Capítulo 2

Só pode ser sonho... Só pode ser sonho... Só pode ser sonho... Era tudo o que eu repetia em minha mente enquanto eu andava pelas ruas, todas elas muito coloridas e abarrotadas dos mais diversos tipos de gente. Talvez seja alguma convenção de Harry Potter que eu não tive conhecimento! Ou então algum tipo de seita de fãs doidões (como eu) que viviam igual ao mundo de Harry Potter...

Porque pensa comigo... Se o mundo bruxo realmente existe... Porque então eu não recebi minha carta de Hogwarts? Porque se realmente existia bruxos e bruxas é claro que eu também seria uma bruxa certo? ...Certo? Eu não seria uma trouxa né? Eu seria bruxa...

Ok! Agora a coisa estava ficando mesmo sinistra! Porque tem um prédio enorme com duendes entrando e saindo? Meu Deus... Gringotes! Será que se eu entrar lá eles trocam meu dinheiro? Eu é que não ia ficar boiando e esperar um saco de galeões cair em minha testa né? Entrei.

Tinha uma fila enorme iguais aos bancos do Brasil, pior, igual à fila do INSS! Mas a coisa aqui funcionava até que bem rápido, porque cara! Esses atores fantasiados de duendes eram bem rápidos e eficientes, não demorei 15 minutos e já saia do 'banco' feliz da vida após trocar meu dinheiro (Euro aqui, porque dãrr eu to na Inglaterra) por galeões. E não é que os atores fingem ser duendes de verdade, porque eles estavam de um mau humor incrível e de arrepiar os pelos da nuca.

-O que fazer primeiro? O que fazer primeiro? -eu repetia para mim mesma enquanto colocava um dedo no meu queixo, pensativa. -O que comprar... Bom se estou em algum tipo de convenção que copia perfeitamente o mundo bruxo então tenho que chegar com estilo! -fui até uma loja de roupas e comprei uma roupa linda, roxa com estrelas cor de rosa eu um chapeuzinho cônico da mesma estampa. Agora sim eu parecia uma bruxa de verdade! Sai da loja vestida a rigor!

Qual é o segundo lugar em que um bruxo vai quando começa a fazer suas compras para a escola? Olivaras é claro... E lá estava eu seguindo em direção a uma lojinha de aparência simpática, onde estava escrito em letras grandes e douradas "Olivaras" e ao lado duas varinhas, também douradas, se cruzavam.

-Olá! -eu chamei, mas ninguém apareceu e eu curiosa que sou comecei a fuçar pela loja.

Era igualsinho ao filme, tinha varias prateleiras com varias caixinhas cada uma delas contendo diversas descrições... Fibra de coração de Dragão e azevinho; Fio de cabelo de Sereia e ameixeira brava; Pena de Hipogriffo e azevinho; Fio da Calda de Unicórnio e azevinho e então uma que me chamou atenção... Fio do cabelo de Sereia e Salgueiro Lutador. Salgueiro Lutador?! OMG! Cortaram a árvore para fazer varinhas? Mas, claro esse foi um pensamento muito bobo, porque não existe um Salgueiro Lutador de verdade.

-A madeira com que essa varinha foi fabricada foi retirada do antigo Salgueiro Lutador que residia em Hogwarts e o Fio de Cabelo de Sereia foi dado pela rainha dos Sereianos que também reside no lago de Hogwarts... 32 cm. - disse um senhorzinho com cabelos em tufos jogados para todos os lados. De onde ele apareceu?

-Sr. Olivaras... -eu disse estreitando os olhos e olhando bem para ele, crispei os lábios. Esse era o ator que fez o sr. Olivaras em Harry Potter?

-Sim. -disse ele descendo de uma escada. Me segurei ao máximo para não gritar.

-OMG! Me dá uma autógrafo? -eu disse fuçando em minha bolsa a procura de um pedaço de papel e uma caneta. Eu não podia perder a chance né?

-O que é isso querida? -perguntou ele olhando espantando para minha caneta.

-Uma caneta! Para o senhor me dar o seu autógrafo! -gente eles interpretam super bem, deviam até ganhar um Oscar!

-Hmmm tudo bem. -disse ele pegando a caneta e escrevendo.

-A caneta está tampada né? -eu disse tirando a tampa da caneta. Credo ele é biruta!

-Ahhh sim, sim. -disse ele meio que envergonhado pelo fora que havia acabado de dar. Ele assinou um simples ‘Sr. “Olivaras”, mas tudo bem era melhor do que nada.

-Agora uma foto! -eu disse me grudando ao lado dele e ligando a câmera, grudei nossos rostos coloquei a câmera de frente para nós. -Diga Xisssssssss. -eu disse sorrindo e batendo a foto.

-Que artefato curioso. -disse ele piscando os olhos por causa do 'flashe' da câmera. Olhei para o foto e sorri ele estava de olhos esbugalhados. Cara, não vejo à hora de postar essa foto no Orkut para todas as minhas amigas morrerem de inveja!

-Obrigada. -eu disse emocionada.

-Tudo bem. -disse ele. -E então vai experimentar a varinha?

-Experimentar a varinha? -eu disse de olhos arregalados. -Como assim?

-Oras do que adianta comprar uma varinha que não funcione direito com você? -perguntou ele. -Afinal a varinha escolhe o bruxo e não o bruxo escolhe a varinha. -ele disse a famosa e clássica frase de Harry Potter? Ele disse mesmo isso? Morri, fatão!

-Tudo bem. -eu disse com a voz embargada de emoção.

Ele foi até a prateleira que eu olhava e me trouxe a varinha de Salgueiro Lutador e cabelo de Sereia.

-Aqui querida. -disse ele me entregando a varinha com certa cordialidade, como se aquilo fosse algo extremamente precioso.

Peguei a varinha e apontei para um monte de papeis em cima do balcão.

-Outch. -eu disse ao ver todos os papéis voando. -Legal! -eu disse apontando para a porta e ela se fechou. -Sinistro ae! -eu estava quase dando pulinhos. Então a varinha começou a soltar umas fagulhas douradas... Parecia mágica de verdade!

-Não há duvidas de que ela lhe pertence... Nunca vi uma varinha funcionar tão bem logo assim de primeira. -disse ele me olhando admirado.

-Eu vou levar! -eu disse pegando minha bolsinha de dinheiro.

-Cortesia da casa querida, ela é sua. -disse ele.

-Mas eu tenho que pagar como assim vou levar de graça? -perguntei indignada.

-Ela não funcionará com outra pessoa agora, ela é sua. -disse ele. –Ela te escolheu!

-Mas eu quero pagar! -eu disse.

-Mas não precisa... Essa varinha lhe pertence agora. -eu coloquei a varinha no balcão e cruzei os braços.

-Então eu não quero! -ele me olhou espantado.

-Tudo bem, tudo bem... 1 galeão e não discuto mais. -olhei de olhos estreitos para ele.

-Melhor do que nada! -eu disse pegando a moedinha na bolsinha. -Valeu sr. Olivaras! -eu disse beijando-o na bochecha por cima do balcão e sai dali serelepe e saltitante. -Eu não acredito que conheci o sr. Olivaras!!!