Somebody To Love escrita por firecracker


Capítulo 3
O caminho até aqui


Notas iniciais do capítulo

então... dando uma acelerada BOA na história, para chegarmos até os dias atuais e começar a pegação o/ hahaaha


em itálico, as ações propriamente ditas..



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Houveram semanas que se seguiram ao fatídico dia em que a gravidez de Quinn Fabray tornou-se pública que foram bem ruins pra Cheerio. Ou melhor, pra ex-Cheerio. Após ser expulsa do time por Sue Sylvester, começar todos os dias com raspadinhas da cara tornou-se uma rotina. E a única coisa que Quinn podia fazer era se adaptar a isso. Era difícil, realmente. Todos os que parassem para olhar além da beleza da garota e tentassem enxergar o que ela realmente estava sentindo, ia ver em seus olhos as marcas de noites que ela havia perdido chorando. Isso sem contar com o medo de ser descoberta por seus pais e o pavor em pensar no que eles fariam. Havia ainda o medo da gravidez, em si. Carregar uma criança dentro do seu corpo adolescente não era fácil, afinal de contas. Seu humor sofria altas variações, mas, quando estava estável, era sempre num estado de tristeza e medo.

Uma coisa que poderia ser considerada boa, nisso tudo, é que Quinn realmente começou a mostrar-se como ela realmente era. Essa mudança aconteceu bem aos poucos, mas pode começar a ser notada no momento em que a menina despiu o uniforme vermelho pela ultima vez.

Paralelamente, Rachel estava realmente concentrada nos seus dramas pessoais. E, conhecendo Rachel, eles não eram poucos. A garota parecia viver para criá-los. Enquanto Quinn não conseguia se concentrar em nada, pois sua única preocupação eram as contas referentes a coisas da gravidez que não paravam de chegar, Rachel e Kurt entraram num duelo pessoal por um solo no Glee Club. Quinn acompanhou a disputa sem realmente tomar conhecimento dela. A única coisa que conseguia pensar era em como aqueles dois eram sortudos em ter como única preocupação uma maldita musica a ser cantada...

E as coisas não pararam por ai. Quando Quinn foi expulsa de casa, após Finn ter revelado a verdade sobre a gravidez para os pais da garota, Rachel estava muito ocupada.. alimentando uma paixonite infundada pelo professor Will. Se Quinn não estivesse concentrada demais em seus problemas, teria ficado extremamente irritada com Rachel e seu jeito efusivo... Mas nem para implicar com ela Quinn tinha mais animo.

Rachel, por sua vez, quando pareceu acordar e sair do seu universo pessoal, encontrou todo o Glee Club realmente preocupado com os problemas de Finn e Quinn. O que deixou a Diva realmente arrependida.

- Gente.. perdão, eu não sei como dizer isso, mas.. Eu assumo que, como líder desse grupo, eu falhei. Estive muito ocupada em coisas pessoais e não percebi que o grupo realmente precisava de mim. Então, eu estou de volta, botando a minha voz a disposição para a música que vocês pretendem cantar para Finn... e para Quinn, a respeito do bebê.

- Rachel, por favor, esse não é o momento para dar em cima do Finn, sério, tenha um pouco de tato – Kurt disse, lançando um olhar fulminante para ela.

- Eu prefiro não responder a essa acusação, Kurt. Como líder do grupo, eu prezo pelo bem estar de todos os membros. Estarei cantando para os dois. Vamos lá, pessoal.. Eu nem preciso ter um solo. Mas eu faço questão de ensaiar todos vocês para que ninguém desafine!

Era engraçado perceber como a mudança se instaurou nas duas garotas. Enquanto Quinn se mostrava uma garota doce e preocupada com o bem estar do grupo, Rachel tinha momentos de estrelismo aonde deixava vir a tona o seu lado egoísta. O auge disso foi, quando as vésperas das Seletivas, descobriu a verdade sobre a paternidade do bebê de Quinn, e não hesitou em contar para Finn.

O mais estranho foi que, ao ver a garota ali, desamparada, Rachel não conseguiu nem aproveitar o fato de que o caminho agora estava livre para ela e Finn. Só sentia um enorme remorso do que havia feito. No momento em que viu a loira chorando, tudo o que ela queria era abraçá-la, e pedir perdão pelo que havia feito. Mas, ao se sentar ao lado dela e encarar os olhos castanhos esverdeados cheios de lagrimas, não conseguiu dizer muita coisa. Apenas admitiu o seu erro e fez a única coisa que parecia certa no momento: pedir desculpas. Olhou para Quinn. A garota parecia tão frágil, que Rachel poderia ficar ali o dia inteiro, até encontrar uma maneira de animá-la. Mas ela queria ficar sozinha, então Rachel se afastou, prometendo a si mesma que, a partir daquele momento, faria de tudo para estar perto dela. Não como uma competição, nem de uma maneira obsessiva e invejosa. Apenas estar perto dela.

-

Após ganharem as seletivas, o clima no grupo se tornou mais ameno. Quinn, apesar dos problemas, estava aliviada em não precisar mais sustentar uma mentira. O conselho de Rachel, sobre se expressar, estava sendo seguido. Ela sentia-se, pela primeira vez em muito tempo, sendo ela mesma. Mostrou-se, mais uma vez, uma boa integrante da equipe. Além do mais, aproximou-se de Kurt e Mercedes, fazendo boas amizades dentro do Glee Club. Suas novas características eram mostradas aos poucos, mas Rachel observava, de longe, como Quinn demonstrava ser uma boa amiga. E uma pessoa extremamente fiel a seus conceitos, como a sua religião, o lado surpreendente feminista que ela deixava tomar conta de si a cada injustiça cometida pelos garotos. E até, quem diria, uma ótima cantora.

Junto com os seus sentimentos, que vinham a tona a todo momento, cresceu dentro dela uma pequena confusão em relação a Diva do grupo. Rachel pareceu, de certa forma, querer estar perto dela. O que era um pouco irritante, diga-se de passagem. A garota tentou ficar com seus dois namorados, destruiu seu relacionamento – pra nada, porque, depois disso tudo, ela engatou um namoro com Jesse – competiu com ela durante meses, e, apesar disso tudo, ainda tentava ficar próxima a ela. O que dava a Quinn pequenos momentos de descontração, implicando com a outra. Não que fizesse por maldade, mas simplesmente não sabia lidar com a proximidade da outra, e a melhor forma de afastá-la era torturá-la um pouquinho. Só que ela passava dos limites, as vezes. Foi o caso da tão falada lista que Quinn fez, colocando Rachel em ultimo.

- Você fez a Glist, certo?

Quinn apóia a testa no armário por um segundo, respirando fundo. Teria que arcar com as conseqüências daquilo...

- Foi idiotice da minha parte... Tão idiota quanto o seu vídeo, Berry.

- nem me fale naquilo, ainda estou lidando com aquilo.. Acho que o Jessie não me ama mais.. ele foi passar as férias de primavera e eu duvido muito que ele volte. Eu o magoei tanto.. Acho que eu nunca vou realmente conseguir namorar alguém.. eu acabo sufocando todos com o meu talento.Eu realmente gostaria de suprimir minhas habilidades, nesses momentos, pra que-

- Por favor, pare de ser dramática e apenas lide com isso. – Quinn a interrompe, falando um pouco mais alto do que o necessário.

- Perdão.. eu não deveria nem estar falando sobre meus problemas de relacionamento com você e... enfim, desculpe por ocupar seu tempo com minhas lamentações – ela abaixou a cabeça, ainda com cara de choro.

- Não é esse o problema. Você pode falar sobre isso comigo, se quiser... eu sei que eu debochei de você da primeira vez que você tentou conversar sobre o Jessie com o Glee Club, mas se você precisar.. estamos aqui... Só não precisa de tanto drama.. eu tenho certeza de que ele vai voltar. – Ela esboçou um sorriso, se afastando da morena. Pareceu hesitar por um momento e voltou-se para ela novamente. - a propósito, Rachel.. nada pessoal com você em ultimo lugar naquela lista, ok? Não precisava ter ser esforçado tanto... leve na brincadeira, eu não pretendia realmente julgar alguém com aquilo...

- tudo bem, eu vou tentar.. mas não te garanto que a Brittany vai conseguir superar.. ela ainda esta tentando entender o porque de não estar no top 3...

- sim, “eu peguei todas as pessoas dessa escola, meninas, meninos..” – ela ri – Brittany devia aprender a moderar os comentários..

- não querendo trazer a maldade de Quinn Fabray a tona mais... você acha que isso realmente é verdade?

- dela ter pegado todo mundo do colégio? Nãããh.. ela ainda não conseguiu me pegar.. não que ela tenha tentado, mas, enfim – a loira corou de leve – a não ser que você me surpreenda agora dizendo que já ficou com ela, temos duas pessoas que ela ainda não ficou e.. bom, então não é “todo mundo”.

- lógica brilhante, Quinn. Enfim.. você tem o meu perdão, pela Glist. Mas só por demonstrar raramente que você é capaz de ser legal.

- eu tento, Yentl, mas você não colabora, sendo uma mandona insuportável – ela diz, em tom de brincadeira.

- ok, acho que os 5 minutos de conversa amena acabaram por agora.. – ela tenta levar aquilo na brincadeira, forçando um sorriso. – Tchau, Quinn.

- Tchau, Rachel.

Rachel poderia acusar Quinn de ser insensível. De não valorizar todo o esforço que ela fazia para tentar se desculpar com a outra. Mas o fato é que, perdidas em todos os dramas que cada uma tinha, e levando em conta todas as diferenças entre elas, precisariam de muito tempo para entender o que realmente acontecia entre elas, e os esforços de cada uma.

Quinn e Mercedes estão atônitas, vendo Rachel se aproximar da mulher que canta no palco...

- ela falou certo? A treinadora do Vocal Adrenaline é mãe dela? A Berry ta surtando de novo, né?

- Cedes... até que elas são parecidas...Rachel não seria louca ao ponto de inventar isso...

- Acho que a gente deveria ir embora, Quinn..

- E deixar ela sozinha? Não, Cedes, acho que ela vai precisar de algum amigo por perto depois disso..

- a-amigo? Você esta tentando ser amiga da Berry agora? Grandes mudanças aqui.. – Quinn revirou os olhos – pelo menos vamos lá pra fora, acho que elas precisam de um pouco de privacidade.

Rachel se aproxima, com lágrimas nos olhos. Quinn, desajeitadamente, passa a mão no ombro da morena, como num sinal de conforto. Ela dá um sorriso triste para a loira.

- você está bem, Rachel?

- como eu disse pra ela, eu estou com sede..

- oi?

- eu.. vocês realmente querem saber sobre isso?

- Se você se sentir confortável com isso, Rachel...

Mercedes sorriu, acenando afirmativamente. Depois, sorriu para Quinn, apreciando a forma como todos os hormônios da gravidez, ao invés de a deixarem completamente surtada, tinham dado a ela um enorme tato para lidar com outras pessoas. A verdade, Mercedes concluiu, é que Quinn tinha se tornado muito mais sensível não só em relação a hábitos alimentares e musicas, mas sim a todos que a rodeavam. Nos últimos meses ela havia se mostrado uma garota meiga, preocupada com as pessoas ao redor, que realmente prezava a beleza interior, a despeito de todo culto a beleza que reinava entre as cheerios. Além do mais, ela havia e tornado a melhor amiga que alguém poderia ter. Sempre disposta a dar uma palavra de consolo.

Sentaram-se numa lanchonete e, enquanto Mercedes pedia água para curar a tristeza de Rachel e algum suco pra hidratar a futura-mãe-e-seu-bebê, Quinn, A pequena diva contava um pouco da sua história e como havia chegado até aquele ponto, de descobrir que Shelby era sua mãe.

- Rachel.. eu.. eu acredito que você deva me julgar muito, por ter decidido dar a minha filha para adoção.. ainda mais agora que você sabe a história toda e encontrou a sua mãe biológica e tal.. eu entendo se você não aceitar isso e não se sentir confortável falando disso comigo, mas, se você quiser alguém.. pra conversar, sabe.. pode contar comigo – ela olhou para Mercedes, que vinha trazendo os pedidos – conosco, não é, Cedes?

- Claro. Berry, qualquer coisa, é só gritar. Nós sabemos que a sua voz tem potencial pra isso.

Quinn estava saindo do Banheiro. Acabara de trocar a roupa de GaGa por seu vestido-de-grávida usual..

- Ei, Quinn!

- Oi, Berry.. está melhor?

- Eu conversei com minha Mã.. Shelby, e resolvemos.. nos afastar, pelo menos por enquanto. Mas acho que eu estou o.k. com isso... foi tudo muito estranho, pra falar a verdade.. mas acho que vou me acostumar, um dia.. e até lá, eu estou feliz com meus pais.

- Seus dois pais gays, certo? Foi.. interessante, saber mais sobre a sua vida, Berry.

- É.. você deveria.. ir nos visitar, ou coisa assim, um dia desses..

- Calma ai, RuPaul, não é porque eu te ofereci um ombro amigo que quer dizer que nós vamos virar melhores amigas e fazermos brigadeiro juntas..

- o-ok.. desculpa, eu exagerei..

- Rachel! Eu estou brincando...

- Seu senso de humor me assusta as vezes..fazer aquelas caricaturas minhas também eram uma brincadeira, é?

- De certa forma, sim. – ela deu um sorriso enigmático.

- Enfim, Quinn.. só pra dizer que.. o que Noah fez agora a pouco foi realmente emocionante.. Sobre a Beth e tal.. acho que.. ele realmente se importa, sabe? Você deveria.. repensar sobre a adoção.. Acredito que ele seria um ótimo pai.

- Ugh, não. Não fala besteira, Berry. Olha, eu entendo você ser contra eu desistir dela e tal.. mas Puck ser um bom pai? Por favor.

- Bom foi só uma sugestão..

- Eu agradeço a sua preocupação, Rachel, mas minha decisão está tomada. Do mesmo jeito que, de alguma forma, Shelby sabia que você ficaria bem com seus pais, eu tenho certeza de que.. não vai ser bom pra Beth ficar comigo.. Ela precisa de uma pessoa que realmente possa cuidar dela e dar todo amor que ela precisa, e eu não estou preparada pra ser essa pessoa. Eu pensei muito antes de tomar essa decisão. Assisti “Juno” mais de 10 vezes – ela se permitiu rir – mas obrigada, mesmo assim.

- Não foi nada. Só estou retribuindo o que você fez por mim, quando eu fiquei mal pela Shelby... – ela começou a se afastar – espero que corra tudo bem com Beth...

Quinn sorriu, levando as mãos a barriga, sentindo o bebê se mexendo levemente. Sorriu ao sentir sua filha.

- Ela.. se mexeu?

- Sim.. é raro, ela geralmente é bem quietinha..

- Eu posso.. sentir?

- Sério?

- Sim.. eu ando meio carente nessa coisa de maternidade ultimamente, adoraria sentir.. se você não se importar..

- É lógico que eu não me importo, Rachel – ela segurou a mão da morena, levando até sua barriga, no exato local aonde Beth chutava. As duas trocaram um sorriso cúmplice. – Sabia que você é a primeira pessoa que pede pra sentir meu bebê?

- Sério?

- Sim.. minha mãe não esteve comigo tempo o suficiente para ela começar a chutar.. Finn e Puck.. eu duvido até mesmo de que eles saibam que um bebê chute. E todos os outros parecem ter medo de chegar perto de mim o suficiente, quem dirá me tocar.

- Bom, você tem que admitir, Fabray, você é um tanto quanto assustadora, quando você quer.. – Quinn ergueu uma sobrancelha, desafiadoramente, e elas novamente sorriram uma pra outra. Um certo incomodo perpassou as duas, com toda aquela proximidade e o toque de Rachel sobre a pele da loira.. – Foi bom falar com você, Quinn. – ela fez um carinho na barriga da outra, um grande sorriso se abriu em seu rosto – Tchau, Beth.

Ela se afastou, deixando para trás uma Quinn Fabray confusa.

O período escolar chegava ao fim, para alivio de todos. Para Quinn, isso significava que o dia do parto se aproximava também. O medo, aliado ao alivio, tomavam conta dela.

Quinn estava no lado de fora da escola, aproveitando o sol que começava a brilhar mais forte, anunciando a chegada do verão. Acariciava a barriga, sentindo o bebê dentro dela. Parando para analisar, quanta coisa havia descoberto sobre si mesma, só por causa daquela pequena criatura que carregava dentro de si. Coisas realmente boas sobre ela mesma. E coisas que, ela sabia, seriam realmente difíceis de se lidar, quando chegasse a hora de encarar isso. Observou Santana e Brittany passarem por ela, de mãos dadas, indo em direção ao banheiro do estádio. Suspirou. As duas cheerios, ao que parecia, lidavam muito bem com certos sentimentos.

Mais alguns minutos se passaram, quando ela viu Rachel Berry tomando a mesma direção, completamente suja. Quinn podia sentir o cheiro de ovos mesmo àquela distancia.

- Ei, Berry. Venha até aqui. Você não vai querer entrar nesse banheiro agora..

Rachel caminhou até ela, a cabeça baixa, a boca contraída em um bico de choro.

- Quem fez isso com você, Rachel? Karofsky?

- Não.. Jesse.

- Uou. Você já pegou caras melhores, Berry.

- Eu não preciso ser lembrada disso nesse momento, Quinn. Porque eu não posso entrar nesse banheiro? A cada segundo que passa o sol cozinha mais os ovos em mim, e o cheiro fica pior..

- Santana e Brittany estão ai dentro, e você não vai querer interrompe-las – ela lançou um olhar significativo para a outra – entende?

- Ah. Ok. – ela corou um pouco – Acho que eu vou.. procurar outro banheiro, então.

- Precisa de ajuda?

- Você socaria o Jesse por mim? – as duas sorriram – então, não tem nada que eu não possa fazer por conta própria.. Mas obrigada mesmo assim, Quinn.

E então vieram as Regionais. Não que o grupo estivesse realmente animado com isso, levando em conta que Sue Sylvester seria uma das juradas. Mas serviu para, de alguma forma, mantê-los unidos por aqueles momentos que, eles acreditavam, seriam os últimos do Glee Club, uma vez que, ao perderem, o clube deveria ser desfeito. E com Sue julgando a performance, a chance de perderem era enorme. Mas estavam juntos.

Ao passar pelo corredor, Quinn pode ver, de longe, Rachel selar seus lábios com os de Finn. Revirou os olhos. “Ela estava até ontem sofrendo pelo Jesse. E depois eu sou a vadia por aqui.” – Ela pensou, sentindo uma pontada de ciúmes ao observar os dois juntos. Ciúmes que nem ela mesma sabia o porquê de estar sentindo. Há tempos já havia superado Finn.

Mas, antes de se posicionarem no palco, minutos antes da apresentação, enquanto todos se abraçavam e se desejavam boa sorte, Quinn não pode deixar de se aproximar de Rachel.

- Ei, Berry. Boa sorte no solo.

- Obrigada, Quinn. Boa sorte pra você também. – sorriu brevemente, se preparando para se afastar. O silencio entre elas naquele momento seria bem estranho.

- Rachel.. boa sorte com Finn, ok?- a morena ficou muda por alguns instantes ao ouvir aquilo, então Quinn começou a se afastar.

- ... Ok.

E então, para fechar com chave de ouro todo aquele período, Quinn teve o bebê. Enquanto Rachel observava a vitória do seu ex-namorado e de sua mãe sobre o Novas Direções. Quando Jesse terminou a música, sem demonstrar nenhuma emoção sequer, se arrependeu de ter ficado para trás para assistir a performance. Deveria ter ido com o resto do grupo para a maternidade. Sentiu-se vazia com a falta de sentimentos que via estampada no rosto de Jesse e Shelby. E de alguma forma, ela tinha certeza que estar com seu grupo no momento do nascimento de Beth faria ela se sentir completa, de alguma forma. Mas, estando ali, resolveu falar com sua mãe. E foi a própria Shelby quem a levou, de carona, até o hospital.

Rachel pediu licença a Puck e entrou no quarto. O garoto aproveitou para sair, alegando que precisava arejar um pouco.

- Por favor, me diga que ele não foi se pegar com a Santana.

- Se ele fizer isso, minha filha vai ser realmente órfã, porque eu juro que mato o pai dela. – Elas riram.

- Então.. Como é a sensação?

- De ser mãe? É inexplicável... – Rachel deu um pequeno sorriso a outra.

- Quinn, desculpe por não estar aqui...

- Não tem problema. Você tinha outras coisas com as quais se preocupar. E eu estava bem com Mercedes.. e Kurt.. e até Puck...

- Mas, é exatamente sobre isso que eu estou falando. Me desculpe por não ter estado aqui desde o começo.. Quando.. quando no começo do ano, de certa forma eu ferrei a sua vida, eu prometi a mim mesma que ia compensar isso tentando ser uma boa amiga pra você e.. eu sinto que eu falhei várias vezes, por motivos egoístas.. Eu não pensei no grupo, eu só pensei em mim.

- Agüenta ai, Berry. Primeiro, eu nunca pedi a sua amizade – isso soou um pouco mais rude do que Quinn gostaria, então ela tentou amenizar a situação – segundo que.. eu devo ter sido muito egoísta também, porque eu nunca realmente valorizei as suas tentativas. Eu só.. te usei como válvula de escape em vários momentos.. Te torturei um pouco para me sentir melhor comigo mesma e, quando você tentava se aproximar, eu só conseguia sentir.. sei lá, um misto de dó e desprezo – novamente, muito rude – desculpe, Rachel. Eu.. realmente não me sentia confortável com você por perto, e então.. acho que de alguma forma eu fui bem rude ao te.. afastar, pra longe de mim.

- Mas você não foi tão terrível assim, Quinn. Eu assumo que o fato de eu ser mais talentosa que o resto das pessoas ao redor irrita as pessoas – Quinn revirou os olhos, fazendo Rachel parar de falar por um segundo - .. E eu nunca vou esquecer o que você fez por mim quando eu descobri a verdade sobre Shelby.

- Eu só estava sensível a dor alheia, por causa dos hormônios da gravidez, você sabe.

- Tudo bem. Agora que você já teve sua filha... que, eu devo admitir, é linda, e parece muito com você.. e que, de certa forma, será minha irmã, o que é bem estranho.. – ela balançou a cabeça, tentando organizar os pensamentos – podemos ser amigas?

Quinn assustou-se com aquilo. Primeiro com a constatação de que, de certa forma, teria algum vinculo familiar com Rachel Berry. Não bastando isso, ela ainda queria ser sua amiga. Muita informação.

- Calma ai, Berry. Olha, eu não posso dizer que eu.. de alguma forma muito estranha e que eu não entendo.. eu realmente gosto de você. Mas ao mesmo tempo, eu adoro te odiar.. e implicar com você. Eu não acho que nós possamos ser realmente amigas.. De dormirmos uma na casa da outra e pentearmos nossos cabelos, mas.. eu gosto de você. Isso não pode ser o suficiente?

Rachel analisou as palavras da garota, por um momento. Realmente, o estranho gostar era comum a ela também. Uma mistura de obsessão, admiração e raiva.

- É.. acho que sim. Meio que gosto de você da mesma forma. – Quinn sorriu de uma maneira que lembrou a Rachel a antiga líder de torcida. Um sorriso que dizia “essa conversa acabou por aqui.”. Mas Rachel ainda tinha mais uma coisa a dizer – A propósito, Quinn, você fez a coisa certa.

- Como assim?

- Você cometeu milhões de erros, a começar por trair seu namorado. Você mentiu pra várias pessoas.. Mas... você cometeu todos esses erros, pensando somente no bem da sua filha. E você continua pensando só nisso, eu posso ver.

Quinn sorriu. Ouvir alguém que finalmente entendia o que ela sentia era bom. Rachel foi até ela, depositando um beijo no topo da sua cabeça.

- Tenho certeza de que Beth ficará bem com Shelby. – e saiu, em direção ao corredor, pra encontrar sua mãe biológica com a pequena criança no colo.

Estavam todos, de certa forma, bem.


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Notas finais do capítulo

capitulo enorme, né? :x

já comecei a escrever o próximo, então.. aguardem :D


reviews? :D



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