Apareci linda e cheirosa no quarto. As duas pararam um instante de falar sobre algo que eu não estava prestando atenção. Livvie foi a primeira a falar comigo quando sentei na minha cama mega bagunçada (as duas se espremiam na outra).

- Kathy gostaria de perguntar algo a você, Sophie –ela ficava ainda mais delicada com a perfeição em pessoa do lado.

-Pergunte.

-Bom... Você conhece o Rupert, não? –só faltava ela trocar o “você” por “tu”.

-Claro –infelizmente.

Houve uma pausa. Kathy deu um sorriso tímido para Livvie, que, eu acho, tentava encorajá-la. Eu só olhava para as duas, extremamente confusa. Então, veio um pensamento à minha mente que fez com que a pálpebra de baixo do meu olho direito subisse. Minha expressão era a de quem acabara de ver um lobisomem comendo a melhor amiga, mais ou menos.

-Você o conhece bastante, certo?

-Eu acho que... o suficiente...

Aqui, imagine uma Kathy da cor de uma pimenta dedo-de-moça.

-Vocês são amigos? Ou...

-Ou?

-Mais que isso? –eu nem ouvi a voz dela direito. Mas aquilo me fez engasgar.

-Não! Eu não sou nem amiga direito dele...

-Ah... –ela suspirou, com um sorriso medonho.

Quando eu digo “medonho” eu digo meigo ao extremo.

-Por que quer saber?

-Nada não. Obrigada.

-Você não está tipo... afim dele ou algo assim, né? –ela deu uma risadinha sem graça- AI MEU DEUS! –essa parte eu acho que eu exagerei- VOCÊ NÃO PODE! NÃO FAZ ISSO! NÃO!

Deu-me um ataque. Eu pulei em cima da cama e comecei a gritar com a menina. Eu disse que ela não o conhecia. Ele era o capeta. Para que ela se matasse e coisas desse tipo. Olha, eu sei que eu exagerei. Mas eu culpo três coisas: 1º meu segredo, que estava subindo pescoço acima e eu precisava extravasar sem o deixar sair; 2º minha dor de cabeça; 3º Kathryn Champoudry era a pessoa mais doce desse mundo. Eu não sou má, e não vou deixar ela se arruinar por causa de uma pessoa como... Rupert.

Eu só me lembro de ficar gritando com ela, até que alguma coisa me atingiu na testa e eu cai no chão, desmaiada. Essa coisa era um sapato. E esse sapato vinha do pé da pior pessoa que poderia vir no momento. Eu não acho que eu vou ter que dizer quem foi.

Rupert estava do lado de fora do nosso quarto, ouvindo nossa conversa. E quando ele viu que eu estava sendo possuída por alguma coisa horrível e a linda donzela francesa estava em perigo, ele simplesmente invadiu nossa privacidade atacando-me com um dos seus tênis.

Quando eu consegui levantar do meu coma de 3 horas, eu tinha perdido a luta. Livvie me contou o que aconteceu. Apesar de que ela estava super brava comigo. Só que eu disse que a culpa não era minha, e sim do meu surto psicótico.

Depois de o tênis ter atingido minha face, e eu ter desmaiado, aconteceu o seguinte:

Kathryn ficou em choque por alguns segundos. Depois ela assimilou que tinha sido salva pelo lindo cavaleiro dela. Mas esse cavaleiro estava se contorcendo de rir no chão. Mesmo assim, a linda donzela agradeceu o lindo cavaleiro com um lindo beijo na testa dele. E a linda Livvie teve que dizer para a linda donzela que eu era bipolar e tinha uma doença mental, algo assim. Enquanto o lindo cavaleiro se achava um máximo por ter marca de batom na testa, e eu com marca de tênis.

Mas depois disso que foi o melhor. Kathryn Champoudry, a linda donzela, chamou o lindo cavaleiro para sair. E ele aceitou. Agora foi a minha vez de me contorcer de rir no chão. Eu tentei avisar à linda donzela que o lindo cavaleiro era, na verdade, um... feio... dragão...? Agora o problema é dela.