Pov. Edward Cullen

Arremessei a bola, mas bateu no lado de fora da cesta e acabou não entrando.

- Merda – Praguejei baixinho já esperando o que estava por vir...

- Edward! Que merda é essa que você fez?!? – Bem, esse ai é o meu pai, Carlisle. Um homem educado, amoroso, e... Mentira!

Na verdade, ele é um homem arrogante, mesquinho, chato, e o pior... É meu pai.

Estava jogando basquete pelo meu time da escola, os Ravens.  Já tinha feito 26 pontos, mas quem disse que meu pai liga? Pra ele jogar bem é só 30 pontos pra cima.

Era um jogo importante dos Ravens, se ganhássemos, iríamos para o estadual, o único campeonato que meu pai não ganhou.

 Carlisle jogava nos Ravens há uns anos atrás. Formou-se e foi para a faculdade, mas acabou tendo uma lesão no joelho e teve que parar.

Voltei minha atenção ao jogo e peguei a bola – Ignorando a vontade de atacá-la na cabeça do meu pai – e arremessei de longe, fazendo mais três pontos.

- Tempo! – O treinador do time adversário gritou, nervoso.

Estava exausto, então fui me sentar no banco junto com meus colegas de time e peguei uma garrafa d’água.

- Edward, descanse – Mandou o treinador Whitey Durham percebendo meu cansaço e eu assenti.

Ele deu algumas instruções para o time e o jogo recomeçou.

- Jogou bem - O treinador disse enquanto se sentava ao meu lado no banco. O treinador Durham agia sempre como um pai pra mim, um pai que eu não tinha. Ele era meio roliço, baixinho, careca, devia ter uns 60 anos, mas era uma boa pessoa. – Você esta bem?

- Só um pouco cansado – Dei de ombros

- Não venha no próximo treino, ok? Você precisa descansar. Todo dia eu o vejo na quadra jogando.

- Há, fale isso pro meu pai – Disse, irônico. – Meu pai acha que eu estou deixando o basquete de lado.

- Seu pai é um idiota – Ri alto. Quando meu pai jogava nos Ravens, Whitey já era treinador, e os dois não vão com a cara um do outro. Nem sei o motivo, mas meu pai sempre disse para não ouvir Whitey, o que ele não sabe é que eu não ouço ele. – Aproveite para descansar. E nada de festas

- Sim, senhor. – Por reflexo, olhei para a arquibancada e vi meu pai me olhando com uma cara MUITO feia.

É, eu estava definitivamente ferrado.

POV Bella

-Ei, Bells – Ouvi Lucas, meu melhor amigo, me chamar. – Por que você não vai pra casa? O café esta sem movimento algum.

Lucas era quase eu irmão pra mim. Nasci e cresci com ele, nossos pais são muito amigos e nos damos super bem. Ele é um menino gentil, carinhoso, generoso, mas sei que no fundo ele é triste.

Karen, sua mãe, foi abandonada pelo namorado assim que ela contou que estava grávida. Assim, Lucas cresceu só com a mãe e com os meus pais, que o acolheram como se fosse filho deles.

Não sei se ele quer conhecer o pai, se ele tem raiva, ou se o perdoa por tudo. Nunca falei disso com ele.  Tenho medo de que ele fique chateado comigo.

- Ok – Concordei. Trabalhava no café da Karen. Já era noite, mas ainda estava lá arrumando as coisas.

- Mas antes, você pode vir aqui comigo? – Ele Indagou.

- Hm, claro. – Ele subiu as escadas que davam para o telhado do café. Limpei as mesas e logo o segui.

Assim que subi, me deparei com o lugar parecendo um mini-campo de golfe, cheio de luzes coloridas e decorado.

Imediatamente me lembrei o que isso queria dizer.

- Você se lembra – Sorri, maravilhada.

- Claro que sim.

Quando éramos pequenos, Lucas e eu tínhamos um mini-campo de golfe no quintal da casa dele, mas quando crescemos, sua mãe tirou.

- Por quê? – Indaguei, confusa.

Ele veio até mim e explicou

- Eu só queria me lembrar de quando éramos crianças. – Ele sorriu de lado – Sabe Bells, tenho muita sorte de ter você como melhor amiga. - Retribuí o sorriso. - Você é quase uma Irmã pra mim. Uma Irmã que eu nunca tive.

- Por que você esta falando isso, Luke? – Perguntei. Lucas quase nunca era sentimental.

- É que... Eu queria te perguntar uma coisa e queria saber a sua opinião sobre isso.

- OK, o que é?

Ele respirou fundo e falou de uma vez

- Quero conhecer meu pai, Bella.

Pov. Edward.

Ganhamos o jogo e teve uma festa do time, que eu não aceitei ir. Estava cansado desse tipo de festas. Você bebe, transa e acorda com alguém que você nunca viu na vida. Pode até parecer legal, mas quando você faz isso quase todo dia, uma hora cansa.

Assim que entrei em casa, dei de cara com meu pai sentado em sua poltrona, bebendo um capo de uísque e vendo algo na TV.

- Boa noite, pai – Me sentei no sofá. Reparei que ele via meu vídeo de quando eu era criança, quando eu fiz minha primeira cesta. Eu devia ter uns quatro anos na época – Por que esta vendo isso?

- Estou lembrando de quando você jogava bem. – Respondeu sem tirar os olhos da TV.

Suspirei e me controlei.

- Pai, eu fiz 29 pontos hoje.

- Sabe, quando eu joguei contra esse time, fiz 34 pontos – Ele me olhou de lado – É por isso que eu falo que você nunca vai me superar.

- Eu vou te superar – Prometi a mim mesmo.

Ele riu, achando graça.

- Não, você não vai. Sabe por quê? Porque você não tem garra o suficiente. EU alcancei um desempenho que não vai alcançar porque não se dedica como eu.

Levantei-me do sofá, irritado demais.

- Entendo o porquê a mãe passa mais tempo viajando do que em casa. Não conseguiria viver com você durante tanto tempo – Saí e lá deixando meu pai boquiaberto.

Fui para meu quarto e me joguei na casa suspirando alto.

Estava cansado do meu pai mandando em mim, me deixando pra baixo.

Eu sou melhor que ele e sei disso. E faria qualquer coisa para provar.