Innocence escrita por Anna, Thalia_Chase, bibi_di_angelo


Capítulo 47
Capítulo 47 - Primeira música




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            POV Annabeth

            Assim que acordei, não me levantei de imediato. Fiquei apenas deitada, pensando na vida. Refletindo sobre minhas escolhas, minhas decisões. Como não estava com coragem, nem peito, para ligar para meu pai; levantei-me, fiz minha higiene matinal e coloquei uma roupa qualquer. Mas aí achei que o look estava muito produzido para ficar em casa, então peguei a chave do meu carro e dirigi a livraria mais próxima. Precisava relaxar, então precisava ler.

            Estacionei o carro na calçada mesmo e corri para dentro da livraria. Dei um “bom dia” para o funcionário e fui logo para a sessão de romance. Eu já havia lido “O Morro dos Ventos Uivantes” mil vezes, mas mesmo assim o peguei. Também tirei da estante “Tormenta”, “Crescendo” e “Maldosas”. Depois, andei até a parte musical e também peguei o CD do Paramore, do Linkin Park e da Demi Lovato. Voltei ao balcão, paguei minhas coisas com o cartão de crédito e caminhei até o carro. Joguei tudo no banco do carona e sentei.

            Assim que ia virar a chave na ignição, meu celular tocou.

            O peguei no meu bolso de trás e nem olhei o identificador de chamadas.

            - Alô? – atendi.

            - Annie? – era a voz de Thalia.

            - É. Eu mesma. Que foi?

            - Olha... – percebi que ela estava um pouco tensa, mas só estreitei os olhos. – Pode vir aqui em casa? É que não tinha ninguém aqui em casa, eu tava um pouco entediada, daí fui ali na minha vizinha, a Melissa, lembra dela?

            Fiz força para lembrar.

            - Uma loirinha de olhos verdes?

            - É... Melissa Oher. Bem, você sabe que ela tem uma banda, né? E também sabe que no verão passado ela estava me ensinando a tocar violão, certo?

            - Sim. Continua. – estimulei-a.

            - Bem, eu fui lá na casinha dela e pedi o violão dela emprestado. – disse em um jato. – E, ah, Annie, eu estava entediada... Eu meio que escrevi uma música.

            Arregalei os olhos.

            - É?!

            - É, mas preciso da sua aprovação. Sei lá. Pode vir aqui em casa? – repetiu sua pergunta.

            - Já estou aí. – falei e desliguei o celular. Liguei o carro, engatei o carro e dirigi até a casa de minha melhor amiga.

            Em um piscar de olhos, já estava em frente à grande casa de 2 andares. Deixei o pacote de livros no banco traseiro, saí do carro e corri para a porta da entrada. Toquei a campainha e, em um segundo, Thalia já estava me puxando para dentro de sua casa.

            - Ai, doeu! – reclamei, quando já estávamos em seu porão. – Nossa, você é rápida.

            - Desculpa, estou excitada.

            Levantei a sobrancelha, entendendo o sentido vulgar da frase.

            - Não esse sentido! – resmungou, virando as costas para mim, sentando-se no puffe roxo que havia ali e pegando o violão bege que estava encostado.

            - E aí? Que música você conseguiu compor? – perguntei, curiosa, sentando-me no outro puffe que havia de frente ao que Thalia estava sentada.

            - Promete que não vai rir se eu te mostrar? – perguntou ela, corando.

            - É claro que não vou rir, Thalia. Mesmo se sua música for horrível. Você é minha melhor amiga, esqueceu?

            - Annie... – ela balançou a cabeça, e vi em seus olhos a vergonha e a vontade de desistir. Thalia sempre fora meio tímida, mas para apresentar algo piorava.

            - Thalia! Vai! – pedi. Estava muito entusiasmada.

            - O.K., O.K. – cedeu, olhando o violão e começando a tocá-lo. [Gente, não é “Aiplanes” da Hayley e do B.o.B, OK? Vejam o vídeo]

Can we pretend that airplanes in the night sky
Are like shooting stars
I could really use a wish right now
A wish right now, a wish right now
Can we pretend that airplanes in the night sky
Are like shooting stars
I could really use a wish right now
A wish right now, a wish right now

I could use a dream or a genie or a wish
To go back to a place much simpler than this
Cause after all the partyin' and smashin and crashin
And all the glitz and glam and the fashion
And all the pandemonium and all the madness
There comes a time when you fade to the blackness
And when you're starin at the phone in your lap
And you hopin' but them people never call you back
But thats just how the story unfolds
You get another hand soon after you fold
And when your plans unravel in the sand
What would you wish for if you had one chance?
So airplane airplane sorry I'm late
Im on my way so dont close that gate
If I dont make that then I'll switch my flight and
I'll be right back at it by the end of the night

Can we pretend that airplanes in the night sky
Are like shooting stars
I could really use a wish right now
A wish right now, a wish right now
Can we pretend that airplanes in the night sky
Are like shooting stars
I could really use a wish right now
A wish right now, a wish right now

Yeah somebody take me back to the days
Before this was a job before I got paid
Before it ever mattered what I had in my bank
Yeah back when I was trying to get into the subway
And back when I was rappin' for the hell of it
But nowadays we rappin to stay relevant
Im guessing that if we could make some wishes out or airplanes
Then maybe oh maybe I'd go back to the days
Before the politics that we call the rap game
And back when ain't nobody listened to my mix tape
And back before when I tried to cover up my slang
But this is for the Decatur whats up Bobby Ray
So can I get a wish to end the politics
And get back to the music that started this shit
So here I stand and then again I say
I'm hopin' we can make some wishes outa airplanes

Can we pretend that airplanes in the night sky
Are like shooting stars
I could really use a wish right now
A wish right now, a wish right now
Can we pretend that airplanes in the night sky
Are like shooting stars
I could really use a wish right now
A wish right now, a wish right now

I could really use a wish right now
I could really use a wish right now
Like, like, like shootin stars
I could really use a wish right now
A wish a wish right now

            Minha boca de abriu em um “O” perfeito.

            - Não gostou? – perguntou, parecendo um pouco decepcionada.

            - Não! – discordei – Quer dizer... Sim! Não! Pera aí! É óbvio que gostei! – exclamei, parecendo uma completa retardada-demente.

            - Gostou mesmo? Ou isso é só um papo de “Melhor amiga” para fazer eu me sentir melhor? – indagou, esperançosa.

            Revirei os olhos.

            - Nunca iria mentir para você, O.K.? Você é a minha irmã de consideração e sempre será minha irmã de consideração.

            - Obrigada, Annie. E, aliás, se não for pedir muito, eu gostaria que você fizesse um dueto comigo.

            Arregalei os olhos.

            - Thalia, você é doida e eu te amo. Mas não posso fazer um dueto com você! Eu vou entrar naquela escola idiota pra fazer um curso de música, ou seja: Tocar violão, piano e tudo que for possível. Mas não vou cantar. Além disso, é a sua vez de brilhar.

            Agora quem revirou os olhos foi Thalia.

            - É a nossa vez de brilhar. – argumentou. – Por favor, Annie, por mim. Você é minha melhor amiga e minha irmã de consideração. Eu te amo, por favor, por favor, por favor.

            - Thalia! – resmunguei. – Não posso cantar!

            - Como assim não pode? Quer dizer, você não quer, é questão de querer, e não poder.

            - Tá bom! Uma música só. – aquilo parecia mais uma interrogação do que uma afirmativa.

            - Dez. – rebateu.

            - Cinco. – repliquei.

            - Sete. – revidou.

            - Seis.

            - Oito. É minha proposta final. – disse, decidida.

            - Tá legal. Oito músicas e acabou.

            - Ai, Annie, obrigada! Eu te amo muito! – exclamou, pulando em cima de mim.

            - Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga? – brinquei, tirando-a de cima de mim.

            - Eu sou Thalia Grace, futura Thalia Grace Castellan. – disse.

            - Eu sou Annabeth Chase, futura Annabeth Chase Jackson. – completei.

            - Sinto saudades de Silena. – suspirou. – Ela iria dizer: “E eu sou Silena Beauregard, futura Silena Beauregard Di Ângelo”. Nossa, como o nome dela seria grande.

            - Nós duas sentimos, Thalia. – concordei.

            - Mas é que... – ela me encarou, com os olhos brilhando. Ah, eram lágrimas. – Ah, Annie, ela faz muita falta! Quer dizer... Primeiro foi aquela coisa da mudança. E agora simplesmente ela foi embora!

            - Thalia, ela está orgulhosa de nós duas. – afirmei. – Longe, mas mesmo assim não deixa de sentir, O.K.? Tente fazer como Nico, ele não é a pessoa mais feliz do mundo, mas também não vai deixar de viver por causa de Silena. Ela seguiu a própria vida dela, e nós temos que seguir a nossa. Por ela. Pelo menos, tente.

            - Vou tentar, Annie. – prometeu. – Mas é difícil. Não negue. Você sabe disso.

            - Nós duas vamos tentar. – falei, sorrindo levemente. – Nós duas, Nico e sua linda voz.

            Ela corou com meu elogio sincero.

            - Minha voz não é linda. – discordou. – Já tivemos essa conversa, Annie. Por favor.

            - O.K., conhece outra música? Sabe tocar outra música no violão? – perguntei, ansiosa.

            Ela estreitou os olhos, tentando se lembrar.

            - Não, mas sei tocar uma melodia que eu mesma compus no verão retrasado.

            - Talvez eu possa compor uma letra. – concordei.

            - É! – disse, seus olhos brilhando de excitação.

            - Thalia, vamos aos poucos, O.K.? Eu tenho que ir em casa agora. – revelei.

            - Mas preciso que você fique. Minha mãe levou Sophia ao pediatra. E o Bobby foi ao trabalho. E estou com medo de ficar sozinha.

            Bobby era o nome de seu padrasto. Eu nunca soubera realmente qual era o nome do verdadeiro nome do pai de Thalia.

            Uaul, que amiga você é!, ouvi uma voz sarcástica na minha consciência dizendo.

            - Não. Pera aí. Pára tudo! Thalia Grace com medo? O que aconteceu?

            - Ah, você sabe, aquele negócio que aconteceu comigo e o pedófilo.

            - Falando em pedófilo... Aquele garoto... Começa com S... F... Hã... Daniel...?

            - Daniel. – confirmou.

            - Viu?! Eu sabia que iria lembrar! Espera. Você se sente atraída por ele? – perguntei, corada.

            Ela corou mil vezes mais do que eu já estava.

            - Não! Espera! Pára! Não acredito que você me perguntou isso. Luke é meu namorado, sua maluca!

            - E daí? Rachel era afim de Percy, e ele é meu namorado.

            - É complicado, Annie. Sim, senti uma atração pelo Daniel. Mas não emocional, e sim física. Você não pode negar: ele é muito gato. Mas... Nunca poderia trocar Luke por outro garoto. Nem que fosse o Orlando Bloom.

            Revirei os olhos.

            - Eu também. Você sabe, pelo Percy.

            Ficamos em silêncio durante alguns minutos, uma encarando a outra, mas nenhuma teve coragem de abrir a boca até que meu celular começou a tocar Monster, a nova música de Paramore. Bem, quase que caí da merda do puffle quando começou a tocar o refrão.

            Thalia riu de mim, então mandei um olhar muito idiota pra ela. O que a fez rir mais ainda.

            - Alô? – atendi, tentando levantar. Mas aí vi que meu cadarço tinha ficado preso debaixo do armário de Thalia e soltei um palavrão enorme.

            - Nossa, se não quer falar comigo, não precisa xingar, valeu? – ouvi a voz de meu namorado.

            - Aí! – reclamei quando puxei o cadarço idiota e caí pra trás. Adivinha o que a minha linda melhor amiga vez? NADA! – Não, desculpa. Me... Ajuda, Thalia! – soltei outro palavrão.

            Adivinha o que ela fez? Ficou parada no canto dela lá rindo. Desisti de tentar levantar e me joguei no chão mesmo.

            - Oi. – falei.

            - O que houve?

            - Nada, eu caí aqui e sua queridíssima amiga Thalia Grace não quis me ajudar.

            - Qual a dificuldade de levantar?

            - Meu cadarço tava preso embaixo do maldito do armário de Thalia e, bem, quando eu soltei ele, dei impulso e caí. – admiti.

            - Só você mesmo. – brincou.

            Revirei os olhos, corada.

            - Tá livre hoje? – perguntou.

            - Não sei. Por quê? – fiz manha.

            - Quero te ver.

            Bufei dramaticamente.

            - É claro que quer me ver. Eu também quero.

            - Argh! – Thalia resmungou com nosso diálogo e saiu do porão.

            Revirei os olhos novamente.

            - Quer que eu passe na sua casa? Ou na casa da Thalia?

            - Não. Eu posso ir até aí. Estou de carro.

            - O.K., tchau.

            - Eu te amo. – sussurrei.

            - Eu também te amo.

            E desliguei.

            - Thalia! Preciso ir embora!

            - Vai pela porta! – gritou.

            Bufei. Quando éramos menores, eu, Thalia e Silena estávamos no porão da casa de Thalia. Mas eu estava de castigo, porque tinha mentido sobre onde ia para minha mãe. Os pais de minha melhor amiga tinham ido jantar fora, mas voltaram mais cedo, pois o restaurante ficara em greve. Bem, aí eu tive que pular pela janela e voltar correndo para casa, torcendo para que não me vissem.

            Thalia nunca tinha me deixado esquecer aquilo.

            Enfiei o celular no bolso da calça.

            - Não! – berrei de volta e passei pela janela. É, eu não havia crescido tanto. Taylor estava certa, eu devia ter sérios problemas em “não-crescer”. Aliás, eu deveria ter diminuído, porque passei facilmente.

            Corri para o carro e botei rapidamente a chave na ignição. Fui pelo caminho que já sabia de cor.

            Deixei os coitados dos livros vegetando no banco traseiro e saí logo do carro, apertando no botão para trancá-lo.

            Toquei a campainha e esperei abrirem a porta. Quem abriu foi Jéssica, mãe de Percy.

            - Annie! – exclamou, me abraçando de imediato assim que me viu. – Que saudades, menina! Por onde você esteve?

            - Ah, Jess, por muitos lugares. – me afastei dela – O Percy me chamou, ele está?

            - Sim. Ele foi tomar banho. Mas pode esperar no quarto dele, se quiser. Sam foi passar o dia na casa da minha irmã pra brincar com a prima. Eu vou sair daqui a pouco, então, não tem problemas, O.K.? Sei que você é uma garota responsável.

            - Obrigada, Jess, mas eu assumo daqui. – falei.

            - Pode subir. – disse, abrindo passagem para eu passar.

            Passei por ela e subi logo as escadas. Assim que entrei no quarto e ouvi o barulho do chuveiro ligado em sua suíte, tive a impressão de que ele iria demorar muito. Já disse o quanto Percy demora no banheiro? Não? Bem, ele fica lá por horas.

            Andei calmamente até sua cômoda, onde tinha alguns porta-retratos. Alguns eu já havia visto, mas outros ele devia ter colocado recentemente. Continuei olhando até encontrar uma dele recente, também.

            Peguei o porta-retratos e fiquei encarando-o.

            Eu definitivamente não gostava de Percy. Eu o amava. E não só porque ele era muito lindo, porque ele era fofo, atencioso, se importava.

            Coloquei a foto em seu lugar novamente e passei para a outra. Era uma dele mais novo. Soltei um “own” e tirei o porta-retratos de seu lugar, admirando-o.

            Aquela era a melhor foto do século.

            Recoloquei-a em seu lugar e observei outra ao seu lado. Essa, definitivamente, era a mais recente. E era a mais linda. Esse era o meu Percy. O meu namorado.

            Deixei-a onde estava e respirei fundo, olhando ao meu redor.

            - Percy! – gritei.

            - Que é, mã... Pera aí. Annie?!

            - Eu, bobão! Termina logo! – pedi, sentando-me na sua cama.

            - Annie! Já estou terminando.

            Revirei os olhos.

            Era óbvio que ele não estava terminando seu banho, mas era só ouvir minha voz que iria terminar logo.

            Dois minutos depois, ele estava saindo do banheiro, com uma calça jeans escura, um All Star branco e uma blusa preta que quase me deixou babando, pois definia todos os seus músculos.

            - Sentiu minha falta? – brinquei.

            Revirou os olhos.

            - Mais do que o normal. – respondeu.

            - Eu também. Sabe, acho que foi uma boa ideia você decidir ir pra Londres, não sei se seria uma boa ideia me manter afastada de você por uns dois meses. Iria ser insuportável.

            - Eu sei. – concordou.

            - Preciso que você me faça um favor. – falei, assim que ele havia se sentado ao meu lado, entrelaçando nossas mãos.

            - Qualquer um. – prometeu.

            Mudei de ideia no último segundo.

            - Me chame para sair.

            Ele estreitou os olhos, desconfiado, mas mesmo assim fez o que pedi:

            - Você gostaria de sair comigo?

            Pensei por um instante.

            - Mulheres não são fãs de perguntas, seja mais direto.

            - Saia comigo. – tentou.

            - Autoritário demais.

            - Saia comigo?

            - Por favor, acha que uma garota iria aceitar sair com você se você perguntar algo a ela? Tente novamente.

            Ele refletiu durante um minuto.

            - Eu vou sair, se quiser me acompanhar...

            - Seja mais confiante.

            - Eu vou sair, se quiser me acompanhar. – repetiu, com mais segurança.

            - Perfeito.

            Inclinei-me em sua direção e o beijei. Ele retribuiu delicadamente, passando os braços por minha cintura para me aproximar. Fiz o mesmo em seu ombro.

            - Eu te amo, nem tem ideia de como. – murmurei, e senti seu sorriso entre nossos lábios.

            - Você é só um arbustinho no meio de uma floresta comparado ao que eu sinto por você.

            - Você que pensa. – retruquei, voltando à beijá-lo.



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