Até a metade do dia, os dois viajaram em silencio. Kory não sabe para onde ele a esta levando, mais depois de tudo o que tem feito por ela, não havia por que não confiar nele. Não sabia por que mais se sentia bem envolvida pelos braços dele que passavam por sua cintura para segurar as redes do animal.

- O que acha de descansarmos. _ Pergunta a ela.

- Por mim tudo bem. _ Ela o ajuda a descer. – Por que está me ajudando?

- Assim como todos nós, você não nada a ver com isso tudo. É só mais uma vitima dessa guerra sem sentido. A única coisa que desejo agora é por um fim nisso. E acho que já sei como fazer embora a solução talvez não seja tão fácil quanto aparenta.

- Por que está me contando isso? Não o deveria fazer. Eu não sei o que posso fazer e ainda por cima sou sua inimiga.  E perigoso para você estar perto de mim. _ Ela cruza os braços e da alguns passos à frente. – É ainda mais perigoso contar-me teus planos principalmente agora que estou em liberdade.

- Tem três maneiras de por um fim nessa guerra. E você se encaixa em todas elas. Por isso é imprescindível que saibas o que planejo.

- Eu? Eu não passo de uma garota boba. Como posso ajudar alguém quando não sei ajudar nem a mim mesma? Já o tentei fazer e olha só onde estou.

- Existem 3 maneiras: 1- Te uso como isca pra chamar a atenção da sua família e mato toda ela. Depois mato a você como minha ultima inimiga. _ Dick a vê se encolher. Ele se aproxima de Kory e a abraça por trás. Ele sente o corpo dela tremer com isso. – Isso não ajudaria muito já que não quero mais que alguém morra nessa historia. E também não seria justo libertá-la para depois matar-te. Não sou esse tipo de pessoa que usaria uma tortura tão baixa. 2- Você casa comigo.

- Minha família jamais me perdoaria se eu aceitasse sua proposta._ Diz ela dando um pulo e tentando se soltar. Mais ele a abraça mais forte a impedindo de conseguir isso. Ela tenta se debater temendo o que ele planejava a seguir. Algo lhe dizia que não importa o que fosse, não seria algo justo para com ela.

- Então só me sobra a 3: Eu te forço a casar comigo. _ Dick segura as duas mãos de Kory com uma das suas e com a outra ele recupera a espada que está com ela. Depois ele a vira e amarra as mãos e os pés dela enquanto ela grita e se debate. -Desculpe Kory. Mais não posso mais permitir que tanta gente inocente morra mais nessa guerra. Somos a única salvação deles. Espero que um dia me perdoe por forçá-la a isso e por um fim nas suas chances de ser feliz ao lado de alguém que ama.

Ele a beija e por mais que não queira, ela corresponde. O coração dela parece quebrar-se e sente-se uma traidora por senti-se como estava sentindo-se. Logo ele a põem no cavalo e a leva pra uma pequena capela no meio do nada.

- Padre! _ Ele entra com ela nos braços esperneando. – Preciso que nos case agora mesmo. Os pais dela consentiram mais ela está com medo.

- Mentira padre. Ele está mentindo. Por favor ajuda-me e não acredite nele. _ Ela gritava em meio a seu desespero.

- Onde estão os pais da moça? _ Questionou o padre em meio a duvida que lhe rondava sobre em quem dos dois confiar.

- Em casa. Queríamos fazer uma surpresa já que os pais dela são muito idosos e já estão muito adoentados. Preocupam-se muito com o futuro que sua filha terá por isso decidimos casar-nos e surpreende-los para dar-lhes um pouco de paz. Mas ela ficou com medo ou nervoso quando chegou à entrada da igreja.

- Mentira padre! Ele quer...

- Por que a moça está amarrada? _ Perguntou o padre duvidando do jovem. Dick tampou a boca de Kory para poder falar tranqüilo.

- Acredite-me padre, ela mesma pediu-me isso caso ela se arrepende-se de não ter podido trazer os pais tão doentes. Seria uma judiação fazer isso a eles.

- Nunca os vi por aqui. De onde vens?                 

- De uma cidade um tanto distante. Não pudemos casar-nos lá por que o padre local acaba de falecer a ainda não recebemos seu substituto. _ responde Dick antecedendo a próxima pergunta. Kory morde a mão dele o obrigando a soltar sua boca.

- Mentira padre!

- Posso provar! – Ele a puxa e a beija. Droga! Ela não resistia ao beijo dele. Por mais que tenta-se, era algo impossível. Ela não conseguiu resistir e se entregou aquele beijo. Era tão suave, doce, e bom. No final, ela acabou ficando travada diante de tudo.  - Viu padre? Ela me corresponderia se também não me quisesse?

- Vou preparar a cerimônia. _ O padre sai. Ela acorda de seus devaneios e o olha furiosa.

- Você é muito baixo sabia? _ Ela fala pra ele quando ele lança um sorriso sínico pra ela.

Logo o padre volta para começar a cerimônia. Como Kory não queria para de falar,  Dick passa maior parte da cerimônia tampando a boca dela apesar do medo de ter a mão novamente mordida.

- Você Richard Grayson aceita a ela, Koryender Anderson, como sua legitima esposa para...

- Aceito! Pode prosseguir padre. _ Ele diz e olha pra ela sorrindo. Mais ela sorri e ele não entende o porque.

- Você Koryender Anderson aceita a ela Richard Grayson como seu legitimo esposo...

- Ela aceita padre! _ Fala Dick. Só então ele entende o porque do sorriso dela.

- Desculpe filho! Mais ela que tem que responder. _ Kory o olha com cara de deboche.

- Me dá só um segundinho! _ Dick se aproxima do ouvido dela com uma solução já em mente.  Isso faz com que ela sinta seu corpo todo tremer.  – Você realmente quer que eu pare tudo isso e te leve de volta para seu reino mesmo que isso signifique que essa guerra vai continuar? _ Ele destampa a boca dela.

- Sim! _ Ela grita. Ele tampa a boca dela logo em seguida e dá um sorriso satisfeito.

- Já teve sua resposta padre. Pode prosseguir. _ Kory se assusta. Ela caiu direitinho no truque dele. Mas as próximas palavras do padre é que a deixam mais assustada.

- Eu vós declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. _ Ela arregala os olhos e sente um medo tremendo dentro de si.

Dick obedece antes mesmo de o padre acabar de falar. Mesmo com o medo que ela sentiu com as palavras do padre, tudo se dissolveu quando o beijo iniciou. “O que há comigo? Por que me sinto assim quando os lábios dele tocam os meus? Eu nunca me senti assim quando Charles me beijava” Pensa ela.

- Obrigado padre! _ Fala Dick pegando ela em seus braços enquanto ela ainda abria os olhos. – Vamos Kory. _ Ele a põem no cavalo e logo estão cavalgando pela floresta.

- Não deveria ter feito isso majestade. Tem idéia do perigo e do rebuliço que isso ira causar?_ Diz ela com a voz falha e triste por tentar imaginar o futuro sombrio que os aguardava.

- Majestade? Não tem por que me chamar assim. Agora você é minha esposa não minha escrava. _ Fala ele mais nota que o olhar dela continua vago e vazio. Isso machuca o coração dele.

- Dá no mesmo! Agora terei que servi-lo de qualquer modo. _ Isso dói ainda mais nele.

- Você está errada. Não sei de onde tirou isso mais você está muito errada. Amanhã voltaremos para o castelo. _ Ele fala tentando mudar de assunto.

- Voltar para o castelo? Mais eu... _ Ela fala temerosa. Ele percebe isso na voz dela.

- Será bem recebida. É minha esposa agora e não mais uma inimiga. Ninguém mais poderá levantar a mão para você. Estará protegida ao meu lado. Não deixarei que nada de mal lhe aconteça.

“Protegida ao lado dele”. Por incrível que pareça e irracional, ela acreditava nessas palavras. Ela sentia essas palavras. Ele a salvara da morte. Mas a condenara a viver longe de sua família, do seu povo para viver em um lugar diferente em que todos deviam odiar ela. Mesmo assim ainda a oferecia proteção. Uma proteção que ela imaginava que custaria caro para ambos.