O Cativeiro escrita por Paola_B_B


Capítulo 20
XIX.


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa :D

Obrigada pelo carinho e incentivo! Vocês são demais!
Amores semana que vem não haverá posts aqui, só na outra semana no dia 10/06.

Quero me dedicar em ALL2 que estou em um ritmo extremamente lento.

Espero que gostem do cap ^^



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XIX.

Bocejos desgostosos começavam a escapar da boca de Corin. Aquela conversa estava de longe a mais cansativa de sua vida. Seus parceiros de crime não conseguiam chegar a uma decisão. Sempre que alguém dizia: Então está tudo acertado, faremos tal coisa! Vinha um indeciso e retrucava: Mas e se... E então tudo começava novamente.

Tinha certeza que era exatamente daquele jeito que uma garota se sentia quando ele ia tentar impressioná-la com sua inteligência superior. Bufou entediado desviando o olhar de Vladimir que parecia ter um gosto especial em ocupar o tempo fumando aquele maldito charuto fedido.

Estavam todos reunidos na sala de jantar da casa sentados a volta de uma longa mesa de madeira.

O cativeiro nada mais era do que uma grande casa de campo abandonada após o falecimento de seu último morador. Aparentemente nenhum parente interessou-se por querer cuidar de uma pequena chácara. A vizinhança era escassa, o que tornou ainda melhor a escolha do lugar.

Não poderia ser em um lugar totalmente afastado, seria o primeiro local no qual o FBI procuraria. Nem em um local na cidade, já que com certeza alguma pessoa estranharia o diferente movimento na redondeza e principalmente escutariam os gritos que Isabella soltou na sua primeira noite presa.

Então aquela grande casa de campo era o local perfeito. Poucos vizinhos e afastada o suficiente da estrada principal para que ninguém escutasse o que quer que fosse que acontecesse ali dentro. Por mais monstruoso que viesse a ser.

Mas o plano do GTCCS não estava mais tão sólido, pouco a pouco as paredes que O Arquiteto – com tanto cuidado – construiu, estavam desabando. E ele estava cada vez mais certo de que a melhor saída era desaparecer sem deixar rastros. Isabella esteve presa sozinha por dois dias que foram os únicos que deram certo em seu plano, mas o surgimento deste agente no terceiro dia mudava tudo.

Percebendo que seus “colegas” não estavam ligando muito se Edward continuava ou não vivo, Marcus tomou a sua decisão. Pulou fora antes que sobrasse para ele. Obviamente ele sabia que se anunciasse tal ato seria morto por traição. Por este motivo aguardou que a noite e o cansaço levassem todos às suas camas.

Com os passos leves como plumas e silencioso feito um vampiro que espia sua vítima, o homem de estrutura alta e feição completamente desinteressada seguiu pelo corredor. Se alguém o flagrasse nunca poderia afirmar que ele estava fugindo – mesmo que a mala em sua mão fosse uma prova incontestável. Sua expressão estava fria, como sempre. Seu andar estava calmo, como sempre. Até mesmo o seu coração batia normalmente! Ele até poderia ser considerado menos cruel que Eleazar, o torturador, mas a verdade é outra. O Arquiteto nada mais é que um homem sem orgulho e sem prazeres aparentes, nada o tenta ao erro. Ele faz o que for preciso para conseguir seu objetivo sem ser pego. E ele continuará livre por muito mais tempo ou quem sabe até a morte, pois nunca mais chegará tão perto de errar novamente como aconteceu com o plano de vingança.

Marcus continuou seu caminho pelo corredor mal cuidado. O tapete estava muito sujo de terra que os trigêmeos trouxeram em seus calçados. Os cantos das paredes pareciam disputar qual possuía mais famílias de aranhas. Os quadros sem valor tortos e rasgados. Se o homem tivesse em suas mãos uma corrente em vez de uma maleta poderia ser facilmente confundido com o fantasma da casa.

Escutou alguns roncos vindos de um dos quartos e murmúrios de alguém falando em quanto dormia de outro. O silêncio imperou por algumas portas até escutar um barulho estranho de gemidos. Revirou os olhos ao reconhecer a vos de James e Victória. Eles poderiam estar sempre discutindo entre si na frente dos outros, mas a verdade é que os dois eram vadios o suficiente para se pegarem as escondidas no meio da noite.

Finalmente passou em frente a porta do quarto onde Isabella e o agente estavam trancafiados. Escutou cochichos inteligíveis. Mas pelo tom de voz pareciam animados. Marcus ergueu um canto de sua boca em um sorriso irônico, aquilo não era mais problema dele e pela primeira vez depois que se meteu com todo esse bando sentiu estar fazendo a coisa certa.

Passou pelos últimos quartos acelerando o passo e tomando ainda mais cuidado para não ser escutado. Vladimir ficara no último ambiente antes da saída da casa, pois era o que possuía o sono mais leve e escutaria caso algo inesperado acontecesse – como o agente arrombando a porta e correndo carregando a vítima.

Deixou soltar sua respiração quando chegou ao lado de fora. Os capangas que ficaram de tocaia dormiram encostados a parede enquanto os outros subordinados estavam escondidos entre os carros jogando poker.

Sorrateiramente deu a volta pela casa, passando em frente ao grande galpão que ladeava a casa. – era a parede deste local que impediu Edward de enxergar onde estavam. Emprenhou-se alguns metros pelo pequeno bosque que escondia seu carro de fuga e então finalmente se foi. Nunca mais seria visto por qualquer um daqueles homens e mulheres da casa, mas isso não quer dizer que eles o esqueceriam, pois a atitude de Marcus simplesmente derrubou a todos como um espirro em frente a um castelo de cartas.

*/*/*

A noite no FBI foi agitada. Planos e mais planos estavam sendo bolados. Charlie queria sair naquele mesmo momento atrás de sua filha e de seu agente. Porém foi convencido a não agir precipitadamente. Resolveu escutar Emmett pelo menos uma vês depois que toda aquela merda começara. Já estava anoitecendo e não conheciam o local o suficiente para invadirem de maneira a assegurar a vida dos dois capturados.

Pelo GPS puderam localizar o local com facilidade e com a ajuda do satélite tiveram uma visão da pequena vila rural. A mansão ficava praticamente encostada em um bosque. Ali era o local para que os agentes se embrenharem, porém também era um local para a fuga dos bandidos. O FBI teria que tomar cuidado redobrado para que isto não ocorresse.

A visão noturna não estava ajudando muito. E por mais perto que o satélite pudesse captar a casa a escuridão não permitia que enxergassem muitos detalhes.

O dono do domicilio foi chamado em plena madrugada para depor. Obviamente ele nem tinha idéia de que atrocidade estava acontecendo no antigo lar de seus avós. E apesar de mal-humorado por ser tirado de sua cama juntamente com as duas prostitutas que pagara na noite, resolveu ajudar para se livrar logo daquele inoportuno. Cedeu todas as plantas e desenhos que possuía da casa, desde mapas de encanamento até as anotações que seu avô fizera ao construí-la.

Quando finalmente foi embora um geólogo que estuda o local chegou limpando seus olhos de sono. Ele não era o ideal para dizer sobre o bosque ou as grandes plantações de milho que ficavam em toda a região, porém conhecia tudo sobre aquelas bandas e neste momento toda e qualquer informação pode ser o diferencial.

Agora que vocês sabem que todos estão se mexendo para salvar nosso casal principal... Voltemos a eles.

*/*/*

- Não consegue dormir?

- Talvez até consiga, mas não quero.

- Por que não? Não acho que eles entrarão aqui na madrugada, além do mais está muito silencioso.

- Não é por isso. Estou um pouco ansioso.

- Quer saber o que seus amigos farão em relação a nós?

- Bem... Eu já tenho uma idéia. O FBI costuma ter padrões sabe? Odeio esses padrões.

A conversa era sussurrada entre o casal. Estavam sentados um ao lado do outro, bem próximos. Ela ainda enrolada na enorme jaqueta do agente e ele ainda querendo puxá-la para o meio de suas pernas e abraçá-la.

Isabella deixou que um sorriso invadisse seus lábios. Edward era completamente oposto daquilo que sempre imaginou que ele fosse.

- O que foi? – perguntou o ruivo ao notar o pequeno puxar de lábios da morena.

A mulher sentiu suas bochechas esquentarem, mas não se intimidou e esclareceu divertida.

- A cada palavra que sai da sua boca eu percebo o quão diferente é do que imaginei. Sempre pensei que fosse a favor dos padrões, pois eles simplesmente existem por algum motivo. – sua voz soou propositalmente como uma senhora muito experiente o que fez o agente rir baixinho.

- Nunca imaginei que eu pudesse rir de algo que você fosse falar. Sempre me imaginei entediado a sua frente. Lógico que minha imaginação não fez jus a sua pessoa. – lhe mandou uma piscadela.

Isabella corou forte tentando fazer com que seu coração entendesse que aquelas palavras poderiam não ser de significado bom.

- Devo ficar feliz com isso?

Masen fez um bico pensativo desviando o olhar e a morena praticamente ficou vesga para observar melhor. Limpou a garganta quando o olhar do agente voltou para os seus olhos.

- Bem... Se você gosta de ser morena, ter um papo que não chateia e ter uma voz e pensamentos completamente doces acho que deve ficar feliz. Pois eu a imaginei loira – falsamente, é lógico – unhas compridas e vermelhas, maquiagem e roupas acima de Deus, voz nasal e papo completamente entediante.

Swan abriu a boca em um pequeno “o” enquanto Edward coçava a cabeça em um misto de divertimento e vergonha.

- Uau! Você andou pensando um bom tempo em mim. – murmurou chocada, mas então suas palavras ecoaram em sua mente e notou que sua frase não soou da maneira que planejara.

O agente não se abalou e prendendo o mar esverdeado ao seu mar azul sussurrou roucamente.

- Você não tem nem idéia.

A morena desviou o olhar completamente envergonhada, mas um sorrisinho se apoderou de seus lábios.

Edward não deixou que um silêncio incomodo se instaurasse e tratou logo de lhe fazer uma pergunta.

- E você? Porque não dorme?

Isabella tornou a olhá-lo com a testa franzida em pensamentos e olhos perturbados.

- Acho que não quero.

- Tem medo?

- Sim. – confessou encolhendo os ombros.

- Pode descansar, não deixarei que eles te façam qualquer mal.

- Acredito em você. – sorriu brevemente. – Mas não é disso que tenho medo.

- O que teme então?

Não entendia o que acontecia com sua língua, mas ela simplesmente não podia controlá-la. Bastava o ruivo fazer-lhe qualquer pergunta que automaticamente a verdade saía pelos seus lábios. Isabella não sabia, mas o mesmo acontecia com o agente.

- Tenho medo de fechar os olhos e perceber que você aqui comigo não passou de um sonho.

O pânico que sentia não deixou que a vergonha de sua confissão a atingisse. Edward percebeu e murmurou.

- Não pode sonhar com alguém que nunca viu.

- Mas eu já vi você. – o pânico foi substituído pela vergonha quando a morena percebeu o que acabara de falar, mas por algum motivo continuou. – Em uma manhã de outono, na rua.

O agente simplesmente deixou-se inundar por um imenso sorriso.

- Você se lembra! – exclamou ainda expondo todos os seus dentes brancos.

Isabella não sabia se ficava surpresa ou emocionada.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram???


Só para lembrar, próximos posts aqui só no dia 10/06.