As Estrelas do Amanhã escrita por Casty Maat


Capítulo 7
Coração


Notas iniciais do capítulo

Gentiii, esqueci que tinha que por aki x.x

Vida doida xD



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Capitulo 7 – Coração

-"Caroru"!

Eu saí em disparada atrás dela assim que percebi que ela tinha sumido. Ainda tinha um pouco de dificuldade de falar o nome dela, que possuiu um som que não tem em minha língua mãe.

-Carol! Volte, o que está acontecendo com você? – alguma hora ela teria que parar, se para um cavaleiro subir aquele mundão de escadarias já é complicado, imagine uma humana normal...

-Pare de perseguir! Haku!

Cheguei mais perto, aí o misterioso cosmo que se manifestou na hora em que Dohko e os outros surgiram, apareceu novamente! E vinha de Carol! A luz daquele cosmo me fez perder o equilíbrio e caí.

-Caroline Vargas!

Ela parou e olhou para mim com susto. Atena me disse que seu nome era esse. E falei.

-Droga, devo voltar para meu livro sagrado e orar muito! Aquilo não foi bom! – ela reclamou.

-Salvar-nos? Não importa, aquilo foi bom sim... Sua encarnação passada nos salvou!

-Não existe isso!

Corri até ela e segurei seus braços:

-Mas pra mim, sim...

Ela me encarava com um pouco de medo, com surpresa e tinha algo em seu olhar de diferente. Nos encarávamos e senti meu rosto enrubescer e meu coração acelerar. O que era isso que sentia?

Ela tentou me empurrar, mas segurei com mais força.

-Me larga!

-Todos estamos preocupados com essa sua corrida repentina! – disse eu. – E eu estou preocupado com você, Carol... Por que tem tanto medo de tudo?

-Eu não tenho medo!

-Tem sim! – aproximei mais o meu rosto do dela. – Todos temos, até eu tenho.

Ela me olhou sem crer em minhas palavras. E eu continuei:

-Medo de que Atena morra e meus companheiros também... E medo de vê-la sofrer...

Não sei por que falei aquilo. Será que o golpe de Máscara da Morte afetou minha mente? Não sei, falei o que meu coração quis.

-Haku... Você está gostando de mim?

Corei e meu coração parecia sair do meu peito.

-Por que se sim, desista, jamais poderei te amar! Meu pai já escolheu um noivo para mim e...

-Carol, quem vai casar? Você ou seu pai?

Ela me encarou assustada.

-Me diz, Carol! Você é você, não é igual a teu pai, menina. E se eu tiver gostando, eu farei tudo para você ser minha namorada e um dia, minha esposa! Tenha certeza disso! Mas e você, por acaso tem medo de gostar de mim?

Seus olhos tremiam brilhantes e ela amoleceu, eu sentia isso no meu peito, batendo forte. Eu me aproximei mais e mais e nos encontramos num beijo.

Saya veio até mim e disse:

-Senhorita Andréa, eu mesma posso ir e trazer Atena! Confie em mim...

-Huh, então vá. Ia enviar uma mesmo...É claro que os cavaleiros irão vir até o Xanto. O nosso palácio mágico as margens desse rio será o túmulo desses santos!

Saya me olhou curiosamente e com desconfiança.

-O que te incomoda? Saya de Louco...

-Você... Por que assume tanto as tarefas de lady Perséfone? Onde fica sua armadura? – disse ela, quase elevando a sua voz.

-Lady Perséfone está presa nesta estátua e precisa de uma sacerdotisa. Minha armadura está num lugar seguro, tenha fé disto. Lady Perséfone não gostaria que nós lutássemos, mas não temos escolhas. E como porta-voz da nossa majestade, eu lhe ordeno que fique em silêncio e faça o que lhe foi mandado!

Ela se calou e saiu, fazendo uma reverência. Fiquei só na sala e olhando a estátua de Perséfone falei...

-Saya está desconfiada de mim... Eu estou na minha nova forma nesta terra, fazendo a alma desta menina me obedecer e perder a consciência de quem realmente é. Devo destruí-la, ainda não é hora de saber de tudo...

Carol me empurrou.

-Você me beijou de novo! Seu cretino!

-Me desculpe... Não sei o que deu em mim... – disse, corado.

-Mesmo tendo um noivo, eu gosto de outra pessoa, que aparece em meus sonhos! Um rapaz de cabelos negros e muito compridos, maiores que os meus e os seus! – disse, passando a palma da mão na boca.

Aproximei-me dela de novo e ela se desviou.

-Droga, Carol. Eu gosto de você! Você não acredita em mim?

-Não me interessa isso! Eu detesto você! – e saiu, voltando para a casa de Áries.

-CAROL! EU TE AMO! – gritei, numa desesperada tentativa de faze-la voltar. Mas ela parou e depois continuou a correr!

Depois de toda bagunça voltamos cada qual para seu lugar de parecia estar com raiva. Vi que caiu um papel de suas mãos e peguei. Era o mesmo papel do dia que ela apareceu e fiquei espantado com o vi. Era um desenho de meu mestre quando era jovem! Eu tive a oportunidade de ver as fotografias dele.

-Carol. – chamei-a, antes de ela sumir na penumbra de Câncer. – Onde você copiou isso?

-Não copiei de lugar algum, Ricky. Este rapaz me aparece em sonhos, pedindo que eu volte, tipo isso. Por que, você o conhece?

-Esse é o meu mestre, quando era jovem. É um dos três senhores que acompanham o Grande Mestre... – lhe respondi.

Ela estava pálida. Como podia sonhar com alguém que não é mais desse jeito e nutrir um amor singelo tal dela?

-Hoje, você perdeu a consciência e chamou Dohko de "mestre". Dizem que sou a reencarnação dele. Para você sonhar com meu mestre na mocidade e ter dito isso... Ah, é isso mesmo. Dohko sussurrou "Shunrei", você só pode ser...

-Chega! Eu não acredito em papo de reencarnação... – ela me interrompeu. – Nem sei quem é Shunrei, e eu não sei como fui me interessar por esta história!

-Shunrei foi a esposa de meu mestre... E ela morreu há 150 anos... Carol, se você é mesmo a reencarnação dela, está explicado o medo que você tem dos olhos do Haku... – disse eu.

Carol saiu batendo os pés de raiva. Por que ela era tão fechada com outros assuntos? Estrela se aproximou de mim e falou, como se adivinhasse meus pensamentos:

-É de uma família muito religiosa e educação rígida. O pai dela é da regra "faça o que digo, mas não faça o que faço..." já que não é um bom cristão e faz tudo ao contrário. Carol se sente como uma forma de fazer o pai sair desse mundo, achando que deve rezar em dobro para salvar o pai... Pobrezinha...

-Então ela é do tipo que acha que uma coisa é certa e não tem como discutir... Céus, espero que um dia o coração e a mente dela amoleçam e que ela viva feliz...

-SAYA!

-Mari de Lua... O que faz aqui?

-Andréa mandou nós voltarmos e nos recolher. O Santuário está em agitação, é melhor esperar...

-Não acha estranho a senhorita Andréa? Sempre se fazendo de a dona do mundo, como se ela fosse nossa fonte de inspiração para as lutas.

-Acha que a senhorita Andréa é a Perséfone? Ora, ela é a guerreira mais poderosa e por isso nossa deusa a fez sua sacerdotisa. Tanto que ela recebeu a carta da Morte no tarô...

-Sempre que ela está conosco, lady Perséfone não se manifesta, mas quando ela não está, seu cosmo brilha e de forma muito estranha...

-Saya, chega, né? Andréa de Morte e nossa lady Perséfone são duas pessoas diferentes! Vamos, vá para seu Baralho, são ordens de nossa lady e de Andréa!

Saya sai contrafeita e vai para seu templo sagrado, o chamado "Baralho", seu Baralho é o Louco... Mari segue em frente, ela pertence a um nível de Baralho maior que Saya...

-Do que tem medo, Caroline? – indaguei a ela. Carol estava com muita raiva e não dizia nada.

Repeti a pergunta, e ela me respondeu ríspida:

-Nada!

-Impossível. Todos nós temos medo, até eu, um cavaleiro de ouro... Eu já te disse...

Ela murmurou algo pelos dentes. Perguntei-lhe calmamente o que ela havia dito:

-Solidão... – foi a resposta.

-Solidão? Por que, se tem amigas maravilhosas?

-Por que sou diferente... Por que sou a "senhorita perfeição", a menina de vidro, protegida pela Bíblia da sua família e que não pode se vestir como qualquer uma...

-Preconceito e solidão, você quer dizer? Não se preocupe, disto não deve temer. – a acalmei, que se exaltava novamente. – Atena, Felícia e Salete são suas amigas verdadeiras. E a maior prova é que elas não se importam como você é!

Sentei na cama, para tirar as sandálias. Ela se sentou ao meu lado, e depois se encostando à cabeceira da cama, tocou meu ombro, fazendo sinal para que sentasse ao seu lado. Ficamos em silêncio por uns cinco segundos e caiu um trovão, prólogo de tempestade. Ela se assustou com o trovão e me abraçou.

-E tenho medo de trovoada... – disse ela sem jeito, abrindo um tímido sorriso.

Ela descansou a cabeça no meu ombro, depois do abraço e me disse:

-Você tem um abraço muito gostoso, sorte de quem casar com você... Você é bondoso e me traz paz e segurança...

-E você me traz luz, Carol, em meio esse meu destino triste de lutar eternamente e carregar o passado nas costas... – disse eu, me referindo com passado, Máscara da Morte. – E você, está mesmo gostando do cara do sonho?

-Acho que não... Não podemos fazer o passado voltar atrás, temos que viver apenas o que nós vivemos agora. – ela me respondeu.

-O que seu coração diz? – perguntei olhando para ela.

-Que devo te dar um voto de confiança... – pausa. – E gostar de você, Haku...

Seus olhos brilhavam tanto, pareciam diamantes! Ficamos em silêncio, ela encostou sua cabeça no meu peito e eu a abracei pelo lado, cobrindo ela com um lençol. Ficamos ali, ouvindo o som da chuva cair. Quando dei por mim, ela adormeceu em meus braços.

-Caracas, o cosmo do Haku ta diferente, visse?

Somente eu, Nami, César e Amajones continuávamos ali em Áries. César comentou sobre o cosmo de Haku, geralmente tímido e tristonho, estava tranqüilo, e suave, cheio de sentimento e confiança.

-Mas sabe que essa sensação me lembrou o vatapá da minha mainha na panela de barro, oxente! – disse nostálgico o cavaleiro de Aquário.

-Vatapá em panela de barro? Que coisa ridícula, hoje em dia ninguém usa panela de barro! – falou Amajones.

-Usa sim!

-Não usa, só panela de alumínio. Brasileiro é tudo burro, ai, ai...

-Não somos não. Meu rei, tu fala isso por que o Brasil joga futebol melhor que vocês, argentinos! Nós estamos de 123 a 93, visse? – provocou César.

Amajones e César queriam uma briga por conta de paises rivais no esporte.

-Somos mais inteligentes que vocês, sim! – gritou o Touro.

-Não são!

-Somos!

-Não são!

-Somos!

-AAAAAAH, CALEM A BOCA VOCÊS DOIS! – gritou Nami, bem estressado.

Eu fiquei só olhando a cara engraçada de César, dando uma de desentendido e Amajones saindo mal-humorado.

-Aí, Andrey, nós vamos passar teu país ainda na ginástica, viu? Vou indo, que amanhã tenho mais o que fazer, visse? Tchau! – e saindo, César foi, batendo os pés de forma engraçada.

-Espero que Eric não se incomode com as maluquices de César...

-O que disse, Andrey? – perguntou Nami.

-Eric, meu irmão gêmeo... Ele é professor voluntário em algumas aldeias da região onde nasci na Rússia. Adora literatura mundial, um verdadeiro pedagogo...

-Será que teu irmão não é a reencarnação de Kanon?

-Sei lá, acho que desta vez não. Senão, viveríamos brigando, tenho certeza disto.

No dia seguinte, acordei muito feliz. Carol já tinha se levantado, vestindo aqueles eternos vestidos de beata, perecendo estar de mal-humor.

-Carol-chan...?

-Pare de me chamar assim! – ela gritou e eu estranhei. – Se acha que falei tudo aquilo, olha aqui...!

Ela me mostrou um termômetro, e estava apontando uns 37º. Estava febril... Seria por isso que ela me abraçou? Senti-me muitíssimo chateado com tudo aquilo.

-Carol, eu não creio que você estivesse...

-Delirando? Sempre tive isso... Toda vez que ficava com febre.

Abaixei meu olhar, cai sentado na cama e ela saiu. Foi bom até, pois comecei a chorar, e meu coração doía com aquela peça que o destino me fez. Iludiu meus sentimentos, foi tudo um delírio de Carol...

-Haku! – Nami me chamava, mas estava nem aí. Continuei mergulhado na minha ilusão, num pequeno lago triste que queria se formar com minhas lágrimas.

No final, Nami adentrou meu quarto.

-Cara, que te aconteceu? Ta parecendo uma cachoeira! – disse ele se aproximando, ajoelhando-se ao meu lado.

-Carol... Eu gosto dela, mas ela... ela... parece mais amar um fantasma! Disse que me daria uma chance, mas ela estava tão febril e delirou...

O cavaleiro de Áries sorriu:

-Ama esta senhorita? Eu já devia saber... Mas acho que desistir não é a melhor opção. – ele tentou me acalmar.

-BAKA! É melhor que tudo tenha tido esse desfecho! Não é bom que ninguém namore aqui, eu já disse noutra oportunidade! – eu o interrompi, não crendo nas minhas palavras.

Ele me fitou, pálido de susto. Devo ter feito uma feição de raiva, sei lá. Nunca tinha sentido tanto aperto assim no meu peito.

No final, todos nós nos reunimos em frente à estátua de Atena. Faríamos ali uma reunião sobre Perséfone. Eu cheguei primeiro e Atena estava lá. E ouvi o que seu coração dizia através das delicadas bocas da jovem menina que ela voltou...

-Saori Kido... Será que sou mesma Atena? Será que cumprirei tua vontade, teu sonho?

-Tenho a certeza que se sairá melhor que ela... – falei.

-Libra...

-Atena, seu cosmo está acordando lentamente, eu sinto isso...

-Pare! – ela elevou sua voz. Me espantei com a autoridade da delicada dama. – Não me chame assim, por favor...

-Também não gosto disso. Todos dizem que sou a reencarnação de Dohko, mas... Droga! Eu sou o Ricky, o Ricky e não ele! – me exaltei então.

Ela estava no laguinho que ficava aos pés da deusa, dizem que se formou com as lágrimas de Saori, que chorava de preocupação por Pégaso. Entrei um pouco e ao dizer isso ela veio até mim.

-Vamos caminhar juntos, Ricky... Com o mesmo sentimento, com a mesma sensação. Estrela e Ricky, não Dohko e Atena.

-Good Aferternon! – era Gibson, dando boa tarde. Que milagre, seria o "efeito Andréa" que causou tudo isso?

Junto com ele estava Mushu, César, Nabir, Andrey e Nami. Olhei-os, esquecendo de olhar para Atena. Ela caiu de joelhos. Teria escorregado no limo? Mas aí, vi que ela respirava com dificuldade e olhava Andrey fixamente.

Meu ar desapareceu, do nada. Aquela crise, que uns achavam que era asma, mas na verdade não, me atacou. É como se uma fenda em minha garganta surgisse e dali saísse meu sopro, minha vida. Minha visão embaçava e a imagem de Andrey, Mushu, César, Nabir, Nami e Gibson se transformaram em outras pessoas. Seriam Saga e os outros?

Escutei Ricky me chamar:

-Atena... Estrela!

Vi uma espada dourada nas mãos daquele que estava no lugar de Andrey.

-Saga...

Me ouvi murmurar aquilo e depois, tudo era negro, tudo era inaudível, tudo era insípido, tudo insensível. Tudo perdeu seu perfume...

Cai naquela poça gigante e depois, nada sabia.

(Flashes que surgem ferozmente na mente de Andrey)

-... Não hesite... Corte minha garganta com ela...

Me vi em frente da outra Atena, a quem chamavam de Saori Kido. Segurava uma espada dourada.

-... Assim vocês estarão livres desta dor e agonia... Já não terão que carregar isto.

Eu tremia muito. E por que via aquilo tudo?

-Atena... Você, você... – murmurei sem saber por que.

-Saga...

Com esse nome me toquei do que acontecia. Uma memória flutuante...

Levamos ela para o quarto. O que houve com Atena?

Continua...


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