Kizu escrita por Aislyn


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo... espero que estejam gostando! =^-^=



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Não compareceu às aulas o restante da semana e sua ausência não pareceu alertar os professores, diferente de alguns alunos e colegas que sentiram sua falta.

Os professores foram instruídos a não responderem nenhuma pergunta dos alunos sobre o ocorrido, que não se sabia como, espalhou por todo o colégio.

O burburinho que corria era que Jun havia passado muito mal e fora levado em uma ambulância. Para os poucos que o conheciam, aquele era praticamente um aviso que o rapaz não iria viver muito tempo.

Riku, Kisaki e Matoi concordaram em não falar nada e nem desmentir os fatos, pois qualquer coisa que dissessem poderia ser distorcida e mal-compreendida. Preferiram esperar o amigo voltar e acabar com o falatório. E claro que junto com o retorno de Jun, iriam acabar com o ser que espalhou a falsa notícia: Zechs.

Contudo, se Jun soubesse o que o aguardava, teria adiado um pouco mais o retorno.

x-x-x

A partir do instante em que pisou nos terrenos do colégio, foi abordado por vários estudantes, querendo saber o que realmente acontecera. Alguns pareciam preocupados, outros apenas curiosos, mas o que o preocupou foi o rumor sobre o hospital.

Não sabia o que falaram sobre si durante a sua ausência, mas parecia algo ruim, então se deu ao trabalho de explicar o que realmente aconteceu a quem se interessasse.

Somente quando chegou à sua classe foi que Matoi lhe explicou sobre os boatos.

Pelo que conseguiram descobrir, Ryo, um cara baixinho e moreno que andava com Zechs, estava na biblioteca e ouviu a conversa de Jun daquela tarde e presenciou também o momento em que ele passou mal, tratando logo de contar aos outros do seu grupo, que aumentaram e modificaram os acontecimentos, espalhando em seguida para os outros alunos do colégio.

A intenção era prejudicar o ruivo e com isso atingir Kisaki, que se preocupava muito com ele. Mas por sorte, o retorno de Jun abafou as fofocas, provando que tudo não passava de um mal entendido.

x-x-x

Assim que foram liberados para o almoço, Jun foi novamente abordado, deixando que Matoi seguisse sozinho para a lanchonete, senão nenhum dos dois almoçaria naquele dia.

Quando conseguiu se livrar dos curiosos, já havia se passado metade do horário do almoço. Caminhou até a mesa que sempre dividia com os amigos, sorrindo para as pessoas que lhe cumprimentavam no caminho, torcendo para que Riku tivesse comprado seu almoço.

Porém, quanto mais se aproximava da mesa, maior era sua percepção de que algo estava muito diferente.

Assim que chegou ao seu destino, pousou as mãos na mesa e se inclinou para cima de Kisaki, encarando-o predatoriamente e questionando em tom baixo:

_ O que esse novato está fazendo aqui?

_ O novato tem nome... – Kisaki não se mostrou nem um pouco abalado, não se dando ao trabalho de encará-lo.

_ Eu não quero saber o nome dele. Quero saber o que ele está fazendo no meu lugar.

_ Almoçando. – retrucou o mais velho, mostrando-lhe o óbvio.

_ No meu lugar? – rebateu irônico.

_ Jun, é só você puxar mais uma cadeira. – sugeriu Riku, tentando uma solução prática, mas recebendo apenas um olhar mortal.

_ Eu saio se...

_ Fica quieto, novato. – encarou o moreno de frente, deixando-o sem graça – Então é isso que vocês fariam se eu morresse? Iam me trocar?

_ Você está sendo muito dramático, Jun. – Kisaki apoiou as costas na cadeira, finalmente encarando o outro.

Olhos frios e inexpressivos.

Era difícil saber se ele verdadeiramente se importava com alguém. Por mais prestativo que ele pudesse ser, só agia de boa vontade quando realmente queria.

Aquele olhar poderia causar medo, mas o ruivo não tinha muito a perder por desafiá-lo.

_ Tem razão. Drama e exagero são meu forte. E vocês já estão cansados disso. – acenou em despedida, virando as e saindo do refeitório.

x-x-x

Matoi tentou reparar o mal-entendido, abordando-o durante as aulas, contando como o novato entrou para o grupo, mostrando que ele era legal e poderiam se entender, mas foi só deixar escapar que ele era o vice-capitão do time de vôlei para seus esforços irem por água abaixo.

Se antes Jun os evitada, agora ele simplesmente os ignorava. Não almoçavam juntos, não fazia os trabalhos com Matoi, não os cumprimentava e nem saiam mais juntos.

Não importava o quanto fosse cutucado nas aulas ou o procurassem para conversar. Ele simplesmente fingia que não ouvia e nem via os outros três.

Felizmente, após varias tentativas frustradas, a sorte pareceu mudar para ambos os lados.

Durante uma aula de física, a professora anunciou que eles teriam uma feira de ciências dentro de dois meses e queria que a turma se separasse em trios para cada projeto.

Enquanto caminhava pela classe, explicando o que eles poderiam fazer e como os trabalhos seriam avaliados, ela lembrou a todos um dos projetos realizado no ano anterior, dizendo que esperava ansiosamente que Matoi e Jun fizessem novamente um bom trabalho.

Não que tivessem elaborado o melhor projeto da turma, mas o vulcão que fizeram literalmente explodiu.

Diante da insistência da senhora, o ruivo não conseguiu negar o pedido, vendo o amigo comemorar e não pensar duas vezes antes de chamar o novato para fazer parte da equipe.

Conseqüentemente, Jun voltou a falar com Matoi, e em seguida, com os outros dois, confessando que não estava com raiva pelo que houve, mas sim, com ciúmes dos amigos. Por outro lado, o novato ainda era ignorado, mas ele parecia se divertir com as birras ao invés de se sentir ofendido.

x-x-x

Reuniram-se na casa de Riku, com a desculpa que iriam estudar, mas ao invés de cadernos e livros, a mesa da sala estava abarrotada de DVDs, com os mais diversos tipos de filmes.

Tiveram que esperar os pais do loiro saírem para trabalhar, para finalmente começarem a diversão.

_ Vamos começar! – Riku saiu de perto da janela, de onde verificou a partida de seus pais, levando os outros quatro para a cozinha – Quem faz o que?

_ Eu vou buscar os refrigerantes! – Jun ergueu a mão pro alto, vendo os amigos negarem com a cabeça.

_ Não vou preparar nada dessa vez. Quase explodi a cozinha no mês passado – Kisaki afastou-se do fogão, como se o mesmo pudesse pegar fogo do nada.

_ É... a minha cozinha... – Matoi torceu o nariz, rindo em seguida – Eu me viro por aqui.

_ Quem arruma a sala? – questionou o loiro, distribuindo a tarefa mais simples.

_ O novato. – o ruivo indicou o mais alto com a cabeça, ainda sem encará-lo.

_ Por que você não chama pelo nome? – Kisaki revirou os olhos, cansado daquela pirraça.

_ Por que eu não sei o nome? – o ruivo rebateu com um sorriso irônico.

_ Por que você não pergunta?

_ Por que ele não se apresenta?

_ E eu fico me perguntando qual dos dois é mais cabeça-dura... – Riku interferiu, arrancando risadas de Matoi, que parecia gostar muito daquela troca de farpas.

_ Certo, nós vamos comprar as bebidas. – Kisaki pegou Jun pelo pulso e o arrastou para fora da casa.

_ Vou pra sala. – Riku acenou, saindo do cômodo, mas parou no batente da porta – Matoi... não queima nada, pelo amor de qualquer coisa!

_ Pode deixar! – acenou enquanto caminhava até a geladeira e abria a porta – Vamos pensar...

_ Ahm... qual o mistério com a sala? – o moreno alto escorou na pia, esperando o baixinho decidir.

_ Nenhum. Só que quem arruma agora tem que arrumar depois também. – fechou a geladeira e abriu o armário – Agora é fácil, fechar cortinas, jogar almofadas no chão, por as caixas de som em lugares estratégicos. O ruim é depois da bagunça que fazemos. Putz... não sei o que fazer!

Matoi fechou o armário e ficou encarando o mais alto, esperando alguma sugestão.

_ Pipoca?

_ Você veio assistir filme ou fazer uma guerra? – sorriu de canto, antes de explicar – Tentamos na casa de Kisaki, no final tinha pipoca até no teto. Os pais brigaram com ele, que depois descontou na gente.

_ Sem pipocas... por que não compram algo pronto também?

_ E perder a chance de explodir a cozinha? – sorriu cheio de dentes.

x-x-x

Havia restos de panqueca e refrigerante espalhados pela mesa de centro, mas ninguém parecia notar.

 Os cinco adolescentes estavam concentrados na mocinha na televisão, que entrava em um cômodo escuro apenas com uma pequena lanterna. Prenderam a respiração ao verem um vulto passar atrás dela, mas logo a cena mudou para a entrada de um prédio.

_ Eles sempre param na melhor parte... – resmungou o loiro, olhando fixamente para a TV.

_ Alguém quer mais refrigerante? – Jun levantou-se, pegando seu copo e o de Matoi, que levantou a mão, concentrado demais para responder.

Encheu os copos na cozinha, guardando o restante da bebida na geladeira e parando ao notar quem estava observando-o do batente da porta.

_ Pensei em perguntar para seus amigos, mas achei melhor resolver direto com você. – o moreno aproximou-se, parando ao lado da mesa, entre o ruivo e os copos de refrigerante – Por que você me odeia? Eu fiz alguma coisa contra você?

Jun desviou o olhar para a parede, deixando os ombros caírem em sinal de desânimo. Contornou o maior, pegando os copos e refazendo o caminho para a sala, sentindo os olhos do maior o seguindo.

_ Eu não te odeio. – respondeu baixo, mas foi suficiente para o moreno ouvir.

_ Não? – seu tom foi incrédulo – Então não entendo... Por que me ignora e ainda me chama de novato? Já ando com vocês há uns quatro meses!

_ É que... – suspirou fundo, apertando com força os copos em suas mãos, virando-se para encará-lo – Você faz tudo que eu tenho vontade de fazer e não posso, Iori!


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Notas finais do capítulo

Continua...



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