- Hinata...? - Chamou Hanabi, colocando a cabeça para dentro do espaçoso quarto da irmã. - Está acordada?

Como não recebeu resposta nenhuma, abriu mais a porta e entrou. O quarto estava vazio e a cama ainda arrumada, como Hinata a deixara. Era a segunda vez que ela passava a noite fora em menos de cinco dias.

A caçúla da família Hyuuga mal a via chegar em casa e logo Hinata já estava saindo.

Hanabi sabia que na última semana Hinata sequer assistira as aulas na faculdade. Não dizia nada ao pai, pois não havia nada de concreto para dizer, a não ser que sua irmã odiava o curso. No entanto, Hiashi não ligaria para isso de qualquer forma.

Desanimada, Hanabi teve de esquecer a vontade que tinha de falar com a irmã antes de ir para a aula e saiu do quarto, correndo para encontrar o motorista na ponta da escada.

- Bom dia, senhorita Hanabi. - Cumprimentou sem vontade o rapaz de cabelo acizentado. - Vamos?

- Bom dia, Sora. - disse Hanabi, distraída. - Vamos logo.

O motorista pegou as coisas que Hanabi segurava, num gesto quase automático, mas que despertou a garota. Ao ver o olhar que a menina lhe dispensava, Sora corou e tentou não encará-la novamente. Hanabi sorriu, abrindo a porta da casa.

- E aí, Sora. Arrumou alguma namorada nesse fim de semana?

- Namorada? - Perguntou o rapaz, tentando ganhar tempo. - Não exatamente.

- Apenas um casinho passageiro? - Disse Hanabi, saindo de casa e caminhando altiva para o carro. - Então continua livre?

Sora não respondeu. Abriu a porta do carro para a adolescente, que continuava olhando-o de um jeito que o deixava preocupado consigo mesmo.

- Vamos logo Sora. Não quero chegar atrasada hoje. - Hanabi, como costumava fazer, mudou subitamente de comportamento e entrou no carro, pegando as coisas da mão do motorista.

Sora suspirou, nervoso. Hanabi ainda era muito jovem para lançar aqueles olhares o tempo todo. Mesmo assim, era suficientemente bonita para provocar nele um medo enorme de ser pego fazendo o que não devia. 

No colégio, Hanabi tinha outra vida. Possuía um dos melhores boletins do colégio, recebendo dos professores o mesmo tratamento atencioso e carinhoso que recebia dos colegas. Participava de todos os eventos abertos ao público que o Colégio Satélite organizava e, sempre que podia, ficava até mais tarde do horário de aulas para ajudar no que fosse preciso.

Mas tudo tinha um preço e, no seu caso, uma recompensa. Hanabi era considerada a garota mais bonita e popular do colégio e queria continuar a ser a "Princesinha do Satélite".

Tinha tantos amigos, quanto pretendentes, mas não dava chance para nenhum deles. Dizia que estava esperando o garoto certo, mas seus amigos mais íntimos sabiam que o que a atraia mesmo eram os caras mais velhos. Mesmo assim, Hanabi provocava. Gostava da atenção dos garotos, mais do que gostava de ficar com eles.

Na volta às aulas, a popularidade de Hanabi continuava imbatível, mas a chegada de um novo aluno foi o assunto da semana. Os garotos tentavam decidir se o novato era ou não digno da convivência deles. As garotas, por sua vez, tentavam decidir se ele era "interessante" ou não.

- Ele até que é bonitinho... - Disse Matsuri, juntando-se à Hanabi na sala de aula.

- Depende do que você considera bonito. - Rebateu Inari, desdenhoso.

- Deixe eu explicar. - Matsuri sentou na mesa do garoto, colocando as pernas na sua frente. - Ele é bonito. Você é feio. Entendeu a comparação?

- Melhor não discutir, Inari. - Disse Hanabi, virando a cabeça do amigo, que fitava distraído as pernas de Matsuri. - Eu ainda não conheço esse garoto...

- Tomara que ele fique na nossa sala! - Matsuri sorriu. - Ele é a nova sensação do Satélite!

- Sensação? - Inari riu. - O garoto é só mais um idiota!

- E quem aqui está interessado em inteligência? - Retrucaram Hanabi e Matsuri ao mesmo tempo.

- Aff... Sinceramente!

Os três foram impedidos de continuar a discutir sobre o novato, pela entrada do professor na sala de aula.

- Bom dia.

- Bom dia! - Responderam algumas meninas ao lado do grupo de Hanabi.

- Hoje teremos um aluno novo... - Começou o professor. Matsuri sorriu para Hanabi, que riu da cara que Inari fazia. - Pode entrar.

Konohamaru entrou na sala, sem esconder o completo desinteresse. As meninas trocaram olhares e risadinhas. Algumas chegaram a curvar-se entre as mesas para cochichar. Entre elas, Matsuri, sentada na mesa em frente a de Hanabi.

- E aí, o que achou?

Hanabi estudou o garoto de cima a baixo. De uniforme, Konohamaru parecia tão desinteressante quanto todos os outros. Seu rosto também não era nada demais... Embora fosse mais bonito que a maioria de seus colegas. E, nesse ponto, tinha que concordar com Matsuri: o novato era mais bonito que Inari.

- Bonitinho... - As duas riram.

Konohamaru recebeu do professor um sinal para sentar-se e fez isso o quanto antes. Não sabia o que estava acontecendo ali, mas não gostava nada dos olhares dos garotos para cima dele e sentia-se incomodado com os sorrisos das meninas. Procurou um lugar no fundo da sala e ali ficou o resto da aula, tentando chamar o mínimo de atenção possível.

Mal sabia ele que não estava chamando a atenção pelo que fazia. Mas pelo o que era.

No intervalo, pegou sua comida e procurou novamente um canto escondido do refeitório. Toda aquela gente parecia gostar de ostentar seu dinheiro, com coisas que não tinham utilidade nenhuma, mas que estavam em moda naquele colégio. Percebera isso tudo, em um único dia e não sentia-se nenhum pouco disposto a descobrir mais.

Pena que isso não estava em suas mãos.

Konohamaru mal sentara na cadeira e pegara o garfo para almoçar, quando um grupo compacto de garotas aproximaram-se com sorrisinhos bobos.

- Oi... - Disse, percebendo que ficar quieto não as faria ir embora.

- Oi. Qual o seu nome? - Perguntou uma garota loira, de olhos azuis.

- Konohamaru.

- Konohamaru de quê? - Perguntou uma morena de olho verde e cabelo comprido, do outro lado da mesa.

- Sarutobi.

- De onde você veio? - Perguntou a loira, atropelando as outras. - Você não é da cidade, é? Se fosse, eu conheceria sua família.

- Nasci e cresci na cidade. - Respondeu, abandonando o garfo.

- Em que parte da cidade? - A morena perguntou. - Nunca vimos você nas festas...

- Não frequento festas. - Disse simplesmente. - Cresci no subúrbio.

As meninas trocaram novos olhares. Algumas sairam abaixando a cabeça. Outras, saíram com as amigas, lembrando-se de assuntos subitamente importantes.

A morena sorriu-lhe, quase com pena e saiu de perto, mas ainda lançou um olhar malicioso antes de sumir. A loira também sorriu, mas, menos perocupada que as demais, pegou na mão do garoto.

- A gente se vê então, Konohamaru. - Disse e se virou.

O garoto ficou a observá-la, um tanto quanto imprecionado. Não podia negar que as meninas daquele colégio fossem realmente bonitas, mas já sabia que não teria chances com muitas delas, depois de ter dito que crescera no subúrbio. Na verdade, não teria nenhuma quando descobrissem que ele ainda morava no subúrbio.

Longe dele, Matsuri não conseguia tirar os olhos do garoto novo. Hanabi ouvia a conversa de Inari e os outros meninos, sem muito interesse.

- Nagaki! - Chamou Matsuri, fazendo quase todos no refeitório olhá-la. Hanabi e os outros se viraram para ela. - Nagaki, me conta... O que ele falou?

A morena aproximou-se sorrindo do grupo. Era raro estar na presença dos populares da escola e ela não perderia a chance.

- Nada demais. Ele é bem sério. Nem é tão interessante assim. É um Sarutobi...

- Não conheço essa família... - Comentou Inari.

- Exatamente! - Nagaki riu. - Ninguém conhece! Ele é novo rico! Cresceu no subúrbio!

- Novo rico? - Um garoto sentado entre Hanabi e Inari mostrou-se interessado na mesma hora.

- É. Acho que o pai dele ganhou na loteria, ou coisa assim... Ele comprou uma casa lá no norte, com piscina e...

- Ele contou tudo isso agora? - Perguntou Hanabi, cortando a garota com um sorriso singelo, depois de Nagaki descrever toda a nova mansão de Konohamaru.

- Contou! - Afirmou Nagaki.

- Que coisa... Pensei que vocês tivessem ficado com ele menos de cinco minutos. - Hanabi sorriu, mas seus amigos riram baixo, desviando a atenção de Nagaki.

- Bom... - Nagaki sorriu, sem a mesma graça que Hanabi. - Foi o que ouvi dizer. E perguntei a ele se era verdade...

- Ah... Está certo.

Nagaki saiu de perto do grupo, tentando não corar. Hanabi escondeu de vez o sorriso e olhou para os amigos.

- Alguém ouviu falar dessas coisas? - Perguntou com desdém e todos negaram. - De tudo que ela falou, eu só acredito em uma coisa...

- No quê? - Perguntou Kiu, ainda tentando chamar a atenção da jovem Hyuuga.

- Ele é novo rico, Kiu! - Hanabi disse impaciente, afastando-se dele.

- Odeio novos ricos! - Kiu afirmou categoricamente, sem nenhuma necessidade.

- Cala a boca, Kiu! - Matsuri levantou, puxando Hanabi consigo. - A gente se vê na sala de música.

As duas meninas esqueceram-se de Konohamaru durante o resto do almoço, enquanto puxavam o saco do professor de música, que daria a próxima aula.

Quando o sinal tocou, Matsuri tentava tirar som de um saxofone, enquanto Hanabi tocava piano. Os alunos entravam devagar, espalhando-se pela sala acústica, sentando-se em pequenos pufs espalhados aleatóriamente. O professor fechou a porta dois minutos depois do último aluno entrar e caminhou entre eles com um sorriso aberto.

- Como vão, meus futuros músicos?

- O que tem para a gente hoje, professor? - Perguntou Saaki, a loira.

- Eu? Nada... Quero ver o que vocês têm para mim. Espero que tenham ensaiado nas férias. - Alguns alunos confirmaram e outros trocaram olhares cúmplices. - Hanabi, você já está aí, mesmo, então comece. Mostre-nos o que sabe.

Hanabi sorriu e ajeitou-se no banco em frente ao piano, enquanto Matsuri se afastava com o saxofone em mãos. A pequena Hyuuga tocou uma música que sabia que o professor gostava. A música começava devagar, mas em determinado ponto se expandia e tornava-se alegre, mas necessitava de muita técnica e atenção, o que Hanabi tinha de sobra.

O momento estava chegando, mas a garota foi atrapalhada pela chegada de um aluno atrasado, que abria a porta com um estrondo desnecessário.

- Desculpe. - Disse Konohamaru, com todos os rostos voltados para ele, inclusive da jovem Hyuuga, que parara de tocar. - Eu não sabia onde era a sala de música.

- Agora sabe. Por favor, sente-se. - Disse o professor, ríspido, voltando-se para Hanabi. - Mocinha, se puder continuar de onde parou.

Hanabi olhou para o piano, depois para o professor e em seguida para Konohamaru.

- Desculpe professor. Perdi a concentração. Talvez na próxima.

Konohamaru sentou-se no chão, pois todos os pufs já estavam ocupados. Ou quase todos. Os que estavam livres os alunos mais próximos faziam questão de espalhar-se por cima deles, preguiçosos. Muitas cabeças voltaram-se para ele, numa acusação muda e ele percebeu que estava longe de conseguir amigos ali.

- É uma pena, uma pena mesmo... - Disse o professor, levantando-se e colocando a mão sobre os ombros de Hanabi. - Pode ir se sentar, querida. - Lançou um olhar pela classe, até deixá-lo cair sobre Konohamaru. - Talvez nosso novo amigo atrasado possa nos mostrar o que sabe.

- Vai lá novo rico! - Gritou Kiu.

- Fique quieto Kiu! - Interrompeu o professor. - Venha garoto.

Konohamaru não ofereceu resistência. Levantou devagar e caminhou para a frente da sala, onde estava o professor.

- No piano, senhor?

- Onde quiser.

Konohamaru olhou em volta. Pegou um violão e sentou no banco do piano.

A música começou devagar, acompanhada pelo professor. Os alunos ouviram sem emitir nenhum som. Hanabi procurou o olhar de Matsuri várias vezes, mas a encontrou encarando Konohamaru, como se estivesse apaixonada. Era obrigada, então, a confiar na fidelidade de Kiu, que definitivamente não gostava do garoto novo.

Quando a música acabou, o professor encarou o garoto, dessa vez sorrindo, enquanto os alunos hesitavam em aplaudir ou não.

- Qual o seu nome?

- Konohamaru Sarutobi.

O professor, um homem de cabelos longos, grande e volumosos sorriu ainda mais.

- Ora essa! Se eu soubesse que você era um Sarutobi, jamais teria duvidado de sua capacidade, garoto! - Disse, animado. - Espero que me perdoe por isso. - Konohamaru sorriu sem jeito, mas satisfeito consigo mesmo. - Seu avô foi meu professor de música. - Anunciou o professor, mais para os alunos que para Konohamaru. - Era um grande homem. Um grande homem! E como está Asuma? Outro grande músico!

- Está bem, senhor...

- Ele ainda toca?

- Toca. No Mangekyou, um bar...

- Sei, sei. Do moleque Uchiha, não é?

- É.

- Talvez você não conheça, mas... Nesse bar... Você conheceu Naruto Uzumaki?

- Conheci! Moro com ele! Com ele e Iruka Umino.

- Iruka? - O professor a essa altura esquecera-se dos demais alunos, deslumbrado com Konohamaru. - Como eles estão?

- Também estão bem!

- Mande lembranças de Jiraya a eles!

- Tudo bem...

Hanabi estava cansada daquela conversa e chamou o professor. Jiraya aparentemente se lembrou dos demais alunos e voltou a ouví-los tocar, um a um, embora o tempo estivesse passando mais rápido que nunca.

*

Nos dias seguintes, quase todos os professores que tinham Hanabi como aluna predileta sequer perceberam a presença de Konohamaru, o que a deixava realmente feliz. Especialmente porque na aula de artes, na terça-feira, o garoto mostrara-se um desastre na matéria e ainda conseguira estragar a pintura de Hanabi, derramando tinta na tela e na roupa da menina, depois de tropeçar no pé de Kiu.

Na quarta, na aula de informática, Inari o empurrara contra o professor que caira quase de boca no chão. Inari jurou inocência e Konohamaru ganhou a instantânea antipatia do professor.

Na quinta, em mais uma aula de música, Konohamaru encantou mais uma vez o professor com um solo de bateria que nenhum de seus colegas conseguiu imitar. Nesse dia Hanabi teve certeza de que ele a olhara mais de uma vez, triunfante em ser o novo orgulho de Jiraya.

De fato, Konohamaru, já na terça-feira percebera que um grupo de alunos não o queria por perto. Durante toda a aula de artes percebera os movimentos de cabeça entre Kiu, Inari, Matsuri e Hanabi, sempre que o viam. Os dois meninos eram os mais óbvios e tentaram mais de uma vez atrapalhá-lo no seu trabalho. Quando voltava da mesa da professora com um vidro de tinta na mão, percebeu o pé de Kiu na sua frente e não fez nada para desviar, mas garantiu que a tinta caisse sobre Hanabi, que durante o resto do dia, passava por ele gritando e xingando-o.

Na quarta, não teve tempo de revidar o que Inari fizera, mas teve sua oportunidade na quinta, fazendo Jiraya elogiá-lo por longos minutos na frente de toda a sala, logo após a apresentação apagada de Hanabi e Matsuri.

Mas foi apenas na sexta-feira que os dois realmente tiveram a chance de se enfrentar cara a cara, na aula de educação física, em que o professor propôs queimada de time.

Hanabi e seus amigos ficaram em um time com uma metade da sala e Konohamaru no outro time, com a outra metade. Matsuri foi a primeira a sair do jogo, pelas mãos de Konohamaru, que acertou Kiu na vez seguinte. Hanabi mal conseguia pegar na bola e, nos raros momentos em que conseguia, não tinha força para lançá-lo contra o inimigo. Várias vezes ela tentara acertar Konohamaru, que estava no time mais forte, era um dos mais atacados e o que tirava mais jogadores do outro time. Em outras palavras, as chances dela eram mínimas.

Restavam apenas três jogadores no time dela. Hanabi, Inari e Tokisha. No time de Konohamaru estavam ele e mais quatro jogadores, entre eles a atrapalhada Nagaki. Konohamaru pegou a bola com a companheira de time. Parou no meio do campo com a bola, observando suas três vítimas com atenção. Inari era realmente bom, sempre defendia Hanabi. Tokisha era individualista. Hanabi era frágil. Levantou a bola e tacou, acertando Tokisha que se mexera na hora errada. Inari pegou a bola e lançou na direção de Konohamaru, sob pedidos frenéticos de Matsuri e Kiu.

Nagaki recebeu a bolada e xingou Inari até não poder mais, renovando sua torcida por Konohamaru.

- Katisu. - Chamou Konohamaru. - Me passa a bola!

Katisu não fez objeção e lhe passou a bola. Konohamaru sequer parou para pensar. Assim que recebeu a bola, lançou-a contra Inari, que conseguiu se defender por pouco. Hanabi pegou a bola e tacou para o lado de Konohamaru.

- Valeu. - Disse, atirando a bola novamente contra Inari.

- Vai a merda, Sarutobi. - Disse Inari, mudando de alvo e tirando Kaori do jogo.

- Que foi? Tá cansado Inari? - Provocou, olhando para Hanabi, que tinha as bochechas rosadas pelo cansaço. - Jogar por dois é cansativo, não é?

Hanabi encarou-o, furiosa, quase levando uma bola na cocha, lançada por Katisu. Mas conseguiu pegar a bola e, com raiva, lançou a bola com mais força do que tivera em todo o jogo.

- Tuy! - Konohamaru avisou, mas o garoto levou a bola na cara e saiu do campo, desanimado.

- Dois a dois. - Disse Katisu, pegando a bola e lançando contra Hanabi. Inari foi rápido e a defendeu.

- Dois a um! - Corrigiu, antes de tirar Katisu do jogo. - Está sozinho, Konohamaru!

- Mas estou com a bola! - Respondeu. - E você vai cair!

Inari preparou-se para receber a bola, mas ela não vinha na sua direção. Mas uma vez, teve de correr para defender Hanabi, mas dessa vez, não teve sorte. A bola acertou seu braço com tudo.

- Um a um! - Konohamaru disse, vendo Inari sair furioso de campo.

Hanabi pegou a bola e aparentemente não sabia o que fazer com ela.

- E aí, Hyuuga? O tempo tá passando. Vamos lá, você consegue! É só lançar a bola. - Disse, aproximando-se da divisão do campo. - Concentração.

- Quer calar essa boca? - Hanabi afastava-se.

- Tá com medo de quê? - Konohamaru riu. - É você que está com a bola, esperta! - Vendo que a menina não se mexia ele parou, suspirando. Estendeu um braço para ela, rendendo-se. - Tá. Já chega. A aula acabou.

Hanabi ouviu o apito do professor junto com o sinal de fim das aulas. Soltou a respiração. Bem ou mal, não tinha perdido para ele. Foi aí que sua raiva a dominou e ela caminhou decidida na direção dele.

- Você é um idiota, perdedor.

- Eu sou perdedor? - Konohamaru a encarou. - Desculpe, mas não fui eu que segurei a bola para não perder!

- Você atacou a gente sem motivo!

- Como sem motivo? É o jogo, esperta!

- Mas precisa olhar para gente como se quisesse nos matar?

- Ah, então foi isso? - Konohamaru ignorou o chamado do professor, que os queria fora do campo. - Desculpe. Da próxima vez eu vou tentar parecer menos agressivo.

- Qual o ser problema?

- Qual é o problema dos seus amigos? Desde que eu cheguei, vocês não me deixam em paz!

- Isso é invensão sua!

- Ah, é? Não diga!

- Volta para o seu subúrbio, novo rico! - Hanabi empurrou a bola nas mãos dele e se afastou.

- Hyuuga! - Konohamaru chamou, mas ela não o olhou. - Fica com a bola. - Disse, chutando com pouca força a bola na direção dela, que não viu a bola se aproximar, rasteira e devagar, de seus pés. - Você tá fora do jogo!