Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 31
Ameaça




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Esperançosa, olhei em volta esperando encontrar as minhas amigas em algum lugar pelo dormitório, mas depois de uma breve olhada, percebi que elas não estavam lá. Será que elas tinham ido me procurar?

Ou estavam só pregando uma peça?

Qualquer coisa que fosse, não era engraçado. Pensei em onde Su e Cece iriam e só consegui pensar que tinham ido procurar por Jesse. Eu realmente não queria ser advertida por McGonagall novamente, mas que escolha eu tinha?

Se elas estivessem em apuros, a culpa seria minha e eu não saberia o que fazer então. Eu já tinha uma detenção, o que poderia dar errado? Eles não me expulsariam, não com Dumbledore sabendo o que eu estava fazendo, certo?

Sem saber o que fazer, é óbvio que fiz a coisa mais estúpida que poderia. Chamei Draco.

Sorrateiramente, entrei no dormitório masculino e tentei ignorar a bagunça e o cheiro. Facilmente, encontrei os cabelos loiros de Draco esparramados pelo seu travesseiro enorme e aparentemente muito confortável.

Por um momento, eu apenas quis me deitar com ele e ficar ali até todos os meus problemas não existirem mais,  mas era claro que eu não podia fazer isso. Primeiro porque ele acharia que eu era uma pervertida psicótica e segundo porque eu devia tanto às minhas amigas, não podia deixá-las na mão.

Não que eu achasse que elas estavam em era apuros, quer dizer, ninguém aqui era o Harry Potter que simplesmente se machucava em uns lugares impossíveis de se machucar dentro de Hogwarts.

Enfim.

- Draco. – chamei, bem baixinho, enquanto o cutucava com cuidado.

A princípio, ele apenas se remexeu na cama, mas então, depois de muita insistência minha, abriu os olhos e fitou-me, claramente irritado.

- Olha, desculpa, eu não te acordaria se não fosse urgente.

Ele me olhou com descrença e depois, um tom de choque tomou posse de sua expressão e ele levantou-se em um pulo.

- Algo aconteceu com o armário? – ele perguntou, em um tom quase inaudível.

Acenei que não com a cabeça, porque sabia que se abrisse a boca, iria provavelmente dizer algo bem estúpido.

Seus ombros tensos cairam e ele bufou. Podia jurar que tinha revirado os olhos, mas a escuridão não permitia que eu notasse tal detalhe.

- Não vai me dizer que tem alguma criatura nojenta no seu quarto e você está com medo...

- Claro que não! – disse, quase me esquecendo de manter o tom da minha voz baixo. – Só... Por favor. – supliquei.

Minha expressão parecia ser de puro desespero, porque Draco de repente suavizou sua raiva e me fitou com preocupação.

Apesar de querer surtar internalmente pelo fato de que ele estava realmente preocupado comigo, a minha mente estava muito ocupada pensando em terríveis cenários que envolviam Cece e Su.

Saimos do dormitório e ele me perguntou o que tinha acontecido quando chegamos na sala.

- Minhas amigas... Eu sei que você não se importa, mas elas desapareceram. – então comecei a contar tudo o que tinha acontecido com Jesse e como tinhamos sido pegos.

A princípio, pensei que ele apenas ia rolar os olhos e me mandar ir dormir, mas ele realmente parecia interessado no que eu tinha pra falar. O que era uma surpresa, já que Draco nunca se interessava por nada a não ser por ele mesmo.

- Como você disse que o nome da menina que deu a poção para o seu primo chamava-se mesmo? – ele perguntou, obviamente priorizando a informação errada.

- Jennifer Hidler, mas o que isso tem a ver...?

- Não existe nenhuma Jennifer Hidler na escola, Liz. – ele respondeu, simplesmente.

E entao, notei o toque de despespero em sua face e a minha expressão o copiou.

- Como assim? – perguntei, sem entender.

- Isso que você ouviu. – retrucou, um tanto impaciente. – Quem quer que tenha dado a poção para o seu primo, queria a sua distração para chegar nas suas amigas.

Pisquei várias vezes, aquilo não fazia sentido. Não era como se eu fosse objeto de desejo de qualquer ser do mal, quer dizer, Voldemort nem sabia da minha existência... Sabia?

Não, ele não sabia.

Aquela pessoa que tinha entrado na minha mente só tinha coletado o plano de Draco e nada mais. Não que isso fosse confortador, mas era bom saber que eu não tinha nenhum inimigo em potencial.

- Quem faria isso? – perguntei.

- Voldemort? – ele respondeu com uma pergunta e eu franzi a testa.

- Draco... Ele nem sabe da minha existência e primeiro, como ele faria isso? Segundo, por que? Terceiro, ele deve ter mais coisas para fazer...

Então, tudo começou a rodar e as cores começaram a se misturar. Mesmo estando acostumada, o sentimento ainda continuava sendo horrível, a escuridão começou a apoderar-se da minha visão e eu comecei a entrar em desespero.

Tentei focalizar meu olhar na cor dos olhos de Draco, mas tudo parecia se embaralhar e tudo o que eu conseguia ouvir era o meu nome vindo de bem longe. Parecia que eu tinha sido transportada para outra dimensão, onde ninguém podia me alcançar.

Esperei a conhecida dor de cabeça, mas para a minha surpresa, nada aconteceu. Invés disso, uma voz abafada e completamente assustadora disse, como se fosse meu próprio pensamento:

- Elizzzzabeth. – a voz fez um som similar ao de uma cobra ao dizer o meu nome e eu teria estremecido se estivesse consciente. – Você não vai impedí-lo. Você não vai impedí-lo.

Percebendo o que estava acontecendo, tentei expulsar aquela voz da minha cabeça, mas qualquer esforço que eu fazia era inútil.

- Draco tem que cumprir sua tarefa, não ouse impedí-lo. Você é apenas o que restou da escória que eram os Riddle... Não ouse.

Então, como um interruptor, a voz cessou-se e meus pensamentos voltaram a ser o que eles eram. A frieza e terror daquela voz ainda estavam presentes na minha mente, assombrando-me de forma insaciável.

Percebi, tarde demais, de quem era aquela aterrorizante voz e abri os olhos, completamente assustada.

- Vol-Voldemort. – gaguejei, inutilmente. Me esforcei para focalizar o meu olhar em Draco, que me segurava fortemente.

- O que? – ele perguntou, agora me ajeitando para ficar sentada. Com a visão ainda meio turva, não consegui distinguir se seus olhos cinzas estavam preocupados ou irritados.

- Eu tenho certeza. – afirmei, ainda em choque. Minhas lembranças zombaram de mim, fazendo com que as palavras de Voldemort tocassem melodicamente na minha mente repetidamente e sem parar.

Agarrei minhas pernas, com medo e finalmente consegui fitar Draco propriamente.

- Ele falou comigo. – disse, tentando explicar. – Pela minha mente. – completei, em um sussurro.

Ele simplesmente ficou olhando pra mim, provavelmente achando que eu estava surtando ou que eu era louca. Como eu não disse nada mais, ele simplesmente ofereceu sua mão para ajudar-me a levantar e disse:

- Vamos achar as suas amigas.

Peguei na sua mão e levantei-me desajeitamente, agradecendo silenciosamente por ele não perguntar o que exatamente Voldemort me disse. Eu teria que mentir, já que, para Draco, eu estava ajudando-o.

O impacto do que tinha acontecido de repente tomou conta de mim. O som da cobra, a frieza das palavras, os comandos terrivelmente ameaçadores...

Senti lágrimas vindo e tentei ao máximo reprimi-las, mas já era tarde demais. Minhas bochechas já estavam sendo molhadas pelo o meu terror. Draco já tinha me visto chorar, mas isso não queria dizer que eu gostava de parecer tão vulnerável.

Tentando me esconder de seu olhar, virei a cabeça e fingi estar fitando os quadros adormecidos nas paredes do castelo. Obviamente, eu não conseguia ver nada, já que estávamos andando no escuro.

Draco não parecia se incomodar com a escuridão, aliás, ele parecia estar bem acostumado e sabia exatamente todos os caminhos pelo castelo.

- Para de chorar, isso não vai adiantar nada. – ele falou, de repente. Eu teria pulado de susto se ele não estivesse segurando a minha mão.

- Se ele tiver feito algo com Su e Cece, eu juro que.. – solucei. O que eu faria? Voldemort era o bruxo das trevas mais poderoso da atualidade, nem Dumbledore conseguia detê-lo, ou nem estava tentando, não sei exatamente.

Como ele tinha descobrido quem eu era? Como ele descobriu o meu plano e entrou na minha mente?

Comecei a tremer descontroladamente. Ele iria me matar, iria matar o que tinha sobrado do sangue de Riddle.

- Ele não pode entrar em Hogwarts. – Draco disse. – Não pode fazer com as suas amigas.

- Ele acabou de entrar na minha mente. – ressaltei, caso ele tivesse esquecido desse fato. – Acho que ele pode fazer o que ele quiser.

O loiro ficou quieto, mas eu senti a sua mão apertar a minha com mais força. Eu não sabia para onde ele estava me levando, mas agora apenas estava confiando plenamente que ele sabia o que estava fazendo.

Então, reconheci a porta da Sala Precisa e perguntei-me porque estávamos indo para lá, era impossível Cece e Su estarem lá.

- Draco, eu não acho... – mas então, fui interrompida pela voz de Cece, que berrava:

- Suzanna, eu tenho certeza que foi por ali que a gente entrou!

Congelei. O que elas estavam fazendo lá?

- Não, Cece, pelo amor de Merlin, foi daquele lado! A gente já passou umas três vezes por esse armário idiota. – ouvi Su respondê-la. Sua voz estava distante e eu troquei olhares com Draco quando ela mencionou o armário.

- Nós temos que apagar a memória delas. – ele disse, de repente e eu o fitei, horrorizada.

- Não vou apagar a memória das minhas amigas! – exclamei o óbvio.

- Elizabeth, elas foram trazidas por algum motivo, alguém sabe o que estamos fazendo, só pode ser isso. É uma ameaça. – Draco explicou, irritado.

- Larga de ser paranóico! Mesmo se elas soubessem, não iam contar para ninguém. – menti.

Mas o que ele disse fazia todo o sentido do mundo, mais do que ele achava. Era verdade, era uma ameaça. Mas era pra mim. Era como se alguém estivesse dizendo “eu sei que você está impedindo Draco, então pare ou eu machuco as suas amigas”.

Pensar em Voldemort novamente me fez estremecer, como ele tinha feito isso? Como ele tinha levado Su e Cece para a Sala Precisa e enfeitiçado Jesse?

Receosa, simplesmente soltei um olhar cansado para Draco.

- Então você faz. – disse, suplicante. – E faça direito, só quero que elas esqueçam dessa noite.

- Não sou idiota. – ele respondeu, arrogante e foi em direção a elas.

Ouvi alguns passos e depois alguns gritos de surpresa.

- Malfoy, o que você está fazendo aqui? – Cece disse, aparentemente inconformada com a presença dele.

- Obliviate.

Suspirei, não acreditava em tudo o que estava acontecendo. Primeiro, tudo estava um sonho, no qual eu beijava Draco incasavelmente, mas então o destino resolveu me punir e fazer com que tudo se tornasse nessa grande bagunça.

- Leve-as para o dormitório. – ele disse, segurando Su em um braço e Cece no outro. – Elas ainda estão um pouco confusas.

Segurei as mãos das minhas amigas e olhei em agradecimento para Draco, que apenas acenou com a cabeça.

- Vou ver se está tudo bem aqui. – falou e era a minha vez de acenar.

Como Draco não estava surtando? Ele sempre fora tão paranóico em quem poderia descobrir seu plano, se prevenindo ao máximo. Como isso não tinha feito ele enlouquecer e traçar várias teorias?

Suspirei. Talvez ele só estivesse mostrando-se forte por mim.

Certo, quem eu estou tentando enganar?

Deixei Su e Cece nas suas respectivas camas e deitei-me, inquieta. Pensando em como raios Voldemort fez tudo isso. Então, lembrei-me do primeiro ano, quando ele controlou o pobre professor Quirrell ou no segundo ano, quando ele controlou Ginny Weasley.

Era óbvio, ele tinha controlado alguém para soltar algum feitiço em Su e Cece e envenenar Jesse.

Me concentrei e pensei em quem da Sonserina poderia ter feito isso, quando me dei conta...

- Na verdade, tem uma porta que se materializa em uma parede ao reconhecer um sonseríno. Segundo o Barão Sangrento, ninguém de outras casas jamais conseguiu entrar lá.

- Vou ser o primeiro, então.“


Coloquei as mãos na minha boca para me impedir de gritar e fiquei a noite inteira pensando em como olharia para Peter no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

VOLTEI /améeem
Hahaha, como eu disse, tinha viajado, mas agora já voltei -finalmente-, enfim, desculpa a demora etc. Agora vou voltar para o ritmo normal (:
Nhá, quero dedicar esse cap à PaulaLongbottom, que escreveu uma recomendação lindaaa para a fic *-*, muito obrigada mesmo ♥
Enfim, gostaram?
Beijão :*



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