Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 16
Planos




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Ele faria o voto perpétuo por mim. Draco Malfoy faria por mim, não pela Pansy. Por Elizabeth Miller, que até o sexto ano, era uma sangue-ruim da Sonserina que tinha como melhor amigo um fantasma. Eu estava tão nas nuvens que até esqueci meu propósito de querer que ele mantesse segredo em primeiro lugar.

Com os meus sentimentos a flor da pele, não percebi quando ele disse alguma coisa, o que me fez saltar quando ele perguntou de novo:

- Elizabeth! Quem ganhou o jogo?

Acordando do meu transe, respondi, desanimada:

- Eu sai antes de acabar, mas quando estava indo, Grifinória estava na frente…

Ele ainda se importava com quadribol e aquilo me deixou feliz. Mostrou-me que ainda tinha uma pequena porção do antigo Draco naquela escuridão toda. Ele bufou com a informação e eu sorri.

- Bem, como a Sonserina poderia ganhar sem você?

Logo depois de ter falado, baixei a cabeça me arrependendo, por que raios fui dizer uma coisa dessas? Já não bastava tê-lo abraçado? Afogada em minha própria vergonha, não fitei seus olhos quando ele respondeu:

- Isso é verdade.

Corei e sorri ainda mais, me sentindo completamente patética e vulnerável. Então, lembrei de quem eu era, onde estava e o que estava fazendo e meu sorriso foi embora.

Ele levantou-se e eu me sobressai. Toda a culpa de ter estragado o armário me fez sentir muito mal de repente. Eu estava a reprimindo por achar que estava ajudando Draco, mas percebi que nada que eu falasse ou fizesse ia impedí-lo de fazer o que queria. O seu medo em seu  olhar era maior do que qualquer coisa.
 
Suspirei, me decidindo finalmente.

- Ei, antes de irmos. Acho que eu finalmente descobri como consertar esse armário idiota.

Ele me fitou surpreso e ergueu as sombrancelhas. Coisa que aqui significa “certo, me diga então!”.

Peguei minha varinha e ficamos o resto do dia nos concentrando para arrumar o estrago que eu tinha feito anteriormente. Admito que gostei muito daquele dia no fim das contas.

Minha vida estaria melhorando? Seria isso um progresso? Não era possível… Alguma coisa de muito muito ruim iria acontecer comigo para compensar aquele dia. Estava certa, é claro.

A “festa do Clube do Slugue idiota” como Draco havia chamado tão carinhosamente estava se aproximando e nós ainda não tínhamos ideia de como penetrá-la. Nenhum de nós era excepcional em Poções e era a única ótima oportunidade para dar o hidromel para Slughorn.

Pensei nas pessoas que faziam parte do excepcional clube restrito e uma pessoa me veio imediatamente em mente. Jesse. Sim, nós ainda não estávamos nos falando direito por causa da constante presença de Beatrice, que obviamente gostava dele, mas era um caso especial e eu tive que deixar os conflitos entre eu e minha ex-amiga de lado.

Eu não tinha certeza se meu primo –adotivo- era realmente parte do Clube do Slugue, mas por seu carisma, charme e inteligência, era bem provável. Pensei em Suzanna em seguida, mas eu sabia que sua pior matéria era Poções, então sem chances…

É. Jesse era minha última esperança.

Beatrice estava sempre com meu querido e maravilhoso primo e eu precisava falar com ele a sós, então apelei para Su que me fez o favor de sequestrar Cece e levá-la para longe do meu parente.

- Jesse! – chamei-o assim que tive chance.

- Oi, Lizzie! A gente nunca mais se fala! – exclamou, levantando o olhar do seu livro e me fitando.

- Por que será? – perguntei ironica e rimos.

- Ei, a Cece não é tão ruim… - ele murmurou, agora corando um pouco.

- Eu sei, Jess, esqueceu que eu sou amiga dela há seis anos? É que… Ah, sei lá, depois eu falo com ela. Já disse pra Su que iria dar uma chance. Enfim, você faz parte do Clube do Slughorn?

Ele riu com a aleatoriedade do meu comentário e acenou com a cabeça.

- Sério, não é possível que você seja o mesmo Bolinha que ia em casa e comia todos os meus brigadeiros. – suspirei com a perfeição do meu primo.

– Ok, você também não parece a mesma Lizzie que chorava por qualquer coisa e chamava seus pais, então vamos parar com o passado doloroso. – comentou.

Era verdade, não iriamos nos envergonhar ainda mais.

– Você ganhou. Então, preciso de um favor, querido primo. – falei, com a minha melhor voz sonserina possível. Minha vantagem era que eu já conhecia muito bem minha vítima.

- Por que me sinto como se estivesse no Natal prestes a me ferrar por sua causa?

- Porque o Natal está chegando. Mas dessa vez não vou te ferrar, prometo! Só preciso penetrar na festa do Clube do Slugue. – disse, finalmente, piscando depressa.

Jesse revirou os olhos e falou, com a maior calma:

- Lizzie, como pretende fazer isso? Dumbledore está ficando realmente furioso com quem fica andando por ai a noite nos corredores.

Abafei uma gargalhada. Eu havia andado várias vezes e não tinha sido pega, duvidava muito que no Natal alguém ia ficar furioso comigo.

- Por isso preciso da sua ajuda! Escuta… Posso ser sua acompanhante?

Ele fez um careta e deu de ombros.

– Desculpa, Liz. Já chamei a Cece…

- Claro! – revirei os olhos. Como se separar dela fosse um grande sacrifício.

– Por que raios você quer entrar nessa festa, mesmo? – perguntou e eu percebi que não poderia contar com sua ajuda mesmo se fizesse ele me aceitar como sua acompanhante. Não poderia contar a verdade.

– Nada. Esquece! Obrigada por nada, bolinha. – provoquei e sai bufante.

Com o armário consertado, ficava difícil achar o Draco por aí. Antes, era só ir para a Sala Precisa que certamente ele estaria lá, agora eu precisava vasculhar as masmorras inteiras para achá-lo, era frustante.

De algum modo, como sempre, desde o primeiro ano, eu conseguia achá-lo. Era um dos meus dons. Eu sempre achava ele.

Encontrei-o com Crabbe e Goyle –seus idiotas e fieis súditos- sentados em uma escada. Sabia muito bem que ele odiava que as pessoas soubessem que nós nos falávamos, mas não me importei naquele momento. Era importante.

- Malfoy, uma palavrinha? – pedi, forçando toda aquela prepotência que claramente não me pertencia.

Ele arregalou os olhos, surpreso por eu ter a coragem de falar com ele na presença de seus cachorrinhos. Arregalei os meus de volta e ele levantou de má vontade, fazendo questão de falar:

- O que você quer de mim, sangue-ruim, um autógrafo?

Quando ele se aproximou e estávamos fora do alcance de visão de Crabbe e Goyle, eu o beijei. Mentira, dei uma cotovelada por ter sido idiota e falei, baixinho:

- Jesse está fora da jogada, vamos ter que pensar em outra coisa.

Draco bufou.

- A festa já é amanhã a noite! O que espera fazer?

Revirei os olhos, por que ele jogava essas decisões nas minhas costas? Estava ajudando-o de boa vontade, pelo amor de Merlin!

- Eu tive uma ideia, mas talvez seja perigosa…

Draco acenou com a cabeça e eu continuei:

- Você pode distrair Filch enquanto eu entro. Dou a garrafa de hidromel para Slughorn, vai parecer bem menos suspeito, já que eu sou prima de Jesse e ele é um dos convidados. Tento convencê-lo a dar de presente à Dumbledore e tudo feito.

– Não! – ele negou sem hesitar. Estaria Draco Malfoy preocupado com minha pessoa? Percebendo sua súbita resposta, continuou, com outro tom de voz. – Você já falhou com Kate Bell, não vou arriscar de novo…

Fingi que não percebi sua clara preocupação comigo e não com o plano e afirmei:

- Não tem como falhar dessa vez, Draco, por favor! Se não der certo, eu mesma darei o hidromel à Dumbledore. Não ligo se for incriminada depois, já estou em constante perigo por causa de Voldemort mesmo…

Malfoy bufou e exclamou, já nervoso:

- Não vou deixar você fazer uma coisa tão idiota por mim!

Ergui as sombrancelhas e eu juro que lágrimas de felicidade quase escorreram dos meus olhos naquele momento, estava prestes a agradecer pela preocupação, quando ele simplesmente disse, percebendo minha reação:

- Posso fazer sozinho!

Era fato, Draco Malfoy simplesmente não conseguia admitir que se importava com alguém. Com o fato de alguém se arriscar por ele.

– Certo, me fale, então, seu brilhante plano. – falei normalmente, como se não tivesse um milhão de borboletas excitadas na minha barriga. – Porque eu soube que Crabbe e Goyle foram detidos por Snape… E sabe, eu finalmente aprendi aquele feitiço super difícil para disfarçar o odor do hidromel…

Sabia, simplesmente sabia que estava ficando melhor em manipular as pessoas. Seria isso influencia das minhas memórias? Só sei que Draco suspirou e disse, a contra-gosto:

- Tudo bem então, quer se arriscar, se arrisque! Só não faça besteiras como da última vez!

Tentei não sorri e acenei com a cabeça, vendo sua cabeleira loira balançar enquanto ia embora.

Admito que quase tive um ataque quando já não o via mais. Eu tinha minhas dúvidas, mas ele realmente se importava comigo. O Draco. O Draco que me odiava tanto, que provavelmente continuou odiando, mesmo eu achando que não.

Estava quase pulando de alegria, quando o Barão apareceu na minha frente.

– Você não está fazendo o que prometeu à Dumbledore, Lizzie!

- É Liz. – bufei – Escuta, como você sabe dis… ? Esquece. Barão, querido, eu estou tentando. O Draco não é extamente uma pessoa fácil de se lidar. – era verdade.

Ele me olhou com aquele olhar que me olhava desde que conversamos pela primeira vez. Do tipo “eu sei que está mentindo, então simplesmente fale a verdade ou eu vou embora.”.

- Ok, talvez eu não esteja tentando tanto assim. Mas é que você tem que entender… Ele está morrendo de medo de Você-Sabe-Quem, acha realmente que a sua única saída é fazer você-sabe-o-que.

– E você está ajudando.

– Eu não estou… - comecei, mas então percebi que sim, estava ajudando uma pessoa a assasinar outra. – Argh Barão, odeio quando você faz isso! Eu não sei o que fazer, simplesmente sei que não vou conseguir convencê-lo, talvez se eu…

- Mais uma ideia brilhante? Lizzie, o melhor que você pode fazer é estar lá por ele. Essa criança está perdida, ele precisa de alguém e você tem que estar lá por ele, entende?

- É Liz. Mas como posso estar lá por ele e não ajudá-lo?

O Barão revirou seus olhos e balançou suas correntes.

- Você costumava ser mais esperta… - murmurou, me fazendo mostrar a língua. – Qual é o oposto de ajudar?

- Hm… Sabotar? Certo, eu já tentei isso e me senti super culpada, não adianta… - falei, sinceramente.

- Por isso que eu falei para você não se envolver com ele, pra começo de conversa. – o fantasma disse, com tom de superioridade.

– Isso não está ajudando… - murmurei.

O Barão sentou em sua bola de prisioneiro e ficou quase da minha altura. Então, me fitou bem fundo, daquele jeito que só fantasmas – e Dumbledore- conseguem e disse:

- Elizabeth, você tem que escolher entre seus sentimentos e a coisa certa. – e desapareceu.

Eu sei que era pra soar filosófico e super profundo, mas eu comecei a gargalhar muito. Parecia o tipo de frase que você encontra na traseira de caminhões – só trouxas vão entender do que eu estou falando -.

Apesar da graça, eu entendi o que o meu fantasma favorito queria dizer. Eu realmente tinha que escolher entre meus sentimentos por Draco e as minhas sabotagens que poderiam salvar a vida de Dumbledore.

Colocando assim, fica óbvio qual é a opção correta. Mas é quase impossível ignorar o coração. Mesmo assim, deixei-os de lado e fui pegar a garrafa de hidromel. Eu iria fazer o feitiço, mas não permanentemente, ele iria se esvairar com o tempo e, com sorte, quando o hidromel estivesse nas mãos de Dumbledore, ele notaria o cheiro e não o beberia.

Ignorar os olhos cinzentos de Draco no momento do feitiço foi uma das coisas mais dificeis que tive que fazer, mas era preciso.  


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Notas finais do capítulo

Ooi gente, capítulo fresquinho pra vocês, ia postar ontem, mas fiquei sem internet!
Espero que tenham gostado, prometo que o próximo vai sair mais rápido, vou entrar de férias, ai termino logo essa fic! Hahahah
Reviewwws?
Beeijão :*



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