Aprendiz escrita por flavia_galo


Capítulo 14
Capítulo 14 - Invasão de privacidade


Notas iniciais do capítulo

oola leitores (:
bom, sei que demorei beem mais do que o previsto, mas final de ano, como eu já disse é realmente complicado :/
maaas, minhas aulas estão acabando então poderei postar aqui com mais frequencia, ok?
no mais, espero que gostem do capítulo e até o próximo;*



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- Tudo bem, vamos repassar o plano. – Dean falou olhando fixamente para Olivia.

- De novo? – Ela perguntou, se levantando da cadeira em que se sentava e parando exatamente a frente dele, fuzilando-o com os olhos. – Olha, eu sei que você pensa que sim, mas eu não sou burra. Já entendi o que tenho de fazer. E já fiz isso antes. Então chega dessa de repassar o plano e vamos logo.

 Os três tinham passado o resto do dia pensando em como mexer nas coisas de Marissa sem que ela percebesse e, acima de tudo, em como se reunirem na casa dela sem mostrar que se conheciam. No final, a solução foi bem simples.

 Sam e Dean passariam na casa dela para mais um interrogatório e Olivia iria depois com algum pretexto improvisado, dizendo que esperaria no andar de cima da casa enquanto Marissa falava com os oficiais. Ela poderia até achar estranho duas visitas dos federais no mesmo dia, mas com certeza não iria questionar.

- Ela está certa, Dean. – Sam disse com um suspiro. – Vamos acabar logo com isso.

                                                 xxxx

Olivia tentou exibir um ar de confiança enquanto caminhava até a porta de Marissa. O carro dos Winchester estava estacionado na porta da garagem e ela tentou não olhar muito ou deixar transparecer qualquer tipo de reconhecimento. Quando tocou a campainha, Marissa demorou alguns minutos para abrir.

- Olivia? – O tom de voz que ela usou não foi apenas de surpresa, foi quase hostil.

- Oi. – Olivia sentiu seu sorriso vacilar um segundo com o tom de voz usado com ela, mas logo se recompôs. – Eu sei que estive aqui ontem e realmente, devo estar abusando de você. – Ela fez uma pausa, mas a outra não negou. – Mas eu tive algumas dúvidas, sabe, sobre as anotações, e esperava que pudesse me ajudar.

- Ah, claro. – Dessa vez, o tom de voz de Marissa foi gentil. Ela provavelmente percebera o próprio deslize. – Entre. Eu estou com uma visita agora, mas acho que eles não vão se demorar muito mais.

 Quando disse essa última parte, Marissa já alcançava a sala de estar com Olivia, onde Dean e Sam se sentavam parecendo extremamente desconfortáveis. Olivia teve que segurar o riso ao ver a expressão no rosto de Dean examinando o papel de parede cor-de-rosa.

- Na verdade, - Sam disse, tomando o cuidado de não olhar para Olivia mais do que o necessário. – ainda temos algumas perguntas.

- Ah. – A expressão de Marissa se tornou um pouco revoltada. – Pergunte então, oficial.

- É uma investigação privada, senhorita. – Dessa vez foi Dean quem falou. – Talvez a sua visita não se importe de esperar no andar de cima enquanto conversamos.

- Bom, eu... – A surpresa no rosto de Olivia foi calculadamente inocente. – Eu acho que não me importo mesmo.

- Ótimo então. – Marissa disse para os irmãos com ferocidade. E se virando para Olivia, completou. – Pode esperar no meu quarto. O primeiro a sua direita, subindo as escadas.

 Sem esperar uma resposta, Marissa se virou e sentou na cadeira arrumada logo em frente ao sofá em que se sentavam Dean e Sam. Olivia aproveitou a sua deixa e subiu as escadas o mais rápido que podia sem correr.

                                              xxxx

 O quarto de Marissa era, se possível, mais insuportavelmente rosa do que o andar de baixo da casa. As paredes eram pintadas com um delicado dégradé cor-de-rosa e não havia nem um pôster sequer para atrapalhar a arrumação do lugar. A cama era meticulosamente arrumada com uma roupa de cama floral e o armário ao lado da porta, assim como a escrivaninha e o criado-mudo ao lado da cama, era de um bege claro. Era o tipo de quarto que nunca seria atribuído a alguém suspeita de ter envolvimento em um assassinato. Mas talvez essa fosse a ideia.

 Depois de fazer essas observações rapidamente, Olivia se encaminhou direto para o armário, tentando fazer o mínimo barulho possível. A arrumação ali dentro era igual a do quarto, e mesmo depois de uma procura mais minuciosa, ela não conseguiu localizar nada ali dentro que pudesse guardar algo que não devia ser achado. Prosseguiu assim pelos outros móveis do quarto mais vinte minutos até que uma ideia veio a sua mente.

 Ela se lembrava de alguém ter dito uma vez que o melhor lugar para se esconder as coisas é bem a vista de todos. Passou os olhos pelo quarto novamente, mas dessa vez o seu olhar foi atraído para uma caixinha de joias que repousava em cima do criado-mudo. Com o coração saltando no peito, Olivia se encaminhou para ela e a abriu. Dentro, havia uma confusão de joias e bijuterias que não combinava em nada com a arrumação do resto do cômodo. Olivia colocou os dedos delicadamente dentro da caixinha, afastou algumas joias e pressionou levemente o fundo, que se moveu. Fundo falso, Olivia pensou, bingo!

                                             xxxx

 Olivia ouviu o barulho da porta da frente da casa abrir e fechar no exato momento em que guardava o conteúdo encontrado na caixinha e saía do quarto, se encaminhando para o escritório logo ao lado. Algum tempo depois, ela ouviu passos subindo a escada e compôs seu rosto inocentemente. Ouviu Marissa tentando abrir a porta do quarto e depois ela apareceu na soleira da porta do escritório, em frente a cadeira em que Olivia se sentava. A expressão no rosto de Marissa era confusa.

- A porta estava trancada. – Olivia disse, se levantando. – Do seu quarto. Então eu achei melhor esperar aqui.

- Hm. – Marissa franziu o cenho levemente. – Não me lembro de ter trancado a porta. De qualquer forma, sinto muito ter feito você esperar por tanto tempo, mas esses federais simplesmente não me deixam em paz.

- Porque? – Olivia perguntou colocando um certo ultraje na voz. – Eles não acham que você tem algo a ver com tudo isso, acham? – A ironia que marcou a pergunta deu a Marissa a impressão de que ela considerava essa ideia ridícula, mas intimamente, Olivia deu um outro significado a essa inflexão.

- Eu sinceramente não sei. – Marissa disse com um suspiro tão pesado que pareceria falso mesmo a quem não soubesse a verdade. – Mas eles ficam me perguntando coisas e na verdade, nem se focam em uma... morte. – Ela se sentou na única outra cadeira presente e abaixou os olhos para o chão.

- Como assim? – Olivia perguntou, se aproximando cautelosamente.

- Bom, eles me perguntam sobre tudo. Até mesmo sobre a morte de Amber. – Ela levantou os olhos para Olivia, um pouco suplicante. – Parece que eles não entendem. Eu era amiga de Gabbe, era com ela que eu me importava. Só com ela. A morte dos outros não significou tanto assim para mim.

 A expressão de desgosto que cruzou a feição de Olivia foi involuntária e ela a retirou tão rápido que um observador pouco atento não a teria percebido. Mas Marissa pareceu perceber. E percebeu também o que tinha dito. A mudança que ocorreu no seu rosto foi drástica e súbita, e logo ela estava de pé, sorrindo para Olivia.

- Desculpe, eu não quis perturbá-la com meus problemas. – A meiguice pingava em sua voz. – Então, você disse que tinha algumas dúvidas sobre as anotações...?

- Ah, é, eu tenho. – Olivia se esforçou para acompanhar a mudança abrupta de assunto. – Mas eu não teria vindo se soubesse que você está tão estressada.

- Bobagem. Fico feliz em ajudar.

- Eu sei que sim. – Olivia sorriu para ela mais uma vez. – Mas não é nada que não possa esperar até segunda. Descanse.

                                           xxxx

 Dean e Sam esperavam ansiosos no apartamento de Olivia. Quando ela finalmente voltou, os dois levantaram os olhos em sincronia e a encararam com expectativa.

- Então? – Sam se adiantou. – Encontrou alguma coisa?

- Os anéis, não. – Olivia disse se aproximando deles. – Alguma coisa, sim.

- O que isso quer dizer? – Dean perguntou um pouco irritado.

- Quer dizer que minha busca não foi completamente infrutífera. Sinceramente, eu não entendo a razão de se possuir o que eu encontrei, mas parece que todas elas tinham um.

- Do que diabos você está falando? – Sam ecoou a voz irritada de Dean e recebeu um sorriso sarcástico de Olivia em resposta.

- Estou falando da mesma coisa que usamos para convencer Amber a ser mais... comunicativa. Eu encontrei um diário. E aparentemente, um bastante completo.


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