Kizu escrita por Aislyn


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas consegui terminar! Monografia tentando me deixar (mais) louca, mas ainda estou conseguindo conciliar as coisas.

Espero que gostem! Boa leitura!



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Iori havia confessado que gostava dele e ele havia correspondido. E ficara assustado apenas para descobrir em seguida que o barulho vinha de um grupo de universitários estourando balões enquanto caminhavam pela rua.

Na adrenalina do momento não conseguiu se acalmar para distinguir o som. E agora tinha um loiro sentado em sua cozinha, esperando que ele fizesse um pouco de chá, rindo baixinho ao vê-lo quebrar uma xícara.

Primeiro ele fizera muito barulho procurando uma vasilha para ferver a água, depois derrubou a caixinha com os pacotinhos de chá e também colocou o pote de sal na mesa, ao invés de açúcar.

Todo o percurso sendo acompanhado pelo olhar atento e divertido de Iori.

Aquilo o deixava nervoso.

Bebida pronta, cada um encheu sua xícara e foram juntos para a sala, que estava mais quente devido ao aquecedor.

Iori fizera questão de sentar ao lado de Jun no sofá, de modo que nem o programa na TV conseguiu deixar o menor mais relaxado.

A todo instante Jun olhava para o relógio, torcendo para que sua mãe chegasse logo para o almoço, mas os minutos pareciam se arrastar.

Notando o desconforto do outro, Iori terminou rapidamente sua bebida e levou a xícara de volta para a cozinha, mas ao retornar não se sentou novamente. Lançou um olhar para a janela enquanto pegava sua mochila.

_ Acho que já vou.

_ Já? Nós acabamos de chegar! – Jun levantou-se também, elétrico e nervoso demais para conversar sentado.

_ É... melhor aproveitar que o tempo firmou.

_ Você pode esperar minha mãe chegar. Ela te leva em casa depois do almoço.

O loiro soltou uma risada seca, negando com a cabeça.

_ Você está nervoso porque estamos sozinhos e quer que eu fique para o almoço? Isso é meio contraditório.

_ Não... é que...

_ Olha, fica tranqüilo. Eu gosto de você, sei que você também gosta de mim, mas paramos aqui. Não somos namorados, não ficamos, nem anda disso. Ainda somos só amigos. Não vou te cobrar nada.

_ Me desculpe... – pediu em tom baixo – Eu sou um idiota...

_ É, eu sei. A gente fica idiota quando apaixona. – o tom leve fez Jun sorrir e encará-lo novamente completamente corado.

_ Podemos começar de novo? Eu preciso de um pouco de prática.

O loiro deixou a mochila de lado e voltou a se sentar, e dessa vez foi Jun quem se aproximou, deixando que sua mão roçasse na do outro, sorrindo de modo bobo. Iori, porém, foi mais além e passou o braço por seu ombro, puxando-o para perto.

_ Já que estamos de férias e não vou te ver todo dia no colégio, posso vir te visitar de vez em quando?

_ Claro! Você também disse que ia me ensinar a patinar mais!

_ Quando você quiser.

x-x-x

Aproveitaram a manhã fria e tranqüila de um domingo para darem uma volta pela cidade, apenas apreciando a companhia um do outro, enquanto iam para a casa do loiro para passarem o dia juntos.

Jun não havia contado do seu relacionamento para a mãe, mas o olhar divertido que ela lhe lançava quando o rapaz chegava era bastante significativo. Sem contar que ela sempre arrumava algo para fazer durante essas visitas, dando-lhes privacidade para conversarem a vontade.

Por outro lado, estavam indo bem devagar com os pais de Iori, pois as reações poderiam variar e a aceitação podia levar um tempo.

Então aproveitavam os momentos em que estavam sozinhos, assim podiam ficar de mãos dadas ou abraçados, sem medo de atraírem olhares repreensivos.

_ Tentei ligar pro pessoal essa semana, mas só o Riku atendeu, e ele parecia meio desanimado. – comentou o loiro enquanto esperavam o metrô.

_ Matoi costuma passar as férias com os avós. Eles tem uma pensão com fontes termais. E o Kisaki vai com o pai dele pra empresa. Ele leva o futuro dele muito a sério.

O menor aproveitou que a plataforma estava praticamente vazia para se aproximar e abraçar o loiro pela cintura. Gostava do seu abraço e começou a gostar do frio, pois podia usá-lo como desculpa.

Também desistira de se preocupar com os pesadelos. Se algo tivesse que acontecer, ele sabia que não ia conseguir evitar, assim como não conseguiu evitar se apaixonar.

_ Então o Riku está de molho? A gente podia chamá-lo pra dar uma volta. – passou os braços pelos ombros de Jun, apoiando o queixo em sua cabeça.

_ Ele não vai aceitar. Vai dizer que atrapalha a gente.

_ É claro que não atrapalha! Nós sempre andamos juntos.

_ Bom... é que ele foi lá em casa esses dias, e eu contei que nós dois estamos juntos.

_ Ah, entendi. – empurrou o menor a sua frente para entrarem no metrô assim que as portas se abriram – O que ele achou?

_ Da gente? – recebeu um aceno afirmativo – Ele disse que desconfiava que eu também gostasse de você, curtiu e riu da minha cara, mas disse que não ia contar pro Kisaki ainda, porque ele acha que você vai ser acusado de me obrigar a alguma coisa. Eu tenho medo é do Matoi, ele não vai parar de me cutucar por isso.

_ Menos mal, pelo menos temos a aprovação do Riku. – riu baixinho, recebendo uma cotovelada – Ah... mais uma coisa... – chegou bem perto, sussurrando em seu ouvido – Que tipo de relação você falou que a gente tem?

Ao se afastar viu o rosto de Jun ficar da tonalidade de seu cabelo, em seguida ele desviou o olhar e ficou brincando com a barra do próprio casaco, negando-lhe uma resposta.

Aquela era a deixa que Iori procurava. Começar uma conversa amena até chegar ao assunto que queria sem realmente pressionar o outro. Ele gostava de Jun, mas não podia afirmar com todas as letras que tinham um relacionamento, afinal não houve um pedido de namoro e pra sua infelicidade ainda não tinha acontecido nada demais além de abraços e beijos no rosto.

Agora que o menor contara para Riku que estavam juntos, seja lá o que esse ‘juntos’ significasse, se sentia mais a vontade para dar um novo passo no relacionamento.

_ Eu pensei em falar pra não reparar na bagunça, mas o seu quarto sempre fica pior que o meu. – o loiro alfinetou assim que entraram na casa, arrancando um bico do outro.

_ E seus pais? – olhou ao redor, não encontrando nenhum sinal de movimento.

_ Devem ter ido pro templo. – deu de ombros, puxando-o pelas escadas.

_ Eles não vão se importar mesmo?

_ Claro que não. Eu avisei que você viria, e você já conhece os dois. Relaxa, a gente veio se divertir.

_ Mas eu sempre venho quando eles estão saindo...

_ Você quer ir embora? – dessa vez foi Iori quem armou um bico.

_ Não! Eu não disso isso! É só que...

_ Pare de se preocupar. Eles gostam de você. – acariciou seu rosto de leve, ganhando um aceno afirmativo.

x-x-x

Jogaram vídeo game a maior parte da manhã e também foram ao mercado comprar algumas coisas para o almoço, a pedido da mãe do loiro. Depois da refeição voltaram para o quarto de Iori, onde ligaram o som bem alto e começaram a discutir sobre gostos musicais, entrando em acordo sobre as melhores guitarras e visuais.

À tarde a mãe de Iori apareceu com bolo e suco, então os rapazes trocaram o som por um filme e transformaram o quarto em uma espécie de cinema, fechando a cortina e se jogando na cama.

O que queriam mesmo era a certeza que teriam um pouco de privacidade, para um poder deitar no colo do outro, trocarem algumas carícias e se abraçarem, sem medo de serem vistos, mas não podiam arriscar.

Ouviram alguém tocar a campainha pouco antes do anoitecer e Jun não precisou olhar pela janela para saber que era sua mãe. Pouco depois a outra senhora apareceu para confirmar quem era a visita.

Começaram a arrumar o quarto sem pressa, tentando adiar a separação, mas era inevitável que a diversão terminasse em algum momento.

Jun caminhou até o outro lado do quarto para pegar sua mochila, mas Iori o segurou pelo braço, virando-o para si.

_ Queria te perguntar uma coisa... – acariciou seu rosto, recebendo um sorriso em troca – Sobre sua conversa com Riku... na próxima vez que a gente falar com ele, podemos dizer que é sério?

_ Você quer dizer... namoro sério? De verdade?

_ Isso. Eu gosto de você, e parece ser o certo a fazer.

_ Também gosto de você. – cruzou a pequena distância que os separava, envolvendo-o num abraço – Posso espalhar pra todo mundo que você é meu namorado?

_ Pode. – riu baixo, correspondendo ao abraço, mas sua vontade  era pular e gritar de alegria.

Afastou-se apenas o suficiente para encará-lo, antes de colar seus lábios no beijo que selaria o pedido de namoro.

Roçou os lábios de leve, iniciando um selinho e sendo correspondido, ganhando também uma carícia em sua nuca.

Lambeu os lábios de Jun, pedindo passagem para aprofundar o beijo, recebendo uma mordida em seu lábio inferior antes que o menor permitisse que suas línguas se encontrassem.

Os lábios de Iori eram tão macios que, com certeza, sonharia com eles o resto da semana, ou do mês. Não sabia dizer. E o gosto também, era diferente de qualquer coisa que já provara. As mãos dele em sua cintura eram quentes e faziam arrepios percorrerem toda sua pele.

O loiro gemia baixinho entre o beijo, com o menor provocando enquanto arranhava as unhas curtas em seu pescoço, deliciando-se com os lábios doces e com sua boca pequena.

_ Garotos! – sobressaltaram-se com o chamado e o som da porta se abrindo, dando de cara com a mãe de Iori, que parecia ter esquecido o que ia falar.


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Notas finais do capítulo

Huhuhu ceninha tensa pra terminar o capítulo, não é? Alguém aí quer me matar? 8D

Espero que não, ou ficarão sem continuação u.u

O que acham que vai acontecer com eles? Os pais do Iori vão concordar? Vão tentar separá-los?