Treina Comigo escrita por Carlos Abraham Duarte


Capítulo 3
Sangue e Prata - O Sonho


Notas iniciais do capítulo

O título deste capítulo é uma espécie de paródia ao título do (excelente) romance "Sangue e Ouro" (Crônicas Vampirescas), de Anne Rice, ao mesmo tempo em que faz referência ao tom branco-prateado dos cabelos da vampira Ura-Moka.



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Naquela noite Tsukune tornou a sonhar com a Moka vampira de forma abertamente erótica.

Ela estava languidamente deitada numa cama, completamente nua, com os olhos semicerrados. A cruz do rosário em sua gargantilha havia sido removida. Seus vastos cabelos lisos cor de prata lunar espalhavam-se, desordenados, sobre os lençóis carmesim. A pele alva e macia de seu corpo escultural convidava às mais ousadas e doces carícias. Quando enfim abriu as pálpebras pálidas, ela fixou em Tsukune (que também estava nu) um par de olhos famintos. Lindos orbes amendoados, de íris vermelho-sangue de pombo, como o mais belo par de rubi birmanês. Pupilas elípticas dilatadas como as dos gatos em alerta. De uma ampla janela envidraçada ao fundo podia-se avistar o ziguezaguear de raios de uma tempestade iluminando o negror da noite.

E então ela saiu do leito. Por instantes atemporais Tsukune contemplou toda a beleza irradiante do corpo curvilíneo da vampira, de pele marfim, seios fartos e rijos, barriga lisa, cintura fina, coxas bem torneadas, pernas esguias, pés e mãos delicados, unhas longas. A boca carnuda com um leve tom de vermelho sorriu mansamente para ele. Ela apanhou a cruz de metal do rosário que jazia abandonada sobre o tapete e a estendeu ao estarrecido Tsukune. Tudo se fundia na névoa turva onde se destacava a luz bruxuleante de um candeeiro com uma vela acesa num canto de um quarto escuro.

Sede de sangue. Ela agarrou-o pelas costas nuas, abraçou-o e cravou-lhe duas presas agudas no pescoço moreno. Encheu a boca com o sangue delicioso que vertia da ferida aberta no pescoço de Tsukune. Êxtase! O líquido vital do humano, mesclado ao sangue da vampira que era sua mestra, que o transformara em ghoul, provocava êxtase sensual e místico na filha da Casa Real Shuzen. Um êxtase físico, mental e espiritual capaz de ofuscar e transcender todos os prazeres da vida mortal.

- Moka-san! Moka-san! Moka-san, meu amor! Eu te amo!

Tsukune acordou coberto de suor na sua cama. Levantou-se, foi até a geladeira, pegou um jarro enorme e bebeu toda a água. Quase chegou a passar mal depois de beber tanta água, o que havia feito unicamente para tentar saciar aquela sede do sonho.

Foi até o banheiro, lavou o rosto com bastante água e mirou-se no espelho. "Por que fico tendo esses sonhos doidos?", ele questionou a si mesmo, sentindo um misto de raiva e vergonha, e vontade de socar a própria cara. "Ah, eu sou um devasso... Pior que o Gin-senpai, mil vezes pior...! Me odeio!"

Seu peito ofegou um pouco mais depressa. De repente, qual destroço submerso que vem à tona, um pensamento aflorou-lhe no cérebro: "Porque você a deseja, seu burro!"

Por um  momento, Tsukune teve uma alucinação esmagadora da presença dela. Como se ela, a Moka vampira, estivesse não apenas com ele, mas dentro dele.

Tsukune mordeu o lábio inferior com tanta força que chegou a sangrar por dentro. Com a língua provou o próprio sangue que escorria num filete muito fino do lábio mordido entre os dentes. Um segundo e meio depois, o corte labial já havia se fechado.


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Notas finais do capítulo

A descrição do sonho de Tsukune foi inspirada nalgumas cenas (extremamente eróticas) do encerramentos dos episódios da 1ª temporada do anime de R+V; quem assistiu sabe a que me refiro.



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