Estávamos todos reunidos na casa de Áries. De fato algo estranho ocorreu e no final de contas, Atena, O Grande Mestre, os anciões e as amigas da Atena desceram até aqui.

-Céus, o que houve aqui? – indagou a amiga loirinha de Atena, a Felícia.

-Perséfone enviou um de seus guerreiros, uma amazona com asas de fada. – respondi.

-Andrey, isso quer dizer...

-Sim. – confirmei. – A batalha começou...

Felícia me olhou tristemente. Senti um misterioso cosmo me envolver, mas não soube de quem era. Era um cosmo quente e cheio de amor.

-Mas o que queria uma amazona sem nos atacar para valer? – indagou Amajones.

-Uma de nossas essências...

Haku nos respondeu de um jeito que parecia o contrário do estilo dele, tímido e gentil. Estava tão frio quanto os golpes de um guerreiro do gelo.

-Como é que é? E... e... o que é esse treco de "essência", hein? – perguntou César.

-Dizem que quando voltamos a vida, como outra pessoa, nossas lembranças anteriores ficam presas em "caixas". Essas lembranças são um pedaço da nossa alma, essas são as essências. Vocês sabem que fomos na vida passada, não? – e todos fizemos um sinal de "sim" com a cabeça. – A minha foi a de um assassino, e sempre carregava uma sensação de chumbo aqui – ele bateu no peito. – E do nada ela sumiu!

-Mas se ela acha que vai nos enfraquecer assim, ela pode sonhar a vontade! – exclamou Claude.

-Não creio nisso. Nossa força fica inabalada com isso. É provável, que... NÃO! – Haku ia nos contar algo e parou, pálido.

-O que? – perguntou Lira.

-Essa técnica amaldiçoada, Perséfone não poderia usar ela! – ele continuou seu pensamento alto.

-Fala logo, cavaleiro! – disse Carol.

Ele engoliu seco, fechou os olhos fazendo uma cara de nojo e por fim disse:

-Na minha terra, sabem que existem várias famílias tradicionais que mexem com magias em geral. Já muito, e bota muito, tempo que minha família parou de usar essa técnica. Trata-se de uma habilidade de ressucitar os mortos e faze-los de fantoches! Terra da sepultura, parte do corpo e a alma do falecido... – ele abriu os olhos e nos olhou. – Ela vai trazer os antigos cavaleiros de ouro num corpo falso de barro e usar nossa alma para move-los!

Ficamos chocados com a suposição de Câncer. Carol fez o sinal da cruz e bateu em Haku:

-Isso é magia negra! É um pecado, uma heresia!

Haku coçou o local onde Carol havia batido em sua cabeça e disse:

-Para você pode ser e para mim também, por isso os Kamino deixaram de realizar essa magia há tempos!

Os dois se encaravam friamente.

-Eu não acredito nisso tudo que você falou e sabes bem! Além disso... – ela parou e pareceu olhar fundo nos olhos de Haku. – Aquilo que me assustava em você sumiu!

Haku pareceu iniciar um sorriso mas ela logo disse:

-Não se alegre. Ainda não vou com tua cara! – e quando ia sair...

Ouvimos um som de moto. O cavalo de ferro rugia tal como um leão e entrou num mortal dentro de Áries. O capacete do piloto era negro, como a armadura que vestia. Estacionou a moto como profissional e desmontou da moto e revelou ser uma garota pelo corpo e não tirou o capacete.

-Trago um recado para Escorpião...

Tremi, senti que tinha algo haver com minha irmã.

-Esse cosmo...

Um dos anciões se manifestou. Era Shiryu e ele parecia ora aborrecido, ora impressionado.

O capacete se virou para ele e ele continuou:

-Essa voz e esse cosmo... Sim, eu conheço bem!

-Escorpião... Agora se decida, ou acabe com os cavaleiros ou ordeno Milla e seus soldados de destruírem a todos! – disse a piloto, voltando a atenção a mim.

Ricky rapidamente correu até ela e com um soco arrancou o capacete. Ela caiu na escadaria da entrada. Tinha cabelos longos e brancos e se levantou com dificuldade até e voltou a caminhar até nós. Shiryu pareceu ter um ataque, pois de sua boca saia apenas balbucios:

-Nã... Não pode... ser...

E então, quando a piloto finalmente chegou até nós a ponto de ser visível:

-Mei! Você também?

Ricky se virou para Shiryu, espantado:

-Mei? Mas quem é ela?

-Mei Suiyama era a minha filha que morreu no esporte que mais gostava: corrida de moto. Faltava apenas três meses para ela se casar e num dos circuitos ela sofreu um acidente e se foi. Mei também foi uma excelente lutadora. Mas agora usa o que aprendeu comigo para o mal... Perséfone lhe trouxe uma nova vida, hum?

-Você está acabado, não, papai? – ela disse isso na maior ironia. – Sim, foi ela e com o bônus de uma cor de cabelo melhor do que o preto que herdei do senhor e da mamãe!

Ela olhou para Carol com desprezo:

-E quem é essa pirralha que tem o cheiro de minha mãe?

Carol ficou branca e suava frio, enquanto recuava assustada. Mei ergueu a mão e apontou seu dedo contra ela:

-GREATEST RACE! (Grande Corrida)

Ela não terminou o ataque, pois a amazona que nos atacou chegou, parando sua mão:

-Milla de Fada?

-Huh, Mei, deixe meus lindos fantoches lutarem...

Mei puxou seu braço grosseiramente e olhando Milla com extremo desprezo.

-Faça como queira, estou indo para junto da senhorita Andréa. – disse montando a moto e acelerando sumiu.

-Espere! – gritei ao ouvir o nome de minha irmã.

Claude pousou sua mão no meu ombro e me acalmou com seu tranqüilo cosmo. Milla estalou os dedos chamando seus soldados...

Eles entraram, com armaduras negras como as sapuris dos espectros de Hades.

Eram doze ao todo, e como temia Haku, eram os nossos antecessores. Carol se escondeu atrás de Haku, apontando para Máscara da Morte:

-É e-... ele... Ele me dá medo!

Haku olhou Carol, que por um instante pareceu se aclamar com o olhar dele. Ele pousou suas mãos nos ombros dela e disse:

-Fique para trás ou de preferência saia daqui... Leve suas amigas e Atena, por favor...

-Não, mas e você? Eu não vou sair daqui! – respondeu a garota.

-Eu também não vou sair, Andrey!

-Felícia...!

-Nem eu! – respondeu Salete.

-E eu! – terminou Atena.

Haku tentou convencer de novo Carol:

-Saia daqui! Lutar é meu dever!

Máscara da Morte se aproximou rapidamente de Haku e lhe meteu um chute muito forte no estômago dizendo sacarsticamente:

-Esse é novo cavaleiro de Câncer? Não brinca!

-Máscara da Morte! Parece que a maldade já vem de você mesmo...

-Ora, se não é o Dragão... Está bem mal-acabado...

Ricky pulou na frente do cavaleiro, que ia atacar seu mestre e o jogou longe com um soco.

-Não chegue perto de meu mestre! – ele não terminou a sentença e foi pego por Dohko, que literalmente, voou no pescoço dele, tentando esgana-lo. E no fim, todos os cavaleiros seus respectivos sucessores.

-Saga! Acorde, Saga! – implorava, enquanto eu lutava.

-Mu, acorde, esse não é você! – dizia Nami.

-Aldebaran, lute contra essa força maligna! – disse Amajones!

-Aioria! Sempre me disseram que você era bom! Demonstre esse lado bom! – falava Mushu.

-E você, Aioros, se sacrificou por Atena e agora vai destruí-la? – disse Li.

-Shaka, um cavaleiro tão próximo a Deus não pode se deixar levar por uma magia barata! – gritava Lira.

-Shura, essa força da maldade... Você pode estraçalhar com a Excalibur! – dizia Nabir.

-Aí, camarada, meu rei, frieza é no seu ataque, visse? Você tem um coração ardente que sei, viu? – disse César.

-Afrodite, você sempre se achou belo, mas a verdadeira beleza estará agora se você destruir o que te controla! Vamos você consegue! – gritou Claude.

-Miro, onde está a agulha que irá sempre proteger Atena? Não é isso que jurou fazer? – gritou Gibson.

-Dohko, você ensinou o meu mestre e reencarnou em mim. Você e Atena me guiaram até aqui e mesmo sem ter convivido com você eu sei bem como você ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ! – Ricky elevou o seu cosmo e fez com que Dohko caísse no chão. Ele acabou de se levantar e...

"Roshi!"

Um cosmo, cheio de fé surgiu e vinha de Carol. Ela chegou perto de Dohko e o abraçou. Ele tentava inutilmente sair daquele abraço.

"Acorde, Mestre Ancião! Eu acordei antes só pra isso! Que olhos são esses, frios e sem sentimento? Esse não é você!"

Carol parecia ter saído de si. Estava chorando e era outra pessoa... Aquele cosmo continuou falar:

"Eu nunca pude fazer nada de grande, sempre fui grata ao senhor, Mestre, e agora? Por que não acorda, eu ainda preciso de sua presença!"

Seu choro aumentou um pouco mais! E escutamos bem fraquinho, uma voz:

-Shun...rei...

Carol balançou a cabeça positivamente. E sorrindo falou:

"Você acordou... ainda bem..."

Dohko balançou a cabeça, com toda certeza estava se sentindo tonto. Então ele falou para Carol:

-Atena... Ela lhe deu um dom para esta época... não é?

"Sim!"

-Use-o, para libertar os outros... – ele se levantou, apoiando-se em Carol.

Aquele cosmo misterioso e cheio de sentimentos se espalhou pela casa de meu amigo. E em todas as línguas eu ouvia uma oração... Aquela que aprendi desde pequeno... Uma oração cristã, mas parecia libertar cada um dos cavaleiros de ouro.

"Pai nosso que estás no céu

Santificado seja seu nome

Venha a nós o vosso reino

Seja feita a sua vontade

Assim na Terra como no Céu."

Aos poucos, com a oração seguindo, todos começaram a acordar. Milla olhava a sua volta, sentindo-se perdida. Sua derrota seria eminente!

Com todos os cavaleiros de novo a sua consciência, ela tentou de novo controla-los.

-Você achou que nos mandaria? Somos cavaleiros de Atena, e jamais iríamos contra ela e destruir o mundo que amamos e que protegemos no passado. – tomou a palavra Dohko. Ele virou para nós. – Protejam esse mundo, vocês terão nossa ajuda.

-Seiya, Shiryu, Shun e Hyoga... Ajude esses cavaleiros de agora, temos certeza que esta nova Atena está em boas mãos – falou Mu.

-Nós vamos voltar para nosso verdadeiro lugar e derrotar essa menina imprudente! – disse Miro.

-Humpf, como vão voltar? Suas almas estão presas a esses corpos de barro! Somente se eu quiser eles voltam! E também se me matarem, suas almas não voltaram ao corpo! – riu Milla.

-Para isso tem um bambino aqui que pode fazer esse serviço, no, novo cavaleiro de Câncer? – riu Máscara da Morte.

Haku, ainda um pouco abalado com o golpe do mesmo cavaleiro que agora brincava com ele, assentiu com a cabeça.

Milla começou a andar para trás, tremendo:

-Vão acabar com uma mulher?

-O problema,é que você é péssima o bastante para ir para o mundo dos mortos rapidinho. Sabemos que é viva há mais de 200 anos, matando jovens virgens para usar suas almas para sobreviver até aqui! – disse Shura.

-Vamos então? Adeus, nova geração dos cavaleiros! – disse Saga, elevando seu cosmo e em posição de ataque.

Todos nós ali presentes chorávamos. Dohko e os outros já em posição de ataque. Então, Libra falou:

-Deixamos nosso legado com vocês!

"STARDUST REVOLUTION! (Revolução Estrelar!)

GREATEST HORN! (Grande Chifre!)

GALAXIAN EXPLOSION! (Explosão Galáctica!)

SEKISHI KI MEKAI HA! (Ondas do Inferno!)

LIGHTING PLASMA! (Cápsula do Poder!)

TENBO HOURIN! (Tesouro do Céu!)

ROZAN HYAKU RYU HÁ! (Cólera dos Cem Dragões!)

SCARLET NEEDLE! (Agulha Escarlate)

ATOMIC THUNDERBOLT! (Relâmpago Atômico)

EXCALIBUR!

AURORA EXECUTION! (Execução Aurora!)

BLOODY ROSE! (Rosas Sangrentas!)"

Um enorme clarão se fez. Deu para ver Haku se concentrando para fazer as almas voltarem ao seu lugar! Quando tudo voltou ao normal. Milla e os outros cavaleiros tinham sumido, eles se sacrificaram de novo. Fui até o local onde estava Miro e achei um terço branco que era de minha irmã. Teria ela botado em Miro de propósito?

Haku estava sentado no chão, respirando com dificuldade. Pelo visto ele não usara cosmo, e sim, uma outra força desconhecida nossa...

Carol sumiu para as próximas casas e vimos brilhantes gotas saírem de seus olhos. Parecia que não tinha acabado tudo daquele jeito, mas foi...

-Devemos raptar Atena e forçar os cavaleiro virem aqui! – disse Andréa. Usaremos a força de seu cosmo para trazer nossa deusa num corpo físico! Mei de Carro, Saya de Louco, Misa de Estrela, Mari de Lua, Delia de Sol, Heidi de Mago e Lizy de Sacerdotisa, vamos para o Santuário!

Continua...