Me Ame escrita por Lúcia Hill


Capítulo 21
Capitulo - Pedido Errado


Notas iniciais do capítulo

Apenas um pedido, e tudo pode desmoronar, será que o amor que Ellen sente por Jensen pode resistir?Tendo agora uma grande rival, Lilian, não deixara barato para o casal.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/123696/chapter/21

Lilian não estava disposta a aceitar a união dos dois, andava de um lado para o outro, sua expressão era fria, tinha que encontrar alguma coisa para enfim, separá-los de uma vez só, com passos lentos foi até o quarto de Jensen sem que ninguém a visse.

– Farei alguma coisa para salvar essa família. – murmurou, seus olhos percorriam todo o quarto.

Estava disposta a colocar um ponto final naquela história ridícula, como ela mesma sempre se referiu, aproximou-se da cama e abriu a gavetinha do criado mudo, mexeu nos documentos que Jensen guardava, respirou fundo e continuou.

– Aonde você esconde sua agenda...? – tirou as pastas, documentos, chaves, mais nada da tal agenda particular dele. – Já sei.

Rapidamente ela colocou os documentos de volta na gaveta e foi até o close dele, abriu devagar para não fazer nem um ruído, puxou a imensa gaveta e reparou nos objetos de trabalho de seu filho, sorriu ao notar a agenda branca no fim da gaveta.

– Achei. – arrumou a bagunça que tinha feito, se aproximou da cama dele e sentou-se para verificar se constava algum telefone ou endereço, queria ir pessoalmente até a casa da jovem. – Vamos ver. – seus olhos percorreram rapidamente as linhas, e enfim, achou o telefone e o endereço de Ellen Rodrigues, maneou a cabeça, soltando um longo suspiro. – Vou acabar com você, vagabunda. – grunhiu com os dentes cerrados.

Ouviu passos e desesperadamente jogou a agenda debaixo da cama, se endireitou na cama e forçou um sorriso, a maçaneta girou, era a empregada para seu alívio.

– É-É, desculpa senhora, não sabia que estava aqui. – a empregada baixou a cabeça.

Lilian se levantou e antes de sair, disse ao pé dos ouvidos da empregada.

– Não ouse contar que me viu aqui, entendeu? – segurou uma mecha dos cabelos, saiu esbarrando.

"Essa bruxa aprontou alguma coisa" – a empregada pensou com olhos fixos dentro do quarto do médico, adentrou para enfim fazer a faxina, queria contar, mas temia as ameaças da velha. Lilian estava com um sorriso radiante no rosto.

– Ora que felicidade atingiu minha querida? – o velho senhor Luke estranhou o sorriso.

– Não vem ao caso, meu querido. – arqueou a sobrancelha, deixando-o mais intrigado. – Aliás, não esperem por mim.

Ela saiu sem dizer mais nada.

– Ta aprontando. – James disse sem despregar seus olhos do livro.

Luke apenas observou a Mercedes preta sair pelo imenso portão, sabia que sua esposa faria alguma coisa horrível, imediatamente pensou em Jensen, sabia muito bem o que Lilian era capaz de fazer. O motorista apenas fez uma pergunta, mirando o espelho central do veículo.

– Para onde, senhora?

–Thomas Siller. – continuou a observar a paisagem, o motorista estranhou, sabia que essa rua era um dos bairros menos notáveis da cidade de Dallas.

Mesmo assim, continuou a guiar sem mais delongas, alguns minutos e o motorista encostou o veículo na frente do pequeno apartamento da jovem, apertou o botão e o vidro baixou, retirou os óculos escuros e reparou o prédio.

– É aqui, madame?

– Sim. – ela abriu a porta e seguiu até a porta.

Subiu as escadas com certo receio de não ser a casa da garota, apertou a campainha e aguardou.

– Quem é? – berrou.

Deparou-se com uma senhora loira encarando-a, Abuela fez uma careta, por fim, Lilian perguntou fazendo pouco caso da senhora:

– Aqui mora uma jovem chamada Ellen? – sua voz se transformou em seda, sorriu.

– Sim, ela é minha neta. – arqueou uma das sobrancelhas, afinal o que aquela mulher queria com Ellen? – Quem é a senhora?

– Sou Lilian Petherson. – apenas forçou mais o sorriso. – Ela está?

Abuela não gostou muito daquela mulher, lhe parecia muito artificial, resumindo, falsa, encarou-a de cima a baixo duas vezes, respirou fundo e disse:

– Entre. – não era muito do caráter de Abuela convidar estranhos para adentrar sua casa.

– Obrigada.

Seus olhos percorreram o cômodo rapidamente, com passos lentos foi até a porta e berrou, fazendo a mãe de Jensen assustar.

"Mulherzinha grossa e má educada, olha onde meu filho quer se enfiar?!" – pensava enquanto mirava a sala.

– Elleeeen... – berrou novamente.

Ainda estava de pijama, esfregou os olhos, passou a mão pelos cabelos soltos, saiu para ver o que estava fazendo sua Abuela gritar daquela forma.

– Sim? – suas pernas travaram ao notar Lilian, sentiu sua cabeça girar, controlou a respiração e forçou um sorriso.

– Essa senhora quer falar com você. – fez uma careta, e voltou a encarar a mulher.

– Querida. – sorriu, deixando Ellen sem graça, ela se aproximou da garota e abraçou, beijando-lhe a face.

– Lilian, que surpresa... – sentiu sua face queimar, virou-se para Abuela e disse. – Essa é a mãe do Jensen.

"Cobrinha de marca" – Abuela pensou, demonstrando um sorriso ralo, arqueou a sobrancelha.

– Um prazer em conhecê-la. – mentiu descaradamente, se virou para Ellen. – Hum. – foi o que Abuela disse, retirou deixando-as sozinhas.

Ambas sentaram, sabia que as intenções não eram boas, mas tentou se controlar com a presença repentina de Lilian ali.

– Sobre o que veio até aqui? – arqueou a sobrancelha e se ajeitou no sofá.

– Sobre essa criança que você carrega. – sua voz se transformou, encarou-a de uma forma que parecia que podia ver a alma de Ellen. – Sabe que meu filho é um grande cirurgião, e está apenas no começo de sua carreira.

– Afinal, o que me veio pedir? – sobressaltou ao imaginar o que ela queria.

– Não se faça de tola, garota, sabe muito bem o que vim pedir-lhe. – rosnou na direção dela. – Não admito um neto bastardo em minha família.

Aquilo foi demais para Ellen, não tinha palavras para responder, sentiu seu coração faltar e o ar também, seus olhos se encheram de lágrimas, mas as impediu de caírem.

– Ta maluca? Acha que tem o direito de me pedir isso...? – enfim explodiu. – Nunca faria isso, está perdendo seu tempo.

Lilian se levantou e disse com certo ar de ironia.

– Te darei o que quiser, mas terá que tirar essa criança, esse feto... – estreitou os olhos sobre ela. – E ficar bem longe do meu filho.

Ellen estava se controlando para não acabar fazendo besteira, novamente reuniu forças e disse, encarando-a sem receios:

– Sua cretina, sem coração, jamais irei fazer isso, prefiro morrer a matar uma criança que ainda não pode se defender... – as lágrimas escorreram pelo seu rosto –

Fora daqui, sua maluca, e nunca mais pense em vir aqui, entendeu-me?

Lilian colocou seus óculos escuros e sorriu arqueando uma das sobrancelhas, deixando Ellen furiosa.

– Com prazer... – virou-se no rumo da porta, mas antes disse. – Minha proposta ainda está de pé, querida.

Ao sair, Ellen desmoronou no sofá, as lágrimas a dominaram, Abuela ouviu seu choro e correu até a sala, aproximou-se dela que estava em pranto.

– Chica, que ouve? Ellen... – sentou-se do lado dela e abraçou.

Ellen não tinha palavras ou coragem para contar-lhe o que aquele monstro foi lhe pedir, não conseguiu controlar seu emocional. Abuela a abraçou forte contra o peito, podia imaginar a conversa.

Enquanto isso, Lilian sorria orgulhosa de seu feito, isso talvez a afastasse de Jensen para sempre, ao chegar à mansão, reparou que tanto Jensen quanto James estavam conversando no escritório, parou para observar e sorriu.

– Está ouvindo conversa atrás da porta, querida? – seu esposo a surpreendeu, fazendo-a recuar e forçar um sorriso.

– Claro que não, de onde tirou essa idéia? – encarou-o.

Ele arqueou a sobrancelha e arriscou na pergunta.

– Onde esteve a tarde toda?

– Reunião das mulheres, meu caro esposo. – mentiu descaradamente.

– Reunião. – repetiu incrédulo.

– Está duvidando de mim?! Ora, Luke Petherson, nunca menti para você. Que desconfiança é essa? – sua voz mudou e rapidamente fechou a cara.

Ele deu alguns passos na direção da porta e a fechou, voltou-se para encará-la, sabia que era mentira, havia aprontado alguma coisa, estava descrito no rosto dela.

– Não estou duvidando de sua palavra, minha cara, apenas estranhei, pois suas reuniões nunca foram tão demoradas.

– Ora, mais essa foi. – sorriu, deixando-o mais desconcertado, encaminhou-se rumo à escadaria central. – Aliás, estou preparando um jantar nesse final de semana.

Jantar? Agora não tinha dúvidas, tinha feito algo de muito ruim. Mas a quem? Essa pergunta martelava na cabeça do velho.

Depois de conversar por algumas horas com seu irmão mais velho, Jensen resolveu ligar para Ellen, estranhou, pois não atendia.

– Alô?

– Ellen, está tudo bem? – estranhou a voz, parecia que tinha carregado o mudo.

– Por favor, não me procure nunca mais. – pediu, algo impossível, seu coração estava destruído.

– C-Como assim, o que houve, Ellen? – estranhou o pedido.

– Apenas fique o mais longe que puder, não quero mais vê-lo.

Antes que Jensen pudesse perguntar novamente, ela havia desligado, não estava entendendo nada. Abuela abraçou novamente e beijou seus cabelos.

– Será melhor para você, chica... – mesmo sabendo que não seria, arriscou.
Jensen rapidamente desceu as escadas, pegou apenas um casaco fino, passou por seu pai de uma forma estranha, deixando-o intrigado.

– Aonde vai tão tarde, filho? – perguntou, estranhando a forma bruta de ele descer as escadas.

Lilian observou tudo do alto da escada, ficou curiosa, ele não respondeu a pergunta, deixando seu pai curioso, ao se virar, reparou em Lilian que sorria no alto da escada, mas o sorriso sumiu ao notar os olhos dele.

– Tua culpa. – ela apontou para a porta e se retirou para seu quarto.

Queria saber o porquê daquele pedido, dirigiu o mais rápido que pode, sua mente estava totalmente confusa, ainda podia ouvir a voz de ela pedir para que nunca mais a procurasse, esfregou os olhos, em menos de alguns segundos, estacionou o veículo prata na frente da casa dela, saiu bruscamente do carro e subiu as escadas correndo, apertou a campainha, Abuela abriu a porta e o encarou.

– O que você quer? Acabar com o que sua mãe começou? – a voz dela era totalmente firme e fria.

– Minha mãe? Como assim? – sentiu seu sangue gelar dentro das veias.

– Sim, sua madre, que a pouco esteve aqui. – encarava-o.

– Por favor, me deixe falar com Ellen. – soou igual a uma súplica, mas em vão.

– Não.

– Mas tenho que saber o que houve? – estava nervoso, não podia acreditar que sua mãe tinha ido lá. – Por favor, não sei o que minha mãe fez, eu amo sua neta, jamais faria algo para machucá-la.

Abuela sabia disso, ele amava muito sua neta e demonstrava isso, ela deu um passo para trás, abrindo caminho para ele entrar, virou-se para perguntar, mas Abuela disse antecipadamente:

– Ela está no quarto, trancada.

Não esperou mais, correu até o quarto, batendo na porta.

– Ellen, por favor, abra, preciso conversar com você. – sua voz soou igual a uma súplica.

Mas não houve resposta alguma, novamente ele bateu desesperado na porta e pediu, alguns minutos depois, a porta se abriu, ele adentrou, viu-a sentada na beira da cama com a cabeça baixa, aproximou-se dela, ajoelhou-se e a encarou.

– Não me peça algo impossível, nunca faria o que me disse, nunca... – levantou o rosto dela. – Diga-me o que minha mãe te disse?

Ela engoliu em seco, sentiu seu estômago embrulhar e sua cabeça girar, fitou-o.

– Ela veio me pedir para... – pausou bruscamente, seus olhos ficaram marejados novamente, não conseguia dizer.

– Fale-me, por favor. – suplicou.

– Que abortasse. – fechou os olhos.

Ele se levantou, afastou-se até a janela, não podia acreditar naquilo, mas que tipo de monstro pediria isso a alguém? Cerrou os punhos e respirou fundo.

– E o que mais? – arriscou em perguntar, sem fitá-la.

– Afastar-me de você. – sentiu uma pontada no peito.

Ele se virou para encará-la, mas ela continuava a fitar o chão, por fim, levantou o rosto e o encarou, não queria dizer aquilo, mas sentiu seu coração gritar dentro do peito.

– O que farei? – baixou novamente a cabeça.

Ele se aproximou dela e a encarou, não podia acreditar naquilo, ela realmente cederia ao desejo da mãe dele?

– Não. – soou incrédulo.

– Será melhor para nós, não vê que tudo isso é um grande erro, nunca me encaixaria em sua família.

– Não me importo com ninguém além de você. – estava sendo sincero, novamente se ajoelhou e a encarou. – Diga-me que não me ama, e você acabará comigo.

– Vai embora, não quero mais falar sobre isso, por favor. – não pode encará-lo, não podia simplesmente dizer aquilo, amava-o com toda sua força.

Ele se levantou e saiu desesperadamente pela porta, sua mãe tinha conseguido o que desejava, se controlou ao entrar no veículo e saiu cantando pneu pelo caminho. Lilian tinha conseguido acabar com a felicidade de seu filho, não apareceu àquela noite em casa para desespero de seus familiares. Ellen apenas deitou-se na cama não tinha sono.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Boa Leitura!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Me Ame" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.