The Half Devils. escrita por AmyKMtt


Capítulo 11
Of course I know how to do it.


Notas iniciais do capítulo

Adorei escrever esse. Divirtam-se.



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Muito bem, já faziam duas semanas desde que retomamos a rotina na gravadora, não ficou chato como eu imaginava que seria, ou até como era no Brasil, com os meninos ao nosso lado, estava ficando cada vez mais divertido, nós brincávamos e corríamos  pelo estúdio sem nem se importar com as regras de lá, já estava virando como uma segunda casa pra nós, passávamos mais tempo nele do que em qualquer outro lugar.

Faltavam também apenas duas semanas para a minha grande e esperada festa e até eu já estava ficando ansiosa. A imprensa já tinha esse conhecimento também e em menos de uma semana, o mundo inteiro já estava consciente do meu aniversário. Minha família e meus amigos do Brasil  já  estavam com as passagens em mãos.

Todo o povão do Brasil, ou seja, 100 convidados exatamente e com a presença confirmada ia chegar todos em dois dias diferentes, vindos em dois jatos particulares que iam ter que fazer a rota duas vezes por dia, tinha até pena dos pilotos, mas essa era a maneira mais barata para que todos pudessem vir pra cá em perfeita segurança. Em um avião normal, haveria muitos paparazzi a bordo e um monte de gente fazendo perguntas, como eles realmente não eram acostumados com tudo isso, ia ficar um pouquinho chato.

Já os presentes já estavam chegando por correspondência  mas os garotos e as meninas faziam questão de escondê-los em algum lugar do qual eu não tinha o menor acesso, e mesmo se tivesse, não saberia onde fica.

Havia também o batalhão de 150 pessoas que eu nem tinha a consciência de quem seriam,  os quais foram convidados pelo Artur. Os últimos 50 convidados eram os familiares dos meninos, vindos da Alemanha, o que seria engraçado é que não falavam muito o Inglês e ainda por cima só conhecíamos a Simone e o Gordon, que vieram ver os meninos semana passada, eles são realmente muito legais.

Agora, os produtores estavam tanto preocupados com o álbum, a turnê e a festa,teve um dia em que gravávamos duas músicas que já estavam prontas em que chegou um cara com um saco preto maior que ele. Eram presentes de fãs, que tinham os deixado na porta do estúdio, dá pra  acreditar? Nem eu! Mesmo assim, nem esses eu tive permissão de abrir. Tom, que estava nos acompanhando na dia, foi bem mais rápido que eu e pegou o saco, dando ordens a um segurança que o levasse pra sei  lá onde.

Agora, já tínhamos gravados metade do disco, e ainda tinham mais umas esperando serem gravadas, para fazer mesmo só restavam duas.

Durante duas semanas, os paparazzi deram um jeito de tirar algumas fotos de dentro do condomínio, me sentia agora como em um BBB, não era muito confortável. Ainda por cima começaram com uma história de romances dentro  da casa.Mas deixo sempre esse comentário a parte.

Hoje estava extremamente  feliz aliás, iríamos a sei lá onde para fazer as fotos do álbum, se eu me lembro bem seria uma cozinha de um restaurante e uma rampa de skate, só por hoje. Semana que vem iríamos ao rink de patinação no gelo e á um museu...odiava museus, mas tendo um propósito que não seria ver a exposição, seria até legal...Será que os seguranças de lá eram muito bravos?...

Bem, podia por qualquer roupa pois a produção ia nos dar as roupas para as fotos mais tarde, então optei por um short jeans e uma camiseta escrita “Me, myself and time”. Adorava aquela blusa, minha mãe tinha me dado antes de eu vir a Los Angels. Além disso calcei um all star de cano alto vermelho, da cor da camisa e os meus óculos escuros.

Desci alegremente, até dava pulinhos nas escadas. Mas a Laura me viu e novamente cortou o meu barato.

-Aonde vai pulando desse jeito chapeuzinho vermelho?

-Hahaha, só você pra ter esse senso de humor de um palhaço Laura!

Passei por ela indo em direção a cozinha.

-Bom dia!-exclamei animada.

-Bom dia!- todos ali me responderam animadamente, isso parecia maluco, todo mundo feliz, só em casa de loucos mesmo.

Peguei um Muffin e fui atender a porta, já até sabia quem era, o Artur não perdia tempo mesmo!

Ah, antes que eu esqueça, sabe aquele combinado que fizemos com ele? Resolvemos deixar de lado, o coitado um dia colocou uma camisa social xadrez azul e uma gravata de bolinhas laranja e amarela, isso quando ele não apareceu com um sinto estampado com a foto do Mickey e da Minie , por cima de uma calça social preta e uma camiseta amarela, quem via ele tentando andar igual gente entre a pobre sociedade achava que o circo tinha chegado na cidade! Sem brincadeiras.

-Fala Artur!-hoje ele estava de terno, percebi que tentava não se coçar igual um macaco.

-E aí Marina, como vão as coisas?

-Muito bem desde a última vez que te vi, a exatamente 7 horas atrás, sendo que essas eu passai dormindo.

-Também senti saudades!- o que será que ele bebeu, xarope? – Não vai me chamar pra entrar?

- Se importa mesmo com isso? O clima deve estar tão bom ai fora....- ele não esperou eu ao menos terminar a fala e foi andando em direção a cozinha.

-A educação mandou saudades!- murmurei sozinha e o segui em direção a cozinha.

Ele já até comia, que esfomeado. Vou me lembrar para que da próxima vez  que ele viesse eu mesma fizesse a comida.

-Vamos lá pessoal, todos para o carro! Hoje temos o dia cheio, mas pelo menos vocês vão se divertir, só espero que não seja  a minha custa. – ele terminou a rase quase murmurando.

-O.k, vamos logo pessoal!- A Carol chegou empurrando o mundo e mais um pouco para fora de casa.

Saímos já para a garagem, o motorista já nos esperava com as portas do carro abertas para nós.

Entramos todos no carro e o tio pulou pra dentro, já dando a partida no motor.

-Aonde vamos primeiro Artur?- Vivian perguntou.

-Vamos treinar  culinária, na cozinha de um restaurante, vai estar vazio só para nós.

-Legal...-comemorei.

-E cheio de câmeras também, tanto para o Tokio Hotel TV quanto para vocês...Então antes que perguntem, será fotos de todos juntos.

-Interessante. – começou Laura. – Mas o que exatamente vamos cozinhar? O tentar...

- Vocês farão cup cakes e lasanha, diante de todas as câmeras, rezo a Deus para que dê tudo certo.

-E depois vamos para as rampas de skate?

-Vão sim, com o mesmo critério anterior, alguma pergunta?

Eu levantei a mão devagar, ele assentiu para que eu falasse.

-Só um pequeno probleminha... A única daqui que sabe andar de skate das meninas é a Laura.

-Bem, isso vai ser problema de vocês, já que todos os meninos sabem e a Laura vocês vão ter que se virar.

Para  tudo! Eu andando de skate? Só pode ser brincadeira. Agora, eu andando de skate em uma rampa? Só está melhorando... Mais agora: Eu, andando de skate, em uma rampa, na frente de câmeras, para todo o mundo? Alguém lá em cima tem mesmo muita raiva de mim!

Percebi que a Carol ia começar a discutir, assim como eu e a Vivian, mas eu me surpreendi muito quando vi o que estava lá fora quando saímos do condomínio. Das sombras saíram alguns garros seguindo agente. Duas vans mais dois carros pretos. As vans  eu pude perceber que era o pessoal da filmagem, já os carros pretos, continha vários seguranças.

Passamos em frente ao estúdio e outro carro preto, só que maior, começou a fazer o mesmo caminho. Vi que eram o pessoal da produção.

Ótimo, o restaurante ia lotar, espero que eles gostem do cardápio! Vai ser melhor pra eles que amem.... Que foi, eu que vou fazer!

Fomos andando pelas ruas, as pessoas que caminhavam por elas paravam pra olhar aquele monte de carros, incluindo uma limusine,eles ficavam super curiosos e ainda alguns tivera a idéia de acenar pra nós, sem nem saber quem éramos, que bando de gente inteligente.  Ainda me surpreendia em como os mortais conseguiam ser tão burros! Não que eu não fosse uma...mas comigo é diferente, eu sou inteligente!

Chegamos a um imenso restaurante, este estava cercado por carros da segurança e as antenas de transmissão e filmagem já estavam sendo montadas.

-Muito bem meninas, vão se arrumar, o mesmo para os meninos. As roupas já estão separadas em araras nos banheiros, é só verem seus nomes nas etiquetas. Nos fundos do restaurante, o pessoal da maquiagem e cabelo vai estar os esperando, quando estiverem já vestidos, não vamos perder tempo, vamos!

Quem disse isso foi uma assessora do Artur que já havia chegado bem mais cedo ao local, pelo que parecia ela era bem feliz.

Fomos para os banheiros, as roupas estavam penduradas lá mesmo, com as etiquetas e tudo. Nós, meninas íamos usar vestidos semelhantes brancos, juntos com all star da mesma cor. Eu estava parecendo uma médica até que surgiu um tiozinho trazendo aventais brancos, luvas e aquele chapéu maior que a cabeça, foi assim que as coisas pioraram de médico para cozinheiro. Não tenho nada contra o branco, mas tanto dessa cor assim me deixava com dor no olho.

-Eu pareço uma múmia, só falta me tacarem pó branco na cara.-resmungou a Laura, a mesma que sem nem saber o que vinha por aí, hoje de manhã passou laquê branco nas pontas do cabelo.

                -Pois é! Mas vamos logo, não acredito que vão me filmar assim. – Caroline reclamou.

Fomos para a parte de fora do restaurante, os meninos  já estavam lá, mais parecendo enfermeiros porque as calças deles eram cumpridas. Tom e Bill tiveram que usar calças em tamanho normal e não pareciam estar muito confortáveis com elas.

A única coisa que fizeram neles foi tirar o brilho da pele com um  pó. Assim que acabaram com eles, nos chamaram. Fui quase chorando até a cadeira, mas não ocorreu nada demais, passaram toda a maquiagem  rosa em meu rosto e colocaram meus cabelos castanhos em uma trança, assim ficou aparecendo por debaixo do chapéu, nas outras, o cabelo da Laura ficou solto para trás e o das outras duas eram rabos baixos, jogados de lado.

Um tipo de campainha tocou e nós fomos chamadas por Artur.

-Vamos lá meninas, ah mas por favor façam a comida direito o.k? Eu e o manager dos meninos, David Jost, vamos ter quer provar depois e eu realmente não estou afim de passar mal.

- Relaxa Artur, nós vamos fazer tudo o que está em nosso alcance para cozinhar direito.- falou Carol, se esforçando para parecer compreensiva.

-Bem, vamos então, a cozinheira Marie vai auxiliar vocês, ela já virá. Vai começar em 5 minutos.

Fomos andando em direção a cozinha e...caramba! era maior que o  próprio restaurante.

Nos sentamos em uma mesa branca onde haviam oito cadeiras, as câmeras e os produtores estavam num canto onde provavelmente não iria ser necessário para o nosso uso.

De repente, uma mulher ruiva e alta chegou sorrindo até nós, as roupas brancas da tia estranha eram piores que a nossa. Ela estava tão radiante que pensei que fosse pular no lugar e bater palminhas.

-Muito bem pessoal, eu sou Marie, chefe de cozinha do restaurante e será uma grande honra ajudá-los hoje! – ela disse nos cumprimentado  educadamente.

-Oi! – respondemos em coro.

-Ainda  temos alguns minutos- ela disse se sentando. – então tenho que fazer umas perguntas aí. Me digam, alguém aqui já sabe cozinhar?

Ninguém levantou a mão ou se pronunciou, até consegui escutar os grilos lá fora.

-Bem, vão aprender rapidinho, nem se preocupem. Mas agora, alguém aqui já tentou cozinhar?

Todos levantaram a mão, os produtoras que paravam para nos ver abafavam o riso. Ao lado de Artur estava o manager dos meninos, o tal David Jost, ambos se mantinham calados, acho que na esperança que tudo ali desse certo.

-E quem ao menos conseguiu chegar a um bom resultado?

Ninguém.  Já nem me surpreendi, dá última vez que tentei fazer brigadeiro, na tentativa de despejar o Nescau, eu acabei por colocar café mesmo. Além de ter provavelmente ter ficado em um perfeito gosto, não posso dizer pois não cheguei a provar, eu tinha cansado de ficar mexendo a panela quente e fui ligar para uma amiga. Resultado: gastei um extintor de incêndio, minha mãe teve que reformar a cozinha inteira, fui proibida de chegar perto do fogão.

Mas pelo menos valeu a tentativa, aprendi uma lição muito importante naquele dia: minha mão tem péssimo gosto para reforma de cozinha!

-Ninguém? Foi tão trágico assim?

-Você nem imagina...-comentei ia falar mais, mas eu me distraí vendo Artur falando com a maior pressa no seu celular, quando desligou até deu um suspiro de alívio e falou algo a David, que pareceu ficar  melhor ao ouvir. Eu falo que nesse mundo só tem louco.

-Mas relaxem, vocês vão aprender a fazer tudo ficar um espetáculo, de tão perfeito que vai acabar ficando.- ela declarou confiante.

-Espero que s..-mas foi interrompida por um alto som de sirenes, bem próximo ao local.

Do nada, entraram correndo na cozinha uns 6 caras segurando extintores e mangueiras, vestidos com um macacão amarelo, um deles disse aos managers:

- Ainda não começaram?

-Não, mas obrigado por virem, ficamos mais aliviados.-agradeceu Jost.

Ficamos de queixo caído, eles não tinham mesmo chamado os bombeiros só porque íamos cozinhar.

-Agora que eu tenho mesmo vontade de botar fogo nisso aqui.- Tom comentou baixinho, para que Marie não ouvisse, nós só fizemos pequenos gestos com a cabeça concordando. Artur que nos viu o encarando sorriu amarelo.

-Então vamos começar a gravar....3...2...1. Ação!

Ouvi os barulhos das câmeras sendo ligadas, ninguém mais falava nada ou circulavva pela cozinha, estavam todos atentos  em nós.

-Muito bem aprendizes, - dá onde que a mulher tirou isso??! – Vamos começar a fezer lasanha de queijo,quero todo vocês pegando as assadeiras  naquela bancada e trazendo para a mesa. Como vêem só há quatro disponíveis lá, o que significa que trabalharão em duplas.Vamos lá, eu já tenho os nomes aqui. Será então: Bill e Vivian, Laura e Georg,Marina e Tom e por fim Gustav com Caroline, peguem as assadeiras e fiquem as duplas lado a lado.

Fui com tom a uma bancada e levamos uma assadeira de volta a mesa branca, alguns assistentes colocaram alguns potes com os ingredientes sobre a mesa.

-Agora, vocês serão equipes, a que fizer a melhor lasanha de queijo ganha.Os jurados serão eu e os dois produtores, quero ver quem será o campeão.

Sabíamos que tínhamos que fazer poses para as fotos então enquanto ela dava as ordens nós as fazíamos, era super engraçado.

-Muito bem, quero os dois jurados aqui comigo, -os dois se aproximaram sorrindo de canto para as câmeras.- Agora quando eu falar já, vocês começam, primeiro os nomes nas assadeiras.

Ela nos entregou canetas e Tom tentou escrever mas eu tirei a caneta da mão dele.

-Eu escrevo, se nós ganharmos e você que escreveu nossos nomes ninguém vai saber quem foi.

-Claro que vão, a melhor lasanha só poderia ser minha mesmo!

-Vai nessa Kaulitz!

-Muito bem... já!

Todos nós nem nos movemos.

-Qual é primeiro ingrediente?- Tom me perguntou.

-Sei lá! Eu nunca fiz lasanha!

-Vamos por molho de tomate. –olhamos para os potes e tinha mil lá com coisas vermelhas –ih, qual é o molho?

--Acha mesmo que eu tenho bola de cristal?! Põem aquele da ponta!

Ele foi lá e pegou o pote, não sei como ou porque deu na cabeça do andróide de despejar tudo que havia no pote, formou uma piscina no fundo, mas a assadeira era mesmo muito funda então não pareceu quase nada.

-E agora?-falei.

-Sei lá, a lasanha é salgada, que tal se colocarmos sal?- ele sugeriu.

- Pode ser, mas qual que é o sal?

-Acho que é o mais fino.

Eu peguei o outro pote e despejamos metade do seu conteúdo na assadeira.

-Agora a lasanha é de queijo, precisamos colocá-lo.-me informou Tom

Pegamos uma tábua de queijo prato e colocamos o queijo por sobre o suposto molho e o quem sabe sal.

-Quase me esqueci, Tom! A massa!

-Bem lembrado!

Colocamos camadas de massa e de queijo até encher a assadeira.

-Acabamos!- comemoramos junto, não tínhamos nem mesmo um pingo de nada no avental.

-Nós também. – Disseram os outros juntos.

-Muito bem, agora levem as assadeiras ao forno e deixem por meia hora. Enquanto não fica pronto vamos limpar o material usado e discutir sobre como foi fazer a lasanha.-ordenou Marie.

Concordamos e levamos 15min. Para terminar a arrumação.

Nos sentamos de volta em torno da mesa já mais limpa. Alguns câmeras se aproximavam para nos filmar melhor.

-Vamos lá, como foi a experiência?Acham que conseguiram.

-Certeza que sim! – falou Tom todo orgulhoso. –No começo pareceu meio confuso mas nós conseguimos fazer tudo, aposto que corretamente.

-Pra nós estava mais do que claro, é obvio que fazer lasanha é muito fácil, mas a nossa ficou certamente a melhor- disse Georg.

-Sei...-dissemos todos juntos.

Algum tempo depois os fornos apitaram e as lasanhas estavam prontas.Nós tiramos elas do forno e eu e Tom colocamos três pedaços em três pratos com cada um  com o nosso nome. Então fomos fazer fila para os jurados provarem.

Quem primeiro entregou foi a Vivian e o Bill, eles ganharam a nota 8. Em seguida foi a vez do Gustav e da Carol, ficaram com 8 também.

Eles pareceram se surpreender com a performance dos primeiros dois grupos, mas a cara de alívio de Artur e David sumiram assim que passaram os olhos no Georg e na Laura e pensei que fossem desistir quando olharam pra mim e Tom.

Laura e Georg foram primeiro, entregando os pratos. Assim que comeram o primeiro pedaço, Artur e David começaram a tossir com a cara vermelha, Marie engoliu fazendo uma careta. Ela logo se pronunciou:

-Meninos, massa não é o mesmo que queijo, e caso não tenham percebido, o plástico que protegia o queijo, não é comestível...- ela disse com a voz meio engasgada.

Eles acabaram tirando 5.

Agora era nossa vez, já sabíamos que íamos ganhar, aquilo era uma perda de tempo.

Os três pegaram os pratos com relutância e demoraram um século para comer a primeira garfada. O que aconteceu em seguida foi muito rápido. Marie derrubou sua cadeira, gritando por água, enquanto os dois produtores voavam para o banheiro.

Eles realmente nos deixaram sem nenhuma reação.

10min depois Marie voltou com uma garrafa de 5 litros de água e veio falar conosco.

-Meu queridos, nem sei por onde começar...

Artur e David chegaram depois de um século, suas caras estavam profundamente vermelhas.

-O que dá na idéia para confundir molho de pimenta com molho de tomate? Ainda por cima colocar açúcar ao invés de sal no molho? Sem falar na...bem vou ser legal, nota 3 pra vocês, agora... quem quer fazer cup cake?! – Ela disse mudando o assunto com um entusiasmo súbito.

-Vamos lá, por questão de vida melhor para todos, resolvemos tirar o sal, plásticos e massas prontas da mesa. O trabalho agora é todos juntos e, pelo amor de Deus, tentem não arrumar nenhum jeito de nos matar, okay? A única competição é que quem permanecer mais limpo ganha.

Fiquei pensando comigo mesma,não estava tão ruim assim, são essas pessoas que tem mau paladar e não sabem admirar uma obra de arte, de comida é claro.

-Podem começar.-declarou.

-Tudo bem, o que temos que fazer primeiro?- perguntou Laura.

-Agente tem que fazer a massa.-disse Gustav.

-Sei, e o que vai na massa?-perguntei.

-Vamos primeiro pegar a bacia.- disse Tom.

Pegamos uma bacia e uma colher de madeira para mexer tudo aquilo.

-Muito bem, agora vão os ovos. –Bill falou trazendo  oito ovos na mão.

-Pra quê tantos?-perguntei.

-Pra bastante gente poder comer!- Ele disse como se fosse obvio, mas ele só esqueceu de um pequeno detalhe, quem ia querer comer o que quer que saísse depois da maravilhosa lasanha?Eu que não.

Colocamos os ovos e eu fui a única que não me sujei, também eu quis fazer cesta, que nem no basquete e praticamente taquei  ovo dentro da bacia espirrando em quem estava com a cara mais perto.

Eles não deram muita bola, logo após jogamos o leite e a manteiga, a anta da Laura derrubou um pouco da manteiga no chão, mas nem nos importamos, jogamos farinha, açúcar e tudo aquilo que precisávamos.

Para finalizar colocamos nas forminhas e levamos ao forno, comemorando que tinha dado tudo certo, grande erro.

Fomos mandados limpar a mesa e no caminho de volta, Laura escorregou na manteiga que havia derrubado antes, me puxando junto com ela, acontece que eu estava com a jarra de leite na mão e quando fui puxada ao chão, acabei derrubando todo o liquido na cara do Georg, que ao atingir seu rosto, fechou os olhos para tirar o leite do rosto mas acabou por esbarrar em um dos potes de farinha, lançando em todos.

A partir disso, começou uma guerra de comida, agente jogava ovos, leite, farinha e açúcar um no outro, os dois produtores tentaram impedir mas acabaram por entrar na guerra, a única que não participou da guerra foi Marie que embora quieta, podia ver o horror em seus olhos, devia estar se lamentando da situação.

Ficamos muito tempo naquilo mas paramos no cheiro de queimado, o forno pegava fogo! Não foi um grande problema pois os  bombeiros foram rápidos.

Tudo acabou pois tínhamos que ir agora para as rampas de skate, deixamos um cheque um tanto alto para o reparo á cozinha da Marie e para deixá-la um pouquinho melhor também, coitada dela, tentou  ser tão legal conosco...mas eu não mandei desprezar a minha lasanha.

Nos trocamos rapidamente, agora íamos para as rampas de skate, já eram 3h da tarde, íamos gravar até as 10h lá, só esperava que tivesse uma ambulância a minha espera.

-Muito bem meninas e meninos, ficamos orgulhosos, quase conseguiram acertar no Muffin e metade de vocês acertou na lasanha, isso mostra que alguns de vocês não são totalmente incompetentes para assuntos domésticos!-disse Artur todo feliz.

-Unh... Artur?-chamei, ele se virou pra mim. – Era cup cake.    

-Tanto faz.

-Muito bem, -começou David falando pela primeira vez.- os meninos eu sei que sabem andar de skate, mas três delas não.

Então ele tirou uma mochila enorme de sei lá onde e distribuiu entre mim, Carol e Vivian. Eram capacetes, joelheiras e cotoveleiras .

-Meninas, precisamos de vocês inteiras, tentem não se arrebentar.

Percebi que junto com toda a tropa, chegamos numa praça onde em grande parte delas tinham rampas.

Foram nos dados skates e nós nos preparamos para entrar nas rampas.

-Artur, não vai ter professor?-Carol tirou a pergunta da minha boca.

-Não, dessa vez que vai ajudar será o Tom.

-Como assim?-ela quase gritou.

-Relaxem meninas, eu sou um ótimo professor de skate, vamos começar...no chão plano primeiro, coloquem o pé esquerdo no final do skate e o outro mantenham no chão, abram os braços para pegar equilíbrio e depois peguem impulso com o pé do chão e quando estiver andando o coloque de volta ao topo do skate.Tentem.

Eu fiz tudo que ele nos ensinou e consegui andar um metro com o skate, podia até ter sido mais devagar que uma lesma, mas para mim era um ótimo começo.

Carol, saiu do skate antes que caísse e Vivian ficou parada. Ficamos um bom tempo lá treinando, eu conseguia andar reto perfeitamente bem. Olhei ao redor e vi Laura, Bill,Georg e Gustav se divertindo nas rampas, sorte deles mas pra mim, skate não leva a nada!

Depois que todas já conseguíamos manter o equilíbrio, Tom nos levou para uma rampa pequena, devia ter uns 3m de altura, quase nada, mas eu gelei, literalmente.

-Eu nunca que vou conseguir fazer isso!-reclamei alto, Tom parou ao meu lado.

-Claro que vai, é super fácil, aos poucos pega o jeito da coisa, você vai ver.

-Eu vou cair do skate!

-Eu fico lá embaixo, se cair eu te seguro.Agora vai.

Pra começar eu fui, bateu uma onda de coragem assim, muito forte mesmo, mal cheguei ao meio e pulei pra fora da coisa, quase voando, mas ele pegou meu braço.

-Você ia conseguir, não era pra ter saído, vai de novo.

Eu fui, fazer o que, mas dessa vez eu consegui,Tom ao me ver andando foi ajudar a Carol, ela quase caiu em cima dele, não que ele não pareceu ter gostado mas...ih, to andando muito com a Laura.

Continuei ali naquela rampa mesmo, logo estávamos eu, Carol e Vivian na menor das pistas,até que Artur cortou o nosso barato.

-Meninas, agora o Tom vai lá com os outros e vocês se virem!Podem já passar para outra rampa!

-Ah ,não!-comentei.

Eu juro que ainda matava o filhote de estrupício, isso se eu sair ainda viva.

Tom se juntou aos outros que já estavam bem longe, nas maiores das rampas, vi que um bom número   de pessoas nos assistia de trás da cerca. Ótimo,se eu cair vai ser um mica triplicado!

Fomos para uma de uns 6 metros, enrolamos até que não dava mais e fomos descer, começamos a ir bem, como iniciantes, de braços e pernas imóveis, mas pelo menos não caíamos...quase, bem, eu dei um jeito.

Eu me distrai em uma manobra que Bill fazia lá na outra e perdi o equilíbrio, acabei caindo de bunda na rampa e ainda escorregando até chagar ao meio. As outras duas coisas de que eu ainda chamo de amigas resolveram rir de mim e caíram também. Vivian desceu a rampa rolando até mim que já tinha começado a rir quando a Carol que ria por nós duas desequilibrou e veio descendo de barriga.

Nós nos entreolhamos e começamos a rir, mas assim, rir mesmo, eu tava tendo outro ataque de riso e todos pararam para nos ver, eu queria me esconder mas tava rindo tanto que nem conseguia me mexer, o estado ali era realmente caótico.

Depois disso, ficamos tentando mais trocentas vezes fazer o negócio direito mas na sétima vez que acabamos caindo, ficamos lá, rindo igual idiotas e deitadas na rampa, só esperando a tortura acabar. Meu corpo doía e eu nem fazia questão de levantar.

Chegou a hora de irmos embora, estávamos todos na limusine e fomos direto pra casa, eu não agüentava nada mais hoje, por enquanto.

Antes de descermos da limu, Artur nos parou.

-Amanhã vocês tem o dia todo livre, até mesmo pois depois de amanhã irão gravar um clipe novo. Descansem.

-Beleza!-comemorei, as outras ficaram aliviadas.

-Quem tá com fome aí?-Bill perguntou.

Todo mundo ali respondeu que sim.

-Uma pena, porque agente tá sem comida na geladeira.

Só mais uma frase da pessoa que ele já poderia se considerar um futuro defunto.Mas Gustav salvou a pátria.

-Vamos pedir pizza! Bill, entrou farinha no seu cérebro?

O garoto apenas deu de ombros e foi fazer o pedido.

Esperávamos  os meninos terminarem de discutir os sabores da pizza na sala.

-Eu quero ouvir música.-reclamei.

-Simples o inteligência rara.-Vivian pegou  o controle e colocou num canal onde só passava clipes.

Aos poucos fui esquecendo todo o meu cansaço e comecei a dançar na sala, que era imensa por sinal.

-Marina, de onde você consegue tirar tanta energia? Sério, você não é normal!-me disse Laura.

-hahaha, vem dançar vocês também!-convidei, aos poucos elas toparam e ficamos dançando igual a quatro bêbadas. Até tínhamos esquecido da vida, dançar é tão bom.

Estávamos em outro mundo pelo que parecia, perdemos a noção de tudo a nossa volta, até que algum infeliz resolveu falar:

-Tom, tem certeza que não deixou qualquer bebida alcoólica a vista?

Paramos de imediato, vimos quatro figuras estáticas nos encarando perto da porta, coramos de imediato.

-Tenho certeza que não Bill.

-A pizza já chegou?-perguntou Carol, mudando de assunto.

-Já, vamos comer.

Comemos em frente a TV, assistindo um filme, o filme era tão chato que eu olhava para o relógio só esperando que acabasse.

-Não está chato isso?- Bill sussurrou em meu ouvido e eu assenti. Então ele me puxou pela mão e saímos de lá sem nem sermos percebidos.

Fomos novamente para o meu quarto, ele ficou sentado na minha cama enquanto eu me arrumava no banheiro. Tinha já tomado banho, escovado os dentes e posto pijama, então voltei. Quando o vi ele estava vendo um álbum de fotografias minha, o de quando eu ainda era uma pessoa normal.

Me sentei ao lado dele e falei:

-Ás vezes me sinto como se ainda estivesse nesse tempo. Me levanto pensando que tenho de me trocar e ir pra escola, depois voltar com uma tonelada de lição, como uma pessoa normas que era antes.

Sorri de canto. Ele me fitou nos olhos.

-Você nunca foi uma pessoa normal Marina, sempre foi especial.

Eu corei um pouco, aí uma batida surgiu na porta,fiz menção de me levantar mas Bill foi mais rápido. Uma das empregadas trouxe uma bandejas com duas xícaras na mesma.Bill pegou a bandeja e fechou a porta.

-Chocolate quente?-perguntou.

-Sim, por favor. –peguei uma xícara, assim como ele e abandonou a bandeja na mesinha , se sentando de frente para mim.

-Minha mãe costumava a levar para mim no quarto quando fazia frio.-eu disse.-tudo isso acabou  quando deixei de morar com ela mais cedo que o previsto.

-Você sente falta?

-Depende, trocaria tudo por estar aqui agora, mas eu sinto muita falta de conviver com meus pás e meus irmãos, família é algo que eu tive que deixar pra trás a pouco tempo, não me acostumei totalmente com isso.

-Entendo, senti o mesmo ao sair de casa. Foi difícil, mas tinha parte de minha família, meu irmão, ao meu lado.

Tomei um gole da bebida e queimou minha boca por completo, larguei a xícara e comecei a pular na cama, tava queimando. Bill só ria, quando passou eu me acalmei e sorri amarelo, mas fazer o que? Aquilo era realmente quente.

-Queria fazer algo...-ele me disse enquanto me olhava atentamente, me deixava constrangida.

-Faz.-falei.

Ele tocou meu queixo e me puxou para mais perto dele, enquanto nos aproximávamos aos poucos um do outro. A distância entre nós começou a ficar cada vez menor, falavam milímetros.

-Queria fazer a muito tempo.-ele sussurrou, podia sentir o hálito dele invadindo minha boca.

Fechei meus olhos e ele fez o mesmo, selando nossos lábios com calma, minha barriga dava voltas, como um milhão de borboletas e em meu cérebro, eu já estava nas nuvens. Ficamos assim até que a língua dele pediu passagem e eu cedi, ficamos lá o maior tempo, queria que não acabasse nunca aquele momento, que simplesmente tempo congelasse ali, enquanto suas mãos afagavam  meus cabelos levemente, mas infelizmente eu sou humana, e preciso respirar. Terminamos o beijo com selinhos, ofegantes.

Ele sorriu de canto pra mim e eu corei. Ficamos algum tempo sem falar nada, até que o Tom falou que já estava indo dormir, nos despertando do transe.

-Boa noite. –ele sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar, riu um pouco e me deu um último selinho antes de sair.

Assim que ele foi eu me joguei na cama, perdida no meio das nuvens e adormeci em segundos, em meu sonho, só via ele.


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Notas finais do capítulo

Comecei a escrever esse cap. nem queria mais parar... deixem reviews é só o que preciso dizer.Bjus



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