Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 11
Desentendimentos




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Quando sai da sala, não posso dizer que me senti culpada. Na verdade, eu me senti bem por finalmente ter pensado em mim antes dos outros, como sempre fiz. Isso era um tanto doentio, me sentir bem por ser egoísta, mas enfim, não me ocorreu na hora.

Andei pelo corredor, esquecendo-me completamente de Cece e do que eu tinha que explicar para ela. Na verdade, eu já não me importava muito, ela que ficasse brava comigo, ela tinha que ser minha amiga de vez em quando e perceber quando pedir perdão.

Voltei para o Salão Comunal e me deparei com Snape dando bronca em alguns alunos, e, antes que eu pudesse escapar de fininho ele disse, para mim:

- Você não devia estar na aula, Miller?

Eu o fitei com a minha melhor expressão.

- Tenho licença médica, professor. – respondi, com a voz manhosa. Não era mentira, eu realmente tinha licença médica, mas ela já tinha expirado faz algumas horas. Detalhes.


Ele me olhou desconfiado, mas ignorou a minha mentira.

- Você não sabe me dizer onde está o Malfoy, sabe? – perguntou com a sua linda voz.

Eu neguei com a cabeça. Aquilo era muito estranho, primeiro Potter, depois Snape, por que todos estavam tão obcecados pelo Draco? Eu tinha motivos, eu era menina… Mas o professor de DCAT e o Eleito não tinham razão nenhuma para procurar o meu príncipe loiro.

Fiquei imaginando se eles sabiam do plano de Malfoy de trazer alguém para Hogwarts ou sair da escola. Nem eu sabia bem o que ele estava realmente tramando, ele só achava que eu sabia, então como eles dois poderiam saber?

Resolvi ir para aula, já tinha faltado demais e eu não podia reprovar em nada, meus pais –adotivos- me matariam. Fui para a aula de Poções e, quem fizesse uma poção completamente certa, ganhava a Felix Felicis, que era como se fosse uma sorte líquida.

Seria legal se eu tivesse ganhado a poção, mas eu realmente era péssima naquela matéria, então podia me contentar sem ela. Mas não era a única que era péssima em Poções, Harry Potter também era… E mesmo assim ele ganhou. Aquilo não estava me cheirando bem.


Literalmente, a poção fedia, mas também não me cheirava bem no outro sentido. Como, de uma hora para a outra, Potter conseguiu fazer uma poção completamente impossível que nem a Sabe-Tudo da Granger conseguiu?

Olhei em volta para ver se eu era a única indignada, mas parecia que todos olhavam incrédulos quando Harry ganhou a Felix. Su me cutucou e fez uma careta como se disesse “como assim?”. Eu retribui sua careta e nós rimos.

Suzanna quase nunca tocava naquele assunto, mas aquela tarde foi o momento que ela escolheu para conversar comigo.

– Então Liz, descobriu mais alguma coisa sobre… Você-sabe-o-que? – perguntou quando estávamos sozinhas, indo para as masmorras.

Contei-lhe tudo, sobre Jesse, sobre os meus surtos de memória e sobre a verdade sobre a intriga com a Cece, mas nem mencionei Draco.

– Não acredito que Jesse é seu primo! Isso significa território proibido pra mim… - ela lamentou.

– Su! Não esperava isso de você, isso é uma coisa que Cece diria. – eu falei surpresa. – E mesmo assim, pode ficar com ele, eu deixo.

Rimos e ela continuou, agora séria:

- Essas memórias me preocupam, Liz. Quer dizer, não tem sentido nenhum você se afastar dos órfãos e ir parar na Travessa do Tranco e depois entrar em um armário e sumir.

Concordei com a cabeça, aquilo era tão confuso para mim quanto pra ela.


- Eu sei… - suspirei.

Ela deu de ombros.

- E quanto a Cece, se você quiser, eu falo com ela. – murmurou, indiferente.

- Nossa, por favor. – pedi. – Eu te devo uma. – completei quando ela deu um sorriso acenando com a cabeça.

A aula de DCAT foi normal, Snape conseguia ser mais insuportável ainda quando não era professor de Poções, o que era difícil.


Estava voltando para o Salão, quando alguém me puxou pelo braço e eu fui parar em um corredor estreito. Olhei para trás, e vi que quem tinha me puxado era ninguém menos que Draco Malfoy.

Eu ergui as sombrancelhas, surpresa e continuei o fitando, esperando que falasse. Eu não acreditava que ele realmente precisasse falar comigo, mas não deixei mostrar a minha euforia.

- Preciso que você entregue isso a Kate Bell. – ele afirmou indiferente, me empurrando um pacote. – E peça para ela entregar a Dumbledore.

Eu franzi o cenho, do que ele estava falando?

- O que? – perguntei, sem entender.

Ele bufou e olhou para os lados, nervoso.

- Entregue isso a Kate Bell e peça para que entregue a Dumbledore!

Eu fiz uma careta.

– E por que você não faz isso?

- Você prometeu que ia fazer o que eu mandasse! – falou, perdendo a paciência.

Estreitei os olhos e baixei as mãos.

- Se eu me lembro bem, eu prometi que não contaria para ninguém sobre o seu plano. Não sou sua escrava, Draco.

O vi mudar de uma expressão ansiosa para uma completamente furiosa. Ele nunca era contestado assim, todo mundo fazia tudo o que ele queria, sempre. Eu me visualizei sendo jogada para longe ou sendo atacada por uma maldição imperdoável.

- Me dê aqui… - falei, pegando o embrulho e revirando os olhos. Não queria que ele usasse algum feitiço em mim. – O que é isso?

Ele não respondeu, estava prestes a ir embora, quando eu declarei:

- Não entrego sem saber o que é.

Eu não seria sua elfa doméstica, ele tinha que aprender a me respeitar. Ok, eu gostava dele, mas isso não lhe dava o direito de me tratar daquele jeito. E parecia que eu era a única pessoa que não o temia e que o questionava pra variar, e ele não estava gostando nada disso.

Furioso, ele arrancou o pacote da minha mão e saiu bufante. Eu dei um sorriso triunfante e fiquei pensando o que seria aquilo.

O que Draco queria entregar a Dumbledore que não pudesse entregar ele mesmo? Eu estava começando a me preocupar com a dimensão do plano do Malfoy. Precisava descobrir o que ele estava planejando antes que fosse tarde demais e ele se metesse em alguma encrenca.

Iríamos para Hogsmeade em pouco tempo e lá eu poderia seguí-lo e ver exatamente o que estava tramando. Eu precisava achar um jeito de me aproximar dele, de perfurar a sua barreira que impedia qualquer um de chegar no seu coração frio e cheio de medo.

- Criança, você está se metendo com pessoas erradas… - pulei de susto, quando o Barão Sangrento atravessou a parede e parou na minha frente.

Eu revirei os olhos e me virei para ir embora, odiava quando ele me julgava. Rapidamente, ele reapareceu na minha frente. Eu podia simplesmente atravessá-lo, mas eu não conseguia me convencer de que aquilo era possível.

- Não sei do que você está falando. – eu disse, com um sorriso cínico nos lábios.

- Draco Malfoy. – ele esclareceu para mim.

Ergui as sombrancelhas e continuei o fitando, esperando que ele disesse o que exatamente estava o incomodando.

- O que ele está fazendo não é exatamente bom… - o fantasma murmurou em voz baixa.

- E o que seria isso? – perguntei, sem me procupar em ser discreta. Ele era um fantasma, sabia de tudo, conseguia ver tudo. Eu podia usar aquilo ao meu favor.

- Você sabe que eu não posso dizer-lhe, Elizabeth. – suspirei. Quando ele continuaria a seguir as regras assim? Não tinha nada a perder mesmo, já estava morto! – Mas eu a aconselharia a se afastar do Malfoy.

- Não sei porque diz isso, então não posso fazer nada. – respondi, jogando verde. Queria saber o que ele sabia. Aquela curiosidade estava me matando.

- Depois não fale que eu não avisei. – ele disse, voltando a atravessar paredes. Eu bufei, nem para me infomar ele servia.

Voltei para o Salão Comunal e lá encontrei Cece gritando com Jesse. Aquilo não podia ser bom.

Me aproximei e fiquei em pé ao lado de Su, que olhava com a mesma curiosidade que eu.

– Você não tinha direito nenhum de fazer isso! – Beatrice gritava, enquanto seus cabelos loiros voavam conforme o movimento da sua cabeça.

- Já disse que eu não sei do que você está falando. – Jesse disse. Quase que eu interferi e falei “é legal, não é?”, mas me conti.

Suzanna conversava comigo pelos cotovelos e eu retribuia, todos que estavam em volta pareciam não ter idéia do que estava acontecendo, assim como nós.

– Cece… - eu disse, quando pensei ser uma boa hora para acabar com aquilo. Era óbvio que eu não era a pessoa certa para aquilo, mas um tapa na cara era a última coisa que eu esperava.

Quando virei a minha cabeça de volta ao seu lugar de origem, estava completamente furiosa. Quem era ela para me dar um tapa? Eu que estava certa naquela história, eu que a perseguia para pedir desculpas, eu que tentei abafar aquela briga, ela não tinha direito de me tratar daquele jeito.

- Nunca mais olhe na minha cara. – eu disse, com a voz controlada. Estava determinada a acabar aquela amizade de anos ali mesmo. Já não me importava.

Beatrice, que já estava com os olhos marejados, começou a chorar e correu para fora do Salão, com Suzanna indo atrás dela. Eu não corri atrás dela, não mesmo.

- Você está bem? – Jesse perguntou depois de afastar todas as pessoas que rodeavam a cena.

Acenei que sim com a cabeça e naquele instante, Draco entrou no Salão e me olhou com ódio. Retribui falsamente seu olhar e fui para o dormitório. Eu só conseguia pensar em uma coisa antes de dormir: Hogsmeade, era lá que eu realmente começaria minha longa jornada para conhecer Draco.


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Notas finais do capítulo

Ooi, aah, me desculpem pela demora, provas e provas me consomem .-.

Enfim, espero tenham gostado (:

Reviews? ^^

Beeeijos :*