Pain Of The Darkness, Light Of Love escrita por Rose Ivashkov


Capítulo 18
Capítulo 18 – O Baile


Notas iniciais do capítulo

Pela quarta vez vou tentar postar.
Espero que gostem. Bjn. R.I.



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Rose foi para seu quarto e escolheu um vestido preto, comprido e lindo! Digno de Tapete Vermelho*... Digno de uma princesa. Tomou um banho de banheira com sais para relaxar, lavou metodicamente seus cabelos e os prendeu em uma trança na diagonal, terminando as postas em cachos bem modelados que caíam sobre seu ombro esquerdo. Passou mais um quilo de corretivo e fez uma bela maquiagem para noite com um iluminador nas pálpebras, bastante rímel para acentuar seu olhar, delineador e batom vermelho. Pegou se celular e ligou. Havia umas trinta chamadas de seu pai, duas de Lissa, duas de Mikail e três de Jess. Lissa e Jess deixaram-lhe mensagens sobre o baile. Mikail e seu pai deixaram mensagens no correio de voz, pedindo que ela entrasse em contato, recados esses ignorados completamente. Resolveu ligar para Lissa.

“Oi Rose! Nossa, onde você se meteu? Eu já tava preocupada...”

“Oi... Eu precisava ficar sozinha e desliguei o celular. Desculpe! Agora estou quase pronta, esperando Adrian para me levar ao baile...”

“Hein?! Perai?! Pára tudo! Quem vai te levar ao baile???” Rose riu.

“Adrian Ivashkov!” Lissa deu um gritinho e uma gargalhada. Ela saltava no quarto, quase se despenteando.

“Meu primo... Antissocial... Adrian Ivashkov... Vai te levar ao baile de Natal? Você tem certeza?! Foi ele mesmo que te disse isso???” Rose ria o tempo todo.

“Hey! Calma! Respire... Sim, ele me convidou, me explicou que ele não vai a nenhum evento social desde a tragédia e me pediu para não lhe dar o bolo, quando eu disse que não estava a fim de ir. Às dez ele vai passar aqui para me levar e disse que a Rainha ficou muito feliz em saber que ele iria ao baile e comigo! Enfim... Eu não posso desapontar a Rainha e...” Lissa ainda pulava quando Christian entrou em seu quarto e via que ela estava feliz. Feliz mesmo!

“Caramba, Rose!!! Como você conseguiu isso?! Ah... Rose, estou tão, tão feliz por vocês... Vocês estão... Tipo... Namorando? Ficando?” Rose riu denovo mas seu estômago parecia ter borboletas voando. ‘O que eu digo agora? Nem eu mesma sei o que ta rolando entre ele e eu?!’

“Liss, no baile a gente se fala. Tenho que terminar de me arrumar, senão ele chega e eu não estou pronta. Beijo.” E desligou. Ela se sentia feliz de poder estar com ele. De poder ficar bem juntinho dele. Dançar coladinho... ‘Ah! Droga! Será que ele dança???? Ah... Eu queria tanto dançar com ele...’ Nisso, bateram na porta e ela abriu achando que era Adrian, mas era seu pai e o sorriso que ela tinha no rosto, tornou-se uma careta. Ela não o deixou entrar e estacou na porta.

“O que você quer?!” Ela perguntou. Abe a olhou dos pés à cabeça e sorriu.

“Nossa filha! Você está linda!!!” Ele não pôde deixar de se orgulhar.

“O que você quer?????” Disse de mal humor. “Já veio me levar para a clínica????” Acendeu uma pequena bola de fogo em sua mão. “Será que eu posso, pelo menos, ter meu último baile??? Olha aqui, para você me levar, vai ter que mandar me empalar!!!” Abe a olhou, primeiro surpreso, ao ver sua filha disposta a atacá-lo e depois, com muita tristeza. Ele viu o ódio no olhar de sua única filhinha. Sua kiz!

“Rose, eu não vou te levar a lugar nenhum, kiz. Eu só quero conversar...” Ela apagou o fogo de sua mão.

“Tenho compromisso e estou atrasada. E não quero falar com você!” Ela já estava fechando a porta, mas Pavel a impediu e Abe entrou. Ela bufou e entrou no closet, onde tinha um enorme espelho.

“Kiz... Me perdoe! Eu não queria ter dito nada daquilo... É que eu fiquei morto de medo quando te vi dentro da banheira, tão abatida, a garrafa na lixeira e você não respondia e...” Ela não agüentava mais nada daquilo.

“Pare, Príncipe Mazur!!!! Chega!!! Não quero te ouvir. Eu confiei em você. Contei a você o que se passa comigo, na esperança de você me entender. Eu fui uma idiota mesmo!!! Você não entendeu nada. Ninguém entende!!!! Olha, eu to de saco cheio de vocês ficarem me dizendo o que eu tenho ou não tenho que fazer. Só te aviso uma coisa: Para você me levar para uma clínica de malucos ou drogados, vai ter que me matar primeiro. Eu vou atacar cada um que tentar e se vocês conseguirem no final, saiba que será o último Mazur legítimo vivente! A não ser que você faça outro filho para herdar seus direitos, seu legado! Porque se você me internar em uma clínica, eu já estou morta!!! MORTA!!!! Agora, SAI DAQUI!!! Você não vai estragar a minha noite. Não vai!”

Abe não sabia o que dizer. Pavel ficou estático. Quando Rose olhou para a porta, viu Adrian parado ali com uma expressão séria no rosto e ao seu lado estava Dimitri. Nenhum dos dois entenderam o teor da conversa, pois tudo foi dito em turco, mas não lhes parecia nada bom. Rose correu para Adrian que a abraçou, protetora e possessivamente e sussurrou para ele:

“Ah... Adrian! Me tire daqui, por favor, antes que eu ateie fogo em tudo!” Ele a abraçou ainda mais forte.

“Não se preocupe, minha pequena turca, ninguém lhe fará mal algum. Vamos!” Assim, ela pegou a chave, colocou na bolsa e saiu de braço dado com Adrian, deixando Abe e Pavel parados no meio do quarto.

***************************************

“Abe, por que você foi falar em interná-la? Eu não acredito que você disse isso! Não estou te reconhecendo, Abe...” Pavel, que não sabia da história e tinha Rose como uma filha, estava passado. Ele não entendia, de jeito nenhum, por que Abe poderia ameaçá-la desta forma e também não concordava com o fato de Abe tê-la mandado para a América, ao invés de mantê-la junto dele e dar-lhe todo o apoio que ela precisava e merecia. Abe enrubesceu. Ele se esqueceu que não havia contado a Pavel sobre o que tinha acontecido.

Ai, Pavel... Eu não sei o que me deu... Ela confiou em mim, se abriu comigo como nunca havia feito antes, falou o que estava acontecendo com ela, seus medos, suas dúvidas... Explicou porque andava bebendo tanto e eu fiz essa merda. Mais uma vez ouvi Janine e deu no que deu. Ela confiava em mim e agora não confia mais...”

Ele confiava em Pavel e lhe contou todo o que houve. Pavel ouviu tudo atentamente e entendeu porque Rose estava tão revoltada, tão irada. Ela nunca havia falado tanto de si com ninguém a não ser Mikail que por sua vez, lhe devia sua fidelidade e não contava nada para ninguém também. Entendeu porque Mikail disse que Rose não confiava mais nele. Pavel resolveu que ia tentar falar com ela no outro dia.

“Abe, amanhã eu vou tentar falar com ela...”

“Obrigada Pavel!” Disse Abe aliviado. Ele sabia que Rose amava Pavel como a um tio e o chamava de tio, inclusive. Sabia que ela o respeitava. ‘Quem sabe?! De repente, dá certo!!!’ Ele pensou, cheio de esperanças.

*******************************************

Adrian a conduziu até o salão de baile sem dizer nada. A aura dela ainda estava sombria e ela estava com medo. Quando chegaram, ela interrompeu o silêncio.

“Adrian, me perdoe por aquilo... eu... Eu não queria que você tivesse visto...”

“Tudo bem, minha pequena turca. Tudo bem! Não se preocupe com isso. Vamos nos sentar com a minha tia, você se importa?!” Rose sentiu seu rosto esquentar, mas não tinha o direito de negar isso a ele... Nem à Rainha.

“Tudo bem. Desde que meus pais não estejam na mesa.” Adrian riu.

“Não Rose, na nossa mesa só estarão você, eu, minha tia, Priscila Voda que é a conselheira da minha tia e o casal Conta.” Ela sorriu.

“Tudo bem então!”

Dimitri os levou até lá e Rose reverenciou a Rainha. Tatiana parecia que ia explodir de tanta alegria ao ver seu sobrinho no baile. Adrian sentou-se ao seu lado e Rose ao lado dele.

“Ah, filho! Você está lindo!!! E você também, Princesa. Está lindíssima!!!” Eles sorriram e Rose retribuiu o elogio sinceramente.

“A senhora também está muito elegante, Majestade! E a festa está linda...” Ela falou, observando o salão. ‘Ela é muito educada e formal...’ Observou Tatiana e sorriu.

“Só você mesmo para fazer meu querido Adrian a vir ao baile... E soube que patinaram, huh?!” Rose sorriu sem graça e Adrian apertou-lhe a mão de leve.

“É tia, o mérito é só dela! Ela é muito persuasiva...” Rose, que era bastante tímida, queria morrer de vergonha. ‘Ele me convidou e me chantageou para vir ao baile! Mas ele está feliz e isso é o que importa.’ Ela pensou.

Lissa os observava da mesa em que estava com Christian, Mason, Meredith, Eddie e Mia que tinha chegado hoje, a tempo de ir ao baile.

“Olha só a Rose! Parece que ela vai ter um enfarte daqui a pouco... Não pensei que fosse tão tímida assim...!” Lissa ria e todos concordavam. Rose estava com a bochecha vermelha como se tivesse passado blush e errado na dose. Adrian, Rose percebeu, pareceu constrangido na hora de comer. Ela sussurrou:

“Algo errado, Adrian?! Você nem mexeu na comida!” Ele abanou a cabeça e sorriu triste. Pensou bem e acabou falando:

“É que às vezes eu me atrapalho e derrubo as coisas... Tenho receio de tentar comer e acabar derrubando algo e chamando a atenção. Esse excesso de auras não ajuda em nada. Eu fico tonto e... Ahhh! Droga! Isso foi um erro...” Rose pegou sua mão e apertou.

“Há algo que eu possa fazer para te ajudar?” Ele beijou a mão dela e Tatiana arfou e sorriu ao ver que Rose beijou a mão dele também. Aquele gesto, aquele entendimento... Ela ficou feliz! Eles nem notaram as atenções que recebiam. Pareciam estar em um mundo só deles.

“Não minha pequena turca, não há nada que você possa fazer...” Rose teve uma idéia.

“E se eu te servisse na boca... Sei lá, como um casal faz...” Ele ruborizou. “Desculpe, eu não quis dizer casal... Eu...” Adrian a beijou e ela sentiu gosto de lágrima em sua boca. Ela jamais permitira que alguém o visse chorando. Discretamente, sem interromper o beijo, ela secou suas lágrimas com os polegares e sorriu. Ele também.

Tatiana estava deslumbrada com a cena. Ela nunca mais tinha visto Adrian se permitir a tanto carinho, tanto contato. Ele era sempre áspero com as pessoas e não deixava que ninguém se aproximasse muito, ainda mais daquela forma, tão cúmplice, tão íntima. Ele falou baixinho:

“Então você pode me dar um pouquinho na boca. Acho que ninguém vai notar que isso é porque eu não consigo comer sem derrubar, né?!” Rose sorriu e sussurrou:

“O que esse povo pensa não é problema nosso. O meu problema é que eu quero fazer isso para você e se você me permitir.” Ele assentiu e ela foi cortando e colocando na boca dele cada pedaço de carne, de massa, de sobremesa. Cada colherada acompanhada de um selinho. Depois, ela lhe entregou discretamente a taça de vinho e ele bebeu. Ele ainda se sentia um pouco constrangido, mas tentou não pensar nas pessoas nem prestar atenção nas auras. Ele estava feliz de estar ali e Rose parecia ter um entendimento sobrenatural do que ele sentia.

“Adrian, você está bem? Quer ir embora?” Ele sorriu.

“Não. Eu quero que você se divirta. Se quiser dançar com alguém, pode ir, eu não me importo.” Rose franziu o cenho.

“EU me importo! E eu não quero dançar com ninguém que não seja você, Adrian... Por que você está pensando assim?! Aliás, vamos dançar???” Por essa ele não esperava.

“Dan-dan-dançar?! Ah, pequena turca, como você quer que eu dance?!” Ela riu do embaraço dele. ‘Tão bonitinho assim, todo embaraçado!!!’ Ela pensou.

“Comigo! Da mesma forma que você patinou... Confia em mim?!” Ele assentiu. “Então vamos!” Ele enrijeceu. Ele não poderia dançar com a bengala e, embora ela fosse dobrável, ele não queria colocá-la sobre a mesa ou deixá-la à vista de qualquer forma, para não chamar a atenção. Também não se sentia muito seguro sem ela para guiá-lo. Ali tinha muita gente, muitas mesas e cadeiras... Definitivamente não apropriado para um deficiente visual andar sem sua bengala. Rose percebeu sua apreensão e falou baixinho.

“Hey! Dobre-a e eu a coloco em minha bolsa-carteira. Ela caberá certinho e ninguém vai notar. Vamos, vai! Me dê sua mão e eu te levo até a pista... Não se preocupe. Eu não vou permitir que faça nada constrangedor...” Ele assentiu e fez o que ela sugeriu.

Tatiana observava o carinho, o cuidado e a forma que Rose tratava seu único sobrinho. Ela estava emocionada. ‘É, ali realmente existe amor...’ Ela pensava. ‘Ela não o olha com dó, pena. Ela o olha com amor e respeito pela sua limitação...’ Tatiana sorriu satisfeita ao ver Rose guardar a guia de Adrian, discretamente em sua bolsa e caminhar de mãos dadas com ela na direção da pista de dança.

(*Tapete Vermelho = termo usado para comparar trajes aos usados na festa de entrega do Oscar – EUA)

Vestido de Rose http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.conceitomoda.com.br/wp-content/themes/press/functions/timthumb.php%3Fsrc%3Dhttp://www.conceitomoda.com.br/wp-content/uploads/2011/02/Oscar-2011-Maria-Menounos-em-vestido-preto-de-um-ombro-s%C3%B3-de-Johanna-Johnson-Cleon-Gostinski-Jennifer-Lawrence.jpg%26w%3D630%26h%3D%26zc%3D1&imgrefurl=http://www.conceitomoda.com.br/tag/tapete-vermelho/&usg=__tcZpkYQiENxIrAOraTkG1RsPoXg=&h=968&w=630&sz=104&hl=pt-BR&start=238&zoom=1&tbnid=3xjsGKFXrXU-IM:&tbnh=113&tbnw=75&ei=llbDTfasBY6u4AbJmJ2CBQ&prev=/search%3Fq%3Dvestidos%2Bde%2Bgala%2Bpretos%2Btapete%2Bvermelho%2Bfotos%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1345%26bih%3D527%26tbm%3Disch1%2C3177&chk=sbg&itbs=1&iact=hc&vpx=113&vpy=138&dur=5434&hovh=278&hovw=181&tx=85&ty=179&page=9&ndsp=29&ved=1t:429,r:9,s:238&biw=1345&bih=527


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