“Lying here with you so close to me, It's hard to fight these feelings when it feels so hard to breathe, caught up in this moment, caught up in your smile.”

Rachel PDV

Coloquei minhas pantufas caminhando até a porta, a abri devagar e encarei a pessoa a minha frente totalmente perplexa.

- Selena? O que você quer? – Perguntei sentindo a raiva me dominar por dentro, aquela garota era atrevida mesmo.

Respirei fundo, ela apenas revirou os olhos entrando no quarto.

- Olha aqui, você não pode estragar tudo. Você não vai. O Justin me ama, e é comigo que ele quer ficar, sou eu que faço ele feliz, então será que da pra parar de se atirar pra cima dele? Não me importa se você o conhece há tempos, se sabe todos os segredos dele, se você o ama e sempre fez tudo por ele. Amor é uma coisa estúpida, e não vale nada. Então por que não para de ser uma idiota e volta pro seu namoradinho, hum? Você acha mesmo que pode com isso? Você acha mesmo que pode comigo? Eu tenho dinheiro, fama, fãs e qualquer droga assim, e o Justin só ajuda isso a melhorar, ele é pop star do momento, todos o amam, ele tem tanta fama! E agora é meu namorado, o mundo só tem olhos pra mim, me amando ou odiando, eles só falam de mim, só falam de nós, Justin é meu troféu, somos o casal do momento, e não e você que vai estragar tudo isso. Temos tudo juntos.

Fechei os olhos não acreditando no que ela estava falando.

Vamos lá Rachel, fala logo!
          - Olha aqui você sua idiota, pra comerçar ele não é um troféu okay? Ele é meu melhor amigo, o conheço muito antes de você, ele sabe tudo de mim e eu sei tudo dele, temos uma ligação de amizade que você nunca vai saber o que é, e eu realmente não dou a mínima pra você, pra mim você é um zero a esquerda, e se ele te ama, eu sou a garota mais feliz do mundo, pois ele é mais importante do que tudo pra mim! Mas acho que você não sabe o que é isso, e nunca vai saber o que é o amor, e eu só tenho pena de você por isso!  E sabe, eu até mesmo tentei amizade com você! Mas você é uma egoísta, que só pensa em si mesma, e eu te prometo garota, se você machucar ele eu arranco fio por fio desse teu cabelo Bombril!

Disse já sem paciência apontando o dedo na cara dela, eu estava farta dessa garota, e era hoje que ela ia se arrepender de ter nascido.

- OLHA COMO FALA SUA SUBURBANA!

- SUBURBANA É A VÓ, SUA BARANGA VAGABA! – Gritei não me agüentando mais e dando um tapa na cara dela, tão forte que a garota girou colocando a mão no rosto, me encarando totalmente estática.

- AAAAAAH SUA PUTA! – Gritou se jogando em cima de mim, berrei ao sentir minhas costas baterem com tudo no chão enquanto ela puxava meus cabelos.

- SAI DE CIMA DE MIM DESGRAÇA! – Disse dando tapas na cara dela. A vadia enfiou as unha no meu rosto, me arrancando um grito agudo, foi então que saí mesmo de mim, a empurrei pro lado com toda força, subindo em cima dela e distribuindo tapas pelo seu rosto, nossos cabelos estavam dois ninhos embolados, as roupas amassadas, com arranhões na pele e até mesmo sangue escorrendo da boca dela.

- É melhor você nunca mais parecer na minha frente! – Gritei puxando o cabelo dela, que deu um berro de dor me dando um chute na barriga, gemi de dor caindo pro lado, me encolhendo com as mãos na barriga.

Minha vista já estava turva de ódio e dor.

- É melhor VOCÊ não parecer na frente dele! – Ela ia se jogar em cima de mim, mas no reflexo dei um soco na boca dela me virando de lado.

- SUA FILHA DA PUTA, MEU DENTE! – Gritou colocando a mão na boca caindo sentada no chão, que agora sangrava ainda mais, completamente fora de mim eu gargalhei sentindo uma dor horrível na minha barriga me fazendo encurvar enquanto eu tentava me levantar apoiada na cômoda.

- VOCÊ VAI MORRER! – Gritou afobada segurado a minha perna, gritei tentando me soltar a sair dali, mas a vadia me segurava arranhando suas unhas em mim.

- SAI CARALHO! – Disse dando um chute no peito dela, a fazendo cair pra trás e me puxar junto.

Tentei me levantar, mas ela continuava a me dar tapas, me irritei mordendo forte a mão dela, que deu um grito no meu ouvido, fechei os olhos tentando me controlar, o que não era fácil.

E ela veio pra cima de mim outra vez, foi quando a porta do quarto foi praticamente arrombada, e senti pessoas gritando e um braço me envolvendo a cintura, me tirando de cima da vadia.

- SUA VADIA! – Ela gritou apontando pra mim, foi então que notei que Ryan me segurava e Justin segurava a vadia, Kenny, Pattie e Scooter nos encaravam perplexos.

- VADIA É VOCÊ! – Tentei me soltar pra bater mais nela até ela virar picadinho, mas Ryan me segurou mais forte, foi quando todo mundo começou a gritar junto.

- CALEM A BOCA! – Scooter gritou se jogando no meio de nós. – Olha aqui, vocês quase se mataram! Imagina o que teria acontecido se não tivéssemos chegado? Droga, Selena você não devia ter vindo aqui insultar a Rachel, e Rachel você não devia ter batido nela! Vocês são crianças ou o que!?

- NÃO ME IMPORTA! – Selena gritou se sacudindo e saindo dos braços do Justin. – É MELHOR VOCÊ ESCOLHER, OU SOU EU, OU ESSA SUBURBANINHA AÍ, POR QUE SE VOCÊ CONTINUAR AMIGO DESSA AÍ, PODE ESQUECER QUE EU EXISTO!

Gritou me empurrando, caí no chão totalmente humilhada enquanto ela saía bufando do quarto, senti às lagrimas vindo enquanto Justin me encarava, ele fechou os olhos sussurrando um “me desculpe”, apenas sorri fraquinho e ele saiu atrás dela junto com Kenny, caí deitada no chão agora chorando alto, deixando tudo aquilo que eu guardei escorrer pelo rosto, sem nem me importar que Pattie, Scooter e Ryan estivessem aqui.

 - Shiu, Rach vai ficar tudo bem. – Ryan disse me erguendo nos braços  e me colocando na cama, senti os três ali me abraçarem enquanto eu somente chorava, me sentindo a pior pessoa do mundo.

Que droga eu tinha feito?

Okay, admito, foi legal. Muito.

- Vou pegar os primeiros socorros pra curar seus machucados, Ryan vai pegar uma água com açúcar pra ela. – Pattie disse indo até as minhas malas, Ryan acenou indo até o frigobar, Scooter me abraçou forte me dando um beijo na testa.

- Você é demais garota, enquanto está aí com alguns cortezinhos, ela mais parece um dublê de “300”, sério, vou te colocar na aula de boxe, vai ser a próxima “Garota de Ouro”.

Nós gargalhamos juntos do que o Scooter falou, sorri fraquinho, só eles mesmo para me fazerem rir quando o mundo está desabando.

[...]

Fiquei riscando a folha do meu bloquinho de anotações, com desenhos desconexos enquanto Justin passava o som, estava sentada com os pés pra cima nas cadeiras da pista 1 do estádio enorme, afastada de todos, a confusão de ontem a noite tinha deixado um clima estranho em todos da equipe, e eu não gostava disso, deixar todos mal assim por minha causa, ou melhor, por causa daquela vaca.

Que eu tinha colocado o apelido super carinhoso de “Putelena”.

Meu olhar se cruzou com o de Justin e eu sorri pra ele, que devolveu o sorriso fazendo um coração com as mãos, o que fez Selena se virar na direção pra onde ele olhava, me encarando com raiva, revirei os olhos continuando a desenhar, enquanto por reflexo vi ela falar alterada com ele, que ignorou continuando a cantar pra ela.

- E aí baixinha, ficando velha heim! – Ryan disse do nada se atirando na cadeira ao meu lado, o encarei assustada.

- Hã? – Disse me fazendo de boba, Ryan fez cara de malicioso, o que me fez rir.

- Nem vem com essa, seu aniversário é amanhã, mas nós vamos começar comemorando hoje! – Ele disse dando uma risadinha demoníaca, okay, agora fiquei com medo.

- Desembucha logo!

- Eu, você, o Scooter e o Kenny vamos olhar “O Fantasma da Ópera” no nada mais, nada menos fabuloso, Ópera Sydney!

- Ai não, por que não tenho um bom pressentimento? – Disse colocando as mãos no rosto enquanto o sorriso dele aumentava ainda mais.

Ferrou.

[...]

- Me matem, por favor!

Disse baixinho, colocando as mãos no rosto e encarando minha roupa nada apropriada pro lugar, e depois encarando o teatro ENORME, completamente cheio de gente, ao meu lado Ryan parecia se divertir paquerando a mulher sentada ao seu lado.

Já do outro lado Scooter estava com a boca totalmente cheia de pipoca com manteiga e não parava de comer mais, aliás as pessoas nos encaravam torto por isso, e Kenny se encolhia o máximo que dava pra ele na poltrona, roendo as unhas enquanto nos xingava por trazê-lo junto pra olhar, de acordo com ele, “esse tipo de coisa satânica”.

- Kenny, não é satânico, é um romance, não tem nada a ver com terror!

- Então por que é “Fantasma Da Ópera” hum? – Disse me encarando com os olhos cerrados, eu ri revirando os olhos desistindo de explicar pra ele, aproveitei que as luzes já estavam sendo apagadas e dei um tapa no braço do Scooter.

- O que é? – Perguntou com a boca cheia me olhando assustado, deixando algumas pipocas caírem, olhei brava pra ele.

- Para de comer! Não pode fazer isso aqui, é um teatro fino! – Disse arrancando o pacotinho da mão dele.

- Eiii, se quer um compra o seu sua gulosa! – Disse emburrado, revirei os olhos me virando pra frente vendo a peça começar, e mandando Ryan calar a boca.

Droga.

Deveria me espancar, seria menos pior.

Tudo foi...relativamente ruim, Scooter roubou de volta as pipocas, Kenny deu ataque de medo antes mesmo de algo acontecer e Ryan só faltava se engolir com a mulher ali, conclusão, fomos expulsos de lá de dentro antes que eu pudesse ver o final daquela budega.

- Nem queria ver mesmo! – Scooter disse irritado enquanto Kenny dava graças a deus, eu ri comprando um algodão doce de um velinho simpático dali, ficamos caminhando pela plataforma encarando a baía de Sydney.

- Apesar de tudo, foi engraçado. Principalmente quando Scooter tacou pipoca no palco assustando o ator, aquele tombo foi épico!

Rimos juntos ao lembrar da cena, meus amigos eram loucos e só me faziam passar vergonha, mas eram os melhores.

- O que vamos fazer agora?

Perguntei me sentando e encarando a água limpinha e azul.

- Não sei, mas precisamos voltar a tempo pro show.

Ryan disse dando de ombros, eles sentaram ao meu lado e suspiramos juntos encarando o céu azul.

[...]

- Well sometimes I go out by myself

And I look across the water

And I think of all the things, what you're doing

And in my head I paint a picture

Cantei sozinha enquanto pegava minha bolsa e saia do quarto silenciosamente, esperava que ninguém me visse saindo do hotel, gostava de sair sozinha, sempre tive traumas com aniversários.

Balancei a cabeça entrando no elevador e apertando o botão do térreo.

Pelo menos um consolo eu tinha, Putelena tinha ido embora hoje cedo, embora Justin não tivesse vindo falar comigo eu estava feliz e ocupada, durante a manhã tinha ido fazer compras com Pattie e Carin, almoçamos juntas e depois fomos olhar filmes, era tão bom estar com elas, que me escutavam e sempre davam conselhos.

- 'Cause since I've come on home

Well my body's been a mess

And I miss your ginger hair

And the way you like to dress

 Won't you come on over

Stop making a fool out of me

Why won't you come on over Valerie?

Continuei a cantar empolgada e balançando meu vestido, que Pattie havia me dado hoje de manhã.

Ainda olhando pro chão vi a porta do elevador abrir, sorri erguendo o rosto.

- SUPRESAAAAAAAAAAAAAA!

Ouvi vários gritos, olhei pra frente e vi o hotel fechado e a entrada cheia de balões rosa e roxo, com uma grande faixa de feliz aniversário, uma mesa enorme de doces e salgados com um bolo lindo de três andares no meio, OMG aquele bolo é de “Alice No País Das Maravilhas”!?

- SUPRESA! FELIZ ANIVERSÁRIO! – Ryan disse me abraçando, ainda perplexa retribuí todos os abraços e parabéns da equipe inteira, até mesmo o Jaden e o Will Smith estavam ali cara!
          - Uau, nossa! Como isso!?

Perguntei colocando a mão no peito e chegando perto de Pattie, que me abraçou de lado.

- Você merece tudo isso querida, o Justin fez questão!

- O Justin? Aliás, cadê ele? – Perguntei olhando pros lados tentando achar ele, Pattie sorriu pra mim.

- Ele deve estar lá em cima ainda, ninguém achou que você chegaria cedo aqui em baixo, enfim, ele está meio doente e ficou descansando lá em cima até a hora que você chegasse, mas ele que organizou tudinho.

Sorri sentindo meu coração inflar enquanto Pattie falava, arfei sorrindo igual uma idiota.

Eu era uma idiota, uma idiota apaixonada.

- Vai lá chamar ele pro parabéns!

- Pode deixar, já volto e...Carin? – Perguntei parando de andar em direção do elevador, Carin me encarou.

- Oi?

- Segura o Scooter longe dos doces! – Ela gargalhou encarando feio Scooter que tentava roubar um doce discretamente, ele sorriu amarelo, eu ri.

- Pode deixar!

Sorri correndo pro elevador e saltitando dentro dele, nunca demorou tanto pra chegar em uma cobertura.

- Vamos, vamos, vamos...isso! – Sorri correndo pra fora do elevador, eu estava tão feliz, e nem ao menos sabia por que.

Ou melhor, sabia sim.

Sorri batendo na porta do quarto do Justin, ele sussurrou um “entra” rouco e eu abri a porta cautelosa.

- Hey! – Disse encontrando ele todo arrumado deitado na cama, estava pálido e com olheiras, ele sorriu se levantando e me dando um abraço de urso.

- Feliz aniversário Rachel, tudo de bom minha linda. Eu te amo.

- Obrigado Jus, mesmo, também te amo. – Fomos caminhando nos abraçando e acabamos caindo sentados na cama, rimos juntos.

- Ta tudo bem? – Perguntei enquanto ele tossia.

- Nada demais, apenas uma gripe.

Ele deu de ombros se deitando na cama, eu o encarei colocando a mão na sua testa, ele estava quente.

- Vou pegar uma bolsa de água, a velha receita da vovó, espera aí. – Disse me levantando, mas ele segurou meu braço.

- Não Rach, estou bem, vamos pra festa, estão todos esperando e...

- Shiu, você fica aí, que eu vou pegar a bolsa de água. – Disse soltando o braço dele, fui pegar a bolsa de água e botar na testa dele, depois o tapei direitinho, fazendo cafuné no seu cabelo, ele apenas me encarava fixamente.

- O que foi?

- Você é a melhor, nem no seu aniversário deixa de cuidar de mim, e Rach, olha, me desculpa por aquele dia, eu devia ter te defendido e...

- Não fala nada okay? Ta tudo bem, mesmo. – Disse sorrindo e dando um beijo na testa dele, Justin sorriu segurando minhas mãos.

- Posso te dar seu presente, esse é especial.

- Claro que pode. – Disse sorrindo, ele se sentou na cama colocando a mão no meu pescoço e me puxando pra perto, arfei sentindo sua respiração bater no meu rosto.

Fechei meus olhos sentindo seus lábios se encostarem nos meus, iniciando um beijo lento, cheio de sentimentos e dúvidas.

Mas nada importava, o beijo dele havia me mandado pra lua, e agora eu nem lembrava de como se respirava.

O que eu senti era indescritível.

Nossas línguas faziam amor juntas, era como se tivéssemos esperado aquilo a vida inteira, e talvez tivéssemos mesmo.

Nos separamos colando nossas testas.

- Boa hora para ir pra festa, não?

- Exatamente.

Concordei o encarando, sorrimos juntos, ele se levantou pegando minha mão e me puxando com ele pra fora do quarto.

- Hey, espera! - Justin disse parando do meio do caminho, o olhei assustada.

- O que houve?

- Você está linda. - Ele disse me dando um selinho de repente, sorri abertamente sentindo meus olhos marejarem, ainda que tivesse sido apenas um beijo e nada mais, eu era sim a garota mais sortuda do mundo.