Nos pegamos a saída para a rodovia dos imigrantes. Demoramos um pouco até chegar à rodovia.

A viagem toda foi tranqüila, os meninos e eu viemos cantando o caminho inteiro. Bill e eu alucinamos nas musicas e Tom não soltava a minha cintura. A viagem foi demorada, cerca de três horas, passamos por alguns pedágios, mas nada demais. Todos seguiram as minhas recomendações, colocaram roupas leves e discretas. Tom, acho, ficou entediado com a cantoria minha e de Bill, e decidiu implicar com Georg, esse por sua vez, começou a reclamar com Gustav, como se fosse criança indefesa. Assim, Tom conseguiu com que Bill e eu parássemos de cantar, pois riamos tanto que não dava mais para contar uma palavra afinadamente. Logo, todos estávamos rindo das palhaçadas do Tom pra cima do Georg. Tom, de vez em quando, olhava pra mim e ria timidamente, não sei por quê. Eu o encarava e percebia que todos no carro viam o clima que se formava, e viravam a cara para a janela. Nós estávamos num daqueles carros que cabem oito pessoas, numero ideal pra gente: Eu, Tom, Bill, Georg, Gustav, Jost, o motorista, e UM segurança. Tava um pouco apertado, mas todos queríamos ficar bem próximos um dos outros mesmo, ninguém estava ligando. Depois das palhaçadas, Tom se cansou e ficou quieto. Eu e Bill voltamos a contar as musicas do Tokio Hotel, alguma novidade? Nenhuma. Estávamos cantando Kampe Der Liebe, quando a musica acabou e, literalmente do nada, começou a cantar The Only Exception, do Paramore, só que eu sou completamente viciada nessa musica, e de certa forma ela veio a calhar. Bill parou de cantar e continuei sozinha, trazendo a atenção de todos para mim.

The Only Exception

A Única Exceção

When I was younger I saw

Quando eu era mais nova eu vi

My daddy cry and curse at the wind

O meu pai chorando e praguejando ao vento

He broke his own heart and

Ele partiu seu próprio coração e

I watched as he tried to re-assemble it

Eu assisti enquanto ele tentava remontá-lo

And my mamma swore she would

E minha mãe jurou que jamais

Never let herself forget

Se deixaria esquecer

And that was the day that I promised

E aquele foi o dia que eu prometi

I'd never sing of love if it does not exist

Eu nunca cantaria sobre amor, se ele não existisse

But darling...

Mas querido...

You are the only exception (4x)

Você é a única exceção

Na metade, da musica voltei meu rosto para Tom, que esperava quase tão surpreso quanto eu, que eu tivesse entendido o significado da musica para nós dois... Continuei a cantar a musica, agora toda cheia de sentimentos (mais do que já existiam).

Maybe I know somewhere deep in my soul

Talvez eu saiba, em algum lugar, no fundo da minha alma

That love never lasts

Que o amor nunca dura

And we've got to find other ways

E nós temos que arranjar outros meios de seguir

To make it alone or keep a straight face

Em frente sozinhos ou manter a cabeça erguida

And I've always lived like this

E eu sempre vivi assim

Keeping a comfortable distance

Mantendo uma distância confortável

And up until now I swored to myself

E até agora eu jurei pra mim mesma

That I'm content with loneliness,

Que eu era feliz com a solidão

Because none of it was ever worth the risk

Porque nada disso nunca valeu o risco

But you are the only exception (4X)

Mas você é a única exceção (4X)

I've got a tight grip on reality,

Eu tenho um forte controle sobre a realidade,

But I can't let go of what's front of me here

Mas não posso deixar o que está aqui diante de mim

I know you're leaving in the morning, when you wake up,

Eu sei que você vai embora pela manhã, quando acordar

Leave me with some kind of proof it's not a dream

Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho

Whooa...

You are the only exception (8X)

Você é a única exceção (8X)

And I'm on my way to believing

E eu estou quase acreditando

Oh and I'm on my way to believing...

Oh, e eu estou quase acreditando...

eu terminei de cantar a musica em sussurros. Aquela musica era... era completamente perfeita pra mim.  Tom se aproximou mais um pouco, enxugou uma lagrima no canto do meu rosto, e me beijou. Profundamente e deliciosamente. Dessa vez, eu nao senti os olhos dos demais se desviando da cena, todos olhavam com olhos contentes, nao que eu realmente tenha visto, só que a energia que dava de se sentir ali durante aquele beijo era incrivel. Depois que Tom me largou, todos no carro aplaudiram, e assuviaram.

- Fernanda arraaaaaaaasa!- Georg gritou- Tanto cantando, como tambem o coraçao do Tom- ele completou

Eu ainda nao tinha conseguido tirar os olhos do rosto do Tom, e nem ele do meu.

Fiquei o resto dos minutos em choque: como aquela musica foi parar la no meio? De quem era aquele Pen Drive? Ah, que confusao. Belo dia o meu (nao sei se falo ironicamente (?))

Nao conseguia mas pensar em nada, só em mim e no Tom.

Quando percebi, haviamos chegado a praia

:Todos nós descemos do carro, e contemplamos a bela praia deserta á  nossa frente.

-Ah! Que lindo! - Bill exclamou

Seguimos para a areia, que estava quente. Todos corremos como crianças em direção a água. Os garotos começaram a apostar corrida, só pode.

 No caminho, tiraram as camisetas, fazendo me rir da diferença drástica entre os corpos: Gustav todo fofinho; Georg, o fortão; Bill, o anoréxico; e por ultimo, Tom, o gostoso definido. Todos já estávamos na água quando resolvi tirar a blusa, eu estava de biquíni, fazendo Tom – lógico - olhar pra mim com uma expressão tão feliz

Continuamos brincando na água. Ate que Tom me puxou pelo braço, me beijou e me abraçou forte.

-Quer dar uma volta?- perguntei

Ele sorriu e disse:

- Claro- soltou minha cintura e segurou minha mão com forca.

- Eu te amo- ele disse

Eu lhe abri um sorriso

- É recíproco- eu disse

Ele me abraçou novamente, e nos distanciamos dos demais.

- Tom- eu disse parando já quase no fim da praia

- Fala Fernanda- ele falou parando junto comigo.

-Não quero te perder- eu disse sentindo meus olhos se encherem d'agua, novamente.

Ele virou as costas para mim

-Fernanda, não sei o que vamos fazer- ele começou- Só não sei como vou conseguir mais viver sabendo que você esta aqui...me esperando... Não sei se serei capaz de suportar ver, sentir você  sofrer por minha causa- sua voz agora estava extremamente angustiada

-Tom- chamei- A culpa não é sua, não se culpe eu também me apaixonei por você. E eu vou sofrer, e inevitável ficar longe de você me trás uma dor imensa. Mas seria muito pior se eu não sentisse isso por ti. Seria muito pior se eu não soubesse que você me ama também- continuei, agora as lagrimas que eu sentia em meus olhos começaram a cair

- Fernanda- ele se virou e me abraçou- Não chore, por favor. -ele sussurrou-me ao pé do ouvido. Eu lhe abracei forte, como se a minha vida dependesse dele (e agora dependia) dependesse daquele abraço  para me manter inteira

- Eu proponho uma coisa- ele falou agora afastando me rosto de seu ombro e enxugando as gotas de tristeza, alegria e ódio que por ali escorriam

- Quer ouvir?

- De você, ate o pior xingamento do mundo eu quero ouvir- eu disse com a voz rouca do quase choro.

Ele sorriu e respondeu:

-Porque não paramos de pensar nisso agora e vivemos o momento que podemos viver?

Eu ponderei aquilo por alguns instantes

-Tem certeza?- fiz uma careta

- Querida - ele pegou me rosto com as mãos- Se a gente pensar nisso o tempo todo, vamos acabar brigando , como hoje mais cedo, ou no mínimo vamos ficar chateados, não concorda?

A única coisa que eu consegui fazer foi assentir com a cabeça, pois Tom já estava bem próximo de mim. Tom me beijou mais urgente e mais apaixonadamente que antes. Tom estava me preenchendo em todos os lugares, eu só consegui sentir Tom em mim. Respondi ao seu beijo ávida, como se aquele fosse o último. Mas sabia que era o primeiro de muitos que estavam por vir.