Closer: perto Demais escrita por Anny Taisho


Capítulo 6
Cobiça




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Ato VI: Cobiça

(...)

Let your mind start a journey

through a strange new world.

Leave all thoughts

of the life you knew before.

Let your soul take you where you

long to be...

Only then can you belong to me.

(...)

The music of the nigth

Nightwish

A cobiça é um pecado. Cobiçar a mulher de outro, um pecado maior ainda. Agora, cobiçar a razão de viver do próprio irmão não tem sequer uma definição. Mas era esse o sentimento de Victorios, o irmão mais novo de Vlad. E o sentimento sobre a plebéia que agora vivia no palácio como a futura rainha da Wallachia estava muito além de que qualquer atração ou amor. Era simplesmente injusto, tudo sempre fora para seu irmão.

Como primeiro filho, Vlad seria o rei da Wallachia. Sempre fora muito habilidoso com as armas, os combates e até mesmo nos estudos. Todos conheciam-no, e  por mais que sua fama de louco corresse os quatro cantos da Romênia, todos de certa forma o admiravam. E ele? O que o segundo filho tinha além de ser a sombra do irmão mais velho?

Nunca o que fazia era o bom o suficiente, afinal, em algum momento o irmão já tinha feito melhor, ou antes, ou melhor e antes. Quando o pai entregou-o aos turcos como forma de provar que não estava preparando nenhuma armadilha com relação ao inimigo em comum que tinham no período, Victorios não passava de fedelho que ainda mal andava.

No entanto, fora criado como primogênito, ninguém acreditava que Vlad sobrevivesse aos infiéis. Mas ao que parece, apesar de prisioneiro, o príncipe e herdeiro por direito do trono fora tratado ‘bem’, tomando por comparação o que acontecia com os prisioneiros de seu carcereiro. E assim aprendeu as técnicas de tortura e guerra que tanto o faziam famoso agora. Voltou quinze anos depois...

E Victorios teve que abaixar a cabeça e aceitar sua posição como segundo filho. Não haveria problema caso nunca tivesse conhecido o gosto do outro lado da história, mas ele conhecia o gosto de ser o primeiro filho. Havia sonhado em ser o Rei. Toda a glória que recaia sobre os ombros de Vlad deveria LHE pertencer. O que garantia que aquele homem era realmente Vlad III? Foram quinze anos em terras infiéis, quem garantia que aquele não era um infiel, ou mesmo que o próprio herdeiro do trono houvesse se convertido já que na Turquia fora criado?

Tudo isso seria mais que suficiente para odiá-lo, mas ainda tinha mais. Tinha aquela plebéia de olhos claros e cabelo dourado... Não era nobre, nem Romena de sangue. Era uma qualquer que por puro capricho ele transformaria em princesa. Aquela maldita infeliz que andava pelos corredores do palácio maravilhada com tudo e ao mesmo tempo baixando os olhos diante de si. Se fosse uma nobre não faria isso. Se tivesse estirpe não se atrapalharia com os talheres. Não teria aquele ar de criada.

Sempre olhando devotada para o noivo, sempre sorrindo de canto quando ele saia de perto após lhe fazer um afago, sempre esperando que ele atravessasse os portões do castelo após uma batalha, sempre cuidando de suas feridas de guerra, sempre esperando olhando o mundo por aquela maldita janela de seus aposentos esperando vê-lo retornar para suspirar aliviada...

Catherinne, nem se quer seu nome era Romeno, como queria que ela deixasse de existir. Seria capaz de fechar as mãos em torno de seu delicado pescoço apenas pelo gosto de vê-la perder o viço pouco a pouco. Odiava a risada dela. Odiava tudo nela. Odiava-a tanto que a queria para si...

Queria possuí-la da mesma maneira que Vlad fazia após voltar de suas batalhas, afinal, não acreditava que após um ano de trazida da vila ela ainda fosse virgem. Claro que não, seu irmão já deveria ter arrancado a inocência da futura rainha há muito tempo... Mais uma coisa que jamais poderia ter.

Estavam dançando agora, maravilhando a todos com a perfeição dos passos e do ritmo perfeito que tinham. Ela rodopiava e era tirada do chão... Sua risada era contagiante, os cabelos áureos voavam espalhando o maldito perfume de flor do campo pelo recinto, ela não tinha medo algum do noivo... A maioria das moças que já vira nos braços do irmão sempre pareciam receosas, mas ela apenas se divertia causando deleite em Vlad.

Seus olhos verdes encaravam de uma maneira intensa... Os olhos de pecado, os olhos de cobiça, os olhos que a intimidavam. Quando as safiras encontraram as esmeraldas Catherinne se assustou e errou o passo caindo. Tinha medo de Victorios, o olhar dele sempre a assustava e ele estava sempre observando-a.

Olhos de predador... Olhos de obsessão... Sem dúvida ele era um pecador pronto para atacá-la!

Integra abriu os olhos e suspirou fundo. Que pesadelo estranho... A Hellsing olhou para o relógio que havia na mesa de cabeceira e mesmo sem seus óculos notou que a muito já passava das dez da manhã. Droga! Ficar acordada durante a madrugada fizera com que dormisse demais.

A Hellsing não estava acostumada a cometer esse tipo de deslize e ainda mais estando de hóspede. Levantou rápido, tomou banho e vestiu-se. Estando ali achou que seu usual terno era pesado demais, não cabia naquela situação, chamaria com certeza mais atenção do que queria destoando tanto do esperado. Walter logicamente tinha preparado uma mala completa, sua eficiência era excepcional.

Optou por uma calça de alfaiataria mais leve e risca de giz com cintura levemente mais alta, uma regata branca por dentro da calça e sobre essa uma camisa de tecido fino quase transparente com seus botões de madrepérola fechados até o ultimo... E sapatos de salto, os odiados sapatos de salto que nem sabia que tinha. Não eram muito altos e eram na verdade se trata de uma sandália que cobria o peito do pé. Integra tinha certeza de ficaria com calos nos pés, mas isso não importava muito, estava com pressa. Saiu do quarto e seguiu até a cozinha onde Avah lhe disse que a patroa estava no jardim tomando refresco com o Conde Konmenos.

Alucard deveria estar no galpão onde seu caixão estava enquanto todos achavam que ele estava dormindo comodamente em seu quarto. Não demorou muito para que a Hellsing avistasse o casal. Elizabeth estava sentada de modo que a viu se aproximar, a mulher sorriu e acenou enquanto falava com o homem que estava de costas.

Ao se aproximar a figura masculina levantou-se da cadeira e virou-se para Hellsing. Ivan era um homem de quase um e noventa, imaginava Integra, esguio, com cabelos negros e lisos que iam até o meio das costas, olhos curiosamente azuis, traços faciais bem definidos de uma simetria quase anormal.

- Finalmente nos conhecemos, miss Hellsing, Elizabeth falava da senhorita agora mesmo. – ele abaixou-se e beijou a mão pequena de Integra –

- Conde Konmenos, é um prazer conhecê-lo. – disse Integra querendo ser educada, não gostava daquele ‘cavalheirismo’ exacerbado –

O moreno puxou cadeira para que a Hellsing se sentasse e logo após voltou a sua cadeira. Um dos criados serviu café preto e a loura provou um pouco de pão com iogurte natural com ervas. Voltaram a conversar amenidades e a Integra pôde notar uma certa intimidade entre os dois outros membros da mesa, parecia que não era o primeiro contato de tinham.

- Eu queria estar aqui para recepcioná-la miss, no entanto, me entretive demais caçando com alguns amigos que já voltaram a Bucareste.

- Caçando? – indagou a interlocutora –

- Caçando raposa, imagino que conheça o esporte, mas tudo completamente dentro da lei.

- Um esporte terrível, se me permite dizer, Ivan. – Elizabeth soltou a fumaça de seu cigarro pelos lábios – Tantos outros esportes que poderiam praticar, mas maltratar pequenos animais que não lhe causam dano algum parece muito mais interessante.

- Eu também acho seus cigarros terríveis querida, Liza, e esses sim causam bastante dano. Não acha miss Hellsing?

Os olhos azuis de Ivan chegaram até Integra.

- Na verdade, também fumo, então não tenho muito o que falar.

O conde imediatamente ficou sem graça arrancando um contido riso de sua amiga.

- Bem... Isso me deixou em uma situação bem constrangedora. – o moreno levou a mão aos cabelos ajeitando o rabo de cavalo rente a nuca – Liza, você faz essas coisas de propósito.

- Eu não tenho culpa de seu falso moralismo, deveria pensar em suas noitadas antes de criticar meu único vício. – Um sorriso brotou nos lábios da historiadora –

Integra olhou curiosa para o Conde.

- Desse jeito sua convidada vai achar que não passo de um riquinho mimado e bon vivant.

- E não é? – o sorriso aumentou consideravelmente –

- Desculpe, mas vocês já se conhecem? – a Hellsing não está nem ai para a vida alheia, mas aquele casal aguçou sua curiosidade de alguma maneira –

- Não ligue para nossa briguinha, eu e Ivan nos conhecemos no colégio e fomos para faculdade juntos. Isso é apenas uma boa implicância entre bons amigos.

A herdeira da Ordem Real dos Cavaleiros Protestantes sabia muito bem como eram essas coisas de implicância. Ela e seu servo viviam nesse joguinho ridículo de jogo de palavras sempre que ele estava com vontade de irritá-la. E ali a situação parecia bem semelhante, com a diferença do gosto dos dois pelo jogo, enquanto si mesma só entrava por falta de opção.

- E não se esqueça que quase casamos, mon petit, e que você me abandonou poucas semanas antes do grande dia.

- Ivan, mon cher, quem ouve até pensa que a culpa é minha. Mas quem estava indeciso era você, eu apenas tomei a decisão que você não tinha coragem de tomar.

- E sumiu no Sul da França por duas semanas... Pergunto-me até hoje se sofria, ou se comemorava. – ele sorriu de maneira irritantemente conhecida para Integra –

- Um dia lhe conto, mas Integra... – Elizabeth se dirigiu a Hellsing – Onde está Jonathan-san? – Alucard já tinha dado aquela intimidade a ela?? –

- Ele comentou ontem que estava com uma enxaqueca terrível, parece que saiu para passear sem seus óculos e devido sua visão frágil acabou lhe deixando mal.

- Não é melhor pedir a uma das criadas para levar alguma coisa? Ou chamar um médico?

- Não se preocupe, ele sabe se virar e odeia médicos. Um bom descanso é suficiente, garanto-lhe que a noite ele descerá para nos fazer companhia.

- Tudo bem, então. – a mulher olhou no relógio de pulso – Bem, o almoço só sai daqui duas horas, quer dar uma olhada em minha biblioteca? E eu também gostaria bastante de ver os documentos que trouxe.

- Claro, estou bastante curiosa quanto aos documentos que possui em coleção particular. E trouxe algumas coisas sobre o período que meu avô esteve aqui na Romênia... Talvez possa escrever um artigo se quiser.

- Sabe, Integra-san, achei muitas das anotações de seu avô muito curiosas. Perfeitos relatos de viagem se misturam a uma aura de sobrenatural. Não entendi muito bem o que ele procurava, mas parecia ter haver com uma mulher.

- Mina Harker? – perguntou a Hellsing já sabendo a resposta e tinha que manter uma boa linha de pensamento para desencaminhar os olhos da historiadora de vampiros ou qualquer coisa do gênero –

- Sim, eu procurei alguma coisa, mas não encontrei nada sobre ela. Nada importante, pelo menos.

- Seu nome é na verdade Whilhelmina Harker, filha de casal abastado Inglês, noiva de um amigo pessoal de meu avô. Era pesquisadora, historiadora... Difícil definir levando em consideração os padrões femininos da época. Ela veio a Romênia e quando voltou conheceu um Conde daqui, pouco tempo depois desapareceu sem deixar rastros... Jonathan Harker, pediu que meu avô que vinha para esses lados procurar, vocês sabem, talvez ela tivesse se apaixonado e fugido.

- Nossa! Que história! – exclamou Ivan – Encontraram ela?

- Sim, meu avô a encontrou em uma vila pequena de Interior. Estava completamente sem memória do período em ficou desaparecida, se quer sabia como tinha chegado aqui.

- Que estranho! Ou talvez ela não quisesse contar...

- Quem pode saber? – perguntou de maneira retórica enquanto se encaminhavam para o interior da mansão –

***

Integra mostrou os diários que possuía para sua anfitriã, e claramente eram perfeitas cópias dos originais contendo apenas as informações que a historiadora precisava saber. Por alguns momentos, a herdeira da Hellsing achou que a mulher pudesse ter notado que eram falsificações, mas logo viu que Walter como sempre havia sido muito eficiente e que não havia nenhum sinal de que não eram verdadeiros.

O manuseio de todas as peças daquela área era feito com luvas, máscaras e o ar era perfeitamente controlado. Os cadernos de capa de couro e folhas amareladas que estavam sob o poder de Elizabeth tinha suas páginas separadas por películas finíssimas de plástico evitando qualquer contato desnecessário.

Enquanto o casal estava entretido com as novas folhas, a Hellsing passou a folhear encontrando muitas coisas escritas em Romeno, e parecia ser um romeno arcaico pelo que se lembrava de quando seu servo tentou lhe dar algumas noções de sua língua, teria de mandá-lo traduzir, apesar de haverem muitas notas com traduções em inglês e principalmente latim, que Abrahaam usou para despistar qualquer outro que lesse suas anotações, seu servo poderia lhe dar significações mais puras.

”Somos homens de Deus, homens dos Cárpatos.

Somos monges e santos homens, mas trazemos más notícias.

Trazemos notícias de uma peste à grande cidade. Servindo o nosso mestre, viemos chorar a sua morte.”¹

Era um texto transcrito de um livro muito antigo, um raro exemplar do século XV, de quando Van Hellsing estava pesquisando sobre sua presa. Aqueles que estavam ali, continham as primeiras anotações, a mulher não conseguia entender muito bem o que aquelas palavras queriam dizer.

O que seria aquela peste de que os monges falavam? E o que teria isso haver com seu servo? Podia ter certeza de que ao menos ‘morto’ o Conde já estava. Então quer dizer que ele deveria estar prestes a virar um vampiro ou já sendo um. O que poderia ser explicado como a ‘peste’ que chegava a grande cidade... Mas se os monges o serviam não fazia sentido avisarem alguém e que grande cidade seria essa?

E por que seu avô havia feito tal anotação? Em que poderia ajudá-lo a encontrar Alucard? Seria tão bom se estivesse em casa, com seus pesquisadores ao seu dispor, e sem ter que esconder nada... Mas teria de se virar com o que tinha. Mandaria Celas roubar aquelas peças durante a noite, scannear e enviar para a sede da organização.

Precisava de um fio para segui-lo até compreender como e os motivos de Van Hellsing. Pois, afinal, seu avô era um médico e estudioso, o que teria levado-o a acabar estudando as artes obscuras e terminando por iniciar uma caça aos monstros?

- Miss Hellsing... – a voz masculina tirou-a de seus pensamentos –

- Sim? – indagou ainda um pouco perdida –

- Está bem? Parece um pouco perturbada?

- Estou apenas um pouco confusa com algumas informações. – ela indicou o poema – Sabe se Elizabeth conseguiu contextualizar esse poema?

- Eu mesmo ajudei, é de um livro muito antigo... É muito difícil dizer precisamente quando foi escrito e por quem, mas jogamos 1460-1500, nessa época eram muito comuns caravanas de monges viajarem e a maioria dos registros foram perdidos durante o período de queima das Igrejas católicas.

- Qual o contexto mais provável?

- A Grande Cidade é um termo usado na idade média, principalmente, para designar Istambul, sede do império Bizantino, também conhecida como Constantinopla. E o período bate com a morte de Vlad Tesepesh, datada em 1476, então podemos supor com certa propriedade que tais monges estivessem falando da morte de seu mestre e a peste... – o homem parou por alguns instantes – Elizabeth achou alguns registros, não muito confiáveis... devido a idade, sobre muitas mortes em Istambul nesse período. Provavelmente alguma intoxicação alimentar ou doença contagiosa que não conheciam...

- Entendo, mas é tudo tão imprevisível, não podemos ter certeza de nada. E não entendo o que meu avô queria com tais informações...? Ele era apenas um médico curioso por novas técnicas.

- Eu sou um historiador e aprendi a lidar com os anos com esse tipo de coisa. Em história, tudo o que sabemos, é o que está escrito, catalogado, notado e nem sempre os registros são perfeitos e também tem um ‘que’ da opinião do autor. Então, tudo é sempre muito bem explicado com reticências.

- Eu sou graduada em Oxford, História, sei do que fala, mas quando se trata de uma realidade próxima a sua, como família, essas reticências se tornam muito incômodas... – ela deu um sorriso amarelo, aquele rosto era tão parecido com o de seu servo, um pouco mais doce, mas muito semelhante –

- Talvez ele estivesse em uma caça ao Conde Drácula... – o homem gargalhou –

- Por favor, Ivan... Caça ao Conde Drácula? Não tem nada mais brega para inventar? – disse Elizabeth enquanto analisava o manuscrito a luz especial e com uma lupa –

- Gente, cem anos atrás foi o lançamento do Drácula, Bram Stoker, o mundo foi invadido por uma febre vampiromaníaca. Talvez o senhor Van Hellsing tenha ficado entediado da vida calma de médico inglês...

- Não dê ouvidos ao Ivan, Integra-san, ele pode ter um intelecto acima da média, mas tende a falar muita porcaria ocasionalmente.

- Eu não acho que meu avô tendesse a esse tipo de crença, pelo que ouvi dizer dele, mas em plena febre do livro, quem sabe ele não tenha feito a trilha do vampiro da Transilvânia por já estar por aqui?

- Esses relatos não batem com os de alguém que procurava uma figura sobrenatural, apenas algumas anotações meio desconexas. Ele certamente procurava por algo, mas tenho certeza que não era um vampiro.

- Vocês duas são tão certinhas, é claro que um homem esclarecido não saiu de seu país a procura de uma figura mítica, só estava fazendo uma brincadeira.

- Integra-san não saiu da Inglaterra para ouvir piadinhas sem graça de um nobre romeno que não tem nada melhor para fazer.

- Alguém já te disse que está especialmente intragável hoje, mon petit?

A aura que se formava em torno dois era quase cômica por assim dizer. O casal parecia ter bastante assuntos pessoais mal-resolvidos. O que a jovem Integra não notava que a tensão (amorosa, sexual...etc.) que havia ali era muito semelhante da formada entre si própria e seu servo.

Integra não sentia-se muito a vontade no meio da guerrinha pessoal dos dois, sentia-se meio sufocada com a intensidade de sentimentos reprimidos e a flor da pele. E tinha também a maneira como aquele homem a olhava, parecia estar sempre a lhe analisar e tinha uma certa... Cobiça?

O que não parecia ser muito contextual visto que ele parecia ter envolvimento mal resolvido com sua anfitriã, mas também não conhecia muito o mundo dos sentimentos amorosos e os homens não podem ser considerados seres tão ‘corretos’ quando se coloca mulher no meio da história.

Céus, estava sendo afogada por um tsunami de informações, sentia-se jogada num mundo completamente novo. Era como se todas suas convecções estivessem para ser enxovalhadas... Precisava urgentemente de um bom whisky e charuto de folha de figueira tropical.

- Vou me preparar para o almoço, com licença. – disse ao se levantar e sair, deixando o casal sozinho –

Os olhos azuis do Conde Konmenos seguiram sua figura até que desaparecesse de seu campo de visão. Era uma mulher muito interessante essa Integra Hellsing e Ivan tinha uma quedinha por mulheres de personalidade forte. Tornava a conquista muito mais interessante. Talhe elegante, esguia, desenvolta, firme... O tipo de mulher capaz de enlouquecer qualquer homem.

- Baixe esses olhinhos azuis, Ivan... – disse a morena sem tirar os olhos do manuscrito –

- Com ciúmes, Lizzie? – disse irônico –

- Ela não vai olhar para você, tenho impressão de que ela e Jonathan-san tem muito mais do que uma simples relação profissional.

- Nem sempre as coisas são como nossa primeira impressão supõe, há quanto tempo a conhece? Um dia? Dois no máximo...?

- Mesmo que eu esteja enganada, ela não é como as mulheres que costuma ter por aí. É esperta demais, mon Cher.

- Eu adoro um bom desafio, sabe disso... E também, se não der nada, vou ganhar experiência. Estou realmente impressionado com ela e curioso para conhecer esse Jonatahan... Gostou dele?

- É um homem interessante, muito interessante... Mas que esconde alguma coisa, assim como minha hospede.

- O que quer dizer? Acha que os dois tem algum outro interesse por aqui?

- Ivan, às vezes juro que seus testes de Q.I. deram resultados equivocados... Ela comanda uma empresa de capital estrangeiro, acha que sairia de seu país por motivos tão bobos? Por favor... Tem coelho nesse mato, mas não é da nossa conta.

- Vamos ver como tudo de desenrola, quem sabe no final nós dois não nos damos bem?

- Contanto que eu termine em uma cama e você e em outra, qualquer final para mim está ótimo. Mesmo que eu durma sozinha.

- Realmente estamos muito estressadas hoje, vou relevar seu último comentário.

O conde riu-se sentando em uma das cadeiras olhando a companheira voltar a sua distração.

Continua...

¹´É um trecho retirado do livro O Historiador, Elizabeth Kostova.

Amoressssssssss, sorry sorry pela demora!!! Eu estava com metade do cap pronto, mas minha vida anda meio atribuladinha!!!! (insira, ironia no -inha) Hahhahahah Amo vcs e os comentários e espero que comementem, em!!!! Kiss kiss 


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