Sobrado Azul escrita por Chiisana Hana


Capítulo 18
Capítulo XVIII




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus e eu não ganho nenhum centavo com eles.

SOBRADO AZUL

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Capítulo XVIII

Tóquio, Japão.

Dias depois, Shiryu e Shunrei desembarcam no aeroporto de Tóquio, onde Ikki e Seiya os esperam. Seiya abraça os dois e até Ikki, que não é dado a sentimentalismos, surpreende-os com um abraço.

– Não sei se acredito muito em Deus – ele começa a dizer –, mas vocês dois estarem vivos só pode ser obra de alguma força superior.

– E do que adianta? – Shiryu retruca, amargo.

Ikki se irrita:

– Adianta porque para tudo nessa merda de vida tem uma solução, exceto quando morremos. Ou quando a pessoa que amamos morre, o que eu acho ainda pior. Você não sabe o que é suportar a dor e a solidão. Eu sei. Cego ou não, você devia sentir-se grato por estar vivo e por não ter acontecido nada com a Shunrei.

– É, cara – concorda Seiya. – E depois, esse médico da China pode ser um bocó. Você precisa ouvir outras opiniões aqui em Tóquio. O hospital da Saori deve ter algum médico bom.

– É o que eu venho dizendo a ele, Seiya – Shunrei diz, mas Shiryu dá de ombros.

– Será que vocês podem me levar para a casa? – ele diz. – Estou cansado.

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Vladivostok, Rússia.

Eiri revira-se na cama sem conseguir dormir. Toda aquela situação da doença do pai de Hyoga soa falsa demais e a deixa com uma incômoda sensação de insegurança.

"Não é possível que o Hyoga não perceba que é uma farsa", ela pensa ao levantar-se da cama. Desce até a cozinha e bebe um copo de água. Desejava um pouco de leite quente, mas não se sentia à vontade para procurar o leite e mexer no fogão.

Ela sobe de volta ao quarto, cuidando para não fazer barulho, e lá em cima, ouve movimento no quarto do Yujiro. Ela se aproxima, pé ante pé, dando graças a Deus por usar uma pantufa que deixava seus passos absolutamente silenciosos. Ela encosta o ouvido na porta do quarto e apura a audição.

– Acha que está funcionando? – ela ouve uma voz, provavelmente do falso enfermeiro, perguntar.

– Claro, ele está todo comovido – Yujiro responde. Sua voz soa alta e clara, sem qualquer sinal da doença pulmonar que ele diz ter.

– A moça parece desconfiada – o enfermeiro prossegue.

– Esse é o problema. Aquela criatura insignificante pensa que vai atrapalhar meus planos, mas não vai não. Mal sabe ela o que a espera.

A ameaça na voz de Yujiro faz gelar a espinha de Eiri. Ela recua devagar, de costas, para voltar ao quarto, mas esbarra num jarro que balança e, por pouco não se espatifa no chão. Ela segura a respiração. Quando se recupera do susto, retoma a caminhada, agora a passos apressados, mas quando está prestes a abrir a porta do quarto uma mão enorme segura seu pescoço.

– Não grite – sussurra o homem, que mantém a mão firmemente pressionada.

Aterrorizada, Eiri faz o que ele diz.

– Me acompanhe devagar, bem devagar. Não faça barulho, sua pequena vadia. Pensa que vai arruinar a vida do meu filho?

Eiri quer gritar que o velho até uns meses atrás nem sabia quem era Hyoga e agora agia como se fosse o dono da vida de um filho que era já adulto e se criou sozinho, felizmente longe dele, mas a mão no pescoço e o medo impedem-na.

Yujiro para bem perto da escada e aperta o pescoço de Eiri com mais força. Ela começa a sentir que desfalecerá em breve, deseja gritar, mas não consegue. Por fim, resolve lutar com ele. Então, se debate, soca, chuta, mas ele não afrouxa a pressão das mãos.

– Desista, sua cadela! – ele sussurra, apertando com mais força.

– Pai! – Hyoga grita, avançando em direção aos dois. – Solte-a agora!

Yujiro obedece e larga a garganta da moça, mas Eiri já tinha perdido a consciência e despenca escada abaixo.

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Tóquio, Japão.

Assim que chega em casa, Ikki telefona para Minu.

– A situação é pior do que parece – ele diz à namorada. – O cabeça-dura do Shiryu está insuportavelmente irritante.

– Como assim, Ikki?

– Está revoltado, deprimido, com raiva da vida.

– Bom, é normal na situação dele, não?

– Não! Ele devia estar grato por estar vivo. A pobre da Shunrei é que tem de aguentar o péssimo humor dele...

– Que barra para ela – Minu diz, tentando colocar-se no lugar de Shunrei. Provavelmente Ikki seria um cego ainda mais chato que Shiryu.

– Ela tem que ter paciência de santa com ele. O Shun já está voltando de viagem para dar uma força aqui, mas eu não consegui falar com o pato. Você tem falado com a Eiri?

– Não, meu querido. E estou preocupada com ela. Você sabe, eles foram para Vladivostok às pressas, e da última vez que nos falamos ela soou bem esquisita...

– Esquisita como, Minu?

– Parecia estar assustada, com medo de alguma coisa.

– Não inventa coisa, mulher! – zombou Ikki. – O máximo que ela deve estar sentindo lá é frio.

– Não tô inventando, foi a impressão que tive!

– Certo, certo. Também não consegui falar com a Saori. Aquele mordomo filho da mãe sempre atende ao telefone e aposto que não dá o recado a ela. Se bem que, depois do par de chifres que o Seiya colocou nela, acho difícil que ela queira saber da gente.

– O Seiya pisou na bola feio, meu querido. No lugar dela, eu também não ia querer falar com ninguém ligado a ele.

– É, admito que ele foi bem sacana.

Ele ia completar que entendia o Seiya, e que às vezes era bem difícil resistir às vontades do corpo, mas refreou-se a tempo, pois Minu certamente ficaria furiosa.

– Sabe, Ikki – ela diz –, o que acha de trazer Shiryu e Shunrei para almoçarem aqui com as crianças no domingo?

– Não sei se é uma boa ideia, Minu. Crianças são curiosas, vão fazer perguntas. Shiryu não está com humor para isso...

– Muitas pessoas vão fazer perguntas, meu bem. Ele vai ter de se acostumar com isso, mais cedo ou mais tarde.

– Isso é verdade. Bom, vou falar com a Shunrei para ver o que ela acha. Depois volto a ligar para você.

– Está bem, meu querido. Vou esperar sua ligação.

Depois de desligar o telefone, Minu volta a pensar em Eiri. Ela não sabe bem o porquê, mas algo lhe diz que a amiga não está bem.

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Kanazawa, Japão.

Shun e June acomodam-se em um ônibus. Enquanto aguardam a hora da partida, os dois conversam.

– Sinto muito termos de interromper a viagem, Ju – ele diz.

– Tudo bem. Esses poucos dias já foram inesquecíveis.

– Pra mim também – ele diz, segurando a mão da namorada. – O que fizemos nessas férias mudou minha vida.

– A minha também, meu querido. Bom, vou levar uma belíssima bronca quando chegar em casa, mas tudo bem. Se quando eu telefonei, minha mãe já estava furiosa, imagine quando eu chegar. Mas valeu a pena.

– Por mim, ficaria aqui até o fim das férias, mas com esse acidente que Shiryu e Shunrei sofreram, tenho que voltar. Os dois vão precisar de muita ajuda. Quando ligou, o Ikki disse que o Shiryu está super mal.

– Não é pra menos... Eles viviam praticamente um conto de fadas, né, Shunzinho? E aí de repente tudo acabou.

– Não acabou, né, Ju? Eles ainda têm um ao outro.

– É fácil falar, meu amor. Mas na prática não é bem assim... Vamos ver quanto tempo a Shunrei vai aguentar.

Shun volta-se para June, surpreso com o comentário dela.

– Meu bem, você realmente não conhece a Shunrei – ele diz, e muda o assunto a fim de evitar uma discussão desnecessária.

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Atenas, Grécia.

Tatsumi acabara de receber um telefonema de Ikki, ao qual sequer deu atenção. Disse-lhe apenas que Saori não queria falar com ninguém e desligou, suspeitando que, na verdade, Seiya tinha pedido para o amigo ligar. Saori andava empolgada com um passeio de iate para o qual fora convidada e Tatsumi omitiu a ligação para evitar que ela recordasse que o ex-namorado pobretão existia.

Assim que ele desliga o telefone, Saori desce as escadas, vestindo uma vaporosa túnica de seda florida, com óculos escuros e um chapéu panamá.

– O carro está pronto, Tatsumi? – ela pergunta. Exibe um sorriso radiante e carrega uma imensa bolsa.

– Sim, senhorita.

– Então vamos! Quero chegar cedo à marina!

Lá, Julian a espera em seu imponente iate de dois andares.

– Bem-vinda a bordo do Nereida – ele diz, ao conduzi-la para dentro da embarcação. – Se eu a tivesse conhecido antes, ele teria o seu nome. Mas ainda é tempo de nomear um segundo iate.

Saori sorri.

– Você não perde a oportunidade de ser galanteador, não é mesmo?

– É parte do meu charme.

– Bom, aonde vamos?

– A minha ilha particular, NeoAtlantis.

– Hum... Que interessante – diz Saori tentando parecer empolgada quando na verdade sente-se enojada. Não gosta da ostentação do rapaz. Fica tensa, não consegue ser natural como é quando estava com... os amigos.

"Droga, Seiya", ela pensa, "por que você foi estragar tudo?"

Ela procura colocar na face seu melhor sorriso e volta-se para Julian, simulando interesse pela ilha.

– Talvez eu até compre uma também – ela diz, sentindo repugnância pela ideia. Para que raios ia querer uma ilha? Já achava a mansão deixada pelo avô um elefante branco. Não fosse o amor que ele tinha pela casa, ela se mudaria para um belo apartamento no centro da cidade, perto da agitação e da vida noturna.

Julian começa a discorrer sobre as poucas ilhas disponíveis para compra e que, sim, ele podia providenciar uma para ela, tinha os contatos certos.

"Ele é lindo", Saori pensa, "mas tão fútil".

Quando termina de falar sobre as ilhas, Julian surpreende Saori com um beijo. No primeiro momento, ela se assusta, mas logo se deixa levar e corresponde.

"O que deu nele?" ela se pergunta. "Me beijar assim, do nada? Sim, ele beija incrivelmente bem, mas mesmo assim... que susto". Percebendo que ela não recusara a investida, ele torna a beijá-la.

"Já que é assim, Seiya," ela pensa, "vou pagar na mesma moeda".

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Munique, Alemanha.

Na capelinha da mansão de sua família, Radamanthys espera no altar. Ele estava satisfeito, porque com a ajuda da mãe e dos irmãos, tinha conseguido organizar o casamento em tempo recorde.

Quando Pandora finalmente aparece na porta ele a encara com uma expressão de absoluto enlevo. Ela entra na capelinha conduzida por John Edward, o pai de Radamanthys. Usa um vestido branco ajustado ao corpo, que permitia ver o contorno da barriguinha minúscula, e segura um buquê de lírios brancos. Nos cabelos, uma discreta tiara de brilhantes. Pouco antes de entrarem, ela teve uma breve conversa com o senhor John, que lhe disse o quanto ela era bem-vinda à família, e que estavam todos felizes com o casamento inesperado e com o meio-neto japonesinho que viria por aí. Radamanthys tinha escolhido ser sincero com a família e reuniu a todos para contar a verdade.

"Bom, o que importa se ele vai ter olhinhos puxados? Vai ser meu neto", dissera o homem na ocasião, de um jeito que comoveu Pandora. O bebê não era aceito em sua própria família, enquanto a família de Radamanthys já o admitia como membro. Mary-Ann, mãe de Radamanthys, tinha até comprado um par de sapatinhos e um macacãozinho para o bebê.

Os familiares de Radamanthys, incluindo seus irmãos, Mnemosyne e Belerophonte, estavam todos na capela. Pandora achava engraçada essa mania do sogro de colocar nomes gregos nos filhos. John já falava inclusive que o neto devia se chamar até que o neto deveria se chamar Prometheus se fosse menino, ou Eileithyia, se menina. Mas Pandora pensava em algo mais comum.

Radamanthys recebeu-a no altar com um beijo na fronte. Ela achou-o deslumbrante de fraque.

Depois de um sermão longo e bonito, o padre perguntou:

– Senhorita Pandora Heinstein, aceita ser esposa de Radamanthys Taylor-Wright Butler, prometendo amá-lo e respeitá-lo por todos os dias da sua vida até que a morte os separe?

– Sim – ela diz, convicta.

– Senhor Radamanthys Taylor-Wright Butler, aceita a senhorita Pandora Heinstein como esposa, prometendo amá-la e respeitá-la por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe.

– Sim – ele responde, jurando em pensamento que faria Pandora feliz e que ela o amaria um dia.

– Então, em nome de Deus – continuou o padre –, eu os declaro marido e mulher.

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Tóquio, Japão.

– Shiryu, tem uma visita para você – Shunrei anuncia alegremente ao noivo, que está deitado no quartinho dela. Tinham decidido que era melhor para ele ficar no andar de baixo e ele concordou, não porque achasse melhor, mas porque não se importava mais com coisa alguma. – Venha, vamos lá.

– Eu não quero ver ninguém, Shunrei – ele resmunga, virando-se para a parede. Shunrei  segura-lhe o braço e puxa.

– Mas vai assim mesmo! – ela ordena, puxando-o. – Não vou deixar você fazer uma deselegância dessas com seu mestre!

– Humpf... muito menos ele! – Shiryu diz.

– Se você não for, eu vou trazê-lo aqui!

– Está bem – ele se rende, levantando-se da cama. Shunrei o conduz até a sala, onde Shura o espera. O mestre cumprimenta Shiryu cordialmente e os dois sentam-se no sofá. Faz-se um silêncio constrangedor por alguns minutos. Shura não sabe bem o que dizer. Ver o discípulo fragilizado daquele jeito é devastador, mas ele respira fundo e enche-se de coragem.

– Então, Shiryu – ele começa –, quando seu braço sarar você vai voltar aos treinos, não é?

– Não creio nisso – ele responde, seco.

– Ah, claro que ele vai! – Shunrei atravessa. – Assim que ficar bom, ele vai.

– Shunrei, eu não vou ficar "bom".

– Claro que vai! Em alguns dias seu braço estará curado e você vai tirar esse bendito gesso.

– Estou falando dos olhos...

– Você não treina kung-fu com os olhos, ora essa! Já sabe de cor todos os movimentos. Dá muito bem para treinar. E também vamos voltar logo à faculdade.

Shiryu se impacienta com a noiva.

– Já conversamos sobre isso e você sabe que eu não vou voltar.

Calmamente, ela corrige:

– E você sabe que vai nem que seja arrastado. Estou até aprendendo a dirigir, para levá-lo.

– Eu não quero atrapalhar seu curso, Shunrei!

– Se for preciso, eu amarro você, mas você vai!

– Ela está certa, Shiryu – Shura diz. – Você não pode abandonar nem a faculdade nem os treinos.

– Será que vocês não entendem que acabou? – Shiryu se exaspera. – Em poucos dias serei aposentado por invalidez aos vinte anos de idade! Será que é tão difícil entender?

– É – afirma Shunrei. – É muito difícil, porque não estou vendo um inválido aqui, estou vendo um homem que perdeu a coragem. Só que a mulher dele não perdeu e vai lutar até o fim.

Shura sorri. A determinação inquebrantável da noiva de Shiryu é encantadora na mesma proporção em que a depressão dele é triste.

– Segunda-feira você vai para a aula e não se fala mais nisso – Shura diz. – Eu mesmo venho buscá-lo.

Shiryu faz menção de protestar, mas Shunrei é mais rápida:

– Ele vai estar arrumado e esperando – ela diz.

Shiryu suspira, vencido.

"É mais fácil deixá-la fazer o que quiser", ele pensa. "Ao final ela verá que de nada adianta".

Shura conversa mais um pouco com eles, depois vai embora.

– Você devia ter me deixado na China – Shiryu diz, depois que o mestre deixa a casa, e sai tateando, na tentativa de ir sozinho para o quarto. Shunrei dá de ombros e corre para auxiliá-lo.

– Mais tarde vou fazer um bolo e quero ajuda! – ela diz.

– Eu não sirvo mais pra nada, Shunrei! – ele grita. – Para com isso!

– Não quero saber, você vai me ajudar e pronto.

O telefone toca. Shunrei vai atender.

– Ah, olá, senhora Hilda.

– Shunrei, que história é essa de acidente com você e Shiryu? Assustei-me quando cheguei de viagem e recebi o recado que você deixou. É verdade que ele ficou cego?

– Sim, é verdade. Mas estamos bem. Segunda-feira ele voltará à faculdade. Ao trabalho, infelizmente, acho que não será possível... Fomos à perícia médica para ver o que era possível fazer, se ele teria condições de ser encaixado em outra função, mas eles acharam melhor aposentá-lo.

– Que pena, Shunrei – disse Hilda. – É realmente uma lástima. Perderemos um ótimo funcionário. E parece que perderei você também...

– Sim, infelizmente. Preciso cuidar dele. Como vai Emmeline?

– Está ótima, mas sempre pergunta por você.

– Por favor, diga a ela que estou morrendo de saudades e farei uma visita assim que puder.

– Digo sim. Ouça, Shunrei, eu tive uma ideia aqui, mas preciso falar com uma pessoa antes. Volto a ligar para você ainda hoje.

Shunrei concorda e, minutos depois, Hilda torna a ligar.

– Oi, Shunrei. Bom, conversei com o Siegfried sobre a minha ideia e ele assinou embaixo. Então é o seguinte: queremos que Shiryu o auxilie lá no escritório. Sabemos que ele ainda está no meio da faculdade, mas o conheço bem, sei que é um rapaz competente e inteligente, e acho que vai ser bom pra ele sentir-se útil. Se alguém puder ler os processos para ele, acho que é perfeitamente possível. Já vi casos até de juízes cegos.

– Senhora, muito obrigada – Shunrei responde, comovida. Era a chance de resolver de uma vez a depressão de Shiryu. – Não sabe como isso vai ser importante para ele!

– Eu sei, sim. Fiquei muito triste com a notícia de que ele não poderia mais trabalhar conosco e infelizmente, não posso fazer nada a respeito disso, mas ele pode tentar lá no escritório de Siegfried. Por enquanto, se for mais fácil, Sieg me disse que pode mandar alguns processos para ele começar a se adaptar trabalhando em casa.

– Está ótimo assim! Eu mesma vou ajudá-lo!

– Quando ele pode começar?

– Segunda-feira está bom?

– Está ótimo.

– Muito obrigada, muito obrigada mesmo! E mande um beijo enorme para Emmeline.

– Obrigada, Shunrei.

Depois de desligar, Shunrei saltita até Shiryu.

– Meu amor, meu amor, notícias ótimas! O marido da senhora Hilda quer contratá-lo para ajudar no escritório.

– Não preciso da piedade de ninguém – ele responde. Shunrei o ignora.

– Vai ser ótimo, Shiryu!

– O que eu vou fazer lá? Ficar sentado a tarde inteira, como um enfeite?

– Ele confia em você e quer sua ajuda!

– Ele está com pena de mim – ele corrige.

– Que seja! Não importa o motivo. Essa é a sua chance de mostrar que pode ser muito útil!

– Útil? Humpf... Como é que eu vou ver os processos, Shunrei?

– Eu vou ler pra você, ué?

– Não basta você ter deixado seu emprego por minha causa...?

– Ah, Shiryu, a Hilda entendeu que foi preciso. Ela vai conseguir uma pessoa ótima pra ficar no meu lugar. Minha preocupação agora é com você. Já pensei em tudo. Acho que podemos viver com o dinheiro da sua aposentadoria e com o que você vai ganhar com esses trabalhos. E se a coisa apertar, posso dar aulas de reforço para crianças aqui em casa mesmo.

– E a sua faculdade, como fica?

– Fica do jeito que der. Se for preciso, tranco por um tempo até você se adaptar melhor.

– Eu não quero que você se sacrifique, Shunrei.

– E eu já disse que não é você quem decide isso.

Pela primeira desde que voltaram da China, Shiryu desaba em um choro convulsivo. Shunrei o envolve num abraço terno.

– Não chora, meu anjinho – ela diz. – Eu te amo tanto. Não é nenhum sacrifício cuidar de você. Você é tudo que eu tenho, meu amor. E nós estamos juntos nessa.

Continua...




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Notas finais do capítulo

S-A-S-A-S-A-

Taylor-Wright Butler é o sobrenome que eu uso para o Rada. Mary-Ann, John Edward, Belerophonte e Mnemosyne, são todos meus, meus, meus.

—S-A-S-A-S-A-

Sobrado já voltou, povo! Esse ano eu estou ninja! Hahahahaha!

Obrigada a todos que acompanham essa fic!

Beijo enormeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

Chii



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