Darkness And Light escrita por Catherina, claudia00


Capítulo 12
Cap 11 - Problems


Notas iniciais do capítulo

Olaa!
Aqui esta um novo capitulo e obrigada por todos os reviews *-*
Neste capitulo, esta presente a pequena Sneak Peak do prefacio =)
Beijo e boa leitura


P.S.- A referencia à nova personagem Edward Benson, nada tem a ver com a personagem da Saga Twilight, Edward Cullen.
;)



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-Bem, pessoal, devo dizer-vos que estes testes não estão famosos... – falou Mr. York, enquanto procurava as provas de avaliação dentro da mala.

Ainda agora a manhã tinha começado e já estava profundamente aborrecida...

Quer dizer, a manhã só começara agora pois durante o resto da aula tinha estado totalmente concentrada na música que tocava nos meus ouvidos.

-No entanto, continua a haver pessoas que me surpreendem. Tanto pelo lado positivo, como pelo lado negativo... – Mr. York piscou o olho para todos e fez o seu característico sorriso – Vamos lá despachar isto...

E entregou ao primeiro aluno.

Aquele teste correra perfeitamente bem.

Nunca perdera uma aula de Filosofia e era das únicas disciplinas que realmente me interessava.

Suspirei, desatenta e olhei pela janela ao meu lado.

Aquela noite fora horrível. Não tinha dormido nada e ficara ansiosa por causa da... droga.

Sim... A partir de agora deixava de ser ‘porcaria’ para passar a ser o que realmente era: droga.

Enquanto as insónias tomavam conta de mim, aproveitara e escrevera mais uma palavra numa das paredes do meu quarto. Aquelas paredes eram como o meu diário... Escrevia tudo o que queria nelas; desde datas, a frases, a contagem de dias (como os prisioneiros fazem nas suas celas)...

A nova palavra descrevia perfeitamente o que se passava na minha inútil vida, ultimamente. Escrevera-a na parede do lado direito, onde estava encostada a cama. As letras tinham ficado tremulas por causa de toda a raiva e confusão que sentira naquele momento, no entanto dava para ler em letras grandes: LIGHT.

Mr. York parou em frente da minha mesa e pousou a prova. Eu desviei o olhar para ele, depois para o teste e de novo para ele.

-Continuo à espera que faça melhor, Miss Foster. É simplesmente notável a maneira como responde a cada pergunta... Surpreende-me cada vez mais. – Mr. York sorriu-me – Espero que o continue a fazer.

Antes que ele recuasse, decidi falar, mas fi-lo baixo para que ninguém nos dirigisse o olhar.

-Não entendo o porquê da sua surpresa, Mr. York. Tenho sempre a mesma nota... – e com isto afastei com dois dedos o teste de mim e fitei o meu professor directamente. Ele não pareceu surpreendido com a minha atitude, no entanto, fora a primeira vez que lhe dirigira a palavra sem ser para falar sobre a matéria.

-Não me surpreende a sua nota, Miss Foster. Surpreende-me o facto de ser tão idiota e não responder a todas as perguntas, já que sabe a resposta. Alguém com sua perícia, devia saber aproveitar estes testes para mostrar do que é capaz e não rebaixar-se, simplesmente para passar despercebida... De qualquer forma, a escolha é sua.

Enquanto Mr. York se afastava, agarrei no meu teste e avaliei-o. Todas as perguntas respondidas estavam certas. As que estavam em branco tinham apenas um traço vermelho por cima.

Nenhuma resposta errada...

-Tem razão, querido professor. – Murmurei irónica e sozinha, ao mesmo tempo que Mr. York distribuía os testes pelo resto da turma. – A escolha é minha...

Assim que a distribuição acabou, Mr. York começou a dar o sermão individualmente. Menos a mim...

Assim que soou o toque, a felicidade que se arrebatou sobre mim era indescritível. Mas depois o meu telemóvel tocou...

Não foi preciso olhar para o visor para saber quem era... Agarrei nele, suspirei e pu-lo no meu ouvido.

-Diz o queres e despacha-te. Estou sem paciência... – Falei baixo, enquanto arrumava as minhas coisas. Não tive a certeza se ele me ouviu, pois todos os alunos da turma estavam levantados e a fazer um barulho colossal e estridente.

-Tomaste aquela porcaria ontem, não foi Darkness? – Falou Alphonse Benson, num tom irritado.

Aquele rapaz era o mais próximo que tinha de um irmão mais velho, enquanto o pai deste, Edward Benson, se encarregava de saber tudo o que se passava comigo desde que Greed Foster, o meu ‘pai’, fora encaminhado para uma clínica de reabilitação.

A família Benson era a única na cidade que não tinha um nome com significado. Porém, Edward era muito respeitado enquanto excelente médico e pai solteiro. Alphonse ficava-se como o menino rico e estudante na universidade...

-O que te interessa se tomei ou não? – Repliquei.

-Ficas irritadiça quando o tomas, sabias? Eu sei sempre quando é que tomas aquela droga... Mas ok. Dá para desceres, para falarmos?

-Estás aí em baixo? – Falei elevando um pouco a voz.

Alphonse era também conhecido em toda a cidade como um íman de raparigas. Quando gostava de uma, avançava e tinha-a... Só fora conhecido um relacionamento sério em toda a sua reputação e, ainda assim, não se soubera exactamente com quem fora...

Alphonse não gostava de falar sobre o assunto. Era como um tabu, para ele.

Se fosse vista com Al, aquele encontro podia ser mal interpretado...

-Não te preocupes... Estou dentro do carro. Do SUV velho do meu pai... Até agora ninguém me reconheceu e se queremos continuar assim, é bom que te despaches. Tenho mais coisas a fazer...

-Mas afinal, por que é que tas aí? Qual é o assunto?

-Dá-me um descanso, Darkness. Não é só por mim que estou aqui... O meu pai pediu-me que falasse contigo. Por favor, se não o fizeres por ti, fá-lo por ele...

Nos segundos seguintes, já tinha a mochila nos ombros, o capuz na cabeça e andava em passo apreçado, sem perder tempo, até à portaria.

O porteiro, Mr. Ward, estava a dar um grande sermão a um bando de miúdos que tinham tentado sair sem a devida autorização. Eu aproveitei e esgueirei-me pelo portão sem atrair atenções e, já na rua, procurei o SUV.

Felizmente, não estava muito longe... Entrei e bati com a porta para que Al visse o meu descontentamento em estar ali.

Alphonse parecia enorme dentro do carro. Mais uns centímetros e não caberia dentro dele.

-Não estás com boa cara... – observou ele, inquieto.

-Talvez seja porque estou a olhar para ti. – Respondi áspera e cortante.

Foi como se tivesse baixado a temperatura dentro do carro...

-Tens de parar com isso. Estás a matar-te, D.

-De qualquer forma, já estou morta... E a droga acalma-me. Dá-me paz...

-Mas que merda de paz é essa, Darkness??? – Exaltou-se ele, totalmente irritado – Não vês que cada vez que te drogas ficas mais viciada? Que estás a mais um passo de cair em desgraça? Eu não sei o que te dizer. A verdade é que te vejo como uma irmã e sinto que tudo o que te digo é como se não tivesse dito realmente nada! Não significa nada para ti! E isso deixa-me... desesperado.

Al fez uma pausa e a respiração dele soava alta.

-E depois o meu pai não me dá ouvidos... e continua a fornecer-te as seringas e a morfina... Ele tem medo que tu troques as seringas com alguém e prefere ser ele a dar-tas. Mas a verdade é que... com quem é que tu ias partilhar seringas? – Falou Al, quase como se estivesse cansado.

-É de loucos... – Murmurei e recostei-me no banco do carro, olhando as pessoas que entravam para a escola.

-Não é só por causa da droga que queria falar contigo.

-Fala. – Incitei-o. No entanto, aquilo saiu com muito pouco entusiasmo...

-O teu p... O Greed fugiu da clínica.

Eu fitei-o muito rápido, no entanto não estava surpreendida. Não era a primeira vez que Greed fugia da clínica e tanto eu como Alphonse sabíamos disso. Logo, não havia um motivo urgente para esta conversa... Logo, havia alguma coisa que me estava a escapar.

-O que é que isso interessa? – Falei, intrigada – Já não é a primeira vez... E ele acaba sempre por ser apanhado. – Balancei a cabeça de um lado para o outro, chateada. Fitei-o intensamente – Porque é que querias tanto falar comigo?

Alphonse engoliu em seco.

-Edward vai numa viagem de trabalho até Londres, ainda esta semana. E se até amanha o Greed não for apanhado, Edward quer que saias de tua casa. Nem que tenhas de dormir na nossa... Ele não quer correr o risco de... Tu sabes. Estares drogada no meio do chão e ele entrar lá em casa e... tornar a fazer o que fez.

Aquelas palavras gelaram-me e senti-me irritadíssima.

-Eu não vou sair daquela casa. Nem penses! Diz ao Edward que ele não tem o direito de me fazer isso. Ele que não pense que...

-Ele quer comprar-te a casa. – Interrompeu-me Al – Quer que vás viver connosco mas sem perderes a casa. Ele sabe o quanto ela significa para ti. E de qualquer forma, se a ela for nossa, Greed não pode entrar no terreno sem ser acusado de invasão de propriedade! Era perfeito...

-E assim ele controlava-me melhor, não era? – Acusei.

-Isto não tem nada a ver com o facto de te puder controlar! Tem a ver com a tua segurança! Tem a ver com aquele monte de m...

-Hey! – Interrompi-o. – Tu hoje estas muito exaltado, rapaz!

Ele balançou a cabeça.

-Desculpa...

Eu suspirei e consultei o relógio. Ainda há tempo...

-Diz ao Edward que temos de conversar sobre isso outro dia. Hoje não estou com cabeça... De qualquer forma, obrigada pelo aviso sobre o Greed mas agora tenho de ir...

-D? – Chamou-me Al, à atenção. Eu fitei-o.

-Se não quiseres ficar lá em casa, vê se arranjas alguém que te faça esse favor. Ficava mais descansado...

-Dormir em casa de outra pessoa? – Questionei, com uma cara horrorizada.

-Sim... – disse ele a franzir a testa - Não tem de ser necessariamente um rapaz, não é? Mas...

-Eu não estava a pensar nisso! – Falei outra vez horrorizada, enquanto me senti corar levemente.

Alphonse coçou a cabeça e pôs as mãos no volante, pouco à vontade. Eu também lhe desviei o olhar.

-Agora vai. Eu também tenho de ir antes que alguém me veja... ou que eu veja alguém. – Murmurou.

A última frase despertou-me a atenção. Será que a rapariga do relacionamento sério é daqui?

Eu comecei por abrir a porta, mas esperei que um BMW X5 negro passasse por nós para sair. Antes de fechar a porta, falei para dentro do carro: -Diz ao Ed que tive um A a Filosofia. Pode ser que o distraia...

Corri levemente para o passeio e andei muito devagar junto às grades até chegar ao portão. Ainda absorta nos meus pensamentos e nas novas novidades, entrei dentro da escola.

De repente, o meu braço direito foi agarrado e puxado, não com muita força mas a suficiente para me deixar assustada. Quando olhei para trás, dei de caras com a última pessoa que queria encontrar...

-Larga-me Light! – Falei irritada.

-Desculpa-me. – Apressou-se a dizer, envergonhado. – Não te queria aleijar ou assustar... Só queria que falássemos um pouco. Depois do nosso micro primeiro encontro ontem...

-Encontro? – Falei sarcástica – Estávamos a protegermo-nos da chuva e trocamos umas palavras... Não foi um encontro. Foi uma conversa minimamente simpática.

-Como queiras, D. A única coisa que quero agora é falar contigo. Passar algum tempo contigo... Nada de mais. – Falou ele, enquanto encolhia os ombros.

Eu suspirei e fitei-o directamente... Tenho de acabar com isto.

-Light, vou tentar dizer isto de maneira objectiva e para que entendas... Eu já tenho problemas suficientes com que me preocupar e neste momento não quero mais um. Portanto, adeus.

-Eu não vou ser um problema, acredita. – Falou ele.

-Ok! Eu tentei ser simpática mas a verdade é que eu não quero falar contigo, Light. Não quero mesmo... – A expressão dele mortificou e eu senti-me mais irritada – Volta para a tua vida perfeita, para os teus amigos perfeitos e para a tua família perfeita e deixa-me em paz, está bem?

Com isto, virei-lhe as costas e suspirei fortemente.

O meu braço foi fortemente agarrado e eu fui projectada para trás de tal forma, que a minha cara ficou a centímetros da de Light, que estava deveras furiosa.

-Nada na minha vida é perfeito, Darkness. Isso posso garantir-te.

Eu bufei, como se estivesse desinteressada. Ele largou o meu braço.

-Tu não sabes os meus problemas. – Falei contra a cara dele.

-E tu não sabes os meus... – Falou Light, com uma voz rouca e quase violenta.

Ficámos assim durante mais alguns segundos até que eu quebrei o contacto e fugi dali para fora...

Não sabia porquê, mas algo me dizia que acabara de intensificar os meus problemas...


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Notas finais do capítulo

Greed - ganância, cobiça, avidez

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kiss*