PDV JAKE

Na quinta feira a tarde a Nessie me ligou me chamando para sair na sexta depois da aula, suas respostas eram um pouco evasivas, deixava um quê de mistério no ar. É claro que depois de desligar o telefone eu avisei minha mãe, já que ela quase me chantageou para tal.

Fiquei ansioso o resto do dia, nem dormir direito eu consegui. Me levantei mais cedo que o normal me troquei e logo estava sentado no sofá esperando por ela. Comer eu nem sequer conseguia imaginar. Meu estomago dava voltas e mais voltas por causa do nervosismo quando ouvi o som de uma buzina. Levantei quase correndo, peguei a minha mochila e abri a porta.

Assim que a vi meu coração quase parou...Ela parada na frente da minha casa, sorrindo e mais linda do que nunca. Ela vestia uma calça jeans escura, botas de cano alto e salto fino por cima da calça, uma blusa branca com alguns detalhes prateados por baixo de uma jaqueta de couro preta, seus cabelos sedosos parecem estar soltos por de baixo do capacete. Uma maquiagem sem exageros era sua marca fora da escola, é claro que estava de lentes. Já que durante as aulas ela estava sempre sem maquiagem e com aqueles óculos asquerosos, coisa que eu nunca falaria a ela.

-Então vamos. – Ela perguntou tirando o próprio capacete e sorrindo lindamente para mim, seus cabelos caíram em cascatas sobre seus ombros e costas, parecia um anjo ali na minha frente.

-De moto? – Perguntei ainda meio bobo por causa de sua beleza.

-É, por que, tem medo? – Ela me desafiou.

-Nunca. – Peguei o outro capacete que ela me oferecia e montei na garupa de sua moto.

Chegamos na escola em tempo recorde. Ela entrou pelo estacionamento chamando a atenção de todos os presentes, atraído inúmeros olhares em nossa direção, não sei se estou certo ou não, mas acho que ela fez isso de caso pensado. Ela é o do tipo que não gosta de chamar a atenção de ninguém, e se o fez dessa vez com certeza foi premeditado. Ela manobrou a moto parando na vaga que eu costumo deixar o meu carro, mas antes de parar ela fez algo parecido com um cavalinho de pau entrando de ré na vaga.  Ela desligou a moto e eu desci, inutilmente estendi a mão para ajudá-la, mas ela não precisou.

-Não foi tão ruim assim, foi? – Ela perguntou em tom de zombaria. Meu coração tinha ido até a boca e voltado nessa manobra dela, mas nem sob ameaça eu admitiria isso a ela.

-Claro que não, foi tranqüilo. – Quase pulei de alegria ao constatar que disse isso sem gaguejar.

-Vou fingir que acredito. – Ela ajeitou os cabelos, pela primeira vez na escola eu os via soltos, ainda segurando o seu capacete. Meio sem jeito o retirei de suas mãos.

-Deixa que eu guardo para você. – Ela me entregou  de bom grado, quando percebemos a aproximação de dois dos meus amigos do time, Embry e Quil. Tá certo que metade das pessoas do estacionamento estava nos encarando, mas esses foram os únicos a se aproximarem.

-Eu tenho que ver umas coisas na secretaria te vejo depois. – Ela disse me dando um beijo que era para ser na bochecha como sempre, mas acabou saindo no cantinho da boca, algo que me deu uma enorme vontade de quero mais.

Eu sei que no fundo ela saiu para não ter que encarar meus amigos, até entendo ela e que se dane os outros, eu tenho que ter ela em meus braços e tem que ser hoje, já não me agüento mais.

-Ei Jake quem é a novata? – Quil perguntou ainda olhando na direção que a Nessie foi.

-Nossa, eu não sei que é, mas que dá de cem na esquisitinha isso dá. – Aquilo m e enervou, por dois motivos a Nessie não é esquisitinha e outra por eles estarem olhando daquela maneira para ela.

-Podem tirar o olho, a Nessie é minha. – Falei com total satisfação.

-Nessie? Quem tem um nome desses. – Leah apareceu do nada e perguntou.

-Alguém que não te interessa. – Respondi entrando no prédio da escola com a minha mochila e os dois capacetes na mão.

As minhas primeiras aulas não passaram se arrastaram, mesmo a de história que eu tinha com a Nessie se arrastou, ele continuava se sentando na frente e longe de mim. No almoço me sentei junto a ela. Mais uma vez eu não tinha fome, então me servi apenas de uma lata de coca-cola.

-Sem fome? – Ela perguntou sorrindo vendo que eu apenas trazia a lata de refrigerante comigo, enquanto ela havia se servido de sanduíche e suco.

-Na verdade meu estomago esta meio embrulhado. – Admiti sem conseguir olhar em seus olhos.

-Se está se sentindo mal é melhor ir para a enfermaria, sei lá tomar alguma coisa. – Ela disse toda preocupada.

-Não se preocupe, não é nada. – Falei tentando não me delatar, afinal estou assim por causa da ansiedade.

-Jake, como assim não é nada. Se você não quer ir à enfermaria por causa de hoje a tarde, não tem problema, marcamos para outro dia. – Ela ainda não tinha entendido que era por causa de mais tarde que eu estava assim...

-Nessie calma, não é nada. É que...eu estou ansioso por isso estou enjoado. – Admiti baixando a minha cabeça para não encara-la.

-Sério? – Ela perguntou levantando meu rosto delicadamente com as mãos, afirmei com um pequeno movimento roubando um lindo sorriso dela. Ela ficou mais perto de mim, sentando de lado na cadeira e fazendo com que nossas pernas se tocassem. Estremeci com o contato. – Frio? – Perguntou com um brilho diferente no olhar.

-Nessie você está me enlouquecendo garota. – Falei inspirando fundo para manter o meu controle.

-Como? – Perguntou aproximando seu rosto do meu, quase tocando.

-Por favor me ajude a não estragar tudo. – Implorei.

-Como você poderia estragar tudo? – Ela estava brincando com fogo e eu louquinho para me queimar.

-Hoje você esta me testando não é?

-Como assim, não fiz nada de diferente. – Falou na maior inocência que poderia existir. Ela vem me dizer que não fez nada de diferente, ela está diferente dos outros dias e para me enlouquecer não precisa de esforço nenhum.

-Esquece, nem ligue pro que eu disse, estou meio louco hoje só isso. – Falei baixando minha cabeça evitando de tocar seu rosto.

-Não quero esquecer, quero eu me diga com todas as letras o que está te enlouquecendo. – Ela disse decidida e me tirar o juízo, se é que eu ainda o tenho.

-Nessie... – Me rendi, fazer o que? – Não sei explicar, na verdade nem sei se tem algum tipo de explicação, eu estou gostando de você e ...

-E?

-Pela manhã no estacionamento quando você me deu aquele beijo na bochecha, pegou no canto da boca, tive que me segurar para não te agarrar e te beijar, coisa que poderia estragar tudo.

-Porque estragaria, você não estava com vontade?

-Não é essa a questão, eu ainda estou com vontade, mas não quero que fique pensando que é apenas mais uma pra mim. Você é única Nessie, eu penso em você cada segundo do meu dia, passo cada instante livre imaginando o que eu posso fazer para você sentir o quanto é especial na minha vida... – Respirei fundo, não poderia deixar escapar nenhuma das lagrimas que estavam querendo fugir pelos meus olhos.

-Jake. – Ela me chamou, levante meu rosto. – Não acredito que a sua vontade seja tão grande assim. – Senti meu sangue ferver, não era ela quem estava se segurando neste exato momento ainda mais com tanta proximidade. Vendo meu silencio ela continuou. – Sabe se a vontade fosse tão grande, assim tão pertinho que estamos você já teria me beijado.

Não esperei ela se manifestar novamente, a beijei, colocando para fora toda aquela vontade que estava guardada e controlada em meu peito. Ela imediatamente colocou as mãos em volta do meu pescoço me prendendo mais ainda a ela.

-Agora sim eu acredito que estava com vontade. – Ela disse sorrindo assim que terminamos o beijo, mas sem largar do meu pescoço.

-Tô falando...você me tira o juízo garota. – Falei sorrindo ao constatar que ela também sorria.

-Sabe Jake, acho que você tem muito juízo. – Gargalhei com a sua declaração, afinal ela queria dizer que eu havia me demorado muito.

-Então senhorita Cullen, aceita namorar comigo? – Joguei na lata, afinal eu poderia nunca mais ter uma oportunidade como esta, e sei que ela não é do tipo que fica por ai, com ela a coisa tem que ser séria.

-Jake eu...Vamos aproveitar o dia de hoje, no fim da noite se você ainda quiser namorar comigo a gente conversa. – Ela disse me dando um selinho...mas se ela pensa que eu vou desistir assim tão fácil ela está redondamente enganada.

-Não vou discutir com você não quero estragar esse momento,  mas saiba que mesmo no fim da noite ainda vou querer namorar com você. – Falei dando um beijo e não dando a oportunidade dela retrucar.

O sinal bateu sem que percebemos, ainda estávamos na nossa bolha. Acompanhei ela até a sala de aula com a promessa de ir busca-la assim que o sinal bateu, não consigo nem imaginar o olhar de cobiça dos garotos da escola em cima dela. Assim que as aulas terminaram eu praticamente voei em direção à sala dela.

-Então vamos? – Perguntei roubando um selinho da minha amada.

-Pronto para o que está por vir? – Vi malicia nos lindos olhos dela. E o pior é que gostei...

-Para onde vamos? – Perguntei já de frente à moto dela.

-Para o lugar que eu mais gosto no mundo todo. – Falou sorrindo e colocando o capacete.

-E esse lugar fica onde? – Falei imitando o seu gesto.

-Port Angelis. Centro. – Ela montou na moto e eu logo em seguida, abracei ela bem forte, levantei meu capacete o suficiente para beijar suas costas. – Se importa se eu for um pouco mais rápido do que pela manhã? – Mais rápido? Ela quase tirou mau coração pela boca e ainda queria andar mais rápido?

-Não, pode ir. – Falei tirando coragem nem sei da onde, mas quem sou eu para contrariar essa garota.

-Sabe eu quero chegar rápido para gente poder aproveitar mais. – Ela disse sorrindo e segurando um pouco mais forte a minha mão que estava em sua cintura.

Então deu partida na moto e rumamos para qualquer lugar em Port Angelis.