POV do novo personagem.

Eu me encontrava sentado na escada da catedral de Londres. Por mais que fosse um vampiro, cenários como aqueles me inspiravam...

A arquitetura, o design gótico e tudo mais. Sempre tive certa paixão por coisas do gênero. Só uma coisa que amava mais que isso, mas não vou estragar a surpresa.

Eu estava lá há umas horas... Até que a presença inimiga passou a ser perceptível.

Vampiros da Death Corps, cinco, como era de costume.  Quatro armados com foices e o líder carregando a urna de evocação. O Clã mais forte em pactos mágicos era esse, mas a grande parte das evocações as quais eu lutei foram muito fracas. Não teve nem graça...

Vestido a um manto preto justo ao corpo, que ia até metade da canela, fechado por um zíper grande. E o trilho que encaixava os dois lados era largo. Havia um capuz, mas estava abaixado: Mostrando meu pálido rosto que ainda assim cobria o lado direito por uma mecha de cabelo roxo que fazia parte do meu cabelo comprido até o ombro em linha reta. O meu olho esquerdo mostrava a pupila da mesma cor e a íris felina. A minha face exibia um sorriso impetuoso.

Por baixo a calça preta. Calçava um coturno preto com fivelas de prata, o cano do coturno ia de encontro com a extremidade do manto.

Permaneci sentado esperando que aparecessem... Aqueles vampiros não eram de atacar pelas costas. Mas estavam demorando...

- Quando é que os maricas vão aparecer? – Perguntei. – Ou só vieram pra me espiar?

Uns minutos depois quatro vultos apareceram alinhados em um quadrado, dois na frente e os outros dois atrás a logo apareceu o quinto no meio.

Os vampiros que não revelavam os rostos finalmente se mostraram.

- Ah... Até que enfim! – reclamei me levantando. – E então? É aquele mesmo esquema?

O líder que se localizava no centro dos outros quatro colocou a urna no chão olhou para mim e no vão da capa só enxerguei um par de olhos vermelhos brilhando.

- Forasteiro! – Exclamou. – Você será punido por tentar arruinar o nosso clã.

- Ah... Corta essa... – Falei gesticulando com a mão algo que parecesse com algo cortando qualquer coisa. – Isso me parece aqueles filmes onde o mocinho é caçado por soldados fraquinhos... Mostrem a evocação. Vamos nos divertir um pouco!

Fui descendo a escada tranquilamente. Com aquele mesmo sorriso impetuoso no rosto. As mãos envolvidas por luvas de couro se movendo e articulando os dedos.

Sentia uma fome insaciável por luta... O meu corpo pedia por sentir carne sendo cortada.

Os vampiros ali presentes evocaram em suas mãos, no lugar de suas foices, velas de chama negra. Todos os quatro, menos o líder, começaram a recitar um cântico na linguagem aramaica.  O Líder abriu a urna, em seu interior havia uma pena... Que brilhava como uma estrela. Esta foi jogada ao vento, do nada as penas se multiplicaram formando um par de asas. E logo depois um homem. Vestido em uma toga angelical, mostrando um físico belo e definido. Cabelos louros dourados desceram até quase o fim de suas costas. Olhos azuis etéreos como o céu mais limpo de uma manhã.

O homem recém chegado olhou para mim com um olhar calmo e sorriu.

- Ora... Mais que surpresa. – Disse.

- Samael... – O chamei pelo nome. – Fantasma do meu Passado... Eles não erraram dessa vez.

Quando percebi, os vampiros da Death Corps já não estavam lá.

- Shadow... – Chamou pelo meu pseudonome. – Já faz dois anos não é?

- E parece que foi ontem... – Comentei. – Dessa vez será mais fácil que da última. Eu posso garantir isso.

- Então prove que pode. – Desafiou-me, Samael.

Ele materializou uma pena dourada e então uma cimitarra de ouro se fez em sua mão direita a partir daquela pena.

Eu materializei uma pena negra a qual eu joguei ao ar e ela flutuou como se estivesse orbitando em voltada do meu corpo. Estendi a mão para o lado e a pena flutuou até a palma da mesma aberta para baixo. Quando Fechei o punho uma Claymore de lamina triangular e longa apareceu. Cabo dourado, e na base da lamina uma pedra vermelha em octógono.

Como um feixe de luz nós desaparecemos... E segundos depois de asas abertas pairados no céu, colidindo espadas. 

Samael jogou impulso sobre mim e eu sobre ele. Novamente um feixe de luz e aparecemos no solo. O Anjo veio para me atacar a toda velocidade, eu apenas desapareci de sua frente e reapareci em sua retaguarda.       

- Hunf... Lento de mais... – Quando ele percebeu que estava atrás foi tarde. O lancei para o céu. E lá eu apareci de novo com as asas abertas e esticadas, mãos no cabo da espada pronto para cortá-lo ao meio. Mas quando o fiz ele apareceu atrás de mim.

- Aff... Mais lento que eu. – Resmungou Samael com sarcasmo e desdém em sua voz ao me golpear.

Samael me arremessou direto para o chão, mas segurei a queda, amortecendo com os pés. Guardei minhas asas e fiquei esperando ele descer de lá.

E foi o que ele fez. Desceu majestosamente até o chão. Tão majestosamente que parecia uma rainha do reino cor-de-rosa.

- Que coisa mais afeminada Samael... Francamente... – Falei rispidamente.

- A delicadeza de um anjo é algo que tem que ser preservada! – disse o loiro.

- Se liga! – falei gesticulando com a mão de novo, colocando o dedo indicador na fronte e fazendo uma careta. – Você é um anjo caído!

- Mas ainda assim um anjo! – Retrucou erguendo a espada na direção do meu rosto. – Vamos Shadow! Quero ver o mesmo poder o qual eu vi no último confronto.

Quando ouvi aquilo, não evitei rir. Cravei a espada no chão e cruzei os braços.

- Tem certeza? – Perguntei.

Outra cimitarra materializou-se em sua mão esquerda. Ele se posicionou para lutar.

Eu num gesto de sutileza me curvei ao chão e toquei o mesmo, nesse momento tudo ficou escuro. E quando voltou a iluminação, estávamos em um solo árido, onde o céu tomava uma coloração laranja. O chão de terra batida tinha cravado nele todos os tipos de armas.

- Bem vindo de volta! – anunciei. – Aqui é o cemitério dos heróis! Onde as almas heróicas dos grandes homens e mulheres que viveram estão repousando. Eu sou o senhor deste mundo! E por isso, você se encontra em desvantagens.

Toque em qualquer espada lança ou punhal, ou qualquer outra arma e o espírito que a utilizava quando era vivo acordará para te destruir.

- Você me disse isso a primeira vez que entrei neste mundo. Paguei caro quando toquei na excalibur. Mas também descobri que seu tempo aqui é curto, você perde energia vital nesse mundo! – Disse Samael sorrindo. – Vamos começar isso agora!

Samael novamente veio a minha direção. Eu estava com as mãos livres corri em direção dele assim mesmo, mas quando eu estendi as mãos para o lado, duas espadas preencheram suas respectivas palmas, e então fechei o punho segurando-as fortemente.

Uma tinha um formato de Claymore, lâmina triangular e cabo dourado, a lâmina tinha uma listra azul em seu centro e umas escrituras em dourado no centro desta listra Aquela era a Excalibur. A outra era no mesmo formato. O que mudava era a listra vermelha e as escrituras em dourado no centro desta que eram diferentes. Essa era a Ragnarok, espada de Odin.  Espada do Rei e a Espada do Deus. A combinação perfeita. Ambas tinham um poder muito intenso por pertencerem a almas heróicas tão fortes. Bati uma espada na outra e raios vermelhos e azuis caíram do céu.

- Sinta o verdadeiro Rei e o Deus do Norte anunciando sua chegada! – anunciei quando dois raios caíram nas espadas. O raio azul na espada vermelha, e o raio vermelho na espada azul provocando uma aura roxa em volta das duas. Nisso quando as espadas colidiram com as de Samael houve uma explosão luminosa. Tudo ficou branco.

Quando voltou ao normal, eu me encontrava de costas para Samael e este de costas pra mim. Logo eu senti cortes pelo meu corpo todo e o sangue jorrou por todo lado.

Senti uma dor crucial invadindo todo o meu corpo e então eu caí no chão, ainda consciente, mas imóvel. O cenário voltou ao normal.

- Voltei mais forte que da ultima vez... Shadow. – Dizia Samael. – Seus poderes de controlar espíritos e suas armas não funcionam mais contra mim.

Eu não tinha condição de falar nada... E quando eu menos percebi apaguei.

Narrativa em terceira pessoa.

Passaram-se algumas horas quando Samael sentiu uma presença muito estanha, vinda da catedral. Ele olhou para esta.

As portas da catedral abriram-se de lá os passos delicados foram ouvidos. E caminharam até o fim da calçada com o ultimo degrau que subia.

Vestido no mesmo tipo de roupa que shadow, só que branca com detalhes negros. Os ombros eram protegidos por ombreiras anexadas no próprio manto. Havia um crucifixo negro estampado atrás da roupa, que era feita de couro, como as luvas e o coturno.  Todas as peças impecavelmente brancas.

      Cabelos louros e dourados, com mais tom e cor que o de Samael. Olhos azuis, etéreos como o céu mais limpo.

O manto que era justo em seu corpo realçava seus seios e o zíper aberto de um jeito que lhe servia como um decote.

A pele dela era clara, e corada, vivida, notava-se vitalidade no tom de sua pele.

- Eu estranhei... – Disse Samael. – Achei que não estava junto de Shadow...

Ela vinha descendo a escada calmamente. Quando a voz delicada soou.

- Eu sempre estou acompanhada dele... Você sabe que onde há sombra, existe sempre a luz.

- Light... – Shadow levantou a cabeça e olhou para menina. Estava muito fraco mas mesmo assim conseguia. – Sempre muito filosófica...

Light, a garota, se aproximou de Shadow e logo se agachou até ele.

- Melhor descansar Shad... – Disse a garota para Shadow acariciando o cabelo do rapaz. – Eu vou acabar com Samael... Depois vou cuidar de você.

Light sorriu, e deixou Shadow ali onde estava. Levantou-se e olhou fixamente para Samael.

- Não devia ter feito isso com ele... – Light comentou enquanto olhava para o anjo.

- E por que não? – Perguntou Samael. – Sabe... Não vejo graça em lutar contra você irmãzinha... Conheço tudo que você usa.

Light deu uma risada rápida e sorriu com meiguice após.

- Dois anos é muito, pra você dizer algo desse tipo pra mim, Samael. – Disse a garota. - Mas vamos parar de blábláblá!

Samael sumiu do lugar que estava, Light tirou do manto uma carta branca, essa passou a ser cinco. Jogou-as pro ar e essas pairaram em sua frente, alinhou-as em forma de um pentagrama. No momento em que Samael iria atacar uma barreira se fez pelo corpo de Light e o ataque foi refletido pra ele mesmo. Fazendo com que o anjo fosse arremessado longe. Samael não deixou isso barato. Apareceu na frente de Light, a alguns metros. Ela tirou mais uma carta. Essa se transformou em um cetro, bastão com mais ou menos o tamanho da garota, pra ser mais preciso um metro e sessenta e oito. Branco, com um coração alado na ponta, de forma vazada onde no centro havia uma pedra em octógono azul.

Samael foi novamente contra a menina, que girou o cetro e bateu no chão. Uma elevação de terra de se fez no caminho do anjo e este levou um tom bom com tudo no chão. Light não conteve os risos.

- Nhá! Te peguei! – disse a garota rindo.

- Continua infantil como sempre não é Light? – Perguntou Samael se levantando com raiva.

- Não Sam... Acho que você que é chato de mais! – Light continuou rindo. – Vamos! Agora ta ficando divertido.

Samael veio correndo até ela de novo com a espada em mãos e quando foi golpear, o cetro de Light se transformou em uma espada. Uma Katana de cabo branco.

O ataque de Samael foi defendido, mas logo vieram outros seguidos e rápidos, por sorte Light desviou de todos. Um deles passou de raspão pelo seu rosto, causando-lhe um corte superficial na bochecha.

Jogou impulso pra trás e virou um mortal pra se distanciar. O corte fechou-se automaticamente antes que pudesse sangrar.

- Agora vai começar a jogar a sério? – perguntou Samael.

- Achei que você só estava brincando... – Ela cravou a espada no chão, fazendo uma carinha triste, juntou os dedos indicadores. Mas logo parou... Deu um sorriso frio e olhou friamente pra Samael de um jeito que até ele sentiu medo. – Isso é tudo que consegue fazer Samael? Patético...

Samael parou de sentir medo, passou a ficar furioso, então dessa vez com duas cimitarras raspando o chão e saindo faísca ele foi atacar a garota. Essa arrancou mais uma carta do manto com a mão esquerda enquanto puxava a espada com a direita para defender.

Com apenas uma espada ela defendeu o golpe das duas cimitarras, sem mover mais nenhum músculo, apenas o braço. E nesse momento ela mostrou a carta em branco pra ele bem de perto. Quando Letras surgiram dela. “Chains of Judjement”

Light sorriu quando viu a expressão de horror na face de Samael.

- Se ferrou compadre... – Shadow apareceu manco atrás de Samael. Com a mão esquerda tirou duas cartas do manto. Uma branca, outra negra.

Dois anjos de capuz negro apareceram com as asas negras abertas um em cada lado de Samael. Eles pegaram cada um em um braço do anjo caído e o colocaram no centro de Shadow e Light. Onde um pentagrama fora formado em sua volta e de cada ponta surgiu uma corrente que prendeu cada membro de seu corpo.

- Em nome da ordem do mundo, da Luz e da Escuridão... – Começou Light.

- Você será julgado! – Terminou Shadow se recuperando aos poucos.

- Samael.  – Iniciou mais uma vez Light. – Anjo caído, a serpente. O fantasma da mentira. Você é acusado por fugir de sua prisão e atentar aos dois juizes. Evocado por um clã de vampiros. Tens algo para argumentar em sua legitima defesa?

- Eu... Não acredito que cai nesse truque barato de vocês novamente. – Bradou Samael.

- O argumento não foi o suficiente para salvar-te da acusação! – Shadow ao dizer isso fez com que um trovão rugisse no céu.

- Samael, você foi julgado! – Light anunciou.

- E condenado! – Shadow completou.

- Condenado a voltar para o inferno e de lá jamais sair! – Enfim Light o julgou.

Um portal se abriu no chão, cheirava enxofre e era quente como uma fornalha.
Os anjos que ali estavam, desprenderam Samael e o carregaram até o portal.

- Eu enviarei, demônios para vingar a minha honra e glória! Vocês irão arder comigo no inferno! Escrevam isso! – Samael foi levado pra dentro do portal que logo se fechou.

O Pentagrama se desfez. Shadow caiu ao chão, fraco... Quase morrendo.

- Shadow! – Light correu até ele. Então agachou-se e o olhou com um sorriso, belo e puro. – Oh... Se esforçou de mais... Desculpe. Aquele cara era um saco... Melhor que a gente se livrasse dele com aquilo.

Shadow com o pouco que  força que lhe restava ergueu a mão e disse:

- Do... Dois votos!

Ela riu, acariciando o rosto do rapaz.

- Consegue ser bem humorado até nessas horas? – Perguntou.

- Morto eu não estou... Você está inteira! – Disse com um pouco de dificuldade. – É um motivo pra estar bem.

- Vamos voltar pro alojamento! – Sugeriu Light. – Vou preparar algo para os seus ferimentos.

- E vai fazer carinho em mim também, não é? – perguntou Shadow fazendo uma careta que lembrava um gato.

- Seu bobo... – Ela riu.

Light e Shadow desapareceram daquele lugar. Que aos poucos foi recuperando as danificações causadas na luta.

POV de Shadow.

Essa era a tal pessoa que disse que amava.

E quando dizem que Luz e trevas já mais se uniram, eu posso dizer com toda a razão que é errado, pois um não existiria sem o outro e vice e versa.