundo, você é uma menina especial Lily. É linda, meiga, amiga, divertida... Merece coisa muito melhor que aquele garoto. – falei e percebi que nossos rostos começaram a se aproximar.

— Você acha? – ela perguntou sem tirar os olhos dos meus.

— Tenho certeza! – é isso aí manolo!! Vai acontecer!

Nossos rostos não pararam de ir um ao encontro do outro, nossos lábios estavam cada vez mais perto. Eu sabia que ia acontecer, nenhum dos dois estava com a intenção de parar. Nossas cabeças começaram a se virar para poderem se encaixar e...

— JAMEEEEEESSS!!! TÔ PRONTAAA!! – berrou Jane enquanto descia as escadas, fazendo eu e Lils nos separarmos constrangidos.

Respira... Respira... Respira...

AAAHHH!!! EU VOU ESTRANGULAR MINHA IRMÃ ATÉ A MORTE!!! DESDE QUE NASCEU SÓ ME ATRAPALHA NESSA VIDA!!!

Eu ia beijar a Lily! A LILY! LILY EVANS!!! E a Jane atrapalha tudo...

— James! Acabei de me arrumar. – falou chegando à sala – A gente já pode ir e... Ah, você tá aqui Evans? – disse assim que percebeu a presença da Lil.

— Oi para você também Jane. – falou a ruiva dando um aceno com a mão e se levantando.

Eu ainda não acredito que a Jane interrompeu aquilo!

— Então James... Qual vai ser? A gente vai para essa festa ou vamos ficar enrolando por aqui mesmo? – como minha irmã é crica!

— Espera Jane! – virei para a Lily – Você quer carona, Lil?

— Ah... Hum... É. Seria uma boa ideia.

— Ok. Deixa só eu pegar a chave do carro e... – disse revirando os meus bolsos. Cadê essa porra??

— Você tem um carro James? – perguntou a ruiva ainda um pouco corada.

— Não... Mas você não se importa de ir no carro dos meu avós, não é?

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Jane Potter

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Veja bem...

Não basta só ela namorar o caro mais lindo que eu já vi na minha vida, ainda tem que usar um vestido mais bonito que o meu. VAI TE CATAR EVANS!

Fala sério... Meu vestido é perfeito entendeu? PERFEITO! Lindo, lindo, lindo... Preto com um corpete de renda e uma saia super curta na frente que tem uma calda um pouquinho maior. Era para ser o mais bonito!

Mas não... A ruiva tem que ter um melhor que o meu! ISSO ME ESTRESSA TANTO!!!

E se não bastasse isso, ela ainda rouba o meu lugar no carro. Era para eu ir na frente, entendeu? No banco do passageiro! Mas o James insistiu em dar carona para a garota e agora eu tô no banco de trás desse carro velho enquanto os dois conversam animadamente lá na frente. AFF!

— Lils, quer ligar o rádio? – perguntou James todo derretido... Blé.

— Er... Claro! Porque não? – falou indo ligar a porcaria do som.

— AH NÃO JAMES! Você tá falando sério que vai deixar essazinha escolher a música que a gente vai ouvir? – com certeza ela escolhe uma banda de patricinha... Mi, mi, mi.

— O que é que tem Jane? Eu posso muito bem escolher uma música muito boa! – disse virando e olhando para mim com uma cara brava. Nossa... Morri de medo agora – nn

— É maninha, deixa a Lily quieta!

— Hunph. – bufei. Só me faltava essa. Meu irmão todo defendendo a ruiva de farmácia.

Então ela começou a procurar uma rádio boa. Muda daqui, muda dali... NÃO! ESSA ERA BOA POXA!

Eu simplesmente odeio pessoas indecisas e que não sabem o que quer. Ficam procurando uma coisa que a agrade, mas parece que nunca estão satisfeitas com nada.

Até que enfim deixou em um lugar só e... AH NÃO! ESSA CANTORA NÃO! TAYLOR SWIFT NÃO!

— Ah, você tá brincando com a minha cara né Evans? – perguntei.

— O que tem Jane? – a ruiva se fez de sonsa.

— O que é tem? Você ainda me pergunta o que é que tem? Muda de rádio logo, ninguém merece ficar ouvindo essa coisa que você chama de música! – é, falei mesmo.

— Olha bem aqui moreninha de quinta. Desculpa James. – olhou para o meu irmão que respondeu com um aceno de cabeça. – Você pode falar mal da minha roupa, do meu cabelo, do meu estilo. Mas NUNCA fale mal da minha cantora favorita!

— Então me mostra quem é queridinha, porque cantora de verdade eu não vi nenhuma até agora. – você realmente acha que eu ia perder a oportunidade de começar um barraco com ela?? Rá!

— Se você tem amor à vida, retire o que disse. A-GO-RA! – juro, juro mesmo, que eu QUASE fiquei com medo dela.

— Ou o que? Você vai chamar as amiguinhas metidas a patricinhas? Ah não, vai chamar o namoradinho né? Para ele ser grosso com mais alguém!

— Olha lá como você fala deles... – apontou o dedo para mim.

Então o carro parou de andar. É... Simplesmente parou. E se eu não estou errada, a gente ainda ia demorar um pouquinho para chegar à escola.

— Qual é James? Parou o carro pra que? Vai vir me bater para defender sua amiguinha?

Ele bufou, colocou as duas mãos no volante e olhou para trás com uma cara cansada (?) e debochada. Tô vendo que vai vir o sarcasmo... Fala oi gente!!

— Ah claro, Jane! Porque com toda a certeza que eu vou parar de dirigir só para me envolver em um problema que você criou. – disse jogando as mãos para o alto. Falei, falei, falei...

— Grosso, estúpido, cavalo, toupeira! – hehe, adoro essa combinação!

— Falou a princesa da delicadeza! – sou mesmo tá? Hunph!

— Fala logo o porquê de você ter parado porque eu não tô com tempo pra ironia. – falei enquanto batia na perna com impaciência.

— Nisso eu tenho que concordar com a Jane, Jay – intrometeu-se a ruiva. – Sem suspense vai...

— Queridinha, a conversa ainda não chegou à farmácia! – ODEIO gente intrometida. Tem que ouvir mesmo!

— Farmácia? – perguntou.

Ter que explicar coisa pra gente lerda é o uó!

— De onde saiu esse seu cabelinho... – nossa! Eu sou muito boa!

— Pois fique sabendo que o meu cabelo é cem por cento natural e você só fala isso porque tem inveja dele! – apontou o dedo pra mim de novo.

DETESTO gente que aponta o dedo. Dá vontade de mandar enfiar ele no... Bolso!

— Inveja? Hahahaha! Vai sonhando sua...

— DÁ PRA PARAR VOCÊS DUAS??? – explodiu o maninho. – O caso aqui é muito grave!

— GRAVE? – berramos as duas juntas.

Outra coisa que eu não SUPORTO é quando falam igual a mim. Podem até tentar imitar, tá? Mas original mesmo só Jane Potter.

— É, grave. Gravíssimo. Eu acho que acabou de estourar um pneu.

AH NÃO!

NÃO, NÃO, NÃO!

Eu já tô atrasada pra essa porcaria de festinha. Ainda tem que fuder a porra da roda desse carro velho! Aff...

— Mas tem estepe aqui Jay? – perguntou a ruiva toda preocupada. Pra mim isso é só fachada.

— Acho que tem. E também deve ter um macaco e uma chave de roda no porta malas. O carro não é novo, mas meu vô sempre foi precavido. – que bonitinho. Não. – Vamos comigo Lils? – falou saindo do carro.

— Claro, já tô descendo. – disse a ruiva soltando o cinto.

Que meigo, os dois amiguinhos vão trocar o pneu juntinhos! *ironiamodeon*

— Você também Jane. – claro né James? Tava bom demais pro meu gosto.

Se o meu irmão acha que eu vou ajudar ele e a amiguinha a trocar essas coisas aí ele pode ir tirando o cavalinho da chuva. Não encosto um único dedo dessa mãozinha linda e cheirosa em ferramentas e graxa.

Saí bufando do carro e encostei na porta enquanto olhava para a Evans que tava abaixada olhando pro pneu que provavelmente estava com problema.

— Vai dar uma de mecânica é Evans? E se sua unha quebrar? – falei colocando a mão na boca e fingindo espanto.

— Vê se me erra Jane.

— Nossa Evans! Que grossa! Mas me fala aí, o que você vai fazer se esse seu vestidinho fajuto – tá, confesso que menti nessa parte. – sujar de graxa? O namoradinho não vai poder fazer nada...

— Ô Jane! Ligaram do aeroporto e parece que uma mala foi extraviada pra cá. Acho que é você!

Tenho que concordar que essa tirada foi boa. A ruiva se superou dessa vez, hein? Palmas para ela!!

Aff... Sério que eu vou ter que ficar aqui esperando essa porcaria se resolver aí?? Bem que alguém podia vir me resgatar... Um príncipe, uma fada, um duende, o caçador da Chapeuzinho Vermelho... Se bem que eu sempre achei esse caçador meio pedófilo, porque eu tenho certeza que ele deu uns pegas na Chapéu.

Eita ruazinha que deu para a gente parar viu... Tá quase sem iluminação, sem nenhum movimento, parecendo que algum fantasma vai sair de um muro qualquer aí... Que medo!

OMG!

UM CARRO!

Tá vindo ali, olha! E eu conheço esse carro... É daquele garoto que paga o maior pau pra mim lá na escola!!

Peraí que eu tive uma ideia!

Desencostei do carro do meu vô e comecei a fazer sinal para o garoto me achar.

— Nossa... Não nega a raça mesmo, não é Jane? – disse a ruiva levantando e colocando a mão na cintura. Ela tá insinuando o que eu acho que ela tá insinuando? É... Tá sim.

— Espere e veja. – falei enquanto via o carro parar ao meu lado.

O garoto, que eu acho que chama Renan, abaixou o vidro do passageiro e olhou para fora.

— Quer uma carona gata? Tô vendo que o passeio no seu possante melou.

— É claro que eu quero. – mostrei a língua para a Evans que tava me olhando com uma cara perplexa.

— Entra aí. – disse o gato abrindo a porta.

Haha! Fala sério... Jane Potter pode, não pode? Além de me livrar de ter que ficar olhando os dois amiguinhos felizes trocarem a porra do pneu eu ainda ganhei carona de um maior gato e pelo menos um cara para pegar na festa. Como se eu não fosse conseguir mais...

Quer saber? Fui!

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Chace Smith

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— É cara, parece que ela não vem mesmo... – me dizia o capacho do Fred pela centésima vez naquela noite.

— Você vai obedecer ao meu pedido de calar a porcaria dessa boca ou eu vou ter que cala-la por você? – respondi fechando os punhos.

— N-Não Chace... Eu vou a-ali pegar uma bebida para você. – falou saindo de fininho.

Eu não aguento mais esse povo enchendo o meu saco! Eu sei que a festa começou a mais de duas horas e a minha namorada ainda não chegou!

É, ela não chegou!

E o engraçado é que as amiguinhas e os amiguinhos dela já estão aqui faz um bom tempo e ninguém consegue me falar nada a não ser “ela disse que ia dar uma volta e que depois nos encontrava aqui”. Ah, me poupe!

Mas o mais suspeito e o que me deixa mais com medo é o simples fato de que...

O POTTER TAMBÉM NÃO ESTÁ AQUI!

Se vocês realmente gostam dele, rezem pela sua alma se ele chegar aqui no mesmo instante que a minha ruiva, porque o bicho vai pegar para o lado dele!

ARGHH!!

Isso já tá me irritando!

Eu tô na porta dessa porcaria há meia hora esperando a Lil chegar e tem um bando de enxerido que não tem o que fazer da vida que fica olhando e apontando para mim dando risadinhas. Eles não dão valor à vida!

Olhei mais uma vez para o meu celular.

Nada.

Nem uma ligação perdida ou uma mensagem. QUE RAIVA!

Vou tentar perguntar de novo, mas só porque a McKinnon tá vindo por aí (até que enfim desgrudou a boca daquele tal de Ian). O contato com esse povinho me enoja.

— Onde ela tá? – perguntei segurando a garota pelo braço.

— Ela quem seu imbecil? – disse olhando para mim brava – E me solta. – puxou o braço.

— A mãe dos três porquinhos! É claro que é a Lily, anta! – falei esbanjando sarcasmo.

— Eu tenho cara de guichê de informação? – cruzou os braços olhando com uma cara cansada para mim.

— Fala logo antes que eu perca o que restou da minha paciência!

— Eu não sei onde a sua namorada se meteu! Mas se isso ajuda a sua busca, a Jane acabou de chegar.

— Jane? – quem é essa, meu Deus?

— A irmã do James. Agora, se me dá licença, eu vou indo. Tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar passando informações para um babaca igual você. – saiu indo em direção à rodinha onde estavam todos os populares.

 Jane... Ah, Jane...

Agora eu me lembrei dela. Aquela menina linda, gostosa, maravilhosa, tudo de bom que veio pegar dinheiro ontem aqui. Ela é tão perfeita... Ai, ai.

Vou te falar sério... Nunca vi uma garota tão linda como ela. Ganha até da Lils. Se eu não estivesse comprometido pegaria ela a noite inteirinha.

— Chace, Chace! – me chamou Fred enquanto batia nas minhas costas.

— O que foi Porra?!?!? – virei rapidamente e acabei esbarrando no copo que ele segurava derramando o liquido nele. Mas você acha que eu vou pedir desculpas?? Não.

— Parece que a Lily chegou.  – disse apontando para a entrada com uma mão enquanto afastava a blusa molhada do corpo com a outra.

— Ok. – falei saindo dali. – E para você é Evans. – fui me afastando.

— AH, CARA! PARECE QUE ELA ESTÁ COM O POTTER TAMBÉM! – gritou fazendo as pessoas que estavam perto olharem para mim e darem risada.

Me lembre de matar esse infeliz depois, porque agora minha mente está muito ocupada bolando uma morte lenta e dolorosa para o novato.

EU SABIA QUE ELE ESTAVA COM A MINHA RUIVA!

Mas ele vai se ver comigo... Agora ele vai saber o verdadeiro significado das palavras Chace Smith e o quão fortes e valiosas elas podem ser.

Cheguei bem perto da entrada e pude ver uma cabeleira ruiva balançando. Lily, com certeza, a única ruiva da escola. Olhei melhor e vi que do lado dela estava lá, todo pomposo, o Potter... Mal sabe ele que vai morrer.

— AAHHH... QUE BONITINHO OS DOIS! – apareci na frente deles batendo palmas. Umas pessoas começaram a olhar para ver o que estava acontecendo.

— Chace, não é nada disso que você está pensando. – falou Lily vindo para o meu lado e segurando em meu ombro. – O James só me deu uma carona e o pneu acabou furando e...

— Lily! O meu papo aqui é com aquele cara ali. E é melhor você sair da frente, eu não quero te machucar. – falei a empurrando para o lado e a fazendo esbarrar e cair em cima do Fred.

Percebi que já havia uma multidão a nossa volta, provavelmente esse povinho que não perde um barraco por nada.

— Parece que alguém tem que refrescar sua memória Potter. – disse me aproximando dele – Eu lembro muito bem que disse para você ficar longe da minha namorada, e eu nunca me engano.

— Eu não fiz nada com ela. – falou se aproximando de mim também – Mas já que você quer brigar cai dentro! Eu não tenho medo de gentinha não.

— Você quer me atacar? – perguntei.

— Eu? Nunca... Você faz isso sozinho. – respondeu cruzando os braços.

Ele vai ver só.

— Resposta errada Potter! – falei e dei um soco na cara dele que já estava próximo o suficiente de mim.

Enquanto ele se recuperava do meu golpe olhei ao redor. Havia centenas de pessoas em volta da gente e algum idiota puxou o coro.

— BRIGA! BRIGA! BRIGA! – gritavam quase todos os presentes. Vai se fu***!!

Ainda perplexo com a situação, votei a minha atenção ao Potter. Mas a única coisa que consegui ver foi uma mão vindo em direção a minha cara. E como se isso não fosse o suficiente, em seguida recebi um golpe na barriga, o que me fez cair no chão.

— Isso, - começou James ofegante – é para você aprender a não se meter com qualquer um. Principalmente com aqueles que não te devem explicação alguma.

Comecei a me levantar e ia dar mais um soco na cara daquele inútil, mas alguém me segurou por trás. Fred.

— Cara, para com isso! Não vai pegar bem para a sua reputação. Ele está acabando com você! – sussurrou.

— Mas eu preciso dar um fim nesse lazarento! – falei tentando me soltar sem muito sucesso. Mas poxa! O cara é campeão em karate.

Eu estava conseguindo algum avanço na minha tentativa de fuga quando escuto uma voz masculina acabar com o meu prazer.

— PARA TUDO! CHEGA! – gritava Sirius – DISPERSANDO GENTE! VOLTEM A FAZER O QUE ESTAVAM FAZENDO! – afastava tudo mundo com um gesto com as mãos – Menos você gata. Você me espera aqui. – sussurrou e deu uma piscadinha para uma boazuda que ficou com cara de quem tinha acabado de ganhar na loteria. Me poupe!

Ele parou no meio de nós dois como uma barreira. Até parece que um bobão como ele vai me impedir de fazer alguma coisa com o Potter.

— Pode soltar o Smith, Dill. Ele não vai tentar mais nada, não é mesmo? – Fred obedeceu. – Agora, venham os dois comigo. Vamos fazer um curativo na sua boca Smith e colocar um gelo nesse seu olho Jay.

Confesso que fiquei surpreso com essa atitude do Black. Ele parece um idiota metido a palhaço pegador, mas, quando é preciso, sabe como se comportar.

Enquanto seguíamos o Sirius para uma salinha cheguei perto do Potter.

— Você pode até ter saído ganhando dessa vez, mas saiba que nem sempre você vai ter essa sorte.

— Que bom para você então.  Isso é o que veremos. – falou e saiu andando na minha frente.

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Marlene McKinnon

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— Calma Lily. No final saiu tudo bem. – tentei acalmar Lil que estava uma pilha de nervos.

O Six tinha acabado de tirar os dois do salão, acho que ele os levou para alguma salinha que tem os curativos. Vai saber...

— O que saiu bem Lene? Os dois saindo no tapa? E o pior é que o motivo foi euzinha! Eu sou a culpada de tudo! – falava Lily atropelando as palavras de tanto nervoso.

Toda a população que estava acumulada por aqui já tinha se dispersado, menos aquela garota que o Sirius cantou... Aff. O som acabara de voltar a tocar, uma música que eu identifiquei ser “Oye” da Gloria Estefan. Até o DJ tinha parado de trabalhar para ver a briga dos dois.

 - Lily! Você não tem culpa de nada! Ninguém mandou o seu namorado explodir com o coitado do Jay que não tinha culpa de absolutamente nada!

— Mas ele não ia explodir se eu não tivesse aceitado a carona do James. Eu devia saber... O Chace é tão ciumento e... – ela parou de falar e começou a acompanhar alguma coisa com os olhos.

— O que foi Lil? O gato comeu sua língua? – perguntei começando a chacoalha-la.

— Não... A Dorcas! – ela virou uma cara assustada para mim.

— A Dorcas comeu sua língua? – perguntei confusa e chacoalhei-a de novo.

— Não. Ali. – ela apontou na mesma direção que tinha olhado a instantes atrás.

E então eu vi.

Vi uma Dorcas, aparentemente chorosa, correndo em direção aos banheiros.

— O que será que aconteceu? – Lily perguntou preocupada para mim.

— Eu não sei, mas também não vão ficar parada. Vem, vamos atrás dela. – falei e comecei a puxar a ruiva pela mão.

— AI! – berrou.

— FICA QUIETA E VÊ SE CORRE! – berrei mais alto.

O caminho do banheiro pareceu aumentar uns quarenta quilômetros. Por que sempre que a gente quer que uma coisa chegue logo parece demorar tanto?

Chegamos ao toalete e eu abri a porta devagar. Olhei para dentro e me deparei com a Doc encostada na pia se acabando em lágrimas.

— O que aconteceu amiga? – Lil correu para dentro e a abraçou.

Ela começou a chorar ainda mais.

— Vamos loira! Coloca para fora o que passa com você, senão a gente não consegue te ajudar! – falei esbanjando delicadeza.

— LENE! – Lil me repreendeu. – Mas ela está certa em um ponto Dodô. O que aconteceu? Fala para a gente.

Então a Dorcas saiu do abraço da Lily e caminhou para o outro lado do banheiro. Eu achei que ela ia continuar chorando lá ou simplesmente nos mandar embora, mas ela explodiu.

— ELE NÃO PODIA TER FEITO ISSO COMIGO! NÃO PODIA! – gritou nervosa e começou a chorar mais forte ainda.

— Ele quem criatura? Ter feito o que? – perguntei jogando as mãos para o alto.

— NÃO PODIA LENE! ELE NÃO PODIA ENTENDEU? SIMPLESMENTE NÃO PODIA! – falava (gritava) Dorcas embolando as palavras no choro.

— Não podia o que? Ele quem? – Lily fez coro comigo.

— E TUDO QUE A GENTE TINHA, HEIN? COMO É QUE FICA? ELE É UM TRAIDOR! – continuou o discurso sem pé nem cabeça.

— Olha Dorcas. – comecei – Se você não falar quem é ele a gente não vai entender nada nem fazer nada.

— O REMUS! – berrou mais alto que qualquer coisa que ela já tinha falado e continuou chorando.

— O que tem o Remus, Doc? – perguntou Lily. – Eu percebi que ele não estava lá quando os garotos estavam brigando, mas você não pode estar brava com ele só porque não deu apoio moral ao James. Está?

— FOI PIOR LILY! MUITO PIOR! – ela começou a chegar mais perto da gente, ainda chorando como uma condenada.

— Dorcas, eu vou ser bem clara com você. – falei – Ou você fala o que aconteceu direitinho para a gente A-GO-RA, para nós podermos te ajudar a contornar a situação, ou nós duas vamos embora e não fazemos nada. – tá, confesso que fui um pouco dura com ela agora, mas esse papo de louco já estava me deixando maluca (?).

— É Doc. Eu concordo com a Lene nesse aspecto. Essa conversa está me deixando mais confusa do que eu já sou.

— É O REMUS! – ela gritou jogando as mãos para o alto.

— Tá, isso a gente já entendeu. – disse Lily. – Prossiga.

— O REMUS. ELE TAVA BEIJANDO A JANE!