Innocence escrita por Anna, Thalia_Chase, bibi_di_angelo


Capítulo 43
Capítulo 43 - Briguinhas insignificantes




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                POV Thalia

                - Preciso ir embora. – murmurei contra minha vontade.

                - Por quê? – ele perguntou em meus cabelos.

                - Porque tenho que arrumar minha mala. E minha mãe me quer em casa até 17hs00min. – expliquei, levantando-me e pegando minhas roupas. As vesti e tentei arrumar o cabelo com os dedos. Percebi que era um tremendo desperdício de tempo e revirei os olhos.

                - ARRUMAR AS MALAS! – Ele berrou.

                Estreitei os olhos.

                - Qual é o seu problema? – perguntei, mas estava rindo.

                - Nenhum. Estou gritando. Tem algo contra?

                - Não. Nenhum. – peguei minha bolsa e olhei-me no espelho. Não estava tão horrível. Dava pro gasto. Ou até chegar em casa. Virei-me para Luke. – Estou indo.

                - Tá. Tchau. – disse simplesmente.

                Mordi o lábio inferior.

                - Eu... Te vejo antes de embarcar no avião? – interroguei, com os olhos lacrimejando.

                - Claro. Depois vejo se arrumo um tempo para passar na sua casa. – respondeu.

                - Tá, né, fazer o quê... – resmunguei, botando o cabelo para trás da orelha, encarando meus pés e um rubor idiota surgindo no rosto.

                - Pára tudo. – ele exclamou, antes que eu passasse pela porta. Virei-me abruptadamente para ele.

                - O quê?

                - Thalia Grace, o que está faltando? – perguntou ele, com o olhar penetrante.

                Desviei o olhar e olhei em volta, para ver se havia esquecido alguma coisa. E, como não encontrei, dei de ombros.

                O encarei e vi o que estava faltando. Andei até ele como um gato selvagem e o beijei. Ele me encarou, atordoado.

                - Eu te amo. – murmurei, não esperando resposta, enquanto andava até a porta e saía.

                POV Annabeth

                - Ah, que droga! Ah, que droga! Ah, que... – Percy cobriu minha boca com sua mão.   

                - Cale a boca! – murmurou.

                - Mas... – tentei falar, mas ele impediu-me novamente.

                - Eles vão nos pegar!

                - Mas eu...

                - Sem mas! – exclamou.

                - Se a minha mãe... – tentei novamente.

                - Sem “a minha mãe”, se eles nos pegarem, estamos completamente e eternamente ferrados.

                - Mas a ideia foi sua! – exclamei rapidamente, agachando-me.

                Bem, você deve estar se perguntando: Mas que diabos está acontecendo?, vou te explicar direitinho. Quando eu perguntei ao Percy se poderíamos sair, estava me referindo à um restaurante, tomar sorvete ou até mesmo caminhar pela praia. Mas nãaaaaao, certos namorados tem que perguntar: “Você já não deveria ter tirado esse gesso?”, e, bem, me lasquei nesse pequeno detalhe.

                Taylor deveria me levar para tirar o gesso do braço direito antes que eu embarcasse no avião em destino à Londres. Mas, acontece que, ela não disse especificamente que dia, e essa foi a resposta que dei à Percy. Mas, certos namorados continuam sendo “certos”, e não “normais”. Bem, acontece que ele insistiu para que fôssemos à casa do namorado de minha irmã para que ela me levasse ao hospital.

                Mas, mesmo que a Taylor e eu nos déssemos muito bem, continua sendo melhor não perturbá-la quando estiver na casa de meu lindo cunhadinho. Ela é meio... Possessiva, por falta de palavra melhor. Deve ser meio constrangedor quando você está na casa do seu namorado, tem vinte e três anos, e de repente, chega a sua irmã mais nova – com o namorado –, e pede para levá-la ao hospital para tirar o gesso de um acidente que aconteceu uns meses antes.

                E, bem, quando éramos menores, eu tinha sete anos, e Taylor, treze, ela era afim de um garotinho mais velho que ambas. E ele também era dela. Mas, uma vez, a família de um amigo de nosso pai foi lá em casa para almoçar. E, eles tinham um filho, chamado Jacob. E, durante um momento do almoço, o garoto – sem querer –, pôs a sua cadeira no pé da Taylor.

                Ela meio que surtou lá na hora, tipo, ela começou a rir muito da cara de apavorado que o menino fez. Ele abaixou, tocou o dedinho dela e perguntou se ela estava bem. Eu, querendo brincar com ela, falei algo como: “Ei, Jake, cuidado aí, não mexe no pé dela não, porque ela tem namorado”.

                Resultado: Minha irmãzinha querida ficou uma semana sem falar comigo e olhar pra mim. Por isso tenho medo que ocorra novamente. É terrível, só pra deixar bem claro.

                - Percy, vamos embora! – supliquei.

                POV Percy

                Desabei com aquela carinha de cachorro abandonado.

                - Tá, vamos embora. – murmurei.

                - Legal. – murmurou de volta, sorrindo discretamente.

                - Mas – destaquei. –, vamos ao médico tirar esse gesso hoje.

                Annie revirou os olhos.

                - Ei, bobão, é claro que vamos tirar o gesso, não vou morrer com ele, né? – brincou, apenas em parte. – Mas... Taylor vai voltar hoje. Mais tarde. Ela nunca passa mais de dois dias na casa do meu cunhadinho. – Annie levantou os dedões, em sinal de aprovação.

                Agora quem revirou os olhos fui eu. Caminhamos lado a lado, até que ouvi um barulho que fez ambos paralisarmos.

                - Aimeudeus. Aimeudeus. Aimeudeus. – ela murmurou, abruptadamente pálida e de olhos arregalados.

                - Annie?! – uma voz feminina, delicada, angelical e surpresa surgiu atrás de minha namorada e de mim. – Percy?! O que estão fazendo aqui?

                Minha namorada forçou uma tossida, tentando disfarçar o medo. Mas eu não, era totalmente boboca e patético a ponto de ficar somente paralisado, vendo as duas irmãs se encararem, surpresas e confusas.

                - Oi... Taylor. – Annabeth disse timidamente.

                - Annie – disse a irmã de minha namorada, a voz confusa. –, o que veio fazer aqui?

                Annabeth olhou, pelo canto do olho, para mim, pedindo socorro.

                Eu meio que travei na hora, e não falei absolutamente nada.

                POV Silena

                - Mas que... – olhei para os lados, vendo se havia alguém por perto. Apenas Julie, a maquiadora, Marcos, o fotógrafo, Sophia e algumas modelos.

                - Querida, não se mexa muito. – alertou Julie, os cabelos ruivos – uma mistura de vermelho, loiro e algumas outras cores lindas. – balançando atrás, indo até a cintura, presos em um rabo-de-cavalo. Seus olhos verdes podiam muito bem me confundir. Eram intimidadores, claros, mas intimidadores. Tentei o máximo não encontrar o olhar dela.

                - Jully. – chamei-a, como ela pedira para ser chamada.

                - Sim, querida?

                Julie não aparentava ter dezoito anos, mas era a sua idade verdadeira. Seu corpo era de uma garota, mas a segurança era de uma mulher.

                - Se... – abaixei o olho, e ela parou instantaneamente de passar o delineador. Encarou-me, o olhar curioso. – Se eu, por acaso, tiver magoado um garoto. E, e eu o amasse muito, você acha que ele me perdoaria?

                Ela pensou por um instante.

                - Qual o motivo de magoá-lo? – interrogou, estreitando os olhos.

                - Uma mudança radical. – tentei dar o mínimo de pistas. – A garota mudou-se de país, e o garoto descobriu que isso iria acontecer antes, mas não ficou sabendo por ela, e sim por um descuido dela.

                Julie colocou o delineador em cima na maquiadora, puxou uma cadeira e colocou-a de frente para a minha.

                - Talvez. – disse. – Se ele amar realmente essa garota, claro que a perdoaria. Mesmo que ele fique infeliz. Se ela está feliz, nada mais importa.

                - E... Se ela não estiver? – supus.

                - Você acha que ela se perdoaria por deixá-lo, e mesmo assim ficaria infeliz? Ou voltaria para ele e seria feliz novamente? – Julie deixou por isso mesmo, levantou a sobrancelha e fez o mesmo com a cadeira, voltando a maquiar-me.

                Tive uma leve impressão de que ela sabia que eu estava falando da minha história.

                - Está pronta. – anunciou, depois de um tempo.

                - Posso me olhar no espelho? – supliquei, esperançosa.

                - Não. – respondeu, simplesmente, e saiu.

                E, bem, meia hora depois chegou uma moça chamada Molly. Ela era muito bonita, mas não tão quanto Julie. Os cabelos dela! Um ruivo tão... Vivo, sabe? Mesmo assim, Molly tinha os cabelos meio avermelhados, ondulados, indo até um pouco abaixo do ombro. Seus olhos eram mel. Um mel meio... Digamos que chegava a ser... Ah, sei lá. Só sei que era uma cor bem... Diferente, assim por dizer. Ela era um pouco pálida, devo admitir. Devia ter uns 20 centímetros mais altos que eu. E era magra. Não anoréxica, mas bonita.

                Ela deve ter ficado uma hora fazendo meu cabelo. E quando terminou, encarou-me por uns 10 segundos antes de respirar fundo.

                - Pronta? – perguntou, com expectativas.

                Sorri e respirei fundo.

                - Eu nasci pronta. – sorri discretamente.

                Molly virou a cadeira giratória para o espelho. Arregalei os olhos.

                - Incrível... – murmurei. – Você é talentosa.

                - Obrigada. – agradeceu.

                Levantei a mão e toquei os cachos, suavemente.

                - Perfeito. Extremamente perfeito. – murmurei novamente, quando Molly saiu.

                - Silena, está linda. – ouvi a voz de Sophia.

                - Ah, oi, Sophia.

                - Três horas sentada nessa cadeira valeu a pena? – perguntou, tirando os olhos de mim e escrevendo em uma prancheta em suas mãos.

                - Sinceramente, claro.

                - Bem, as outras modelos estão a esperando, querida. Marcos está surtando. – avisou-me.

                Revirei os olhos, sorri e levantei-me da cadeira.


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