Darkness And Light escrita por Catherina, claudia00


Capítulo 10
Cap 9 - Names


Notas iniciais do capítulo

Enquanto Darkness foi para casa, Light tenta resistir ao resto do dia =)
Bjos e boa leitura*



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POV Light

-Neste momento, odeio-te. – Desabafou Wrath para mim.

Eu revirei os olhos e apoiei-me sobre as costas da cadeira. Ao consultar o relógio, verifiquei que eram quatro da tarde... Thrill arrastou uma cadeira e sentou-se na mesa onde eu e Wrath estávamos.

-Vá lá, meu! É só umas horinhas... Depois podes ir para casa, jantar, enquanto eu e o Wrath esperamos por ti, no Golden... – disse Thrill, num ar suplicante. - Por favor!

Eu abanei a cabeça, já a ficar irritado. Outras das grandes características de Thrill era ser muito teimoso e conseguir tirar-me do sério!

-Estou a dizer-te, meu. Hoje não me apetece sair... Apetece-me ficar por casa, descansar, dormir 8 horas... Sabes o que isso é?

-Odeio-te... – repetiu Wrath. Eu olhei-o indignado e de boca aberta... Literalmente.

-Só por não sair uma noite, vocês ficam logo chateados? Que belos amigos que vocês me saíram...

-Não é isso, L – ripostou Thrill – É só que, depois de irmos ao Golden, íamos até aos campos de Basketball e íamos treinar com o Dread! O rapaz faz cada afundanço que nem imaginas!

-Sim, sim... Até porque depois de sairmos do Golden, consegues mesmo acertar no cesto! E nem estou a referir o facto de te conseguires levantar e andar sem cair para o lado... – disse sarcástico.

Ele semicerrou os olhos e eu suspirei.

-Por favor Thrill, Wrath... Estou a pedir-vos para entenderem. Quero ficar por casa esta noite. Não me apetece sair, a sério... Estou a suplicar-vos para que compreendam.

Wrath e Thrill entreolharam-se brevemente e assentiram. Quando Wrath se preparava para retirar a carteira de dentro do casaco, eu levantei a mão e olhei-o.

-Não te preocupes. Eu pago as bebidas...

Ele retirou a mão do casaco e levantou-se em conjunto com Thrill. Este olhou-me.

-Fica bem, meu. Fica atento ao telemóvel que ainda sou capaz de te chatear. – E piscou-me o olho.

Eu sorri.

-Não me esqueço. – E com isto despedimo-nos.

Eu e os copos vazios ficámos sozinhos. Olhei para a minha esquerda e através da vitrina do café, vi a escola imponente do outro lado da rua.

As aulas acabaram por hoje e estava na hora de servir de motorista. Dentro de algum tempo, Night apareceria e iríamos no meu BMW até ao bairro onde ambos vivíamos.

As ruas apresentavam vivendas riquíssimas, belíssimas e enormes...

Tanto eu, como Night, tínhamos ambos os pais vivos. A única diferença era que os dela estavam separados há anos e ela vivia apenas com o seu pai.

Era um homem cortês, muito nobre e totalmente diferente da filha. No entanto, a relação deles era de louvar... Falavam sobre tudo. Problemas, negócios, amizades, tudo!

Quem me dera a mim ter essa relação com os meus pais. Ou melhor, com a minha mãe...

Uma mão leve caiu sobre o meu ombro e Night apareceu no meu campo de visão, a sorrir.

-Vamos? – Perguntou.                                      

Eu acenei com a cabeça e procurei algumas moedas nos bolsos das calças. Depois de as deixar em cima da mesa, peguei na minha mochila e segui Night até ao outro lado da rua.

O BMW X5 era imponente perto dos outros carros. No site oficial
estava descrito que era “um veículo que nunca passa despercebido, na grande cidade ou na estrada”

Os vigorosos contornos do carro tornavam-no num misto de elegância e desportividade. As salientes e modeladas linhas destacavam a aparência do X5. Os farolins eram em forma de L, o resguardo em alumínio, as jantes liga leve BMW 336 de raios em Y de 20 polegada tornavam-no ainda mais majestoso...

Mas o que preferia mesmo no carro era a sua cor... Ao princípio apenas a escolhera para chatear a minha mãe, mas cada vez que olhava para o carro fazia-me gostar cada vez mais dele.

Eu abri-o e levantei o porta-bagagens para Night e eu pormos as malas. Antes de entrar no carro, observei atentamente a cor preta Sapphire do carro.

Céus... era mesmo a cor perfeita.

Assim que houve silêncio, eu e Night enterramo-nos nos estofos Nevada Oyster e suspirámos ao mesmo tempo.

-Dia difícil? – Perguntei. Pelo canto do olho vi-a acenar levemente com a cabeça e a enterrar-se mais e mais no assento. Carreguei na embraiagem e fiz-nos sair dali.

Passaram 5 minutos de puro silêncio até que Night me falou. Parecia que tinha adormecido e que acordara agora apenas para falar comigo... Night parecia mesmo cansada.

-O que se passa, Light? – Falou, numa voz baixa e melódica – Não costumas estar tão... triste e cansado às segundas-feiras... Pareces mais velho, agora... Estás tão embrenhado nos teus pensamentos, que nem sei se estás atento à estrada. Pareces... diferente.

Night tinha razão. A verdade é que eu próprio me sentia diferente... Parecia demasiado pensativo, sonhador. Estava realmente estranho.

-Sim... Sinto-me assim. – Admiti, com a voz rouca.

Céus... Ficava com a voz rouca sempre que me sentia triste, zangado, excitado ou nervoso... Sinceramente, não sabia se estava
zangado, nervoso ou triste... Mas que...??

Ceús... como a palavra “excitado” pode ser mal interpretado, até pela nossa própria mente...

Ok... neste momento sinto-me envergonhado por estar a pensar assim ao lado de Night...

Olhei para Night de repente e vi-a a fitar-me com aquele olhar preocupado que eu tanto detestava.

-Imbecil pervertido... – resmunguei baixinho, entre dentes.

Houve uma longa pausa.

-Há algo que não estás a contar-me. – Disse ela.

Não foi uma pergunta...

-Não aconteceu nada, Night. Nada com que te precises de preocupar.

Ela remexeu-se no banco e o seu perfume leve e floral ficou mais perto.

-Preocupo-me contigo... Sei que algo se passa. Desde manhã.

Eu tentei ignorá-la e travei suavemente assim que o sinal mudou para vermelho.

-Ao principio, até estavas feliz, tirando aquela tua conversa com a Lux. Estavas mesmo feliz... Depois de almoço, andavas todo atarantado como quem perdeu algo e anda por todo o lado a tentar encontra-lo. E agora estás assim!!! Triste, vazio, sem expressão... – Night fez uma pausa. Aquilo não me agradou... – Pareces... morto.

O sinal passou a verde e eu acelerei cuidadosamente, tentando que o meu pé não me fizesse arrepender de nada, no entanto, as minhas mãos crisparam-se contra o volante a uma força furiosa...

-Não acredito que estamos a ter esta conversa outra vez... – falei-lhe novamente rouco.

-Light... Sabes o que sinto em relação à tua amizade com ela. O nome dela deve significar algo, não? Todos nós nos deixamos levar pelos nossos nomes, mais tarde ou mais cedo. O nome dela pode estar a ter efeitos em ti...

-Tu sabes que não acredito nessas coisas! São apenas suposições. Os nomes são apenas nomes, nada mais... E o teu nome ainda não teve nenhum efeito em ti, pois não?

Houve outra pausa.

-Bem me parecia... – falei baixo.

Por momentos senti-me culpado por estar tão zangado com Night, mas… sinceramente!

-Peço desculpa, Light. É apenas aquilo que eu penso… Eu e todos nós. A… Death… ela não é uma boa companhia para ti.

-Porque o meu nome quer dizer «Luz»? – Perguntei com os olhos na estrada, enquanto virava à esquerda e entrava no nosso quarteirão. – Enquanto o dela significa «Morte»?

Mais uma pausa... Céus! Night estava a deixar-me realmente irritado. Desde quando não podia escolher os meus amigos, simplesmente por causa dos seus nomes?

-Raios, Night... – Murmurei rouco. Senti o seu olhar em mim e abanei a cabeça sem me preocupar com os seus pensamentos. – Não sou uma pessoa supersticiosa, nunca fui. Não irei rejeitar ninguém apenas porque tem um nome diferente... Há muitas pessoas que têm nomes totalmente deslocados da sua personalidade e um dos exemplos é o Wrath... Há anos que ele não bate em ninguém... Nem um empurrão... Não me lembro da última vez que ficou realmente irritado.

O ambiente ficou tenso mas eu não me importei... Continuei a falar.

-No meu caso, a minha vida tem tido tudo menos luz... Porcaria, atrás de porcaria, atrás de porcaria... E tu sabes disso... Acho que todo este medo das coisas más, negras e que são mal interpretadas só faz pior! E afasta-nos de pessoas realmente fantásticas... Pessoas que precisam de nós e nós delas. O nome é algo subjectivo. Não é algo que nos defina... pelo menos, não na minha opinião.

Travei o x5 e desliguei-o. Olhei finalmente para Night enquanto ela me fitava. Não falámos durante muito tempo... Ou assim me pareceu.

-Estávamos a falar de Death ou de outra pessoa? No fim do teu discurso não percebi...

Fiz um esgar involuntário e recostei-me no banco, fechando os olhos com força. Inspirei fortemente.

-Não... Não estava a falar da Death...

Houve um silêncio prolongado até sentir o perfume de Night novamente muito perto. Senti os seus lábios tocarem levemente na minha cara e som da porta a abrir-se.

Abri os olhos muito de repente e fitei-a. O seu olhar era quase de pena...

-Hoje ligo-te. Mais tarde... Preciso de falar contigo e nem penses que te safas desta conversa! – Houve mais uma pausa e ambos fizemos um esgar. – Estás com má cara, Light. Estou a falar muito a sério...

Fiz-lhe um sorriso falso.

-Não te preocupes comigo... Também quero que me contes porque estás assim. E perdoa-me, se fui indelicado... Apenas não gosto que falem mal dos meus amigos.

Ela sorriu.

-Compreendo... Até logo! – Falou Night e fechou a porta dirigindo-se ao porta bagagens do x5. Abriu-o, tirou o que precisava e voltou a fechá-lo. Antes de entrar na mansão, acenou-me e fez um leve sorriso.

Eu voltei a ligar o BM, ainda sufocado, e desci a rua sem vontade de voltar para casa.

As únicas imagens que me invadiam o pensamento eram o olhar vazio mas maravilhoso de Darkness e o sorriso cristalino ingénuo da minha filha Crystal...


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Notas finais do capítulo

Dread - pavor, medo

Mereço reviews? *-*