No Me Doy por Vencido escrita por Prisca


Capítulo 5
Jugar Con Los Niños


Notas iniciais do capítulo

Sentiram minha falta?
Pois é.
Com tanta coisa acontecendo eu esqueci de postar.
Mas hoje vai mais um capitulo.
Besitos.



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- Vê lá em baixo? _ Dick para a beira de uma montanha. De lá ele aponta para uma cabana de madeira simples. – É lá que nos vamos passar a noite. Era aqui que eu e meus pais passávamos o fim de ano antes de a minha mãe morrer e antes dessa guerra sem sentido começar. _ Diz ele se lembrando dos ótimos momentos que viveu ali e desejando revive-los ao lado de Kory.

- Tem lembranças boas daqui? _ Fala ela tentando cortar o silencio que a incomodava. Não que gostasse da voz dele. Mais não suportava seu silencio.

- Tenho! Muitas! Mas sinto que aos poucos elas estão desaparecendo. É como se a minha mãe fugisse de mim. _ Sua voz mostrasse sentida e tristonha. Ela sentiu a dor que ele queria compartilha pois lembrou-se de seus próprios pais.

- Sei como se sente. Apesar de ter meus irmãos, eu e a Komander não somos muito unidas, e não posso falar dos meus pais com o meu irmão por que sei que de todos nos, ele é quem mais sente falta deles já que era muito pequeno quando eles morreram. _ Não entendia por que mais sentiu-se a vontade de também compartilhar isso com ele.

- Seu tio é quem cuida do trono enquanto seu irmão não pode assumir não é?

- Ele mesmo. Como ele quase não tem tempo pra passar com a gente, praticamente nos criamos sozinhos. Isso é tão...

- Estranho! _ Ela o olhou estranhando seu modo de falar. Afinal ele ainda tinha o pai ao seu lado. - Eu sei. Apesar de passar um bom tempo comigo, meu pai nem sempre conseguia passar o tempo que queria me criando. Sempre tinha algo a resolver. Acho que em partes, todos os filhos de nobres têm que se criarem sozinhos. _ Ele deu um sorriso forçada que ela correspondeu. Ambos sentiram-se a vontade para compartilhar o silencio que agora se fazia melhor que as doloridas lembranças.
Eles chegam à cabana depois de um tempo em silencio.

- Alteza! Mas que surpresa. _ Fala o mordomo que aparece assim que começam a se aproximar da fechada da frente.

- Oi Alfred.  Gostaria que você arrumasse o quarto que era dos meus pais pra mim e minha esposa. _ Mordomo de pouco mais de seus 50, alto, magro e cabelos poucos e grisalhos assusta-se com a noticia.

- Esposa? Desculpe-me a surpresa senhor mais eu nem sabia que havia se casado. _ Diz Ele ajudando Kory a descer. Dick a olha sorrindo e ele se vira para o simpático senhor.

- Você não é o único surpreso com isso senhor. _ Fala Kory.

Eles se dirigem a entrada do chalé simples mais reconfortante. A entrada já mostrava que o lugar era muito aconchegante apesar de ser mínimo para um rei e sua prole.

- Pode pedir que nos sirvam um chá na sala intima, por favor?

Sala intima. Kory sabia que tinha isso no castelo em que vivia, mas tanto ela como seus irmãos eram proibidos de entrar lá. A idéia de ir a um lugar que não conhecia com Dick já era estranha. Mas a idéia de entrar naquele lugar com ele era pior ainda. Ele a guiou segurando-lhe pela cintura e notando seu desconforto. Mais apesar disso, preferiu permanecer quieto enquanto a guiava.

Ao entrar na tal sala ela começa a analisar o lugar. Era um cômodo amplo e espaçoso com dois sofás enormes no meio, uma mesinha de mármore no centro, uma lareira com um relógio sobre ela e vários quadros de Dick ainda criança. Pendurado sobre a lareira havia um quadro com uma pintura de Dick com os pais. A iluminação dava aquele lugar um tom alaranjado conservador.

- Aconchegante! _ Diz ela andando pelo lugar e analisando cada mínimo detalhe sem deixar escapar nada.

- O que? O que você disse? _ Pergunta ele.

- Aconchegante! É a palavra que define esse lugar. _ Fala parando agora para ver cada detalhe das fotos colocadas sobre a lareira.

- Esse é o objetivo não é?_Falou sem entender o comentário dela ou o porquê dele ter surgido. Ficou a admirá-la enquanto ela estava distraída. - Mandei um mensageiro pro castelo para avisar sobre o nosso casamento. Quando voltarmos amanhã deve haver um comitê de boas vindas. Como gosta do seu chá?

-Não quero. Obrigada. _ Ela diz admirando a pintura. -Ela era realmente linda. _ Fala admirando a beleza da mãe do Dick.

Dick permanece em silencio tomando chá. Depois de um tempo, ela se senta no sofá dando-se por vencida do cansaço que agora parecia-lhe forte para derruba - lá. Com o tempo ela vai se aprofundando na maciez dele e acaba cochilando. Ele fica admirando a beleza de sua jovem esposa enquanto dorme.

- Senhor! _ Fala Alfred batendo na porta. – O quarto está pronto. Vão jantar antes de dormir?

- Não Alfred obrigado. Vamos direto pro quarto.

Kory, que havia despertado quando Alfred bateu na porta, estremeceu quando Dick disse: “Vamos direto pro quarto”. Fingiu estar dormindo. “Ele quer concretizar nosso casamento” ela pensa. Isso a assustava. Ela já sentia medo quando Charles falava sobre o casamento. E agora ela estava casada com Dick. Alguém que ela mal conhecia e não tinha idéia do que era capaz.

Ele a pega no colo e a leva para o quarto. Depois de colocá-la na cama, ele tranca a porta e tira a chave dela. Quando ele se aproxima da cama, ela sente o coração disparar e todo o seu corpo começa a tremer. Dick acaricia o cabelo dela, dá um beijo em sua bochecha e um selinho em seus lábios.

- Boa noite Kory! Não se preocupe por que eu não conseguiria forçar você a fazer nada que não queira. Não precisa fingir que está dormindo para fugir de mim. Você é mais serena quando dorme. _ A ultima frase ela ouve como se ele estivesse sorrindo ao pronunciá-la.

Ela abre os olhos e o vê sorrindo pra ela. Ele desliza a mão pelo rosto dela e se vira para dormir. Ela vira para o outro lado tentando entender o que estava se passando na cabeça dele. Não entendia se estava sendo rejeitada por respeito ou despeito. Isso a corroia. Depois de muito pensar, conseguiu dormir.

De manhã bem cedo Kory acorda. Ao abrir os olhos ela olha ao redor e a lembrança do dia anterior lhe vem à mente. Ela se vira mais Dick não está ao seu lado. A porta do quarto está entre aberta. Ela vai até o banheiro e lava rosto. Ela começa a ouvir risadas vindas de longe e vai até a sacada o quarto ver o que está acontecendo. De lá ela vê Dick brincando com os filhos dos serviçais de pega-pega. As crianças correm de um lado para outro e riem enquanto gritam: “Aqui tio Dick! Pega eu!” Ela ri enquanto vê Dick dar uma de atrapalhado para fazer as crianças rir.  Depois de um tempo pega uma das crianças e começa a fazer cócegas nela.

- Socorro! _ Grita a menina enquanto ri.

Logo todos pulam em cima dele e o derrubam no chão. Não demora muito até que todos estejam rolando e rindo no chão. Era engraçado e ao mesmo tempo reconfortante conhecer um lado de Dick que nunca imaginou que ele tivesse. Isso o fazia parecer mais nobre e, o mais importante, que realmente se importava com seu povo.

- Olhem! Que linda tio Dick. _ Fala uma das meninas apontando para Kory.

- É a princesa tio Dick? _ Pergunta um pequeno garoto.

- É sim! Ela é a princesa. _ Responde Dick. As crianças acenam e ela corresponde de volta. Dick sorri para ela deixando-a sem graça. Pouco depois ela entra.

- Tio Dick é a cobra cega! _ Grita uma menina.

Logo todas as crianças tampam os olhos de Dick com um pano. Kory, depois de andar pela casa, resolve ir ver a brincadeira de perto. Quando sai, ela vê Dick com os olhos vendados. Uma criança a empurra e ela caem nos braços de Dick.

- Opa! Você é meio grande para ser uma criança. _ Diz Dick quando tira o pano que veda seus olhos.

- Desculpa. Eu só estava andando por ai. _ Eles ficam se encarado por um tempo. Logo, escutam as crianças rindo ao redor deles. – Hãm! OI? _ Ela fala sem graça.

- Há! _ Dick grita e todas as crianças saem correndo e rindo. – Quer brincar com a gente?

- Não! Vou ficar só observando. _ Ela se senta na grama. Ele volta a brincar. Ela pensa que aquela talvez fosse uma boa hora para fugir. Quando ela reúne coragem e se virá, antes de levantar, da de cara com a mesma menina que a descobriu na sacada.

- Você é casada com tio Dick? _ Pergunta a pequena garota com um pequeno sorriso inocente e as mãozinhas atrás das costas.

- Sim eu sou. _ Responde Kory vendo os pequenos olhos da menina curiosos esperando uma resposta.

- Então, você é nossa tia também. Você é uma tia boa ou má? _ Kory tenta responder pra si mesma antes de responder pra ela.

- Boa! Eu acho. _ Assim ela responde a menina sorri e se senta no colo dela. Kory se assusta com essa atitude. Depois a menina lhe dá um abraço e um beijo.

- Que bom tia! Você é tão bonita.  Me conta uma historia! _ Fala brincando com as mexas da princesa.

- Uma historia? Mais eu não sei nenhuma. _ Responde Kory assustada.

- Por favor tia. Só uma. _ Os olhos tristes e pidões da menina a deixam sem jeito.

Kory não sabia o que contar pra aquela menina. Mas os olhos curiosos e esperançosos da garota a fizeram contar como ela conheceu Dick. Ela mudou o nome claro. Não queria deixar evidente o que dizia. Logo todas as meninas se aproximaram para ouvir a historia da TIA KORY, enquanto os meninos brincavam de cavalheiros com o TIO DICK.

- Que bonitinho! Ele a ama. _ Fala uma garotinha suspirando. Kory se surpreende com o comentário.

-Você realmente acha isso? _ Pergunta Kory.

- Claro! A historia da guerra foi uma desculpa pra ele casar com ela. _ Fala a maior do grupo. Kory se vira e olha para Dick. Ele parecia um menino no meio dos outros. Mas ela sabia que quando precisava, ele sabia agir como um homem. – A princesa não pode negar que também o ama se não teria usado a espada quando estava com ela em mãos. _ Em momento algum, passou pela cabeça de Kory a oportunidade que tivera em mãos.

- Continua a historia Tia! Deve ter um fim lindo.

- Um final lindo? _ Kory não tinha mais o que contar. Ela contou até a parte do casamento. Não queria continuar por que não sabia o que aconteceria depois daquele dia e não queria mentir para aquelas meninas.

- Majestade! Milady! Está tudo pronto para a viagem. _ Anuncia o mordomo aparecendo para o alivio da jovem princesa.

- Obrigado Alfred. Temos de ir Kory. _ As crianças beijam os dois e vão até a frente da casa despedir-se.

- Tia quando você voltar acaba a historia? _ Os olhinhos esperançosos da garotinha olham para Kory esperançosos.

-Sim eu acabo! Assim que tiver oportunidade de voltar aqui, eu prometo contar o fim da historia. _ Kory faca dando tchau para aquelas meninas até perdê-las de vista.

- Uma historia? O que você contou para elas ficarem tão empolgadas? _ Pergunta Dick.

- A nossa historia! _ Ele se assusta. - Mas não sei como terminar por que não sei como terminara essa loucura na qual você nos meteu. _ Ela vira para a janela.

- Então, agora cabe a nos darmos um final digno de ser contado como uma historia que satisfaz a todos. _ Dick segura a mão da jovem, mais ela permanece virada para janela apesar de desejar olhos nos olhos e lhe perguntar se o fim da guerra foi um desculpa para casar-se com ela.


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Notas finais do capítulo

Agora cabe a cada um fazer sua parte.
Reviews?
Só tive um no capitulo anterior e fiquei triste.
Besitos.



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