As Estrelas do Amanhã escrita por Casty Maat


Capítulo 5
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Notas iniciais do capítulo

Agora o bicho começa a pegar =D



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Estava uma noite agradável. Jamais esperaria sentir uma noite assim que não fosse em meu país. Saí para a entrada e vi a Lua, dominando o céu com sua luz de prata. Um vento gelado passou por mim e um arrepio nada bom também me dominou.

-Gibson...

Ouvi aquela voz. Parecia mais adulta, mas não podia ser. Aquela voz me chamou. Olhei rapidamente para trás e não vi nada e então adentrei um pouco meu salão.

-Gibson...

De novo, daí me virei para direção da entrada e vi uma moça em frente a luar. Sua franja caia nos olhos e como estava de costas a luz da Lua, seu rosto era sombra. Apontei minha Agulha Escarlate para ela.

-Não está me reconhecendo, Gibson?

Ela levantou a cabeça e pouco da luz, uma penumbra, deu para reconhece-la. Quase caí para trás. Era impossível. Não, não podia ser ela!

-Se lembrou de mim? Finalmente!

-N... Não pode ser... Impossível. – eu gaguejava. Jamais me imaginei naquela situação. Meu corpo congelou e senti um calafrio correr minha espinha. – Você já...

-Morri? – disse a criatura ante mim, como se fosse algo normal a situação.

-E na minha frente! Você não pode ser a... a... a minha irmã...

Ela vestia um longo vestido negro, e seu cabelo estava mais longo que a própria saia do vestido. Ela se aproximou de mim.

-Não pode ser você, Andréa. Você morreu...

-Naquele dia, há sete anos, sim! – completou ela, sombria. – E você pode ter um destino parecido, pode viver eternamente! É só fazer o que lhe mandar. Não haverá lutas e viveremos eternamente felizes, irmão!

Recuei um pouco e refiz minha posição de luta.

-O que?

-Me traga a cabeça de todos os cavaleiros de Atena e da própria deusa!

Fiquei nervoso para caramba. Reforcei mais ainda minha posição, ficando num ataque-defesa.

-O que me disse? Não jamais eu farei isso! Sou um cavaleiro de Atena, e mesmo sendo minha irmã eu não farei esta vontade. – parei olhando sua expressão imparcial, ficar ligeiramente brava. – Pra quem você serve, Andréa?

-Sirvo a deusa que me deu nova vida e ela quer se vingar de Atena pela morte de seu esposo há 200 anos! Lady Perséfone!

Arregalei meus olhos e com o susto voltei dois passos para trás. Andréa ficou em seu lugar.

-Perséfone, a rainha do Mundo dos Mortos? – abaixei minha cabeça, concluindo os fatos. – Então, foi ela que te deu uma nova vida, foi por isso que seu corpo sumiu?

Levantei minha cabeça, cheio de raiva.

-Me diz, Andréa! – gritei.

-Sim, e não foi só isso, ele me deixou com um corpo de 18 anos, sendo que eu deveria estar com um de 11! Tudo para que eu a servisse como a representante da carta de tarô da Morte, uma serva leal a ela! – ela me respondeu. – E então, Gibson? Vai me fazer isso agora?

-Nunca! Se você é uma inimiga, então não terei dó: SCARLET NEEDLE! (Agulha Escarlate)

Ela desapareceu em meio as minhas agulhadas. Parei exausto, respirando com dificuldade. Foi uma ilusão, desejei, mas foi real demais... Era Andréa.

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-E aí, inglês? Como vai?

Cheguei todo animado, após um treininho para não enferrujar. Ia visitar meu irmãozinho, há algumas casas da minha.

-Li...

Gibson estava sentado no meio do salão de sua casa, ainda vestindo sua armadura sagrada. Estava olhando para a entrada, seu rosto estava preocupado e os olhos fundos de sono. Com toda certeza, ele não dormira.

-Gibson, o que houve com você? Está com uma cara péssima! – eu fiquei preocupado. Geralmente ele viria com cinco pedras na mão e ele falou meu nome na maior calma.

-Li, quais as chances de uma deusa do mundo dos mortos voltar?

-Acho que todas... – lhe respondi, para mim ele não falava coisa com coisa...

Ele abaixou a cabeça e sua franja escondeu parte do rosto. Ele me escondia algo, mas se ele quisesse mesmo me dizer, já teria dito.

-E de uma pessoa morta há sete anos, ainda criança, voltar com um corpo de 18?

-Eu não sei... Uma, acho impossível alguém voltar da forma que você diz e segundo é que eu acho que ninguém gostaria de voltar mais envelhecido. – respondi de novo.

-Mesmo se for para ficar com um poder maior? – ele me indagou, sem olhar para mim. Estava estático, a não ser pela mão, que fechou com tanta força. – Nós já fomos crianças, Li, e o sonho de qualquer criança é crescer, não é?

Fiquei quieto. Sobre que e quem ele falava?

-Eu não queria crescer. Queria ser criança para poder continuar a brincar com meu irmão. Ser um pouco o Peter Pan, sabe?

-Você ia passar por aqui, não? Vai logo!

Ele voltou a ser mal educado. Mas ainda sim, ele não se moveu. Passei na frente de e vi uma pequena pocinha d'água na direção em que a cabeça se encontrava.

-Gibson, tem algo te incomodando? Fala, cara! – tentei mais uma vez convence-lo a falar.

-VAI EMBORA!

Ele gritou comigo desta vez. Minha presença ali só prejudicaria a situação. Então saí de uma vez.

Ele se levantou e foi para algum lugar de dentro da sua casa. Parei no segundo degrau e fiquei vendo ele ir embora: um andar cambaleante e soluçava, ou melhor, chorava.

Li estava passando pela minha casa e tinha acabado de chegar ao Santuário.

-Meu, o Gibson tava mó esquisito! A gente estava conversando na boa, parecia até um sonho por que ele não havia sido mal-educado. Daí ele ficou mal-educado e por fim saiu do lugar parecendo chorar... – me contou Li.

-Chorando? O "senhor over-power" chorando, que coisa não? – ironizei.

Ele passou por mim e falou:

-Mas o que me preocupa foi o que ele falou... Me parece eu ele falou algo sobre "rainha do mundo dos mortos"... Na mitologia grega, quem se encaixa nesse perfil é...

-Perséfone. – completei. – A esposa de Hades e filha de Deméter. Mas por que ele falou isso?

Li deu de ombros. Nos olhávamos para a casa seguinte a minha, Escorpião. Li então começou a andar no sentido para Áries.

-Bom, deixa eu indo. Fiquei de ir tomar café na casa do meu irmão, ok? Não gostaria de vir comigo?

Ri...

-Não, tenho algo a fazer... – respondi olhando a casa de Escorpião. – Vou convencer o cabeça dura a sair de sua casa e parar de ferroar todo mundo...

-Visse, nesse angu tem osso sim...

Olhei para cima, e numa das partes que sustentava o teto estava César, dependurado que nem morcego. Li e eu levamos um susto.

-Ei, o que está fazendo aqui? – indaguei.

-Visse, meu rei? Vim te fazer uma surpresa... Visse, posso não? – me respondeu César com a expressão mais engraçada possível.

Saímos daquela casa, deixando César ali.

-Ei, ei, Ricky, Li... Oxente, ô seus dois, me ajudem cá a descer. Ai, meu painho!

Escutei alguém bater na minha casa. Não liguei, fiquei no meu quarto sentado no chão, olhando para o chão. Eu estava com cara de choro e não podia deixar ninguém ver eu desse jeito e abraçado o retrato de Andréa...

-Gibson, você está aí, não está? Vamos, quero falar com você!

Reconheci a voz de Ricky. Ele tinha voltado dos Estados Unidos então. Enxuguei meu rosto e deixei o retrato de minha irmã no chão do quarto e fui para o salão. Tenho muita inveja desse cara! Estava confuso, com raiva e magoado, por isso o ataquei, desprevenido.

-Gibson!

-SAIA JÁ DAQUI! VÁ PARA SUA CASA OU SIGA EM FRENTE! – gritei.

-Li me contou que estava meio esquisito e vim saber como você está... – disse ele.

-ESTOU MUITO BEM, SAIA DAQUI! SCARLET NEEDLE!(Agulha Escarlate)

Ele se desviou do meu ataque e saltando para trás continuou a falar:

-Calma, só quero saber o que aconteceu, não precisa querer me matar!

"Me traga a cabeça dos cavaleiros de Atena e dela própria!" – recoou em minha mente a fala de Andréa. Parei meu ataque na hora e cai ajoelhado no chão, escondendo meu rosto...

-Sai daqui, Ricky... Por favor... – murmurei.

-O que? Não escutei direito, escutei? "Por favor" que você disse? – perguntou ele ironicamente.

Não agüentava mais e comecei a chorar, baixinho, mas comecei...

-Me deixa só, vai embora!

Ricky se aproximou de mim e eu continuei:

-Vai e pense em algo para dar para sua irmã. Em histórias para contar para ela... Seja apenas um bom irmão...

Ele se ajoelhou diante de mim, ficando na mesma altura que eu.

-Por que está me falando isso? – ele me perguntou.

-Por que eu sei o que é perder uma irmã... – levantei a cabeça, já não tinha como escapar da conversa e tudo aquilo já estava explodindo no meu peito. Ele ficou boquiaberto com minha expressão triste.

-Irmã? Então você também tinha uma?

-Eu a deixei morrer, eu a deixei morrer. Tudo foi culpa minha! – disse aumentando o tom da minha voz e balançando a cabeça como se tudo aquilo tirasse as lembranças da morte dela. – MINHAAA!

-Calma, tenho certeza que tudo n...

-E agora, ela é nossa inimiga...

Ele arregalou os olhos, sem entender o que estava acontecendo.

-Como?

-Perséfone a ressuscitou e agora é uma serva dela... TUDO MINHA CULPA, TUDO MINHA CULPA!

Ricky me meteu um tapa no rosto me trazendo a realidade de novo.

-ISSO NÃO É CULPA DE NINGUÉM, GIBSON, DE NINGUÉM! – ele começou a gritar. Ricky era razoavelmente pacto, só imaginaria ele nervoso numa luta, e agora ele que gritava comigo. – ESSAS COISAS ACONTECEM, QUER NÓS QUEIRA, QUER NÓS NÃO QUEIRA!

Fitei os olhos verdes dele, estavam cintilando tanto como a Antares, e eu me assustava com tudo aquilo. Ele se levantou e foi saindo e parou na entrada de minha casa:

-Vamos, venha tomar um café em minha casa e depois... – ele disse num tom mais sério. – Vamos falar com o Grande Mestre sobre a Perséfone.

E ele saiu de vez. Fiquei ali, olhando ele se distanciar cada vez da casa de Escorpião. Eu o olhava perplexo, me sentindo um pouco mais leve e um pouco com dor.

Local - Atenas, Grécia, sem identificação exata.

Uma jovem com uma armadura de tom negro se aproximava de uma estátua. Cabelos ruivos cor de fogo e olhos levemente avermelhados brilhantes, e asas de borboleta ou algo parecido e ela se ajoelhou ante a estátua.

-Milla? É você? – uma voz ecoou no local, uma voz feminina.

-Sim, lady Perséfone. Milla de Fada está aquí.

-Milla, você já fez o que lhe mandei? Os corpos de barro? – falou novamente Perséfone.

-Sim, os poucos restos mortais dos antigos cavaleiros e a terra já estão tudo no formato que deseja. Falta apenas as essências deles... Para isso, devemos enviar alguém que saiba disfarçar o seu cosmo e apanhar estas essências. – respondeu Milla.

-Então vá e nos traga, para iniciar nossos planos...

-Sim!

E Milla saiu, após uma reverência.

Gibson apareceu em casa com uma roupa de couro preta. Era um tanto colada, e sua expressão voltara a forma irritada.

-Ah, olha só! No dia da festa você tirou onda com a roupa do Andrey, por ser muuuito colada, mas agora, olha o rasgado falando do remendado... – eu disse, brincando com Gibson.

-Hunf, essa é a única roupa preta que tenho. Me sinto em luto! – ele puxou uma cadeira e se sentou. Fiz um sinal para que ele se servisse e ele arrumou um café com leite e pegou uma grapefruit e colocou mel. E arrumei umas torradas com suco de laranja.

Ele comeu uma colherada da grapefruit e voltou a falar:

-Droga... Por que isso ta acontecendo comigo, hein? Agora minha irmã é minha inimiga.

-Ela não poderia estar sendo controlada também? – supus uma idéia menos dolorida para ele.

Gibson me olhou um pouco assustado.

-É... Andréa não diria tudo isso em sã consciência...

Comemos o café da manhã e vestimos nossas armaduras para irmos ao salão do Mestre. Começamos a subir e em Capricórnio, encontramos Nabir que nos olhou curiosamente.

-Ih, acalmou a fera inglesa? – brincou o turco.

-De boa, Nabir, por favor, não brinca com Gibson, que ele não está bem. Ah, e é melhor vir conosco. – falei.

-Tá... Vamos, apesar de não saber, mas você diz que é melhor...

E em todas as casa que passávamos os outros cavaleiros iam se ajuntando e por fim chegamos no salão do Mestre. Ele estava sentado no seu trono.

-O que aconteceu? – indagou o Grande Mestre.

-Gibson tem algo a dizer... – cutuquei o escorpiniano. – Não É, Gibson?

-Perséfone, deusa dos mortos, se levantou...

O Grande Mestre saiu de um pulo do trono.

-O que, Perséfone? Como sabe disto? – perguntou o Mestre.

-Minha irmã, que morrera há sete anos, apareceu para mim e me disse... E outra: Perséfone deu a ela um corpo de 18 anos, sendo que ela deveria estar com um de 11...

-O que está havendo aqui?

Era a Estrela, com os meu mestre e os outros dois anciões, que estavam sempre perto do Grande Mestre.

-Seiya, por que eles estão aqui? O que está havendo? – disse Hyoga.

-Perséfone...

Eu me aproximei da casa de Áries e escondi meu cosmo. Entrei na primeira das doze casas. O cavaleiro de Áries se virou para mim:

-Quem é você?

-SONO MÁGICO! – lancei meu ataque de sono.

O cavaleiro de Áries desmaiou aos meus pés antes que pudesse elevar seu cosmo e com um jarro mágico, capturei sua essência passada, o pedacinho de sua alma, o Mu.

Segui para a próxima casa e tudo ocorreu igual, mas chegando em Libra, não achei ninguém e então me escondi com minhas habilidades, esperando que o cavaleiro daquela casa chegasse. E não demorou para que ele, e outros que iam para a próxima casa chegassem, surgi na frente deles e os fiz dormir. Libra, ainda custou para adormecer e olhou profundamente nos meus olhos e por fim caiu, vencido pelo Sono Mágico.

Capturei suas essências e saí daquele lugar e voltei para junto de lady Perséfone.

Acordei devagar... Uma garota com armadura negra com asas de borboleta surgiu do nada e nos fez dormir. Como ela havia chegou até Libra? Como não sentimos sua presença? Quando acordei, vi Ricky, Nabir, César e Claude desmaiados no chão.

Corri para a próxima casa, preocupado com meus colegas e em todas vi os cavaleiros desmaiados, mas em Áries, Nami estava acordando, e tonto murmurou:

-O que aconteceu? Ah, Gibson!

-Fomos atacados por uma amazona esquisita... Tudo bem com você?

-Ela é muito ágil, me derrubou antes de fazer minha Parede de Cristal... Mas quem é ela? – continuou a falar, ainda muito tonto.

-Não sei o nome, mas é provável que seja serva de Perséfone. Deve ter vindo trazer um "recado" da deusa.

Nami parece ter acordado com aquelas palavras, arregalou os olhos e repetiu:

-Perséfone?

Fiz um "sim" com a cabeça e logo todos os cavaleiros dourados estavam reunidos na casa de Áries, assustados. E preocupados.

==============

-Pode iniciar, Milla.

Falei com Milla para que iniciasse a magia do novo corpo de barro.

-Por que agora a nossa senhora não está falando? - me perguntou a amazona das fadas.

Abri meus braços e falei:

-Ah, Milla... Sabe bem que nossa mestra precisa descansar para seu grande governo que a espera! Vamos, nós, as Amazonas do Destino, estamos esperando!

Ela abriu o jarro mágico e cada "bola de fogo" seguiu para um dos corpos de barro ali no chão. Um estrondo se fez e aos poucos, aqueles corpos dos cavaleiros da última geração, refeitos com a magia de Perséfone acordaram. E com suas novas armaduras negras se ajoelharam ante mim, a verdadeira representante da nossa deusa. O antigo cavaleiro de Escorpião tomou a palavra:

-Estamos aqui para servir a Perséfone. Dê-nos uma ordem e nós a cumpriremos... Eu, Miro de Escorpião, juro.

-Então, vá ao Santuário a quem serviu no passado e traga as cabeças dos cavaleiros de ouro atuais e de Atena.

E num coro me responderam todos:

-Sim! – e saíram.

Uma de nós falou comigo:

-É seguro isto? Será que não farão o mesmo que fizeram com o Imperador Hades?

-Saya de Louco, fique calma, esse feitiço os impede de agir como querem, são nossos brinquedinhos... Agora, teremos o Santuário para nossa deusa! – respondi.

Saya voltou para a sombra. E ficamos apenas vendo os cavaleiros se distanciarem...

Continua...


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