The Half Devils. escrita por AmyKMtt


Capítulo 21
I'm yours


Notas iniciais do capítulo

Entaum...só pra avisar, gente, podem ler tranquilas o capítulo inteiro, por mais que dê uma esquentadinha não vai acontecer nadinha, o.k?
Uma nota, tah compridinho...



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But I won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm yours

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and then you're free
Look into your heart and you'll find love love love

Listen to the music of the moment people dance and sing
We just one big family and
It's your God-forsaken right to be loved love loved love loved

So I won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm sure
There's no need to complicate, our time is short
This is our fate, I'm yours


Uma semana se passou depois do meu aniversário, agora tudo estava de volta ao normal, resumindo: uma enorme bagunça. Depois de assumirmos os namoros tivemos quinhentas entrevistas marcadas, o dobro de paparazzi nos perseguindo e algumas fãs tentando passar as barreiras impostas sempre que saíamos.

Nós voltamos aos estúdios, tanto nós como os Tokio Hotel, eles ocupavam algumas salas e nós outras, só nos víamos nos espaços de intervalo que eram duramente entregues, a final, íamos lançar aquele clipe amanhã, em três dias teremos um “tapete vermelho”, era algum tipo de awards sei lá das quantas e nós tínhamos algumas indicações, artista revelação e melhor estilo.

Uma coisa que está entre segredo, nós fomos indicadas para melhor grupo mas decidimos sair antes de ser declarado qualquer coisa, pois os meninos já estavam nessa e agente não queria competir, mas eles tinham melhor grupo, melhor show e melhor apresentação ao vivo, básico, não duvido de que vão ganhar todas.

Estávamos em uma das salas de reunião novamente, agora era para terminar com os assuntos da turnê, íamos começar pelo Brasil, nosso pedido, foram marcados 5 shows lá, só de início, queria ver como ficaria minha voz no final, o Bill estava bem preocupado com isso, foi numa dessas que ele teve o cisto, mas já tinha cantado bem mais que eu na vida em compensação. Esses 5 seriam em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte, eram os únicos que já estavam vendidos, pois assim que as vendas se iniciaram, em uma hora já estava tudo completamente esgotado, causando muito tumulto nas filas, então decidiram esperar para vender os internacionais. Não cheguei a olhar a nossa renda só com esses 5, quem cuida dessa parte é a Vivian, e pelo que vi nela, foi bem surpreendente.

-Mas então já temos os hotéis reservados? –Alguém fez a pergunta me retirando do transe momentâneo.

-Dos primeiros meses sim, mas agora o que importa é terminar a decoração e os esquemas de palco, estamos muito em cima da hora, temos que chamar designers de show, coreógrafos, terminar o álbum, ainda tem o álbum de fotos, escolheremos o estilo de vocês para a turnê, figurinos, meet & greet, ai, tanta coisa... –Artur listava contando nos dedos.

-Arthur, você está namorando? –perguntei desviando totalmente do assunto. Ele me olhou meio surpreso, e logo sem graça.

-Como sabe? –ele perguntou diante de todos os olhares curiosos voltados a sua direção.

-Ah, é que você resolveu se vestir decentemente, então tinha que ter um motivo. –falei debochadamente, ele ficou vermelho.

O pessoal começou a rir e eu me calei diante do seu olhar fuzilante.

-Mas esse não é o assunto em pauta, não é Marina?

Eu resolvi ser boazinha e continuei com o assunto anterior.

-Então, vamos começar com isso logo, por onde começar Snr. Tô Namorando? –ele me ignorou por completo.

-Hoje. Iremos gravar a música bônus que é a última, e depois, lembram do rink de patinação e do museu que era pra ter sido quase um mês atrás? É pra hoje à tarde. –Ele anunciou como se declarasse o campeão da liga mundial de... Qualquer esporte.

Eu fiz cara de dor, assim como as outras.

-Eu juro, se eu sofrer mais qualquer lesão corporal ou moral você volta pro inferno, entendido? –Laura ameaçou quase espumando pela boca.

Dessa vez Artur precisou pensar.

-Bem, não tem outra opção, a não ser que se quiserem trocar os lugares, aí sou EU quem vai escolher, o que acha? –Paralisei com a sugestão.

-Não. –Dissemos juntas.

-Então, ao trabalho. –Ele determinou dispersando todos da sala.

Voltamos ao estúdio, ia ser só gravar uma música, que agente já sabia tocar perfeitamente, os efeitos especiais seriam inseridos diretamente e já estavam até programados, o CD ia ser fechado essa semana, e liberado uma semana antes da turnê do próprio. Por que tão próximo? Simples, algumas músicas já tinham vazado na internet e o povão já sabia até décor.

A gravação foi rápida, eu só precisei cantar 6 vezes a música, porque na primeira vez eu comecei a rir no meio e na outra a Carol acabou por levar o maior tombo nos fios. Acabamos essa parte do dia já na hora do almoço, só tínhamos que ir agora chamar os meninos enquanto a produção e os seguranças se preparavam nos carros. A equipe Tokio Hotel TV já estava até filmando, bando de apressados de plantão.

O sala de gravações em que estavam era totalmente a cara deles, muito linda e decorada, mas completamente  bagunçada, tinha até camisetas e jaquetas espalhadas pelo chão, pera aê, o quê??

Eu olhei para a cabine, e vi quatro seres tocando sem nem nos perceber lá e, sem camisa!

-Put* q *****! –Dessa vez a Laura nem tentou se segurar.

-Eu vou enfartar. –Vivian disse tentando acreditar no que via.

-Eu vou junto. –Carol falou meio engasgada.

-Eu não sei nem o que pensar... –Tudo bem eu não estava nada mal, mas....

-Ah gente, vai falar que nunca viram eles assim? –Alguém disse por trás de nós, era Jost.

-Já, né.... –Eu corei mais que pimentão e voltei a olhar a cena.

Eles nem se tocavam da nossa ilustre presença na sala, quatro garotas meio que vidradas na tela de vidro, sentadas com a maior cara da paisagem num sofá preto.

-Hey, garotas?! –David chamou. Voltamos a cabeça em sua direção, ele estava com um sorriso meio ‘do capeta’ estampado no rosto, o que não me deixou muito feliz. Ele sacudiu uns panos na mão, logo, olhando pro chão não tinham mais as roupas espalhadas, ah não! –Os namorados são seus, não meus. –Ele falou me entregando uma camiseta regata branca e uma jaqueta preta de couro.

- O que eu vou fazer com isso? –perguntei.

-Sei lá, se vira.

Ele já tinha entregue todas as peças entre nós, que ficamos completamente sem ações. É diferente quando alguém te pede para segurar um casaco, com certeza bem diferente de estar com as peças de roupa de uma pessoa que está á vontade, sem camisa, é seu namorado, e nem sabe que está lá olhando pra ele.

Mas também nem paramos para pensar em algo, não deu tempo. Logo ouvimos que a música havia parado no meio, tinham quatro rostos estáticos olhando em nosso direção, provavelmente sem nem saber o que fazer.

Eu voltei meu olhar paro Bill, seus olhos voltaram a me encarar e logo estava completamente vermelho, e parado.

-Eu falei pra elas que não ia ser muito apropriado ver isso mas elas quiseram ficar olhando assim que começaram a babar com a imagem. –David disse em tom de reprovação pelo microfone, meu queixo caiu, e a situação se inverteu.

-Eu.Vou. Matar. –Laura disse aos poucos.

-Sério, pensava que fossem mais...inocentes. –Tom disse em tom sério, mas com um sorriso perverso. O mesmo saía da cabine, sendo seguidos pelos outros.

-E elas tem só 16 anos, tsc tsc. –Georg balançou a cabeça em reprovação, eu não sabia onde enfiar a cabeça.

Olhei em volta procurando o cabeça dura do manager deles, esse já havia fugido há muito tempo.  Virei a cabeça de volta, a cena estava meio tensa, quatro homens sem camisa um do lado do outro e ainda de braços cruzados na altura do peito.

-E ainda não param de olhar. –Bill falou, isso conseguiu me deixar ainda mais constrangida. –Fala sério, não sabia que a minha namorada era assim.

-Deve ser demais para garotas de 16 anos, o que mostra que estão meio avançadinhas, não? –Gustav.

Nessa hora meu sangue subiu á cabeça.

-Cala a boca, e se veste Bill. –falei quase tendo um ataque, jogando as roupas dele em cima do mesmo.

-E se eu não quiser? –Ele só queria me provocar, e tava conseguindo.

-Mas vai querer, afinal, só tenho 16 anos pra ver tudo isso,e você tinha que cuida de mim, não? –Falei.

-O.K...dessa vez passa. –Ele bufou colocando as camisetas.

-E você Tom. –Laura disse jogando as blusas no mesmo. –Pode começar a se trocar também. –Ela mandou em tom sério. Dados por vencidos, em segundos todos estavam devidamente vestidos.

Um cara veio nos chamar para irmos, fazendo com que todos fôssemos circulando para a porta. Só vi a hora em que Bill passou por mim e sussurrou em meu ouvido, me fazendo arrepiar pela milésima vez.

-Espera só pra ver. –E passou por mim como se não tivesse feito nada.

-Eu ainda mato o Jost. –Falei pra mim mesma, mas saiu um pouco alto demais.

-O que ele fez? –Artur parou assim que me ouviu.

-Unh... –Eu olhei pro Bill que também queria ver a resposta com uma sobrancelha arqueada. –Nasceu. –Terminei e fui andando em direção a um dos carros, emburrando dentro do mesmo.

Era incrível, por mais que eu tentasse odiar o Bill, tudo o que ele fazia, até mesmo para me provocar me fazia ficar cada vez mais completamente apaixonada por ele. Ele era tão egocêntrico, irritante, lindo, perfeccionista, orgulhoso, perfeito, fofo, maravilhoso...e eu já começo a babar, me odiava por isso, geralmente eu conseguia ficar brava com qualquer um, menos com ele.

Nem vi a distância até o museu, de fato, minha cabeça estava a mil, mas chegamos bem rápido, acho eu. Novamente os fãs quase arrancaram minha ao pelos autógrafos, tinha tanto nossos como dos TH. Teve um grupo de meninas fãs de TH que estavam com a camisa ‘Anti HD’ (Half Devils), aquilo não me chateou, nem fez efeito algum as placas que falavam pra eles se separarem de nós,  que nós não éramos ninguém para eles, ou que nos tratavam não muito respeitosamente. Bem, isso não causou efeito a nós, HD, mas aos meninos teve alguma coisa. Eles passavam reto assinando todas as primeiras, mas quando eram pra ser aquelas, eles as pulavam, não assinaram porcaria nenhuma. Eu fiquei olhando, assim que o Tom passava por um virou e piscou para mim, eu sorri em resposta e continuei assinando.

Era um museu de história, onde a única coisa que precisávamos fazer era visitá-lo, grande porcaria.

Ficamos a maior parte do tempo na sessão do Egito, aquela parte foi engraçada.

-AHHHHHHH! –Do nada agente ouve um grito da Carol vindo de algum lugar no meio do labirinto de corredores. Quando a encontramos ela estava paralisada na frente de um sarcófago.

-Que foi? –Vivian perguntou preocupada.

-Aquilo se mexeu, eu juro, tem uma coisa viva lá dentro. –ela falou quase tremendo.

-Impossível, não é nada, você vai ver, só ilusão da sua mente. –Laura falou tentando confortá-la.

-Eu juro que não, quando eu virei eu vi algo se mexendo. Não to loca. –ela falou certa do que dizia.

-É, o Georg não está aqui pra ela começar a delirar, mas uma múmia é estranho. –falei.

-Já repararam que... –Laura parou o que dizia para olhar em volta e engoliu em seco –sem câmeras, os meninos não estão aqui, não tem ninguém aqui....

Um segundo de silêncio.

-Deve ser só coincidência, vamos procurá-los. –falei tentando esconder o medo. Virei para trás afim de andar para procurar o povão, mas um vulto no final do corredor me fez paralisar.

-Marina, que foi? –Carol perguntou vendo a minha reação.

-Nada, achei que tinha visto algo, só um vislumbre. –Sacudi a cabeça como que para espantar a ideia, quando dei o primeiro passo as luzes se apagaram.

-Ah, só pode ser brincadeira, cadê a câmera? –Laura perguntou nervosa. Automaticamente, estávamos todas grudadas umas nas outras.

-Eu vou matar o retardado. –Falei dura.

-Não é por nada não mas, uma sala cheia de sarcófagos e múmias, certamente não é o melhor lugar que eu gostaria de ficar, ainda mais sem luz.  –Agora até a voz da Carol tremia.

-Só que sem luz o máximo que vamos conseguir é cair dentro de um sarcófago. Ah, Laura, a câmera era exatamente o que agente estava procurando.

Um barulho de passos fez com que gritássemos.

-Eu quero sair daqui! –Carol praticamente implorava.

Pela janela deu para escutar a chuva lá fora, não dava nem para o tempo ajudar, a cada trovão que dava minha perna tremia. Em um dos clarões que iluminou um pouco o local tivemos certeza que tinha algo na sala, o que nos fez gritar pra caramba. Íamos andando pra trás, fomos nos separando, todas gritando mais do que a garganta conseguia, mas teve uma hora que eu parei, tinha uma mão em meu ombro, e eu congelei. Só ouvi um ‘Búhhh’ em meu ouvido o que me fez gritar até que as luzes se acenderam e eu só parei de gritar quando vi quem estava atrás de mim, rindo feito uma hiena.

-Eu ainda te mato Kaulitz! –Sei lá o que eu fiz depois, só sei que me agarrei nele fortemente, claro que eu ainda estava com medo, mas ele ainda ria, e acabou caindo no chão comigo junto.

-Pensei que ia me matar e não me abraçar, mas se isso for seu jeito de matar alguém eu ia querer todo dia. –ele disse debochadamente.

-Relaxa Bill, eu ainda te mato hoje, mas o fato é que agora eu to é morrendo de vergonha. –Se eu não soubesse me controlar teria o xingado até acabar o estoque de palavras feias que tinha.

-E medo. –ele completou.

-Não, esse já passou. –falei firme.

-Então por que ainda tá tremendo e agarrada a mim?

-Vai se ferrar Bill. –falei dando um soco no seu ombro.

-O casal vai ficar aí mesmo ou agente já pode ir? –Artur apareceu com uma câmera na mão.

-Some daqui e desliga essa porcaria! –ordenei em vão.

-Nein. Levanta aí cunhadinha.

-Some você também Tom. –nessa hora eu fui levantada do chão pelo mesmo. –Me solta capeta. –Fiquei chutando ele até que me colocasse no chão.

-De quem foi essa ideia, só pra anotar na minha lista negra. –Laura perguntou olhando para a produção, que com certeza filmara tudo. Eles apontaram para os gêmeos, que agora ambos de pé esperaram que déssemos o primeiro passo para dar no pé.

-Kaulitz! –Laura e eu gritamos correndo atrás dos capetas disfarçados.

Não sei nem quanto corremos, os dois eram rápidos demais, ficavam cerca de um quarteirão a nossa frente e isso parando pra tirar com a nossa cara e rindo. Eu tava com a raiva maior que o mundo, e aumentava a cada metro que vinha a diferença. Alguns câmeras vinham atrás de nós pra filmar, e corriam também. Acho que demos duas voltas no museu e não ficamos nem aos pés deles.

-Deus, eu to morta. –Falei perdendo a velocidade.

-Eu também, mas continua por mais um tempinho, vou usar o plano B. –falando isso, aumentamos a velocidade o máximo que podíamos, e na contagem silenciosa de 5 segundos, ela fingiu um tropeção, fazendo com que eu desse um jeito de tropeçar nela e cair. Deu certo, os gêmeos voltaram em questão se segundos com as feições preocupadas.

Vieram nos ajudar e quando viram que não tinha sido nada grave nos ajudaram a levantar, hora de dar o bote. Os puxamos para baixo, fazendo com que se desequilibrassem e caíssem no chão. Comemoramos pulando num high-5’s sincronizado e rachamos de rir ao ver as caras de incredulidade espatifadas no chão.

-Ah não...

-Ninguém simplesmente nos engana...

-E sai andando dessa. –Os gêmeos falaram se completando. Num momento de distração, Bill puxou meu tornozelo fazendo que eu caísse novamente em cima do mesmo, que começou a fazer cócegas e quanto mais eu me contorcia e implorava para que parasse, só aumentava.

-Bill...para! –falei no meio de um fôlego.

-Como?

-Para! –falei e ele continuou com o que estava fazendo, eu não conseguia me livrar por mais que suplicasse, já estava me matando. –Por favor?! –pedi no final, tentando empurrá-lo assim que livrei minhas mãos, mas ele as segurou uma de cada lado da cabeça, encostando sua testa na minha, logo o nariz, me fazendo fechar os olhos e esperar.

-Ainda quer? –Ele sussurrou, eu apenas assenti, mal podendo esperar seus lábios nos meus, o que aconteceu devagar, ele ainda queria me irritar, me deixando cada vez mais impaciente. Assim que senti a pressão, pensei que ele fosse invadir minha boca com sua língua, mas ele não demonstrava pressa, apenas ficava dando leves beijos em meus lábios, os puxando de leve algumas vezes, mas nem ele mesmo agüentou, quando pediu passagem com a língua eu pensei em negar, mas aos poucos era realmente impossível não ceder a ele, ele podia fazer o que quisesse comigo que eu simplesmente perdia qualquer controle, até o do meu nome. Sua língua começava a circular com urgência em minha boca, sabia que era falta de ar, e que ele se esforçava para ficar lá o máximo possível, até que teve que ceder, saindo ofegante de cima de mim.

Eu me sentei atordoada olhando em volta, tinha bastante gente assistindo a cena com sorrisos de babacas, felizmente as câmeras haviam sido desligadas, olhei para Artur o mesmo piscando para mim, sorri em resposta.Olhei para o casal de pé ao meu lado, incrível como eles não paravam nunca,cada vez com mais fogo.

Bill me ajudou a levantar em um pulo, o que fez os outros dois se tocarem de que não estavam sozinhos. Eles pararam meio sem graça e fomos todos andando de volta ao carro, certamente aquele passeio tinha rendido muitas fotos, e olha que faltava o rink de patinação ainda, eu tinha certeza que ia sair de lá sem alguma parte do corpo.

Eu fui ao lado do Bill na Limu, pra ser exata eu estava agarrada ao braço dele enquanto o mesmo me envolvia.

-Você sabe patinar? –perguntei.

-Sem dúvida, e você...não, você não sabe.

-Como sabe que eu não sei? –arqueei as sobrancelhas.

-Você não consegue nem andar de skate, quanto mais o patins que tem que se equilibrar em uma lâmina? Óbvio. –Ele dizia enquanto eu mostrava a língua ao mesmo.

-Nossa Bill, você deve ser algum tipo de hipnotizador, pois se fosse qualquer um no seu lugar desde hoje de manhã, este estaria sem cabeça e gritando por piedade. –Laura comentou.

-E a Marina também, meu irmão até que nem pegou pesado com ela. –Tom concordou.

-Eu ainda vou me acertar com ele, né Bill?

-Somos dois. –Ele concordou sorrindo perigosamente.

-Duvido, não vai nem dar tempo dela falar uma sílaba que os dois já vão estar se pegando. –Mandei um olhar mortal para o Georg.

-Seria bem possível, se eu não quisesse fazer algo também.

-Fazer o que? –Tom levou no segundo sentido.

-Ah Tom, vai ver se eu to na esquina. –Bill disse ao irmão.

-Aposto que o Bill vai fazer todo o possível pra irritá-la cada vez mais,e vai dar certo, aí ele vai começar a provocar e depois vai resultar naquela cena linda do museu. –Gustav disse com a maior carinha de anjo, revirei os olhos. O Bill ia ver só como é bom me provocar, ah se vai.

-Sorte de vocês que o Artur mandou pararem de filmar bem a tempo, se as imagens vazassem ia ser bonito. –Vivian comentou.

-Mas tavam muito fofos, tirando o fato que o Tom e a Laura quase se comiam e que Bill estava praticamente em cima da Máh, mas foi tão lindo, queria ter filmado. –Incrível como a Carol deslumbra, depois da Vivian, era a mais velha das quatro.

Bill me apertou mais contra ele, eu ficava completamente perdida quando estava com ele, a sensação era a melhor que eu já senti na vida.

-Chegamos! –O motorista veio abrir a porta para nós, que saímos já dentro do rink.

A pista que usaríamos já estava reservada para nós, os patins também.Por experiência própria eu sabia que teria de ir na raça, junto com toda a dignidade.

Pra começar eu me enrolei com a comida, não tínhamos comido o dia todo, então tiveram pena de quem sofre e resolveram pedir lanches, no qual eu me enrolei quando confundi ketchup com molho de pimenta , foi lindo, principalmente o gosto.

Depois eu não conseguia colocar os patins,e a Laura ajudou nessa parte, dava tanta raiva ela saber tudo, me irritava.

Dessa vez apareceu uma monitora para nos auxiliar no que fazer, mas não em como (suspiro).

-Bem, vamos fazer pares de forma que não se distraiam –meio óbvio o que queria dizer... –Laura e Bill, como já sabem poderão ficar por livre e espontânea vontade, Gustav ajuda a Carol, Georg a Vivian e Tom ajuda a Marina, agora se virem.

-Vamos! –Tom me puxou para dentro do rink.

-Não, eu vou cair! –falei fechando os olhos com força.

-Vai nada. –Ele pegou minhas mãos e tentou me conduzir no gelo, o que não deu muito certo porque eu tropecei nos meus próprios pés. –Só desliza, um pé de cada vez.

Demorou um pouco, mas aos poucos eu pegava o jeito da coisa, até que não precisai de apoio depois.

-Agora vai até a ponta e volta o mais rápido que conseguir. –ele falou e assim eu fiz, até que fui bem rápido, e não caí nenhuma vez. Tom também ficou alegre com o resultado, assim que cheguei de volta nele ele pegou uma das minhas mãos e me guiou em extrema velocidade ao redor da pista. Uma vez ele me pegou no colo e começou a me girar no ar mais rápido que a velocidade da luz, foi muito bom. –Acho que já aprendeu. –ele me disse fitando algo atrás de mim. Ele se afastou e eu senti mãos me envolvendo por trás.

-Mandou bem.

-Pois é, tive um ótimo professor, melhor impossível. –Falei para provocar, o que deu certo porque ele emburrou legal. –Sabe que eu te amo,né? –perguntei.

-Sei sim, assim como eu espero que saiba que eu também, mais que tudo nesse mundo. –Ele falou. –Agora vamos patinar.

E lá fomos nós, patinando com o vento nos cabelos e a maior cara de bobo apaixonados.Depois para casa, onde eu aproveitei para brincar com Jake depois do banho. Bill ensinou ele a dormir na cama dele depois de três dias, foi bem legal ele tentando fazer com que o cachorro obedecesse.

Eu parei vendo as estrelas, e ouvi alguém atrás de mim, era Tom.

-Meu irmão mandou te entregar. –ele me deu um envelope e voltou pra dentro de casa.

Na carta dizia apenas:

‘Não queria se acertar comigo?

Terceiro andar, você acha a porta’

Eu sorri e respirei fundo uma vez, entrando novamente em casa.

Eu nunca tinha ido ao terceiro andar, nem tive tempo de fazê-lo afinal, fora que eu também tinha respeitado isso, mas agora era diferente, eu fui convidada para ir, então....

Eu subi as escadas praticamente correndo, passei por nosso andar, que estava todo escuro, encontrei Vivian no corredor e ela me disse que estava saindo com o Gustav, assim como os outros 4 que já tinham saído cada um para um lugar diferente, o que significava que eu tava sozinha em casa, ou melhor, quase.

O terceiro andar era completamente diferente do nosso, ao invés de ter uma sala no centro, haviam vários instrumentos musicais, aparelhos de gravação, muitos prêmios em prateleiras e pôsteres, muitos pôsteres espalhados por todos os lados. Agora como saber aonde era a porta da feliz pessoa se todas eram lisas e pretas? Foi fácil, eu não falei dos pôsteres? Em todas as portas haviam pelo menos um com a nossa foto. Foi só achar a que tinha a minha, era a terceira delas.

Eu entrei direto, quase...bati na porta e a pessoa sem graça nem deu sinal de vida...Voltando, estava tudo completamente escuro, eu não conseguia enxergar nada e eu ia acabar tropeçando se me movesse.

-Demorou, hein? –Ouvi uma voz vinda de trás de mim.

-Eu estava pensando seriamente em te dar um bolo, mas vi como eu sou um anjo. –Me voltei para encará-lo, ou tentar, a falta de luz impossibilitava minha surpreendente capacidade de ver.

-Eu ia atrás de você, de qualquer modo. –Juro que podia senti-lo dando de ombros.

-Se você não se incomoda, será que daria pra acender a luz?

-Por que você não tenta achar o interruptor sozinha?

-Tah me tirando, só pode.

-Por que estaria?

-Porque você sabe muito bem que eu vou cair, me esborrachar no chão, e sair com um monte de hematomas. Pra completar, depois que eu voltar do hospital e dou um jeito de te matar Kaulitz! –falei.

-Só isso?  -Acho que ele percebeu que eu não tava brincando. –Tá bom... –Em segundos a luz já estava acesa, e ele me olhava com cara de quem estava aprontando.

Eu olhe em volta do quarto, era do mesmo tamanho que o meu, mas tudo era decorado em preto,vermelho e branco. Notas musicais enfeitavam as paredes, havia móveis como guarda roupa, sapateira, estante,  escrivaninha, um sofá de couro preto e uma poltrona, ale da televisão LCD, o aparelho de som e muitas coisas das quais me levariam anos para distinguir. Mas meus olhos pararam na cama dele, era acolchoada com um cobertor preto fofão e muitas almofadas vermelhas e pretas, não me agüentei e corri para me jogar nela, adorava quando fazia isso, geralmente nos hotéis. Fiquei rindo comigo mesma e nem percebi o ser me encarando, quando me toquei, vôlei meus olhos em sua direção sentindo minhas bochechas corarem fortemente.

-Nunca foi criança não? –Perguntei como que por forma de defesa a mim mesma.

-Pelo que eu me lembre sim, mas hoje de manhã você não me parecia tão inocente assim... –Sabia que ele queria me provocar, o bicho complicado.

Senti minhas bochechas corarem ainda mais se possível e virei a cara me deitando de barriga pra baixo na cama.

-Sem explicação agora? –É, dessa vez eu estava, certamente. –Não precisa ficar com vergonha, é normal, todo o adolescente gosta de ver isso. –Ele disse se sentando na cama.

-Sério Bill, você também gostava de ver seus amigos sem camiseta? –Perguntei me sentando na cama, achava mesmo que eu perderia uma chance dessas?

Ele me fuzilou com os olhos, provavelmente vendo as chances de me matar, mas logo se acalmou.

-Não, eu gostava de ver as meninas mesmo, e olha que eram bastante. –Ele podia não saber mas aos poucos cavava sua própria cova.

-Bom que você podia, se eu soubesse que o Tom era daquele jeito teria feito tudo pra olhar mais vezes. –Retruquei, tive certeza que tinha pego pesado pois o seu olhar deu até medo.

-Se interessa pelo Tom então? –ele queria chegar há algum lugar, mas eu não sabia ainda onde.

-Digamos que ele é bem bem-dotado.

-Você não perde por esperar, não é mesmo? Por que não prova pra mim que prefere o Tom? –Ai, fodeu!

Nem falei algo, não deu tempo, em menos de um segundo eu estava deitada na cama com minhas mãos presas acima da cabeça e tinha um par de olhos misteriosos me encarando profundamente. Já sabia o que ele ia fazer e não, não ia agüentar.

Conforme o esperado ele se aproximou do meu rosto, seu nariz roçava o meu levemente enquanto eu tentava me controlar, foi ficando mais difícil, aos poucos seus lábios iam tocando minhas pálpebras, o queixo, a ponta do nariz, minha bochecha e por aí, me agoniando cada vez mais pela falta deles nos meus. Eu fechei os olhos tentando me controlar, mas não surgiu efeito nenhum além do fato deu estar quase morrendo torturada, por que é que ele não acabava com isso de uma só vez? Eu suspirei derrotada e ele sorriu, me cedendo os lábios macios que eu tanto gostava. Ficamos horas só usando os lábios mesmo, até que uma hora eu vi que precisava de mais e pedi passagem com a língua, mas ele não cedeu.

Olhei para ele com um ponto de interrogação estampado na cara, e ele riu.

-Acho que tem que me dar algum motivo pra continuar, não? –Ele me perguntou claramente se divertindo, mas quer saber, podia doer mas eu resolvi deixar meu orgulho de lado, eu precisava dele.

-Você gosta de me torturar não é? Então tá. –Suspirei tomando consciência. –Eu não prefiro o Tom porcaria nenhuma, ele não seria capaz de fazer nem metade das coisas que você consegue fazer comigo, você é perfeito e....eu...quase fui aos céus quando estava te vendo hoje de manhã, tanto que fui incapaz de olhar para qualquer outro. Melhor assim? –Eu devia estar parecendo um pimentão, mas nem liguei.

-Sabia que eu ia ganhar. –Ele riu sozinho, mas voltou sua atenção pra mim. –Não acho que eu devesse mas... eu te amo mais do que tudo no mundo, por mais que goste de te irritar ou te fazer corar, você é o que tem de mais bonito e perfeito nesse mundo e é minha. –Ele acabou de falar e dessa vez ele mesmo atacou minha boca, sem nem hesitar em colocar sua língua para explorar cada centímetro da minha boca. A coisa foi se esquentando, embora minhas mãos estivessem presas eu nem me importei, sabia quem estava me segurando então estava tranquila. Eu me senti na obrigação de tirar sua camisa, precisava ver aquilo tudo de novo, fiz força para desprender minhas mãos e as levei para a barra de sua camisa, mas ele segurou minhas mãos.

-Não sei se seria adequado pra você.

-Eu...preciso... –Sussurrei sem fôlego. Ele acabou me deixando tirar e assim o fiz. Ele me envolveu com os braços logo me cobrindo com os cobertores e se deitou ao meu lado. Só ai percebi como estava cansada, ele me deu um último e longo beijo e eu apoiei a cabeça em seu tórax, fazendo caminhos e admirando seu abdômen perfeito antes de cair no sono,  com seus braços ainda ao meu redor.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Reviews?
Muito obrigada pra quem está deixando, fico muuuuito feliz, até o próximo, bjus.



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