PDV NESSIE

Minha semana não tinha como ser mais perfeita, Jake vinha todos os dias me buscar e me trazer, já havia feito amizade com meus pais e sua entrada em minha casa era livre a hora que fosse. Depois do nosso programinha de sábado ele me deixou em casa sã e salva. Desde o dia em que ele me deu um selinho na biblioteca da casa dele não houve mais nenhum contato direto de nossas bocas. O que no meu ver era uma pena.

Já não tenho mais forças para negar o meu amor por ele, um simples capitão de um time colegial que dominou meus pensamentos. Na escola eu sempre observava com a vantagem de ser ignorada. Ele sempre ele, a primeira pessoa que vi nesta maldita escola e que agora eu tenho o privilegio de estar ao seu lado. Nesses dias ele praticamente abandonou seus amigos, não deu bola para nenhuma garota e me dá indiretas o tempo todo, sinto que ele realmente gosta de mim, mas ainda tenho medo, medo do que já passei em minha breve vida venha tona e ele queira apenas brincar comigo.

-Vai ficar muito tempo ai fora filha? – Meu pai perguntou da porta de casa, é eu ainda não tinha entrado em casa, e pra ser sincera nem sei quanto tempo faz que o Jake me deixou aqui.

-Fiquei muito tempo parada aqui? – Perguntei envergonhada ao meu pai que sorria ao me abraçar.

-Menos de meia hora. – Falou rindo e me direcionando para dentro de casa. – Quando vai contar a ele?

-Contar o que? – Minha mãe perguntou, ela estava sentada no sofá da sala com um monte de papeis nas mãos, é ela levava o trabalho para casa, sempre.

-Que ela está apaixonada por ele. – Meu pai disse sem cerimônias se jogando no sofá e me pegando no colo.

-Pai não é bem assim também. – Tentei me defender, mas quem disse que eu engano meus pais?

-Tá bom, então nos conte como é. – Minha mãe disse abandonando seus papeis e me encarando, eu parecia mais um bebe sendo ninado pelo meu pai.

-Não estou apaixonada, é apenas uma admiração. – Tentei atenuar um pouco as coisas, mas não convenci nem a mim mesma.

-Inventa outra que essa ai não colou. – Meu pai disse rindo.

-Tá bom admito estou caidinha por ele, mas não sei o que fazer. – Falei fechando meus olhos e lembrando do sorriso encantador que ele me direciona, seus olhos brilhando de ansiedade quando jogamos boliche. Acabei soltando um suspiro sem querer.

-Não precisa fazer nada, apenas deixe ele fazer você feliz querida. Esta escrito na testa dele que ele te ama. – Minha mãe disse sem rodeios.

-E se eu for apenas mais uma na longa lista de Jacob Black? – Perguntei com uma enorme dor no coração.

-Eu o mato com minhas próprias mãos, mas até ter certeza disso se entregue filha, se permita ser feliz. – Meu pai me apertou mais ainda em seus braços e ali eu me sentia realmente segura.

-Chega desse papo sério, agora me conta como foi o filme. – Minha mãe falou para quebrar o clima.

-Que filme? – Perguntei meio perdida.

-Vocês não iam ao cinema? – Meu pai perguntou, fiz que sim com a cabeça. – Então qual filme assistiram?

-Não assistimos. – Respondi levantando do colo do meu pai, pronta para subir tomar um banho.

-Como assim? O que ficaram fazendo? – Meu pai deu uma de pai ciumento.

-Jogamos boliche. – Falei encarando seus lindos olhos verde esmeralda.

-Menos mal. – Meu pai respirou aliviado roubando gargalhadas minhas e de minha mãe. Parei no pé da escada e por um instante eu sabia exatamente o que fazer, sorri com esse pensamento.

-Pai na sexta vamos ver o treino e ver se o que ele sente é de verdade. – Falei com um sorriso travesso nos lábios.

-Tem certeza Nessie? – Meu pai perguntou apreensivo.

-Absoluta pai. – Subi as escadas de dois em dois degraus, mal entrei no quarto já fui arrancando minhas roupas e me joguei de baixo do chuveiro. Naquela noite sonhei com o meu Jake. Sim meu, pois assim o seria logo que possível. Ou eu não me chamo Renesmee Carlie Cullen...

Acordei sedo no domingo e como de costume fui até a academia que tínhamos em casa, eu estava malhando há alguns minutos quando minha mãe veio me acompanhar.

-Exagerou ontem? – Ela perguntou fazendo alongamento.

-Não, um suco natural, nada mais. – A pergunta era devido a velocidade da esteira que eu estava, sempre que eu acabava exagerando nos doces eu corria igual uma louca, mas a verdade que hoje eu estava ansiosa demais.

-Está ansiosa demais então. – Sempre mãe, eu nem precisava dizer nada, meus pais me conheciam como ninguém.

-Não vou vê-lo hoje – Admiti aumentando ainda mais o meu ritmo.

-E a culpa por acaso é da esteira? – Perguntou rindo, é claro que não é culpa da esteira, mas ela me ajuda a aliviar as tensões. Acabei gargalhando da minha situação.

-Mas vocês não se cansam nunca não? – Meu pai perguntou entrando no cômodo que chamávamos de academia, tá certo era sim uma academia, só que particular.

-Não – Respondemos juntas fazendo meu pai gargalhar.

-Então terei que pedir desculpas a sua visita, posso pedir para ele voltar amanhã. – Meu pai oi falando e saindo ao mesmo tempo.

-Ele está ai? – Perguntei afoita.

-Se por ele você se referir ao Jake, sim. – Meu pai virou o rosto em minha direção sorrindo com a minha atitude. Parei de correr e só então me dei conta que e estava toda suada e sem condições nenhuma de ver alguém. Meu viu a frustração em meu rosto. – Vou aviar que você vai demorar uns minutinhos. – Então ele saiu da academia e eu corri até o meu quarto, nunca em toda a minha vida eu tomei um banho tão rápido, coloquei uma roupa confortável, me maquiei e desci.

-Demorei muito? – Perguntei tirando o Jake de suas distrações mais intima.

-Não, mas mesmo se tivesse demorado teria valido a pena. – Sorri com suas palavras.

-Então a que devo a honra de sua ilustre visita? – Perguntei me sentando ao seu lado.

-Nada em especifico, sabe eu estava sem nada de bom para fazer então vim te convidar para fazer nada comigo. Então vamos fazer nada juntos? – Perguntou rindo de sua desculpa.

-Bom eu aceito, mesmo não tendo os mesmo planos.

-Desculpe não sabia que tinha planos para hoje. – Ele mencionou se levantar, mas vai ter a sorte de eu deixar ele ir embora assim.

-Meus planos acomodam você também, se quiser é claro. – Fui direta.

-E quais seriam?

-Um dia na piscina, topa? – Não era bem um plano para o meu domingo, mas eu estava com vontade de dar um mergulho.

-Se seus pais não se importarem eu aceito, só terei que ir em casa pegar uma roupa.

-Tenho certeza que meus pais não irão se opor. – Falei sorrindo igual uma boba.

-Então o que acha de ir comigo, assim eu volto mais rápido.  –Propôs.

-É claro, vamos? – Perguntei me levantando. – Só me deixe avisar meus pais, vamos comigo? – Perguntei estendendo a mão em direção à sua. Ele pegou sem pensar duas vezes e isso me alegrou. Andamos até a academia, meus pais malhavam sem parar. – Mãe eu vou até a casa do Jake ele vai pegar umas roupas para dar um mergulho comigo.

-Tudo bem, vamos sair daqui a pouco, mas fiquem a vontade. – minha mãe foi que m se pronunciou, meu pai apenas nos observava.

-Vamos? – Perguntei sem esperar por resposta.

Fomos de carro até a casa dele, rapidamente já estávamos voltando a fim de aproveitarmos melhor o dia, meus pais já haviam saído, ele tinham um almoço com meus tios na casa da Tia Alice. Então a casa seria apenas nossa, assim como a piscina.

-Vou me trocar e já volto. – Falei ao Jake já na área da piscina, ele concordou com a cabeça e já ia tirando a camiseta quando me virei para ir me trocar. Coloquei o primeiro biquíni que vi, um preto com listras brancas, tomara que caia e peguei uma saída de banho também preta, mas esta sem listras, prendi meus cabelos e voltei correndo para a área da piscina. Quando o vi apenas de sunga sentado na beira da piscina tremi inteira. Se eu o achava lindo com roupas, imaginem sem elas???

-Nossa você é rápida. – Jake brincou dando um tapinha no chão ao seu lado um convite para que eu me sentasse ao seu lado.

-Que nada você que se distraí com facilidade. – Respondi me sentando ao seu lado e colocando meus pés dentro d’água. Ele simplesmente riu.

-Isso é verdade, principalmente nesses últimos dias. – No momento que ele disse isso pude perceber o que ele queria dizer e torcia para que fosse a mais pura verdade.

-Vamos dar um mergulho? – Perguntei pulando na piscina e tentando mudar de assunto. Ele imediatamente me acompanhou. Ficamos a manhã inteira na piscina, brincando e conversando. Até que meu estomago deu sinais de sua existência arrancando gargalhadas do meu Jake que é claro ouviu o ruído horrendo vindo de dentro de mim.

-Acho que tem alguém com fome. – Jake brincou. Fomos à cozinha e fizemos um lanche rápido, nada além de sanduiches e suco de caixinha. A tarde curtimos um filme juntos, estar ao lado dele era como respirar, natural e extremamente necessário para a minha sobrevivência.

-Eu tenho que ir, está tarde. – Falou se levantando do sofá com uma carinha triste.

-Adorei estar ao seu lado hoje. – Falei o abraçando com todas as minhas forças. Fui retribuída e a vontade de sair daquele abraço foi pro espaço.

-Eu também, mas infelizmente amanhã teremos aula e eu ainda não fiz o meu dever de casa. – Ele disse envergonhado.

-Que feio Jake. – Repreendi na brincadeira. – Eu também não fiz. – Completei rindo.

-Então como temos nossos deveres vou te deixar, mas amanhã bem cedo passo para te buscar. – Seu tom era solene, o que me fez rir dele e de mim também.

Não demorou muito, e se demorou nem percebi, para meus pais chegarem. Como sempre animados para saber o que havia acontecido conosco durante o dia, tive que decepcioná-los com meu relato de que não havia passado de um dia entre dois amigos.

-Filha não dá para você simplesmente ignorar esse sentimento. – Meu pai disse sentado na cama com minha cabeça em seu colo.

-Não estou ignorando nada, apenas curtindo o que temos, o começo de uma amizade. – Não estava convicta da minha afirmação e meus pais perceberam isso logo de cara.

-Tá certo, então se é assim eu e seu pai somos apenas amigos. – Minha mãe disse com um sorriso mateiro nos lábios que arrancou gargalhadas minhas de meu pai.