E Você Está...desqualificado! escrita por Arizinha


Capítulo 8
Capítulo 8 - Briófitas e Pterodófitos




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“Vocês são um sonho juntos! Nasceram um pro outro!”

Ok, isso ficou ridículo!

“Mamãe, desde que papai se foi você...”

ficou encalhada” completei mentalmente, suspirando, sem coragem de escrever.

Amassei a décima bolinha do meu bloco de notas. Estava a exatas duas horas desperdiçando minha manhã de sábado naquela droga de discurso.  Definitivamente eu não tinha alma de poeta. Minha letra não era nada desenhada e delicada, não havia vocabulário com palavras difíceis e cultas.

Eu podia simplesmente colocar um discurso da Internet aqui!

Mas eu sabia que isso era uma coisa que tinha que ser feita por mim. Isso, e a superação do meu medo de palco! Suspirei profundamente agora. Eu odiava falar em público. Mas, tudo bem. Uma coisa por vez!

Preciso de um pouco de inspiração. Pensei. Preciso de um pouco de paz.

Bom, eu realmente não sou criativa, nem muito boa com as palavras...Mas pra que ser, se sentimentos são indescritíveis? Nos fazem ficar completamente loucos, irracionais. As vezes a loucura é tanta, que as pessoas se casam!(Nessa hora todos devem rir para não me deixar com cara de idiota) A verdade é que hoje eu estou extremamente feliz pela minha mãe e Carlisle. Acho que eles foram feitos um para o outro e não tem nada no mundo eu me faça mudar de ideia. A felicidade que você estão compartilhando com as

pessoas aqui presentes é contagiante e sincera. O amor que vocês compartilham é tão forte e radiante que é quase visível. Eu não tenho muito mais o que falar. Eu só espero que vocês sejam felizes demais e que facão bem um para o outro.”

Esse ficou bom. Vai ser esse! Ótimo! Guardei a folha de papel na minha carteira, pra ter certeza que não ia perder. E fui para o banho. Coloquei um Jeans, um casquinho e all star e fui almoçar. O meu dia estava sendo calmo e eu havia ligado pra locadora e reservado “Mulher Infernal” pra eu e Jake assistirmos.  Fiz brigadeiro e beijinho, pra que quando ele chegasse estivessem durinhos. Ri disso.

Sou uma ótima namorada! Pensei.

Carmem estava de folga hoje e minha mãe tinha ido a Seattle ver uma casa para decorar. Estava sozinha em casa hoje. Teria a paz que eu tanto queria! Me atirei no sofá e coloquei o braço na frente dos olhos. Era três da tarde, eu podia muito bem sair e passear como uma pessoa normal. Ir a Lapush surfar ou ver baleias, mas não. Queria ficar em casa.

Sozinha. Porque eu sou muito antissocial.

DING – DON. (N/A: isso era pra ser a campainha. AHSAUHSAHSUAH)

Não, isso não está acontecendo! Só pode ser brincadeira! Pensei.

DING – DON

“Já vou!” – gritei brava. – “Não posso acreditar nisso. Não posso!”  - murmurei pra mim mesma.

Meu único dia de paz interrompido por uma visita indesejada!

- “Quem quer que seja, não é bem vindo!”  - murmurei brava e abri a porta.

- “O QUE VOCÊ QUER AQUI, EDWARD CULLEN?” – gritei furiosa.

Não. Extremamente furiosa. Eu sei que ele não merecia isso, não merecia mesmo. Mas estava me irritando. E ainda pra completar minha alegria, ele estava lindo como sempre, naquela porcaria de jeans!

- “Estudar Biologia.” – disse calmo, me mostrando um livro.

- “Não vou ensinar biologia pra você! Você não me deixou nem aprender a droga da matéria.” – respirei fundo – “Olha, eu quero ficar SOZINHA, Edward. Então...” – disse lhe apontado a saída.

- “Infelizmente você não vai poder ficar só hoje, até porque eu sou uma boa companhia!” – passou por mim e  se sentou a mesa. Eu o encarava, frustrada. – “Comece me ensinando aquele matéria de musgos, sabe? Briófitas eu acho.”

- “Edward, você é surdo por acaso? Eu disse que não vou lhe ensinar nada.”

- “Você vai. O professor pediu pra você me ensinar tudo o que você sabe, porque você é a melhor aluna.”

- “Ele não disse isso e ele pediu pra eu lhe ajudar em aula.” – disse desdenhosa – “E não em um sábado.”

- “Mas você vai, eu não sei nada e não posso rodar.” – ele suspirou – “Olha, são três e meia, nós vamos ficar discutindo aqui até você resolver me ensinar...e é bom que seja cedo. Porque enquanto eu não ser bacharelado em musgos e samambaias eu não vou embora.”

- “Você é ridículo! Saia já daqui.”

- “Qual é, irmãzinha? Não seja tão chata.”

Eu lhe olhei com raiva. Ele tinha conseguido me irritar.

O levantei da cadeira pela roupa e lhe empurrei até a parede. Ele durante todo o ‘percurso’ sorria torto, sendo sarcástico.

Cheguei bem perto do rosto dele e lhe disse entre dentes, praticamente o queimando com o olhar:

- “NUNCA.MAIS.me.chame.de.irmãzinha!” - disse furiosa – “NUNCA MAIS! OUVIU BEM?”

- “Heei, fica calma, tá legal?”

- “Não me diga o que fazer! Senta AGORA naquela droga de cadeira porque eu só vou te explicar uma vez!” – disse apontando para a cadeira. Eu sabia que ele não ia embora até eu fazer o que ele queria.

- “Ok, Bella.” – sentou-se despreocupadamente – “Ok, agora me diz por que temos que estudar briófitas e pteridófitos!”

- “Começando com as briófitas” – comecei juntando toda a paciência que eu tinha – “são de pequeno porte, representadas por musgos e dependem da água para a reprodução.”

- “Legal.” – disse indiferente.

- “Você.por.acaso.sabe.por quê?” – perguntei fula da cara.

- “Não faço ideia!” – disse sorrindo amarelo.

- “Pequeno porte porque são avasculares! Elas passam a seiva através de difusão!” – disse irritada.

- “O que é seiva?” – perguntou enrugando o cenho.

- “Como você chegou ao ensino médio?” – ele sorriu amarelo – “É praticamente o sangue, é quase o que o sangue é pra gente, entendeu? É o ‘alimento’ da célula”

- “Ahh... Tá e porque dependem da água pra reprodução? Eu não dependo de nada pra me reproduzir...” – disse riu, achando que era o maior piadista do mundo

- “Porque a reprodução é assexuada.”  - ele pareceu chocado.

- “COMO PODE SER ISSO?” – gritou louco.

- “Ué, o gametófito nada até a oosfera.” – disse como se fosse obvio.

- “Isso é impossível. Musgos não podem se reproduzir.” – disse certo de que era verdade.

- “E você acha que o quê?” – ri – “Que ele simplesmente se parte em dois?”

- “E não é?”

- “Você só pode estar fazendo por gosto.”

Ele sorriu torto. – “Tá, passa pras samambaias que eu também não sei nada.”

- “Ok.” – suspirei. Peguei o livro e li um pedaço – “diferente das briófitas os pteridófitos são vasculares e de grande porte, consequentemente. Seus vasos condutores de seiva são formados de um tecido modificado, que transporta água das raízes para as folhas e matéria orgânica das folhas para o resto do corpo.”

- “Ah...Tá, mas o que tem a ver musgos e samambaias com briófitas e pteridófitos?”

- “EDWARD SEU ANIMAL! MUSGOS SÃO BRIÓFITAS E AS SAMAMBAIAS SÃO PTERODÓFITOS!” – me levantei da cadeira gritando – “Musgos representam as briófitas e as samambaias os pteridófitos!”

- “Ah...” – disse cabisbaixo. Passei as mãos pelos cabelos, nervosa.

- “Olha, Edward, me desculpa, tá legal? Eu não queria gritar com você nem lhe chamar de animal...É que eu ando estressada.”

Ele gargalhou. – “Eu sabia que fazia você pedir desculpas! Eu sou ator, sabia?” – foi a gota d’água. Me levantei furiosa e ele me olhou assustado e saiu correndo.

Eu não pensei duas vezes em sair correndo atrás dele pela casa, ele fugia por todos os corredores possíveis, até que subiu as escadas

- “VOLTA AQUI, EDWARD! EU SÓ QUERO FALAR COM VOCÊ!” – disse e ele só gargalhou e numa tentativa frustrada de dobrar, ele resvalou em um dos inúmeros tapetes da minha mãe. 

Como eu estava em sem encalço ele me levou junto. O tapete se enrolou e começou a rolar com nós dois juntos indo direto pra escada.

- “AAAAAAAAAAAAAAAAAH!” – gritamos em uníssono.

O tapete cambaleou escada abaixo e Edward me segurou firme pela cintura e eu o abracei forte no pescoço. O tapete era tão enorme que enrolado na gente serviu basicamente como uma almofada.  O tapete caiu no chão já desenrolando e fez com que rolássemos mais e mais até batermos em uma parede.  Eu fui notar que ainda estava abraçada, praticamente fundida a Edward, quando escutei alguém pigarrear na porta. Nos levantamos em um pulo e Carmem nos encarava chocada.

- “Carmem! Não é nada do que você está pensando!” – tentei explicar.

- “No hablo su idioma!” – disse indo para a porta do quatro – “He olvidado mi bolso.”

E foi pro quarto. Eu e Edward nos encaramos chocados e de olhos arregalados. Eu não sabia se ria ou se chorava. Havia sido pega na situação mais constrangedora da minha vida. Carmem saiu falando alguma coisa em espanhol que eu não entendi. Edward me encarava com os olhos arregalados e minha cara não devia estar muito diferente. Então do nada começamos a rir, a gargalhar. Eu estava praticamente rolando de rir, Edward chegava a lacrimejar.

Não havia visto o tempo passar, mas minha aula de biologia havia durado quase quatro horas.

- “Nossa, são sete e meia. É melhor você ir, Edward, Jake chega aqui em meia hora.”

- “Então eu vou ficar, adoro reuniõezinhas!” – disse, na maior cara de pau!

- “Edward, cai fora!” – disse séria.

- “Não.”

- “Ok, você vai segurar vela, fique se quiser.” – disse prepotente. Sabia que ele ia embora.

- “Não vou, vamos fazer uma reunião de casais!” – falou ligando para alguém. – “Pronto, Bella! Daqui a quinze minutos Tanya estará aqui... E então que filme vamos assistir?


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Notas finais do capítulo

Oiii gente! Quero mais comentáriossss!!
MDV está com capítulo quase pronto. Estou escrevendo ele :) se vocês comentarem bastante, eu posto um pedacinho dela aqui, nas notas finais :) haha
bjbjbjbjbjbjbj



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