Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 15
Verdades




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Certo, então eu finalmente tinha descoberto o que Draco queria trazer para o castelo. Por que eu não estava feliz? Ah, sim, porque eram Comensais da Morte!!

Quer dizer…. Homens que trabalham para o meu tio, quer dizer, para o Voldemort, quer dizer, para VOCÊ-SABE-QUEM!

Completamente em choque, fui até as masmorras e me deitei na cama, pensando em como eu iria dormir depois daquilo. Pra quem queria que o ano fosse diferente, aquilo era quase uma ironia.

Por que Draco queria Comensais da Morte em Hogwarts? Por que? Eu sabia que as coisas estavam feias e Você-Sabe-Quem voltou e o Ministério está todo pirando, mas isso não é motivo! Eu não entendia, desde quando Malfoy era envolvido com essas coisas?

Tive pesadelos e acordei em um susto.

- Acorda, Liz! Tem quadribol hoje! – Suzanna disse, quase pulando em cima de mim.

Ok, deixe-me explicar uma coisa. Eu não gosto de quadribol. É. Mesmo assim, nunca perdi um jogo porque Cece joga como artilheira e por causa do Draco, obviamente, mas ninguém sabia dessa parte.

Como eu não estava falando com Cece, não entendi porque Su me acordou.

– Nem ligo. – respondi em um murmúrio, depois me cobri de novo.

- Elizabeth, eu sei que você e a Beatrice não estão se falando, mas vocês são amigas! Ela não vai te perdoar se você não for! – Suzanna disse, me deixando subitamente nervosa.

- Suzanna, você não pode estar falando sério. Ela me deu um tapa! Ela ficou brava comigo por um mal entendido idiota com o meu primo e nem se deu ao trabalho de vir pedir desculpas! Você acha mesmo que vai ficar brava se eu não for no jogo estúpido dela? – gritei levantando-me.

Su me olhava com uma cara assustada e eu percebi o que eu tinha feito. Desde quando eu explodia daquele jeito? A culpa não era de Suzanna, por que eu gritava com ela?

- Desculpa… - pedi, sentando-me. – Estou meio estressada.

Ela sentou-se do meu lado e me olhou com sua expressão mais solidária.

– Tudo bem, Liz. Eu entendo, vocês sentem falta uma da outra, só não querem admitir. Eu sei que ela errou, mas você sabe como a Cece é orgulhosa, ela quer que você vá falar com ela primeiro, você conhece ela. E eu realmente acho que ela vai se importar sim se você não for… É contra a Grifinória, Liz.

Beatrice era daquelas que tinha rivalidade um milhão contra a Grifinória. Eu nunca liguei pra essas coisas, já que sempre fui excluida da Sonserina, então não tinha esse sentimento de pertencimento que todos tinham…

- Você está certa… Como sempre. – respondi com um suspiro. Eu teria que ir ao jogo de qualquer jeito para ficar de olho no Draco, então não me importei em ficar de birra.

Suzanna me deu uma cotovelada suave e eu a empurrei com o corpo. Rimos e fomos para o campo depois do café-da-manhã.

Ela, diferente de mim, amava o esporte. Torcia freneticamente e sabia todos os movimentos e táticas. Vivia xingando a pobre Madame Hooch, que nunca ligava, claro.

Vi Potter, o novo capitão da Grifinória – conveniente, não? - apertar a mão Urquhart e o jogo começou. Zacarias Smith começou imediatamente a narrar o jogo no lugar de Lino Jordan, que se formara.

Comecei a percorrer o olhar pelo campo procurando por Cece e por Draco. Ela, estava toda linda –como sempre-, tentando fazer gols incansávelmente, mas parecia que Rony Weasley estava defendendo tudo, como raios ele ficou tão bom? Ele não era assim no ano passado….

A Grifinória estava com a vantagem e Suzanna estava quase tendo um ataque de nervos, quando eu disse:

- Calma Su, o Draco não vai deixar Potter pegar o pomo… - eu sabia o quanto Malfoy odiava o Eleito, ele faria de tudo pra não deixá-lo ganhar.

Suzanna olhou pra mim confusa e me respondeu:

- O Draco não está em campo, Liz, o apanhador hoje é o Harper, olha. – ela apontou para o campo e eu vi os dois jogadores disputando pra quem iria chegar no pomo mais rápido.

Me surpreendi. Não acreditei de imediato que o plano de Draco era tão importante a ponto de fazer com que ele perdesse um jogo contra a Grifinória. Senti um aperto no coração e pensei em uma possibilidade que não tinha pensado antes…

E se ele estivesse sendo forçado a fazer isso? E se tivesse sendo ameaçado pelo próprio Voldemort? Um frio percorreu minha espinha e quis tirar isso a limpo, eu tinha que sair dali e ir ajudá-lo como tinha prometido. Precisava ajudá-lo.

Sem dar explicações, desci as escadas e, mesmo com todo o alvoroço do pós-jogo, não descobri quem ganhou. Suzanna estava ou muito brava ou muito feliz para notar minha presença, então simplesmente sai do campo e corri em direção a Sala Precisa.

Lá estava Malfoy sentado em frente ao armário, mas concentrado em outro artefato em suas mãos.

- Oi. – disse, ao me aproximar. Na hora, lembrei-me imediatamente do nosso último encontro, quando ele pegou na minha mão. Corei e revirei os olhos sentando-me ao seu lado.

Ele apenas acenou com a cabeça e continuou mexendo no objeto em suas mãos que parecia uma garrafa de hidromel. Aproveitando a brexa, resolvi perguntar, em tom casual:

- Mais uma de suas táticas para matar Dumbledore?

Draco olhou pra mim assustado, depois ficou furioso.

– O que?! – perguntou, indignado.

- Relaxa Draco, eu não vou contar pra ninguém, fiz aquele pacto idiota, lembra?

Sem relaxar a expressão ele pigarriou um “sim” abafado e continuou, ainda furioso:

- Não preciso da sua ajuda pra isso! Só para arrumar esse armário idiota!

Revirei os olhos e resolvi que não ia mais ficar concordando com ele só para satisfazê-lo, tinha meu orgulho afinal.

– Eu não disse que queria te ajudar, Draco… - murmurei, chamando-lhe a atenção.

Ele ficou em silêncio e continuou mexendo na garrafa.

Novamente, odiei excessivamente minha paixonite eterna e tirei o objeto das mãos dele, analisando-o. Abri e cherei o hidromel, estava claramente envenenado.

- Isso não vai enganar o professor Dumbledore… - disse o óbvio e ele bufou.

- Eu sei disso! – exclamou, pegando a garrafa das minhas mãos. – É nisso que eu estou tentando pensar. Conhece algum feitiço que pode disfarçar o odor?

Fiquei o fitando por alguns segundos, pensando em por que ele queria matar Dumbledore, por que alguém com olhos cinzentos tão perdidos, que clamavam por ajuda, faria uma coisa dessa? Suspirei. Talvez eu nunca entendesse Draco Malfoy afinal, talvez eu nunca seria capaz de ajudá-lo como tanto desejava.

- Então? – ele perguntou, impaciente.

– Até conheço, mas não acho que vai adiantar muito, quando pretende dar a ele? – perguntei, por genuíno interesse.

- No natal. Vou penetrar na festa do Clube do Slugue idiota e tentar fazer com que Slughorn tenha a ideia de dar o hidromel de presente a Dumbledore.

Segurei uma gargalhada, mas me permiti sorrir, o que não deixou Draco feliz.

- Essa é uma péssima ideia. – disse, tentando ao máximo não soar como uma zoação

Ele bufou e revirou os olhos, dizendo baixinho:

- Eu não preciso da opinião de uma sangue-ruim.

Certo, eu nunca, nunca, tinha me incomodado com essa palavra antes. Eu era da Sonserina afinal, estava completamente acostumada com esse tipo de insulto. Mas algo no jeito que Draco disse, o desprezo na voz e na face, o orgulho sutil… Não sei o que foi, mas me irritou, me irritou muito.

E eu simplesmente disse, sem pensar:

- Eu não sou sangue-ruim, Malfoy!

Ele me olhou com uma cara de “certo, conta outra” que me deixou ainda mais brava.

- Sou descendente direta dos Riddle. Dumbledore apagou minha memória para que Vodelmort não viesse atrás de mim, ele me fez passar por Elizabeth Miller e me fez acreditar que meus pais adotivos eram reais…

Até então, eu estava com a voz engasgada, prestes a chorar, apenas com a face de descrença de Draco me julgando. Então, de repente, uma ideia genial me ocorreu. Mudei completamente meu tom voz e falei, de forma mais convicta, mesmo estando assustada com a minha nova ideia:

- Ele modificou minhas memórias, meu passado! Me fez acreditar em mentiras! Você não sabe o quanto eu sofri na Sonserino, o Barão Sangrento é o meu melhor amigo! Por isso, Draco, eu odeio Dumbledore tanto quanto você. Ele é desprezível, brinca com os sentimentos dos outros, os usa! É um bruxo medíocre. Então não me importo de você querer matá-lo! Entendo porque o odeia tanto.

Terminei meu discurso mentiroso e o fitei, preocupada, já que não sabia se o efeito causado era o que eu desejava. Draco abaixou a cabeça e ficou em silêncio por alguns minutos. O fato dele ter acreditado em mim já tinha valido a pena, ele acreditou tão facilmente na minha história mirabolante que eu torcia para ser um sonho.

Feliz por esse fato, não prestei atenção quando ele levantou e cerrou os punhos. Percebi que minha tática estava dando certo. Então continuei a falar mal de Dumbledore, o xinguei de todos os nomes que eu conhecia, falei todas as mentiras que eu já tinha lido no Profeta.

Quando meus argumentos já estavam acabando, Draco finalmente falou, com a voz perturbada:

- Para, Elizabeth.

Parei de falar e tentei encontrar seus olhos cinzentos, que agora estavam fixos no chão.

- Vamos deixar uma coisa clara. – pediu - Eu não quero matar Dumbledore. Eu preciso. Eu… Eu não acho que ele seja… Um bruxo medíocre.

Eu praticamente conseguia ver a barreira do orgulho de Draco se quebrando ao falar essa última frase, sua voz até falhou ao dizê-la.

Suspirei aliviada, pois meu plano tinha dado certo. Eu sabia, simplesmente sabia que ele não era mal. Que estava sendo forçado. 

Ainda mantendo meu jogo, porque sabia que ele ficaria muito irritado se eu falasse que também não queria matar Dumbledore, disse:

- Mas ele é um homem desprezível! Por que não quer matá-lo? Como assim precisa?

Draco bufou e agora seus olhos se encontraram com o meu. Com um susto, percebi que o cinza estava marejado e que a boca dele tremia. Estava segurando o choro.

Desarmada, deixei meus braços cairem do lado do meu corpo e minha expressão de desprezo virou imediatamente de pena. Ótimo, agora eu estava prestes a chorar. Essa parte sensível dele não ajudava em nada na minha paixonite. Em nada.

- Se eu não matá-lo, ele me matará.

Entendi na hora o que ele quis dizer. Voldemort. Esse ser horrendo mandou Draco Malfoy matar o único homem que já o ameaçou. Mandou um estudante inocente e puro fazer o papel de assassino por pura covardia. Era revoltante.

Respirei fundo para manter a calma, sem deixar de fitar os olhos lindos de Malfoy e me aproximei cautelosamente.

– Bom, ele é meu tio, tenho certeza que posso apelar para o emocional e fazê-lo mudar de ideia. – disse, tentando sorrir.

Draco deu um meio sorriso escondido e fitou o chão novamente. Eu sabia como admitir aquilo tinha sido difícil para ele, conhecia bem esse orgulho sonserino.

- Ei. – o chamei e ele olhou para mim novamente. – Vamos dar um jeito.

Acenou com a cabeça como se disesse “é, certo, ok” ironicamente. Ele realmente acreditava que a vida dele acabaria no fim do ano e aquilo apertou meu coração de uma forma que até as minhas pernas reagiram, indo em direção a ele.

Sem pensar muito, ou talvez nada, o abracei. Sim, você leu certo. Ele não reagiu, simplesmente ficou ali parado feito pedra. Talvez não estivesse esperando um abraço ou talvez eu tivesse feito ele entrar em estado de choque com a minha feiura, nunca saberei.

Minha barriga, sendo do contra, resolveu soltar as borboletas e meu corpo ficou quente. Se um abraço fazia isso, imagina um beijo? Não que eu estivesse pensando nisso e… Enfim.

Me afastei, vermelha, e desviei o olhar, abraçando meu próprio corpo, como se quisesse sumir. Daria tudo para uma Capa de Invisibilidade naquele momento.

Ele não disse, nem fez nada, apenas sentou-se e continuou a mexer na garrafa de hidromel. Já era um começo, não receber um feitiço estuporante, quero dizer.

– Você vai guardar meu segredo? – perguntei de repente, porque queria quebrar o clima que eu mesma criara com minha atitude completamente impulsiva.

- Ninguém ia acreditar em mim. – disse, simplesmente.

- Estou falando sério, Draco. Me promete que não vai contar para ninguém.

– Eu faço até o voto perpétuo se você quiser.

Suspirei. Aquilo bastava.


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Notas finais do capítulo

Oooie,
Eu sei que eu demorei um pouco, mas faculdade me consome e nessa parte da história, eu to tendo que pegar o livro pra me manter fiél, já que é quando o Draco aparece mais. Então tenham paciência comigo (imaginem isso na voz do Chaves) HAHAHHAA
Espero que tenham gostadooo *---*
Reviiieews?
Beeijão :*