Latin Girl escrita por JusBiebs


Capítulo 18
Eu... Eu me odeio. Sou uma idiota. A culpa é minha


Notas iniciais do capítulo

boa leituraa!!



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Me levantei correndo e subi as escadas; pensei que eu também iria tropeçar como o Jus, já que eu estava correndo de mais, e estava super desconcentrada. Minhas pernas estavam bambas e trêmulas. Por um momento, eu até desejei cair. Um sentimento de culpa estava começando a me corroer, e isso era a pior coisa que eu já havia sentido na vida. E se ele estivesse morto? Bom, a sua cabeça estava sangrando. Eu torcia pra que ele ficasse bem, para que o tombo não o tivesse matado e, principalmente, para que o corte não tivesse sido tão profundo e que desse tempo de eu avisar alguém e ele ir pro hospital antes de perder muito sangue.

Empurrei a portinha com força e dei a volta na piscina o mais rápido possível. Vacilei por um momento e cheguei a sentir a água me molhando: pura imaginação.

–SCOOTER!! - eu entrei na casa gritando. - CAROL! CHAZ! RYAN! - berrei, subindo as escadas - Merda! Porque ninguém me escuta? - eu disse parando em frente à porta dos meninos. Estava super ofegante e meu corpo parecia drenado. Não tinha mais força nenhuma: estava dominada por medo, culpa, preocupação e cansaço.

"Argh, que droga! Por que eles tinham que fazer uma casa tão grande?" pensei irritada.

–O que foi, senhorita? Posso ajudá-la? - o Ryan abriu a porta, antes mesmo de eu bater. Talvez ele tenha me ouvido gritar.

–Cala essa boca e pára de gracinha, imbecil! - eu falei. Minha voz nem saía direito.

–O que foi, Anne? - Chaz disse chegando na porta. Deve ter percebido minha cara preocupada e entendido que eu não estava pra brincadeirinhas.

–O Justin. - não precisou de mais nenhuma explicação.

–Onde ele está? - e então eu os levei até o local onde o Jus estava, correndo igual a uma louca e eles apenas me seguiam.

***

–Ah. Meu. Deus! - Carol falou assim que viu o... corpo? Já era apenas um corpo? Queria Deus que não!

Nenhum de nós teve a coragem de tocá-lo. Todos tinham medo do pior, e não sei se ainda nos restava esperança quando olhávamos para aquela pequena poça de sangue que se formava em volta de sua cabeça.

– O QUE VOCÊ FEZ, ANNE? - Chaz se virou para mim e eu pude ver fúria em seus olhos. Ele estava me culpando... E ele estava certo. A culpa era minha!

Eu nem o respondi, apenas desabei no chão ao lado do Justin e comecei a chorar. Não tive forças para permanecer em pé quando ele jogou a verdade na minha cara.

–Eu... eu... eu não... sabia... - eu comecei a balbuciar sufocada pelos soluços que me tomavam e pela culpa que me dominava.

–Chaz! - Carol o repreendeu e se ajoelhou ao meu lado. - Anne, todos nós sabemos que não foi sua culpa. Você não teria coragem de machucá-lo e nós sabemos disso. - ela tentou me consolar, mas não adiantou nada.

"Eles estão me defendendo... E eu sou culpada!" pensei e comecei a chorar mais e mais.

–Pára de defender essa idiota, Carol! Olha só pro Justin! É claro que a culpa foi dela! - o Chaz estava quase gritando - Se ela viu primeiro, e encontrou o Justin aqui, é claro que ela teve alguma coisa a ver com...

–Cala a boca Chaz! - o Ryan gritou - Droga! A culpa NÃO é dela! Por que a Anne faria isso? Se toca seu imbecil e liga logo pra ambulância, ou sei lá! Culpar a Anne, que é inocente, não vai adiantar nada e nem vai curar o Justin!

Chaz saiu dali bufando e eu o vi pegar o celular e o ouvi dizer algo em seguida. Mas não era conosco.

–Ryan... eu... a culpa é... o Chaz tá certo.. - eu não terminava minhas frases. Estava me sentindo culpada.

Normalmente, eu esmagaria o Chaz e o xingaria. Mas não dava. Eu estava me sentindo fraca e a culpa parecia me engolir e tirar qualquer tipo de força minha para defesa ou até mesmo para pensar. Eu estava ficando tonta e minha cabeça doía de tanto chorar.

Eu ainda chorava compulsivamente quando eles chegaram e levaram o Jus. A única coisa que me lembro é de terem confirmado que ele estava vivo. Depois disso, eu desmaiei.

POV Justin

Eu entrei e ela estava lendo as minhas músicas. A maioria contava nossa história. Não estavam prontas e nem boas; eram apenas rascunhos, pedaços de papel que tinha usado pra desabafar desde que descobri que estou apaixonado pela Anne. Era como meu diário, com notas musicais e rimas. Com refrões e palavras românticas. Um diário que apenas uma pessoa apaixonada saberia e poderia ler.

–Ótimo! Exatamente o que acontece comigo! - ouvi-a dizer, enquanto largava uma das folhas em cima da mesa.

Olhei para o chão. Perto dela, uma vasilha de pipoca. Ainda estava ali? Foi há um tempo que eu a trouxe pra cá, para ver o meu filme. O Scooter me surpreendeu e veio ver o filme comigo, mas nós acabamos fazendo uma guerrinha de pipoca, de tão infantis que somos.

Fui tomado por uma onda de curiosidade. Ela não estava surpresa pelo lugar, então pensei que já o conhecesse.

Sei que não deveria, que teria sido melhor me calar - contando com as consequências, que só mais tarde eu descobriria, eu nem deveria tê-la seguido: teria sido melhor esperar ela voltar pra casa e conversar - mas eu não pude resistir e resolvi parar de me esconder:

–Hey, quem te contou sobre esse lugar? - perguntei.

Vocês vão me dizer que eu deveria ter ficado quieto. Seria realmente melhor que ela jamais soubesse que eu sabia que ela estava ali e que ela tinha lido as minhas músicas - ou meu diário diferente, chamem como quiser. Se eu tivesse ficado quieto e me escondido, com toda certeza poderia conversar com ela mais tarde e, quem sabe, até mesmo ouví-la desabafar após ler os rascunhos.

–Hã. A Fada dos Dentes. Ela não deixou uma moedinha, mas um mapa de como achar esse... Buraco subterrâneo. - ela respondeu sarcástica. Urgh! Não sei como eu amo essa menina que só sabe ser chata comigo. Mas.. Dessa vez ela tem razão e motivo para se irritar.

–Engraçadinha. Sério, Anne, o que você esta fazendo aqui? - eu perguntei. Estava ficando mais curioso e irritado: por ela saber do meu esconderijo e por ela estar nele, respectivamente.

–Eu? Ah, terminando minha mais nova invenção, não está vendo?

–Nova invenção? - eu falei, tentando ver até onde ela chegaria, impulsionando-a a continuar. Ela não consegue se livrar de mim e eu gosto das suas desculpas. São engraçadas.

–Pois é, ela é uma máquina que deixa as coisas invisíveis. Por isso você não a vê. - o seu tom óbvio me deixou envergonhado: ela não estava tentando me enganar nem passar por cima e desviar das minhas perguntas, e sim zuar com a minha cara.

Cara, eu sou um burro.

–Ah. - eu falei apenas, torcendo para que a sensação de calor e queimação que eu sentia em minha face não fossem perceptíveis.

–Porque está lendo minhas anotações?

–Suas? - não, sua bobinha, são do Papa, são orações novas que ele está criando e me pediu para guardar.

–É, minhas. Claro que são minhas! De quem mais seria? - fui o mais educado possível. Mas minha vontade era de zuá-la até o último fiozinho de cabelo.

–Do dono desse lugar! - puta que pariu... Essa garota bebeu alguma coisa antes de eu chegar?

–Dã, o dono sou eu! - falei em tom de deboche, mas me arrependi totalmente.

–Hm, sério Bieber? – ela disse depois de ter rido rios da minha cara. Sua voz era totalmente debochada – Você tem um esconderijo subterrâneo ultra secreto?

Sua desgraçada! Eu gosto dele... Cala a sua boca que você não passa pelo mesmo que eu para falar da minha vida.

Respirei bem fundo para me acalmar e tentei não deixá-la ver como eu estava com raiva. Depois da raiva, veio a dor. A dor do real motivo por trás daquele esconderijo.

–É... onde eu fico quando preciso pensar ou ficar sozinho. - resumi a história o máximo que pude.

–Não pensou em fazer uma casa na árvore, não? - Ah, Anne...

–Tinha que ser escondido.

–Por quê?

–Porque eu sou Justin Bieber – tentei explicá-la e, de alguma forma, transmitir à ela o que eu sentia, pra ver se ela parara de zuação e me entedia – O mundo exige de mais de mim. Mídia, fãs, entrevistas, shows. Não posso sair com uma garota que ela recebe ameaças de morte. Não posso nem sair sozinho de casa que sou atacado, agarrado. Mal durmo de noite. E, são tão raras as férias, que ate mesmo nelas fico cansado. Todo mundo quer que eu seja uma pessoa: um santinho, uma pessoa esperta, um garoto talentoso. Todo mundo quer que eu seja incrível. E isso me drena totalmente. Tenho que agradar ao mundo todo e isso é impossível. Por isso, quando me sinto sufocado, quando estou sendo pressionado além do que aguento, quando chego ao meu limite... Eu venho pra cá, ficar sozinho, esquecer que eu tenho um bilhão de coisas pra fazer. Esquecer toda essa responsabilidade.Descansar, dormir, jogar videogame, escrever músicas, já que nessas horas eu me sinto muito inspirado. Enfim, esse é o meu... o meu mundo, só meu. É pequeno, mas é o único lugar na Terra em que eu faço o que quero. É o único lugar onde eu não sou o que todos querem e pensam que sou, o único lugar onde não tenho responsabilidades, onde posso relaxar à vontade e ser só um garoto normal.

Eu disse tudo em um segundo e acho que ela não conseguiu me entender. Me joguei no sofá.

Eu tive que tomar coragem e, apesar de estar chateado pelo assunto anterior, eu resolvi ir direto ao ponto.

***

–Nós... não temos nada. - havia me respondido. Doeu como um tapa, mesmo eu sabendo que era mentira. Se não tivéssemos, ela não estaria tão constrangida e nervosa.

Eu fiz uma proposta para ela: esquecer tudo. Mas ela não quis acreditar, e quando eu disse que gostava dela - o que é apenas a verdade - ela explodiu.

–Não minta pra mim! Você gosta de mim? Você gosta, e muito. Gosta de brincar comigo, isso sim! Em alguns momentos, você é o cara mais fofo e de repente, vira um louco, mal educado, safado, idiota! Urgh! Você só me faz chorar e ainda diz que gosta de mim? Cria vergonha nessa droga de cara e não minta! – ela estava prestes a chorar e sua voz já estava ficando falha, mas isso não me impediu de me irritar com o que ela estava dizendo. Estava me acusando de ser mentiroso e isso eu não sou!

–O QUÊ? – eu me levantei para poder encará-la melhor - VOCÊ É QUEM MUDA DE PERSONALIDADE A CADA CINCO SEGUNDOS! VOCÊ QUE GOSTA DE ME PROVOCAR O TEMPO TODO E DEPOIS FINGIR DE BOAZINHA! SUA... sua... – linda? O que eu iria dizer? Não dá pra xingá-la. Minha voz foi sumindo, uma onda de confusão me tomando.

–Então agora a culpa é minha? – não! Que merda, ela está entendendo tudo errado. Eu não queria culpá-la, apenas me irritei – Não olha mais pra minha cara! – disse magoada e se levantou, indo com pressa em direção às escadas.

Eu tinha que consertar a merda que eu fiz.

–Anne! Não... Anne, olha pra mim. Espera! Eu... não quis gritar com você. Eu gosto mesmo de você! Não faz isso comigo, por favor! Anne! - eu falei correndo atrás dela. Não deveria ter corrido tanto, nem me concentrar tanto nela e esquecer que eu estava nessa escada minúscula. Mas isso eu só fui perceber quando senti minha cabeça batendo com força sobre os degraus da escada e minhas costelas sendo arrebentadas, enquanto descia rolando as escadas. Quando bati no chão, senti um calor incrível vindo da minha cabeça. Era molhado e muito quente, talvez até aconchegante se não doesse tanto. A dor... Ah, como eu doía. Tudo: desde o dedinho do pé até o lugar em minha cabeça que estava molhada. Eu não consegui entender o que era que estavam jogando em minha cabeça; talvez eu tivesse caído em uma pocinha d'água.

–AH MEU DEUS! - eu ouvi uma voz linda perto de mim. Era um anjo, não era? Eu tinha certeza que era, mesmo não tendo forças para abrir meus olhos e olhar seu rosto - que com certeza era lindo -, eu sabia que apenas um ser divino poderia ter essa voz tão perfeita. Eu quis responder o anjo, mas não encontrei minha voz. Queria dizê-lo como minha cabeça doía, e queria pedí-lo para parar de me molhar. Mas, como se eu tivesse ingerido milhões de entorpecentes, eu não tive força. Me senti afogando, sendo dominado pela escuridão. Juro ter ouvido o anjo sussurrar meu nome, mas eu já estava longe dele: já havia sido puxado pelo cansaço e dominado pela dor que ficava cada vez mais insuportável. Dormir era uma ideia quente, acolhedora. Algo que com certeza não me deixaria mais sentir tanta dor. E eu me agarrei à essa ideia com todas as minhas forças e me entreguei ao sono. Talvez, um sono que durasse toda a eternidade. Mesmo sem saber se eu iria acordar novamente, eu quis desistir de lutar contra a dor e ceder ao cansaço.


~vocevaideixarumreviewseconseguirlerisso~



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Notas finais do capítulo

eu nem demorei dessas vez, então espero uma recompensa heein aushuahsuhaushuahs
sério, quando vi que já tinha 11 reviews eu disse: vou postar :D
vamos fazer assim: eu posto quando passar de 10 reviews, oks??? então vç aii leia e deixe um comentário porqe o cap vai sair mais rapido!
bjbj