Da Morte para a Vida escrita por DRACENA


Capítulo 15
Capítulo 14




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/13195/chapter/15

- Isso não vale!
- Claro que vale!
- Seu ladrão! Você só está roubando por que não conseguiu ganhar no futebol!
- Aquele jogo idiota! Eu fiz o ponto e foi você que ganhou!
- Por que você fez gol contra idiota!
- Idiota é você que disse para eu jogar a bola naquela rede!
- Isso foi no primeiro tempo, bocó!

Os dois se encontravam na casa de Mirok jogando vídeo game há horas e como o Inu Yasha só fazia gol contra, Mirok trocou o jogo por um de samurais. Neste o haion estava dando literalmente uma surra no rapaz.

- Na cabeça não! Isso não vale ladrão!





Sango se aproximou da tela onde os manuscritos estavam preservados.

“Essa escrita me é tão familiar... Onde foi que a vi antes? Será que...”.

- Quero cópia das fotos desses manuscritos. Em casa tenho algumas anotações. Irei tentar traduzi-las no meu escritório.

A estagiária saiu e só retornou quanto terminou de providenciar o que a superiora pedira.

- Onde está a urna?
- Na perícia doutora.

Sango olhou o relógio de pulso.

- Não posso esperar muito tempo, pois tenho um compromisso urgente. Assim que o relatório for concluído me avise, e passe o seu resultado Ok?




“Elas estão demorando demais”.

Mirok já estava arrumado e esperava impaciente que uma das jovens chegasse para poder ir trabalhar. Inu Yasha continuava jogando no vídeo game, dessa vez contra o aparelho.
Ele então ouviu um ruído de um carro se aproximando. Olhou pela janela e saiu em direção de sua amada vizinha.

- Posso segurar isso?

Sango estava tendo dificuldades de abrir a porta de sua casa, pois carregava diversas pastas e papéis.

- Claro! E demorou!

Ela então abriu a porta e adentrou na sala sendo seguida pelo rapaz que colocou a carga sobre a mesa.

- Trazendo trabalho para casa novamente Sango. Você não descansa não?
- Sabe que não considero o que faço um trabalho e sim um prazer – retrucou.
- Está certa, mas em casa você devia descansar – andou em sua direção parando a apenas um passo de distância.
- Mirok por que está agindo dessa forma? – tentando controlar a respiração.
- De que forma?
- Assim. Está diferente... Mais carinhoso, gentil, até preocupado comigo...
- Eu sempre estarei preocupado com você – tocando em uma das faces coradas da moça.


Para teu amor, eu tenho tudo
Desde o meu sangue até a essência do meu ser
E para o seu amor que é meu tesouro
Tenho uma vida toda inteira aos seus pés
E tenho também um coração que morre por dar amor
E que não conhece o fim
Um coração que bate por você



- Por quê?
- Por que você é a coisa mais importante da minha vida. E eu não sei o que seria de mim se eu não puder te ver todos os dias. Seria um ser sem alma, sem razão para existir.


Para teu amor, não há despedidas
Para teu amor eu só tenho a eternidade
E para teu amor que me ilumina,
Tenho uma lua, um arco-íris e um cravo
E tenho também



- O que está querendo dizer Mirok? – com uma lágrima escorrendo por sua face.


Um coração que morre por dar amor
E que não conhece o fim
Um coração que bate por você, por isso
Eu te quero, tanto que não sei como explicar o que sinto
Eu te quero, porque sua dor é a minha dor
Não há dúvida
Eu te quero com a alma e com o coração
Te venero
Hoje e sempre, obrigado eu te dou meu amor
Por existir



- Que eu te amo, não consigo viver longe de você, que eu quero você ao meu lado e que eu seria o homem mais feliz do mundo se você me amasse um pouco do que te amo.

Ela ficou em silêncio por alguns instantes, vendo a tensão tomar conta do rosto dele.


Para tu amor eu tenho tudo
Eu tenho tudo e o que não tenho também conseguirei
Para tu amor que é meu tesouro
Tenho a minha vida inteira aos teus pés
E tenho também...


- Então se considere um – sorrindo e o beijou hesitante.

O rapaz a envolveu em seus braços e aprofundou o beijo sendo correspondido com igual entusiasmo. Todo o amor há tanto tempo reprimido, explodiu em ondas de calor que os envolveram, aquecendo o sangue...

- Cheguei Sango!

Os dois se separaram e fitaram uma atônita Kagome.

- Desculpe interromper, eu... volto outra hora – embaraçada.
- Não tudo bem. Mirok você não tem que ir trabalhar?
- Tenho – olhou seu relógio de pulso – e já estou atrasado – e saiu noite adentro.

Assim que ele saiu, Sango se sentiu como uma menina pega fazendo travessuras. Então tentou fugir do interrogatório que viria.

- O Inu Yasha deve está na casa do Mirok, Kagome – dirigindo-se a mesa e fingindo arrumar alguns papéis.
- Sango?
- Sim? – tentando parecer natural.
- Que foi aquilo que eu vi agora a pouco?
- Está com cataratas é Kagome? É obvio que um beijo – vermelha como um tomate.
- Você sabe que não é isso que eu quis dizer. Mas o que esse beijo representou?

Ela encarou Kagome. Seus olhos brilhavam mais que qualquer estrela e sua expressão era de puro deleite.

- Que eu e o Mirok nos entendemos e que estamos namorando!
- Ai amiga que bom! – abraçou a jovem amiga – Conte-me tudo agora mesmo! Como vocês se entenderam?





Como as duas estavam cansadas demais para encarar a cozinha, pediram uma pizza. Depois de comer, Inu Yasha rumou para o jardim, deixando as duas conversando. Sentou-se debaixo de uma árvore qualquer e fitou a lua, que a cada dia que passava ficava maior.
Seus pensamentos retornaram para a última vez que vira a Kikyou com vida.




- Você não tem o direito de me pedir isso Kikyou!
- Eu sei. Mas mesmo assim eu peço. Ao menos pense na possibilidade.
- Por que tenho que me tornar humano? Eu gosto de você, Kikyou, do jeito que é. Mesmo sendo humana.
- E eu também o amo do seu jeito, mas eu penso nos nossos filhos.
- E o que tem eles?
- Inu Yasha a minha aldeia não vai fazer nada para impedir, mas eles não aprovam essa união. Nós dois somos adultos, podemos agüentar a reprovação, mas nossos filhos não. Eles serão desprezados, assim como você foi durante todo esse tempo.
- E eu devo deixar de ser quem sou, só por que aqueles humanos fracotes o querem?
- Inu Yasha...
- Ou será que é você que tem vergonha de mim?
- Inu Yasha não, eu nunca... – mas ele não quis escutar.
- Por que se for isso, não se preocupe. Eu vou embora e você não vai ter mais do que se envergonhar – e partiu como um raio.
-Inu Yasha!




As nuvens passaram no céu encobrindo, por instantes, o brilho da lua. A suave brisa da noite espalhava as folhas amareladas do outono. O haion permaneceu por tanto tempo quieto que os pássaros já não o temiam, antes voavam ao seu redor sem parecer notá-lo. Seu canto era triste e combinava com o seu estado de espírito. Inconscientemente pensava em sua situação.

“Eu amo a Kikyou e provavelmente sempre irei amá-la, mas aquela garota... de alguma forma... mexe comigo. Talvez por ser parecida com ela... mas ao mesmo tempo tão diferente”.

Sentiu então o cheiro doce dela se aproximando. Não demorou muito e Kagome apareceu em sua frente.

- Posso me sentar ao seu lado?
- Faça como quiser - mal-humorado.
Ela sentou e ficou a observar as estrelas que apareciam timidamente entre uma e outra nuvem. Silêncio. Uma rajada de vento cortou o local. A moça estremeceu e se encolheu.

- Está com frio?
- Um pouco.

Ele não soube como, mas quando percebeu já havia envolvido-a com um de seus braços e ela se aconchegou nele.
Ficaram um longo tempo em silêncio assim, olhando o céu perdidos em seus pensamentos. Mentes diferentes, eras diferentes, costumes diferentes, no entanto algo muito igual nascia em seus corações e era nisso que pensavam. Até que a garota buscando esquecer isso por algum tempo comentou:

- Eu sempre venho aqui quando quero pensar sobre algo...

Ele não fez nenhum comentário. Apenas retirou o braço que a envolvia.

- No que você esta pensando?
- No quanto você é uma humana intrometida!

Ela ficou abismada com a brutalidade dele que não conseguia reconhecer nem uma delicadeza e com uma vontade imensa de chorar, levantou-se.

- Se eu sou uma humana intrometida, você é um haion grosso e sem um pingo de educação – virou-se e partiu.

Saiu do lugar com passadas apressadas, mas não foi muito longe, pois as lágrimas embaraçaram sua visão de modo que não viu um buraco na terra e ela acabou tropeçando. O haion que decidira segui-la, tentou ajudá-la e foi bruscamente repelido.

- Me deixe em paz!- E voltou a caminhar em direção a sua casa.

Ele a deixou partir. Achou melhor deixar a poeira baixar, depois conversaria com ela.

“Droga! A Kagome me libertou, acolheu-me em sua casa e tenta ser o mais gentil possível. E o que faço? Fico só arrumando trabalho para ela!”.

Ele não queria entrar agora, mas também não queria retornar a árvore que pouco a pouco perdia suas folhas. Adentrou lentamente no bosque que fora preservado durante a construção do conjunto habitacional em que morava.Enquanto caminhava, lembrou-se da magoa contida nas palavras dela.

“Droga! Por que eu fui dizer isso? Droga você me deixa nervoso. Não devia sentir isso por ela, não novamente, não esses sentimentos!”




Kagome estava sentada em sua cama limpando os arranhões decorrentes de sua queda.

“Quando eu cheguei no jardim e o encontrei tão triste, desejei com todas as minhas forças tirá-lo daquele inferno particular em que ele vive. Desejei poder dá-lhe a paz, fazê-lo feliz. Talvez fosse capaz de qualquer coisa para isso...”

Ela se levantou e aproximou-se da janela. O procurou com o olhar, mas ele não se encontrava mais no jardim. Decidiu ir se deitar, quando sentiu uma presença estranha no bosque.


Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Da Morte para a Vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.