Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 30
Amortentia




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Ainda grogue, segui Su para onde quer que ela estivesse me levando, eu não entendia como Cece poderia estar com problemas àquela hora da noite.

- Você não quer me falar o que está acontecendo? – perguntei, baixinho.

- Só venha. – ela resmungou e eu vi Cece sentada na poltrona maior do Salão Comunal com a cabeça baixa e as duas mãos no rosto.

Sem entender, me aproximei da loira e apoiei minha mão em seu ombro.

- O que foi, Ce? – perguntei, cautelosa.

- Jesse... – ela murmurou, quase inaudível, seguido por alguns soluços chorosos.

Mas é claro que era isso. Eles tinham brigado, só podia ser isso. Porque Cece não conseguia ter um relacionamento que durasse mais que alguns meses e ela com o Jesse já estava em recorde máximo.

Suspirei e sentei-me no braço da poltrona.

- O que tem ele? – perguntei, tentando fazer com que ela virasse para me olhar.

- Nós brigamos. – Cece alegou o óbvio, enxugando suas lágrimas nas mangas.

- Por que?

- Ela não quer dizer. – Su respondeu por ela, deixando claro que já tinha tentando tirar essa informação da amiga incansávelmente.
 

Revirei os olhos. Cece sempre fora assim. Ela queria ser o centro das atenções, queria ajuda, mas nunca dizia o que precisávamos saber para podermos apoiá-la.

- Loira, precisamos saber para podermos ajudar. Jesse é um idiota, mas é meu primo, eu posso muito bem...

- Não é isso... – ela murmurou, ainda cabisbaixa.

Suspirei e troquei olhares significativos com a Su, era óbvio que não tiraríamos nada de Cece, então resolvi ir atrás de Jesse. Apesar de ser o meio da noite, assumi que ele estava acordado, já que sua namorada estava também.

- Vou atrás dele. – informei antes de sair do Salão Comunal e torci para que McGonagall não me pegasse novamente.

Pensei em onde Jesse iria e o banheiro veio imediatamente na minha mente. Onde mais ele poderia estar? Quer dizer, não é como se ele fosse andar pela biblioteca ou o campo de quadribol depois de brigar com a namorada.

Fui para o mais perto, que por acaso era o mesmo banheiro em que tinha aparecido um trasgo no primeiro ano.

- Jesse?! – chamei, entrando no banheiro normalmente. Eu não esperava encontrar ninguém mesmo.

- Jennifer? – ele respondeu, me olhando confuso. Então, após focalizar o olhar, bufou, decepcionado. – Ah, é você...

- Sim, sou eu. Quem em nome de Merlin é Jennifer? – perguntei, mais confusa do que nunca.

- O amor da minha vida, a minha razão de viver! – ele disse, sonhador, de um modo que eu nunca tinha visto Jesse antes. Na verdade, eu acho que nunca tinha visto ninguém daquele jeito antes.

- O que?! – perguntei, ainda mais perplexa.

- Jennifer Hidler. Ela é perfeita. – respondeu-me, como se aquilo esclarecesse tudo.

Eu nunca tinha ouvido dessa menina na minha vida e eu duvidava muito que Jesse já tivesse...

- Jesse. Quem é Jennifer Hidler? – insisti.

Ele arregalou os olhos e gesticulou com as mãos, como se minha pergunta fosse patética. Se ele pudesse se olhar, provavelmente não acharia isso...

- Eu já disse, Lizzie, não está me escutando? É o amor da minha...

- Vida. A sua razão de viver. Entendi, entendi.  – completei, indignada. – Mas e a Cece?

Jesse, ainda estranhamente inquieto, voltou o seu olhar alucinado para mim e respondeu:

- A Cece não entende. Eu amo a Jennifer.

- É claro que ela não entende! Ela é a sua namorada! – exclamei, inconformada. Alguma coisa estava errada.

Então, em um flash, me lembrei de quando fiz compras no Beco Diagonal antes de começar as aulas. De como todas as meninas estavam obcecadas em comprar uma poção de amor na loja nova dos irmãos Weasley.

Era isso.

Essa tal de Jennifer tinha feito o pobre Jesse tomar a maldita poção e agora ele estava perigosamente obcecado por ela.

Como raios Cece não tinha percebido isso? Como ela não tinha percebido que alguma coisa não estava certa?

Me perguntei se era isso mesmo por um momento, mas então Jesse comprovou minhas suspeitas ao dizer:

- Eu preciso vê-la. Preciso ir encontrá-la agora. Eu a amo, Liz, a Jennifer, eu amo ela.

- Certo. – disse, segurando-me para não rir e rolar os olhos.

Eu não sabia o que fazer com Jesse. Quer dizer, nunca conheci ninguém que tinha usado ou sofrido o efeito de uma poção de amor, então não sabia como tirá-lo daquele transe e era muito tarde para levá-lo para a ala hospitalar.

Fiquei algum tempo pensando, enquanto ele simplesmente ficava dizendo que tinha que vê-la e que estava arranjando um jeito de entrar em seu dormitório. Aparentemente ela era da Lufa-Lufa e tinha os olhos mais lindos que existiram.

Certo.

Pensei em Peter, ele certamente saberia o que fazer, mas qual era a chance de eu encontrá-lo? E eu não podia esperar até de manhã, não podia arriscar deixar um Jesse obsessivo solto pela escola.

Então, uma ideia brilhante me ocorreu e me condenei por não tê-la antes.

- Barão! – berrei, fazendo o som da minha voz ecoar por todo o banheiro. – Barão, por favor, preciso muito da sua ajuda, é urgente!

- Quem você está chamando, Liz? Precisamos de um plano para entrar no Salão Comunal da Lufa-Lufa.

Quis dizer a ele que provavelmente era só chegar e entrar, mas não queria piorar as coisas. Invés disso, respondi:

- Estou chamando o meu amigo fantasma, ele deve saber um jeito de entrarmos.

Vi a face de Jesse se iluminar com a minha ideia e ele estava logo esboçando um sorriso.

- Por Merlin, Barão! Acorda! – berrei mais alto, torcendo para que ninguém –e por ninguém, eu quero dizer o Filch- estivesse passando por ali aquela hora.

Estava quase perdendo as esperanças e soltando um feitiço estuporante em Jesse para impedi-lo, quando o fantasma se materializou na minha frente, fazendo o meu primo gritar e pular de susto.

Aquilo teria sido engraçado se eu não tivesse tão preocupada com ele.

- Eu só faço essas coisas por vocês, criança... – o Barão murmurou, logo depois de um longo bocejo.

- Só eu te peço essas coisas... – repliquei.

Ele bufou e eu me desculpei, eu realmente sabia ser ingrata quando queria ser e sabia muito bem disso.

- É que... Me ajuda, por favor. Jesse... Ele tomou uma poção de amor e eu não sei o que fazer, ele está falando que quer entrar no Salão Comunal da Lufa-Lufa...

- Ei! – Jesse exclamou, aparentando realmente decepcionado por eu ter mentido para ele.

Então, sem hesitar começou a andar rapidamente até a porta do banheiro, a fim de ir atrás de Jennifer –o-que-raios-ela-estava-pensando- Hidler.

- Filipendo! – gritei em um impulso, fazendo com que ele voasse para longe e caisse com tudo no chão, o estrondo foi alto, então torci para que ninguém tivesse ouvido.

- Você exagerou. – Barão afirmou, desnecessariamente.

- Você acha? – perguntei, irônica, antes de correr para socorrer o meu primo caido.

- Você podia ter usado apenas um feitiço para trancar a porta, não...

- Cala a boca! – gritei, segurando a cabeça de Jesse com cuidado. – Eu não acredito que isso esteja acontecendo...

Senti um frio característico e soube que Barão estava se aproximando de mim.

- Daqui a pouco ele acorda, você nunca foi tão boa em feitiços.

- Barão, você não está ajudando! – informei, inconformada. – Como eu tiro o efeito da poção do amor? Quando ele... Acordar.

Percebi que o fantasma estava claramente querendo rir da minha cara, mas resolvi não falar nada.

- O efeito acaba sozinho, para mantê-lo, a pessoa tem que tomar a poção constantemente, onde você estava nas aulas de poções?

“Olhando para Draco Malfoy e imaginando nosso casamento”, pensei imediatamente.

- Então me ajuda a levá-lo até o Salão Comunal, se alguém me pegar aqui, eu...

- O que está acontecendo aqui? – duas vozes combinaram para me repreender.

Barão sumiu imediatamente e eu me virei para a porta, onde estava McGonagall e Snape com suas varinhas apontadas para mim e Jesse.

Suspirei. Ótimo, era só o que me faltava.

- Professores, eu...

- Você, de novo! – a velha disse, resultando em um olhar pidão de minha parte. – Achei que tinha te mandado para o dormitório com Malfoy.

Na menção do nome de Draco, vi Snape se endireitar.

- Eu tinha ido... Mas, Jesse, meu primo, ele está afetado com a poção do amor e...

- Detenção. – ela disse, me interrompendo. Fitei-a com os olhos arregalados, aquilo era sério?

Vi Snape soltando um olhar mortífero para McGonagall e quis acompanhá-lo, mas sabia que se fizesse isso, minha situação podia piorar.

- Professora, eu só estava... – comecei, querendo desesperadamente me explicar. Eu não podia pegar detenção naquela altura do ano escolar.

- Poupe-me, Miller, é a segunda vez que eu te pego andando pelos corredores da escola a noite e você sabe que isso é proibido. Você irá cumprir detenção com o Prof. Snape amanhã de noite.

Fiquei fitando-a, sem saber o que dizer ou fazer, apenas piscando várias vezes, tentando absorver tudo aquilo.

- Você pode ir agora. – ela disse por fim. – Deixe que levamos o Sr. Bulffie pra a ala hospitalar.

Hesitante, deixei que Snape pegasse o corpo inconsciente do meu primo, enquanto me olhava com seu olhar feroz, ele estava furioso, é claro. Eu era da Sonserina, aposto que estaria pulando de alegria se eu fosse da Grifinória. Apesar de que eu não acho que Snape seja capaz de pular ou de ser alegre e... Enfim.

Andei cabisbaixa até o dormitório, sendo escoltada por McGonagall, que apenas iluminava o caminho para mim sem dizer nada.

Quando finalmente chegamos nas masmorras, virei-me e disse, baixinho:

- Me perdoe, professora. Não fiz por mal.

Era verdade afinal.

Ela não me respondeu nada. Simplesmente saiu andando. Aquela velha conseguia ser tão insuportável quando queria, ainda mais com os sonserinos. Ela achava que todos nós éramos maus e queríamos que o mundo acabasse ou algo assim.

Sinceramente, isso era ridículo.

- Jesse está bem. – disse, inutilmente, quando entrei no Salão Comunal.

Mas Beatrice e Suzanna não estavam mais ali.

Subi as escadas, desanimada. Eu fui atrás do Jesse e ainda levei uma detenção e elas nem me esperaram?

Então, surpresa, notei que suas camas estavam vazias.

Foi ai que eu comecei a realmente entrar em pânico.


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Notas finais do capítulo

Geente, capítulo novo procês ♥
Então, vou viajar e voltar só dia 6 (D:), então o próximo cap só sairá por ai, ok? Vou tentar escrever um bem legal para compensar a demora, prometo!
E ai, gostaram? *-*
Beijão :*



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