Darkness And Light escrita por Catherina, claudia00


Capítulo 11
Cap 10 - Helpless Like A Child


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa pela minha ausência e atraso em postar o capitulo :s
Bjos* e boa leitura=)



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POV Light

Quando fechei a porta, que ligava a garagem ao vestíbulo, o enorme estrondo desta a fechar prolongou-se por toda a casa.

A seguir... silêncio.

Sinceramente, não sabia se me apetecia enterrar na cama ou descarregar todos os meus pensamentos com o meu pai...

Mr. Bliss Turner para além de um excelente empresário de sucesso, era também um óptimo filósofo, conselheiro e pai... Estava constantemente feliz, sempre com algo para fazer e pronto a alegrar quem estivesse em baixo... Não fosse o seu nome significar Felicidade!

Dirigi-me à enorme sala de estar e segui junto da parede, sem reparar na imponente mobília de mogno que se espalhava por toda a sala expondo uma aparente vida espectacular e cheia de alegria e sucesso. O escritório do meu pai ficava já ali, à direita, e a porta estava naturalmente aberta.

Bliss Turner estava sentado no seu cadeirão, absorto no monte de papéis à sua frente.

Eu era bastante parecido com o meu pai. A personalidade alegre e divertida era obviamente da parte dele. O facto de ser persistente e uma bomba relógio, no que toca a raiva, era da parte da minha mãe.

Os ombros largos, os músculos por todo o corpo, o maxilar duro e os olhos cinzentos como um metal derretido eram também da parte de Bliss. O cabelo castanho dourado era de Glare.

Ao entrar no elegante escritório, o cheiro a tabaco turco invadiu as minhas narinas e senti-me algo mais tranquilo. Parei diante da sua mesa e atirei as chaves do X5 para cima duns papéis. Os olhos metálicos de Bliss ergueram-se e fitaram-me indignados. Quando falei, tentei ser o mais breve possível.

-Esta noite não vou sair. Se quiseres, podes levar o BMW. – E com isto, dei meia volta e parei na ombreira da porta.

-Não entendo. – Falou a voz grave do meu pai. – Tu sais todas as noites... Passou-se alguma coisa?

E com esta pergunta foi o cúmulo...

Raios! Estava mesmo à espera que ele não reparasse no óbvio?

Virei-me e sentei-me na cadeira à sua frente. Ele desviou os papéis e recostou-se na sua cadeira, preparando-se.

Eu inspirei fundo pelo menos duas vezes. Depois falei.

-Já alguma vez... tiveste uma conversa tão mínima, tão sem sentido, tão estranha... e ao mesmo tempo, tão fascinante e arrebatadora? – Falei, sem perceber o que eu próprio dizia.

-Não... Mas ao que parece, tu tiveste. – Bliss fez uma pausa. Falou baixo - Quem é ela?

Eu fitei-o, embasbacado. O meu pai era demasiado perspicaz... Raios...

-Alguém que tu não gostarás de conhecer... – Admiti. Tinha de falar tudo ali... – Ela não é igual a ninguém... e eu ainda não a conheço bem. Estive apenas com ela durante escassos minutos. Devo dizer, instantes. Ela é o meu contrário. Percebi isso desde que a vi a primeira vez...

Bliss pareceu confuso.

-O nome dela é Darkness, pai. Ela é tudo aquilo que eu quero. Ela não é interesseira, não precisa de ninguém. É independente, sensata, insolente e frontal. É perfeita... ela não olha para as outras pessoas quando vai a andar na rua, ela quer passar despercebida... Ela é esse tipo de pessoa. E eu quero-a.

Bliss ficou inexpressivo. Apenas olhava para mim... Eu comecei a ficar preocupado.

-A tua mãe vai matar-te, tens essa noção, não tens Light? – Foi a única coisa que ele conseguiu dizer.

-Sim. É também por isso que a quero. A mãe não vai poder separar a D. de mim... Nem tu, pai... No dia em que Glare queimou a minha roupa escura no quintal, lembraste?..., esse foi o último dia em que ela teve poder sobre a minha vida. Agora sou eu quem decide tudo. Ela não manda mais em mim...

Bliss continuava aterrado.

-Ela tem os olhos mais negros que alguma vez vi... – vagueei levemente - e o cabelo deve ser lindo, por baixo daquele capuz. A pele dela deve ser tão macia... E como é pálida. É linda. Um anjo...

-Um anjo que te poderá trazer muitos problemas.

Eu fitei-o rapidamente. Depois levantei-me e dirigi-me de novo à ombreira.

-Só queria desabafar contigo. Queria que soubesses o porquê das minhas futuras mudanças de humor. Só isso... Agora, quando for para jantar avisa-me. Vou estar a descansar no meu quarto.

-Muito bem. – Falou o meu pai, quase num murmúrio.

Saí do escritório, atravessando a sala e fui pela esquerda, subindo a escadaria imponente, até ao meu quarto. Entrei e fechei a porta com força.

Não consegui perceber o porquê daquele acesso de raiva, mas também não me interessou muito.

Retirei o telemóvel do bolso das calças e pu-lo na mesinha de cabeceira.

Deitei-me na cama e tentei manter-me confortável. A noite só acabaria quando tivesse acabado de falar com Night e estivesse de novo deitado naquela cama, mas por baixo dos lençóis e a ter novamente o mesmo pesadelo de todas as noites.

Acordaria a gritar, como acontecia todas as manhãs. E todas as manhãs me sentiria de novo indefeso.

Uma criança...

Um fraco.

Antes de adormecer, perguntei-me repetidamente como seria reencontrar D. na manhã seguinte.

Se a conseguisse encontrar...


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Notas finais do capítulo

Bliss - felicidade, bem-aventurança, alegria
Glare - brilho intenso, lençol de gelo

Reviews? *-*