Da Morte para a Vida escrita por DRACENA


Capítulo 16
Capítulo 15




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O haion andava distraído pela escuridão da noite. O único som que se escutava pelo bosque era o farfalhar que o vento provocava ao tocar as poucas folhas das árvores.
Andava cabisbaixo, chutando a terra. Até que sentiu um cheiro estranho. O cheiro de um yokai que lhe parecia ligeiramente familiar. Levantou a cabeça e procurou o yokai, mas não sabia em que direção ele estava, pois o cheiro dele vinha de todas as direções.Tudo aconteceu muito rápido. Num minuto procurava o desconhecido, no outro estava prostrado no chão com as costas dilaceradas. Ele encarou então seu adversário.
Ele possuía o rosto coberto por um capuz negro e a fraca luminosidade da lua minguante em nada ajudava. Tudo que enxergou foi às garras ensangüentadas.
Inu Yasha levantou-se com dificuldade, mas antes que pudesse defende-se, foi arremessado, com uma força incrível, contra uma das árvores do bosque.

-Pensei que ia ser fácil, mas me enganei. Vai ser moleza.

O hayon sentiu seu sangue yokai ferver de raiva. Seus olhos tornaram-se vermelhos como sangue e suas garras cresceram assustadoramente.
Levantou-se e atacou seu oponente rapidamente, mas não alcançou seu objetivo, pois embora surpreso, ele conseguiu se desviar a tempo do golpe.
A partir daí iniciou-se um violento combate. Os dois se atacavam e defendiam-se como podiam, mas Inu Yasha estava visível desvantagem, pois o ferimento nas costas dele sangrava incontrolavelmente. Não demorou muito e ele se descuidou.
O yokai o atacou e ele se defendeu, mas não conseguiu evitar o golpe que se seguiu e foi atingido no abdome, seguido de um murro no rosto, sendo arremessado contra o chão.
Inu Yasha tentou se levantar, mas dor aguda se espalhou por todo o seu corpo, impossibilitando-o de se levantar, ao menos rapidamente. Seu adversário caminhou lentamente em sua direção.As garras dele cresciam mais e mais preparando-se para o golpe que encerraria tudo. Avançou rapidamente para dar o golpe fatal, mas foi impedido, pois Kagome colocou-se na frente do hayon protegendo-o com o próprio corpo.
Ele parou com muita dificuldade e profundamente irritado com a interrupção.

-Saía da frente agora! – rosnou.
-Saía daqui agora Kagome – o hayon mandou.
-Não vou sair daqui!
-Minha luta não é com você. Saía da minha frente se não quer machucar-se – disse com uma voz fria e bastante perigosa.
-Vá pra casa humana idiota! – tentando se levantar.
-Já disse que eu não vou seu cachorro teimoso!
-Já foi advertida, não uma, mas duas vezes para se afastar desse assassino.
-Ele não é um assassino. Não sei da onde tirou essa idéia, mas ele seria incapaz de matar quem ama.
-Como pode ter tanta certeza? Você mal o conhece. Só sabe o que ele te disse – e sorriu desdenhosamente.
-Mesmo que ele não tivesse me dito nada, eu sinto que ele não a matou, não poderia ter feito isso.
-Você sente? – debochado.
-Sim. Sinto. E também sinto que você não é uma má pessoa. Não sei por quê acha isso, mas está errado. O Inu Yasha não matou a Kikyou.

O desconhecido a encarou. Ela não tinha nada a ver com aquela história. Não queria machucá-la, mas sabia que ela só sairia do jeito mais difícil.

“Como pode confiar tanto em alguém que não conhece a ponto de ariscar a vida por ele. Vi nos olhos dela tanta confiança, tanta sinceridade e algo que não sei definir muito bem... Mas aquele olhar me deixa tão... confuso”.

Kagome permanecia inabalável, apesar dos protestos do haion que tentava se levantar a todo o custo.Ela encarava o yokai a sua frente tentando, preocupada, saber o que se passava em sua mente, mas ele simplesmente deu meia-volta e se embrenhou no meio das árvores.




A jovem olhava tristonha, o telefone a sua frente. Desde que voltará do trabalho, Rin esperava esperançosa, que Sesshomaru liga-se.

“Encare os fatos ele esqueceu garota”.

Olhou melancólica para o embrulho encima da mesa. Hoje eles completavam um mês de namoro. Ela havia comprado um medalhão e colocara no seu interior uma foto dela e do yokai.
Ela sabia que ele estava viajando a negócios, por isso não o culpava por não esta ao seu lado. Mas Sesshomaru nem lhe telefonara.

“Desista sua boba ele não vai ligar”.

Levantou-se do sofá e caminhou até a varanda de seu apartamento. Encostou-se na murada e observou o movimento da rua.
Observou um grupo de garotas de aspecto duvidoso caminhando pela calçada. Elas aparentavam ter entre quatorze e dezesseis anos, mas usavam muita maquiagem, roupas justas e curtas. Sempre que algum carro passava, elas exibiam seus corpos, que não eram de crianças, mas também não eram de mulheres.
“Garotas de programa...”.



Uma vez, Rin conhecera uma dessas garotas. Seu nome era Kana e aos poucos elas se tornaram amigas inseparáveis. Tanto que Kana lhe contara que seu tio a forçava a se prostituir. Disse que já tentara fugir varias vezes, mas ele sempre a encontrava e dava-lhe uma surra para ensiná-la seu lugar.
Houve uma vez que ela apanhara tanto que acabara quebrando duas costelas.
Depois de muita conversa, Rin acabou convencendo Kana a presta queixa na policia. As duas iriam morar juntas e ela voltaria à escola.
Mas não tardou muito e o paraíso acabou. O tio dela a encontrou e tentou levá-la embora pelos cabelos, mas as deixou em paz, por enquanto como ele fez questão de frisar, depois que Rin ameaçou chamar a polícia.
Os dias passaram. Com o tempo eles estabeleceram uma deliciosa rotina. Rin fora promovida a gerente da Bio Fashiow. Kana mostrava-se uma garota esperta e aprendia com rapidez o que lhe era ensinado na escola.
Mas uma noite quando retornava para casa, ela viu-se encurralada por dois homens e por mais que gritasse e debatesse, eles não a soltavam. Pisou com toda força nos pés de um deles que a soltou.
Tentou fugir, mas o outro homem a segurou e provocou, com uma faca de médio porte, um sangramento profundo no seu ombro, mas ela não notou. Tudo o que queria era fugir. Neste momento sentiu uma dor muito forte na cabeça e perdeu os sentidos.
Quando acordou, estava num quarto ricamente decorado, mas não pode observa os detalhes, pois a porta se abriu e um yokai com belos olhos dourados e longos cabelos prateados entrou.
Ele não disse nada, mas estranhamente ela não sentiu medo. O yokai sentou-se ao seu lado na cama, desamarrou o lenço ensangüentado que usara para estancar o sangramento e com toda a naturalidade do mundo começou a limpar o ferimento.
Mas tarde ele a levou para casa. Ao chegar Rin encontrou a porta arrombada, a casa totalmente revirada e o mais importante: Kana não estava ali.
Começou a chorar desesperada. Sabia que ele havia pegado à garota. Sentiu uma mão em seu ombro. Ao vira-se fitou o rosto impassível de Sesshomaru. Ela agüentou mais. Precisava desabafar com alguém. Jogou-se nos braços dele, chorou e colocou tudo pra fora, o seu medo de que algo acontece-se com a garota.
Ele colocou o braço ao redor de seus ombros e deixou que ela fala-se. Quando a jovem se recompôs viu que ele conservava a face sem expressão, mas seus olhos tinham um brilho diferente. Chegava a dar medo.




As garotas agora se afastavam. Procuravam um local mais movimentado.
Rin as observava. Lembrou-se de Kana. Da menina cheia de vida que conquistara um local em seu coração se tornando sua melhor amiga. E do corpo dela, esfaqueado, encontrado num matagal fora da cidade. Ela teria o mesmo destino se Sesshomaru não tivesse intervindo.
O yokai que havia salvado sua vida, mas arrancara seu coração. O amor arrombou a porta e entrou na sua vida sem pedir licença. Mas com o tempo, esse amor que trouxera tanta alegria, se transformou em tristeza, pois não sabia se ele sentia o mesmo por ela. Ele sempre permanecia aquela frieza, certa distância. Não queria se envolver.

“Eu o amo muito, mas só estou me enganando. O amor veio pra trazer felicidade e quando isso não acontece está errado. Por mais que doa é melhor assim. Não dá pra continuar fingindo que esta tudo bem, por que não está”.

Rin enxugou as lágrimas, voltou para dentro da casa, dirigiu-se ao quarto e deitou-se na cama mesmo sabendo que não ia conseguir dormir.




-Consegue se levantar? Precisa de ajuda?
-Não, não preciso da sua ajuda. E eu poderia cuidar daquele yokai sozinho.
-A tá. E sem ao menos ficar de pé - irônica.

Vermelho de raiva o haion ignorou a dor e levantou-se de vez, mas antes que pudesse dar um passo seus joelhos fraquejaram e ele iria de encontro ao chão se Kagome não o tivesse segurado.

-O que custa pedir ajuda seu haion idiota?!

Until the day e die
I'll spillny heart for you, for you
Until the day e die
I'll spillny heart for you, for you
Até o dia em que eu morrer
Eu derramarei o meu coração por você, por você
Até o dia em que eu morrer
Eu derramarei o meu coração por você, por você


Inu Yasha ia dizer algo grosseiro, quando reparou que grossas lágrimas desciam dos olhos da garota. Sentiu seu peito se apertar.

As years go by
I race the clock with you
But if you died right now
You know that i'd die toI'd die to
Como anos se passam
Eu corro o relógio com você
Mas se você morresse agora
Você sabe que eu morreria também
Morreria também



-Kagome por que está chorando?
-Como por quê? Se eu não tivesse chegado a tempo você poderia... Poderia...

Mais lágrimas caíram de seus olhos e ela abaixou o rosto para escondê-las.

You remind me of the times
When I knew who I was (I was)
But still the second hand will catch us
Like it always does
Você se lembra da época
Quando eu sabia quem eu era (eu era)
Mas ainda assim a segunda mão nos pegara
Como sempre faz



-Não chore. Eu não gosto de ver você chorando.

Ele levantou o rosto dela e a fez encará-lo. Não sabia o porque, mas precisava beijá-la, sentir os seus lábios nos dela, tê-la junto de si. Foi aproximou-se lentamente, para que se ela deseja-se, pudesse afasta-se. Mas ela não o fez. Desejava muito aquele beijo. Precisava dele junto a si. Agora sabia o quanto.


Continua...


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