Closer: perto Demais escrita por Anny Taisho


Capítulo 8
Inside my mind




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Ato VIII – Inside my mind

Um milhão de informações fervilhava na mente de Integra, não sabia o motivo, mas estava muito assustada. Seu coração estava disparado e sentia muito medo misturado com desespero, talvez? Jamais sentiu algo assim, tudo o que queria era se esconder, se proteger, não tinha controle sobre si mesma e isso não era algo habitual.

Entrou no quarto em que estava hospedada o mais rápido que conseguiu e foi para sua parte mais escura, no encontro de duas paredes e sentou-se no chão, tirou os óculos de lentes redondas e começou a massagear as têmporas. O que era aquilo? Por que estava tão assustada, não havia motivo algum para isso, estava segura ali, nada lhe faria mal, nada podia alcançar-lhe na torre marfim que a circundava.

Estava tão atordoada que não notou Alucard entrando no quarto e fechando a porta atrás de si para não dar chance a nenhum curioso. O vampiro caminhava calmamente, com certo receio, não sabia o que estava acontecendo, a mente de Integra estava uma confusão. O vampiro não conseguia situar-se bem, eram imagens em cima de imagens e uma frase que ecoava no fundo da mente dela:

“Teu sangue vai levá-lo ao êxtase e você perdendo os sentidos pouco a pouco será a cena mais esperada, tua morte será o ponto alto desse drama. E quando Vlad macular essa linha tênue entre a pouca sanidade que lhe resta e a loucura, ninguém sabe o que acontecerá ou no ele se transformará...”

O mestre da noite não gostava nada daquilo, pois agora, mais do que nunca, tinha certeza de sua ligação com sua mestra. Integra estava sendo jogada num mar de lembranças que não lhe pertenciam, lembranças de séculos passados, de um passado que não deveria voltar.

- Mestra... – disse um pouco incerto da reação dela –

- Saia daqui, Alucard... Minha cabeça está latejando! – disse com a voz um pouco incerta –

- Se acalme, Integra, se acalme e oriente seus pensamentos. Tudo isso vai passar se você se acalmar. – o vampiro se ajoelhou a frente de sua mestra –

- Eu não consigo, é mais forte do que eu! Minha mente fica repetindo e repetindo essas imagens... Pare com isso, Alucard.

- Não estou fazendo nada, Integra, é a sua mente. Tem que se acalmar... – o vampiro tocou o rosto da Hellsing fazendo-a olhá-lo –

- Por que isso está acontecendo comigo? Qual sua relação com isso tudo? – Integra não conseguia olhar o vampiro nos olhos, lhe deixava ainda mais nervosa –

- Olhe para mim, Integra, me fale o que está te atormentando, eu não consigo entender seus pensamentos, estão muito confusos.

O vampiro segurava o rosto de Integra, mas ela mantinha os olhos fechados. Aquelas palavras não paravam de ecoar em sua mente, atormentando seu coração. A dama de aço sentia-se acuada e com raiva ao mesmo tempo, sua cabeça doía profundamente, tambores rufavam contra sua caixa craniana. O que demônios estava acontecendo consigo mesma? Não conseguia raciocinar direito...

- Abra os olhos, Integra, olhe para mim. – a voz melodiosa de Alucard fez com que não conseguisse manter as pálpebras fechadas – Deixe-me entrar em sua mente e acabar com essa tempestade.

Os cílios longos e louros da mulher levantaram-se revelando a profundidade dos olhos infinitamente azuis da Hellsing, e ao contrário do que imaginava não sentiu pavor ou vontade de correr, os olhos carmesim pareciam chamá-la para as profundezas das milhares de almas que compunham aquele ser a sua frente.

E havia algo novo, algo que Integra jamais imaginou, algo que não era capaz de imaginar vir dele. Aquela criatura das trevas estava ligada à sua alma de maneira tão intrínseca que naquele instante chegava a duvidar que fossem duas pessoas, podia sentir ele entrando em sua mente e lendo seus pensamentos mais profundos, estava permitindo que ele ultrapassasse uma barreira que sempre fez questão de manter inabalável.

Os olhos vermelhos eram como uma poça de sangue em que queria e poderia se jogar até se perder nos confins da mente dele. Afinal de contas, quem era Alucard na verdade? Quais eram os motivos que o guiavam? Qual era sua história?

Aquilo tudo estava muito intenso, não podia mais agüentar, não podia mais permitir que ele a invadisse daquela maneira, mas aqueles olhos a deixavam sem ação como o veneno mais perigoso que entorpece sua vitima fazendo com que ela perca lentamente os sentidos até perecer...

- Já chega!! – a Hellsing tentou se levantar, mas quando estava na metade do caminho ouviu a voz de seu servo –

- Feche os olhos e descanse.

E aquilo foi como uma ordem, seu corpo desfaleceu e caiu para frente sendo amparado por um dos braços do vampiro. Alucard demorou alguns momentos para tomar ciência e pegar sua Condessa no colo como deveria, depois que ela abriu os olhos e permitiu que ele entrasse nos confins de sua mente ele assistiu uma cena da qual não tinha ciência, não era como as outra memórias que também eram suas, aquilo era dela e somente dela.

Por fim, a colocou sobre a cama com cuidado. Retirou seus sapatos e toda aquela roupa vestindo a camisola que ela estava usando para dormir nesses dias, naquele instante não havia cobiça sem seus atos, estava apenas cuidando para que quando ela voltasse a abrir os olhos, aquilo tudo não passasse de um sonho ruim.

- Durma bem, Condessa.

Disse por fim e beijou de leve os lábios castos da mulher.

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Assim que colocou os pés no corredor deu de cara com os dois humanos que provavelmente iriam ver o que estava acontecendo. Não tinha como apaziguar aquela situação, teria de hipnotizá-los, deu-lhes as mesmas lembranças que deu a Integra e cada um foi para seu quarto.

O vampiro saiu da grande mansão e materializou nas profundezas da floresta mais próxima, trilhando um caminho que já conhecia de muito tempo atrás até o castelo Poenari, ou melhor, suas ruínas. Podia ver ainda com clareza as imagens daquele lugar quando o mesmo ainda era uma fortaleza, a sua fortaleza, o lugar onde toda a desgraça de sua existência tomou sua forma final.

Se ainda respirasse, suspiraria profundamente, estava muito chocado com as cenas que viu dentro da mente de Integra, juntamente com as memórias que ela andava tentando ocultar. Aquilo estava mesmo acontecendo, todo aquele lugar deveria estar agindo como gatilho...

Pegou dentro do bolso da calça social um pequeno aparelho com transmissão via satélite e fez uma ligação para a sede da Hellsing. E logo a voz do velho Walter ecoou nos ouvidos do vampiro.

- Alucard-sama? – Walter parecia surpreso – Aconteceu alguma coisa?

[- Walter, nós ainda temos os registros sobre Mina de quando o Van Hellsing a levou de volta da Romênia?

- Creio que sim, Alucard-sama, eu tenho guardado esses documentos a sete chaves desde que Arthur-sama decidiu que eles eram desnecessários.

[- Ainda bem que não os destruiu, quero que os mande para mim e que não conte a Integra sobre isso.

- Por quê? Por que Integra-sama não pode saber?

[- O velho Van Hellsing deve estar se revirando no túmulo, eu reencontrei minha condessa depois de mais de cem anos. – o vampiro riu sardônico –

- Mas eu achava que... Espere, o que isso quer dizer realmente?

[- Não se lembra de quando eu acordei dos sonhos que a Integra teve? Você mesmo levantou algumas suspeitas.

- Mas o senhor disse que era a ligação psíquica entre mestre e servo se formando.

[- E era de certa forma, mas nem sempre ela sonhava com as minhas lembranças, e isso não vem ao caso agora. Eu quero esses documentos para ver umas coisas... Talvez agora eu consiga compreender muita coisa.

- Alucard-sama... – a voz do mordomo falhou – A menina Integra realmente... Isso pode acontecer?

[- A neta do homem que mais me odiou traz consigo o legado do pecador, irônico não?

- Traga-a de volta, Alucard-sama, eu sei o que ela vai acabar encontrando ai e isso não é algo que a menina Integra precise saber.

[- Como se eu pudesse, ela colocou uma ideia na cabeça e nada vai tirar. Eu não posso fazer nada...

- Eu vou mandar os papéis e cuidado Alucard-sama, não queremos que nada de ruim aconteça.

[- Não se preocupe, Walter, nada ruim vai acontecer com a minha condessa enquanto eu estiver ao seu lado.

O Vampiro desligou o telefone e olhou para a lua cheia, existem coisas que devem continuar mortas e enterradas, Integra não precisava perder sua crença no nome Hellsing, porque no final tudo, o passado não passava de uma triste história de amor.

Hellsing----0-----Hellsing----0---Hellsing----0-----Hellsing----0-----Hellsing

O dia amanheceu muito confuso para todos aqueles que se encontravam na mansão. Todos acordaram com uma estranha sensação de uma noite conturbada, mas tudo o que suas mentes mostravam foi que após aquele momento de dança, sentaram-se um pouco para beber licor e depois de uma conversa amena. Todas aquelas imagens que Integra vira nos olhos azuis de Ivan pareciam não passar de apenas mais um sonho estranho como tantos outros que já tivera.

A loira olhou para a cama e tateou as roupas que usava, tinha mesmo ido para cama sozinha, apesar de os confins de sua percepção denunciarem que aquelas imagens de paz e calmaria eram falsas. Levantou-se e foi para o banheiro fazer sua higiene matinal. Vestiu uma saia lápis até os joelhos preta, uma regata branca de alças finas e uma camisa de tecido branco translúcido de mangas longas, e sapatos de salto meia pata de ponta redonda. Não conseguia se acostumar mesmo com aquelas roupas.

Desceu as escadas e encontrou Elizabeth e Ivan tomando café e conversando sobre a noite anterior. Tomavam chá e comiam pão com um yogurte de ervas finas, aqueles dois pareciam acordar sempre no mesmo horário, sempre que chegava em algum lugar os via juntos.

- Bom dia. – Integra sentou-se a mesa – Acordei tarde?

- Não, acho que acordei cedo demais, recebi uma ligação e vou ter que ir a cidade vizinha, não temos um cartório aqui. Hoje não poderemos trabalhar nos diários, mas Ivan pode levá-la para um tour pela cidade. – ela levou uma xícara aos lábios –

- Não, tudo bem, vai ser bom mesmo fazer um pouco de turismo. Antes de ir embora gostaria também de poder conhecer as ruínas do castelo Poenari, ouvi dizer que são lindas.

- Eu pensei que gostaria, Integra-san, por isso já providenciei um guia, mas só para daqui três dias. Espero que não se importe.

- Oh não, por mim está ótimo. Problemas de negócios? – Integra tentava manter um diálogo –

- Uma coisinha com uma escritura, nada demais, mas eu tenho que ir pessoalmente. Gostaria mesmo de trabalhar nos diários hoje, quem sabe a noite... Jonathan-san será que não vai levantar?

- Não sei. Não passei pelo quarto dele quando desci.

– a morena virou-se para Ivan – Está calado, Ivan, o que foi?

- Nada, apenas me perdi em alguns pensamentos... Sobre o que falavam? – o homem levou um pedaço de pão a boca –

- Amenidades, não é Integra-san? – foi uma pergunta retórica – Mas mudando de assunto, comentei com Ivan mais cedo sobre como dançava bem...

- Realmente, foi um momento muito agradável, senhorita Integra. Me senti quase num baile em Versalhes...

- Não é para tanto, fiz algumas aulas de dança na adolescência, mas o par também ajudou bastante. Também dança muito bem.

- Eu sempre gostei de danças de salão, principalmente as mais antigas, durante minha graduação em História uma das matérias que mais gostei foi a Revolução Francesa. Versalhes me encanta com toda sua história de festas e nobreza... Eu conheci quando fui a França.

- Eu conheci Versalhes na minha infância e fui algumas vezes lá no início de minha adolescência. Realmente um lugar que vale a pena ser visitado.

- Bem, eu tenho que ir ou não conseguirei voltar hoje. Tente não ser inconveniente, Ivan, não quero que meus hóspedes deixem a Romênia com uma impressão ruim de certos nobres desocupados.

- Estava demorando para começar com as implicâncias... Até parece uma criança, às vezes, Lizzie. – o conde sorriu sinicamente –

- Você me dá nos nervos, Ivan, por que mesmo que o recebi em minha casa?

- Porque no fundo você não vive sem mim.

- Oh claro, assim como durante a Revolução Francesa não houve derramamento de sangue.

Elizabeth levantou-se e saiu da mesa deixando apenas Ivan e Integra tomando café. Foram alguns minutos de silêncio até que se levantaram para ir à cidade dar uma volta. Assim que saíram de casa, o moreno ofereceu cordialmente o braço a Hellsing que com alguma hesitação aceitou.

Tigorviste era um lugar muito simples que parecia ter parado no tempo. As mulheres usavam vestidos longos e lenços nos cabelos negros. Algumas crianças corriam pela rua brincando completamente alheias às histórias que circundavam aquele lugar. A Hellsing notou que algumas pessoas mais velhas que estavam sentadas a porta de casa ou à janela se retiraram ao verem-na caminhar por ali. Não pareciam gostar muito de terem-na visto.

- Acho que não gostam muito de visitantes. – comentou a hellsing –

- São pessoas mais velhas que acreditam em superstições que para nós soam inacreditáveis... Não os leve a mal.

- Não estou levando, é apenas um pouco constrangedor o jeito que alguns me olham.

- Não se atenha a coisas tão pequenas, Integra-san. – ele aponta – Está vendo aquele conjunto de casas? São do inicio do século XIX a última vez que esse lugar se modernizou, acho que se não fosse a influencia do Ocidente, antes de fecharmos as portas da diplomacia esse lugar ainda seria muito parecido com um feudo do século XIV.

- São muito rústicas, de uma beleza simples... Na verdade, todo esse lugar é.

- Nós temos aqui uma pequena Igreja Católica, mas está em reformas, uma pena, acho que gostaria muito de conhecê-la... É da Católica, não?

- Protestante, assim como oitenta por cento da população Inglesa, não nos subordinamos a autoridade do Papa, mas você deve saber disso.

- Oh claro, que gafe! É que não sou muito ligado a religião alguma, depois de cursar história se torna difícil manter uma fé... – o homem sorriu para algumas jovens moças que passaram ao seu lado – Não me leve a mal, não sou ateu, apenas não acho que preciso estar ligado a religião alguma para crer em Deus.

- Tenho que concordar, a história das religiões realmente coloca a fé de muitos estudantes em cheque. Eu mesma aprendi a falar latim para traduzir por mim mesma documentos do período de domínio da Igreja.

- Eu tentei, mas tenho que admitir que não me animei, preferi estudar uma língua viva. Mas quem sabe um dia...

Os dois continuaram a caminhar até que chegaram a praça principal da cidade, de lá seguiram para algumas lojas que ali havia. Ivan indicou uma joalheria antiga, a única da cidade e que tinha mais de cem anos, os donos eram de uma família muito antiga da região de ciganos.

Assim que entraram um homem na casa dos quarenta e de cabelos bem escuros os atenderam de maneira simpática. Aparentemente já conhecia Ivan e trocaram cumprimentos e palavras de cortesia. Logo depois os olhos do senhor chegaram a figura de Integra, conversou com ela em Romeno e tudo o que a loira pôde fazer foi sorrir demagogicamente, Ivan tratou logo de esclarecer que a Hellsing não falava romeno.

O senhor riu da própria gafe e logo começou a falar em um inglês bem rústico. E esse não irritou a Hellsing ao contrario do daquele cão de guarda que os seguiu, na verdade, era interessante. Aquele homem deveria ser de uma das primeiras gerações daquele lugar que se preocuparam com o mundo fora daquela vila. Simpaticamente ele se apresentou e disse que já parecia tê-la visto antes, sua figura não lhe era estranha.

Integra foi educada e disse que era impossível já que era a primeira vez que ia a Romênia. O homem riu e disse que deveria estar confundindo as coisas e logo depois começou a mostrar as peças, mas não para venda e sim as antigas de mostra. Ivan provavelmente tinha pedido isso.

Haviam coisas realmente interessantes ali, o lugar era demasiadamente simples, mas as peças que continha eram dignas de qualquer grande joalheria Inglesa tradicional. O homem explicou que muitas das peças eram da corte de um príncipe que ali vivera e que muitas coisas acabaram sendo doadas no decorrer dos anos para museus do país. Era mais seguro e também podiam ser contempladas por mais gente.

A filha de Arthur experimentou um anel de ouro branco cravejado de esmeraldas, não gostava dessas coisas, por isso, por mais que a peça tenha lhe caído extremamente bem não usaria jamais. No entanto, o aniversário da rainha seria dentro de alguns meses e a velha majestade gostava muito dessas coisas. Olhou mais algumas outras peças e por fim resolveu levar um anel, mas não o primeiro citado e sim um ametistas.

Não havia trazido dinheiro vivo, mas o homem aceitou um cheque e fez um belo embrulho. Walter não teria mais que correr Londres atrás de um presente para o baile em que seria obrigada a ir. Conversaram mais um pouco sobre a história da região e quando Ivan citou a palavra pricolic, o tão gentil senhor afastou-se de súbito e disse que essas coisas eram crendices que não valiam assunto.

O homem ficou aparentemente muito nervoso, passou uma da mãos sobre a fronte calva e deu uma risada nervosa mexendo em algumas jóias ainda inacabadas. E nesse instante, o casal achou melhor ir embora, não queriam deixar uma má impressão. Já estavam saindo quando uma velha mulher saiu da parte interna da loja que ficava atrás do balcão. Parecia ter mais ou menos uns oitenta anos. Seus cabelos eram totalmente grisalhos e longos presos numa trança, trazia também um lenço vermelho nos cabelos e vestia uma roupa típica da região.

Entrou falando alguma coisa com o homem que aparentemente era seu filho em um romeno muito rápido e preciso, se quer tinha notado que haviam pessoas ali, somente quando o filho indicou que haviam pessoas na loja foi que ela os olhou. Seus olhos negros se arregalaram ao verem Integra e ela começou a falar de maneira muito enrolada. Os dois começaram a brigar. Ela falava e apontava para Integra, estava muito nervosa, e dizia muitas, muitas coisas de uma vez.

A Hellsing olhou para Ivan como quem perguntava o que estava acontecendo e ele disse sob o fôlego para sua acompanhante:

- Estão discutindo em um romeno muito antigo, eu não consigo compreender muito bem... Eles falam sobre uma jóia e uma profecia... – o moreno parecia perplexo aos olhos de Integra –

- Não é melhor irmos então? – indagou a Hellsing –

Ivan demorou alguns segundos para responder à Hellsing, estava muito concentrado nas duas pessoas que agora já discutiam quase aos gritos. A velha senhora voltou para a parte mais profunda do lugar que ficava atrás de uma porta e então, o conde virou-se para Integra e a pegou pelo pulso num ato instintivo puxando para fora.

- Vamos embora.

Normalmente, Integra faria uma cara feia e provavelmente, por reflexo, bateria no infeliz. Mas ele não parecia fazer aquilo por mal e também queria sair daquela joalheria, a loja antes tão aconchegante passava uma impressão ruim para a Hellsing. Os dois caminhavam a passos largos pela rua, se afastando rápido do lugar.

Ivan não tinha compreendido tudo, o romeno que a velha senhora usava era de um dialeto antigo da região, que Elizabeth conhecia e falava, mas o pouco que compreendeu tinha como assunto um papo muito estranho sobre “ela” estar de volta, sobre a lenda de um príncipe que vivera ali a muitos séculos e que com ela de volta a história finalmente poderia ter um final. Sobre um círculo vicioso que finalmente se desintegraria.

Não sabia o motivo, sentia-se assustado e acuado, isso mesmo... Acuado, alguma coisa no olhar daquela velha o fez sentir-se acuado como se ela soubesse de alguma coisa que ele queria esconder.

Já estavam na metade da praça como que por um passe de mágica aquela cigana apareceu segurando o braço de Integra e olhando-a diretamente nos olhos começou a proferir uma infinidade de palavras romenas. Os olhos da Hellsing se arregalaram e mesmo sem entender nada não conseguia se mexer para assim se desvencilhar daquilo, parecia que estava hipnotizada.

A velha cigana colocou algo na mão de Integra antes de seu filho aparecer e pedir desculpas levando-a dali. Ele não viu o que Integra tinha entre uma das mãos e não conseguia conter uma frase que a mulher repetia indefinidas vezes.

Estava completamente fora do mundo quando mexeu os lábios para perguntar ao seu acompanhante o que tinha acontecido. Ele também estava perplexo demais para conseguir encontrar uma explicação racional para a cena vivida.

Se encaram e foram embora para casa, não tinha mais clima nenhum de passeio. Integra abriu a mão e olhou para o relicário com um dragão e incrustado de rubis, ela conhecia bem aquela peça, era a mesma que aparecera em suas lembranças algum tempo atrás.

Sentiu o peito se apertar de uma maneira estranha como se estivesse sufocando. O que raios estava acontecendo naquele maldito lugar?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gente!!! Desculpe a demora, mas é que tava meio ligada em utra fic!!! Mas depois de muitos pedidos e comentários maravilhosos cá estou eu com mais um cap de fic para vocês!!! Esperando comentários e super kiss kss para minha fukutaisho e para Jenn!!!!
Sorry se houver algum erro não tive muito tempo para revisar!!
Kiss kiss



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