- Escutem isso – Olivia disse chamando a atenção dos dois irmãos pra ela. Ela se levantou de onde estava e parou na frente dos dois com o diário na mão. –  “Ela fez de novo. Gabbe passou por mim hoje na biblioteca e nem sequer olhou na minha direção, nem mesmo quando eu a chamei. Eu sei que não era a sua intenção, mas ela estava com aquela vadia da Amber, fingindo rir de alguma coisa. É tudo culpa dela. Eu só queria achar um jeito de me livrar dessa cadela de uma vez por todas, mas isso magoaria muito a Gabbe”.

 Sam e Dean continuaram a olhar para ela quando parou de ler. Olivia se sentou na ponta da mesinha de centro que estava entre ela e os Winchester e fechou o diário teatralmente.

- A morte de Amber foi cuidadosamente planejada, então é claro que Marissa já devia pensar nisso há algum tempo. Mas ela me disse hoje que tudo que importava era Gabbe, ou algo assim, e ela diz aqui que não se livraria de Amber porque magoaria Gabbe.

- Não, – corrigiu Dean flexionando os braços para frente. – ela disse que magoaria a Gabbe se ela se livrasse de Amber. Só isso. Não disse nem por um momento que não o faria.

- Dean, você faria alguma coisa para magoar alguém que você ama? – Olivia perguntou encarando-o. Como ele não respondeu, ela continuou. – Imaginei que não. A questão é: se ela não queria magoar Gabbe, porque ela fez o que fez? O que mudou?

- Interessa? – perguntou Sam. – Talvez ela tenha pensado que teria a atenção de Gabbe de novo se Amber saísse de cena, sei lá. Mas não importa, a questão mesmo é que ela fez, Liv.

 Os três congelaram um momento por causa do apelido. Não foi o apelido em si, mas a forma com que Sam o pronunciou. Havia paciência em sua voz, uma calma que beirava demais ao afeto para ser confortável para qualquer um deles. A intimidade crescente entre eles ainda era estranha demais, nova demais. Olivia se recuperou mais rápido e piscou, desviando o olhar que estava preso em Sam.

- Acho que você tem razão. – Ela disse olhando para baixo. Depois de alguns momentos de mais silêncio desconfortável, ela se levantou novamente, deixando o diário na mesa e se encaminhando para a cozinha. – Alguém está com fome?