As Estrelas do Amanhã escrita por Casty Maat


Capítulo 4
Volta




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-Ai, ai, visse? Tu é uma Atena muito da corajosa!

César falava, com seu sotaque muito engraçado. Sim, este era o nome do cavaleiro que me fez acordar com seu grito.

-Aquele menino parece ter formiga no corpo de tão ruim, visse, meu rei?

-De que constelação ele é? – perguntei.

-Escorpião... Gibson de Escorpião. – respondeu Ricky. – Aliás, César, por você mesmo não resolveu?

Ele riu e respondeu:

-Sabe, meu rei, eu evito o máximo possível entrar em atrito, viu?

Finalmente chegamos ao salão. Os outros cavaleiros de ouro seguravam Andrey, que se irritava. Seu corpo brilhava de uma forma incrível.

-Então, meu caro, ta nervosinho? – atacava Gibson. – Por que só falta, seu cabelinho já ajuda...

-Olha aqui, não me confunda com o antecessor do Claude! E nem me compare com a outra personalidade do meu antecessor! – respondeu Andrey.

-Nãnãnãnã! Explode esse seu cosminho de quinta se for capaz ou vai se deixar ser preso pelo seus amiguinhos, hein, mulherzinha! – atacou mais uma vez!

Andrey deixou aquela luz que o envolvia mais forte e os que segurava caíram no chão. Ele saiu correndo e ia dar-lhe um soco. Foi aí que eu gritei!

-CHEEEEEEEEEEEEEGA!

Não me lembro de ter gritado desse jeito e comecei a respirar muito rápido.

-Já basta, Escorpião e... E... O outro aí que ainda não sei o nome... Parem de brigar. Guardem suas energias para algo que realmente valha a pena!

-Ih, a nova Atena ta nervosinha... – ele, que também estava com uma luz que envolvia o corpo, apagou essa luz. – Se temos que obedecer logo de cara uma pirralha que acabou de chegar...

-NÃO A DESACATE! – gritou Andrey.

-BASTA! – gritei.

Andrey olhou para mim, com uma cara um tanto desanimado. Ele se ajoelhou ante mim e disse:

-Me desculpa... Não farei isso de novo.

Gibson atacou de novo.

-Háhá, vai se esconder atrás de mulher, é?

Um dos cavaleiros, que usava máscara, se aproximou e meteu um soco em Gibson. Os outros dourados bateram palmas e Haku, que tinha uma tremenda marca de mão na cara, falou:

-Aê, valeu "garota Naru"!

O outro, ao seu lado, de cabelo de tom claro completou:

-É mesmo, deu uma boa lição, Lira.

Escutei uma risadinha vinda de dentro daquela máscara que a menina usava. Gibson se levantou, tonto com o soco. Lira virou-se para ele:

-E tu, não ouses a desacatar Atena. Lembre-se que nós a serviremos a partir de agora!

-Qual é, ô menina, tu não manda em mim, falou? – retrucou o escorpiniano.

Gibson sai dali, batendo os pés de raiva, se dirigindo para sua casa zodiacal.

-Esse aí vai ser duro de conviver! – suspirou um dos dourados, bem grande.

-Pois é, visse, Amajones! – comentou César.

-Alá, dê-me uma paciência enorme para aturar esse cara como vizinho. – rezou um outro garoto que mais tarde vim saber que seu nome era Nabir.

-Humpf, depois da encrenca, acabou a festa! Já vou para minha casa, Mushu... – disse um, cuja armadura tinha asas douradas.

-Boa noite, mano Li! – respondeu um garotinho, que usava também uma das armaduras douradas.

E Ricky mais uma vez me levou até o recinto do Mestre para que eu fosse para meu quarto.

-Por que eu tinha que vir dormir justo aqui?

Eu não me continha de raiva. Num sorteio de palitinho eu cai para dormir na casa daquele que tenho um "irc" do tal do Haku.

-Fizemos um sorteio, portanto foi justo... É até arrumar um local mais apropriado para você e suas amigas dormirem... – disse aquele cavaleiro, na maior calma.

-Moça direita não dorme em casa de rapaz solteiro! – retruquei.

Ele olhou para mim, com uma cara de espanto! Que estranho tinha isso?

-Me parece que você não viveu... – disse ele fazendo agora, uma expressão triste. – Você parece ter não só medo de mim, mas de tudo.

Arregalei meus olhos. Medo? Eu não tenho medo! Ele se aproximou de mim e eu encostei na parede.

-Você tem medo de algo. Não bem medo, mas um conflito parece acontecer dentro de você... Seria o conflito entre o seu sentimento e do seu "passado"? – disse ele, pensativo.

-Já disse que não creio em vidas passadas!

Ele segurou meu queixo e olhou nos meus olhos:

-Eu já vi esses olhos em algum lugar. Será que mim vida passada, o cavaleiro Máscara da Morte de Câncer por algum acaso não te matou numa outra vida?

Ele largou o meu queixo, e eu tremia e me segurava para não chorar. Ele me fazia sentir medo, eu via em seus atos uma bondade enorme, mas tinha medo dele, algo dentro dele!

-Fique com minha cama, eu vou dormir no salão. Não quero que pense mal de mim, não sou uma pessoa má ou com segundas intenções. Longe de mim tudo isso.

Haku saiu, pegou lençóis e um travesseiro e estendeu num sofá, retirou sua armadura e de dentro dela, ele apareceu num quimono. Então deitou-se no sofá e fechou os olhos.

-Cavaleiro...

-É Haku... Prefiro que use meu nome.

-Fique com sua cama, você teve ter dormido nos piores lugares e...

-Você é minha visita aqui, e visita tratamos bem.

Ele fechou os olhos novamente e fiquei a observa-lo mais um pouco e por fim, fui me deitar.

Levantei contente, peguei minhas malas e deixei no salão. Fui até o Salão do Mestre e fui avisa-lo que estava indo para minha terra, ver minha irmã.

-Já vai? Sente-se e tome um café conosco. – disse aquele a quem o mestre chamou de Hyoga.

-Ricky?

Atena tinha acabado de acordar e vestia um vestido branco, regata.

-Eu achei esse vestido, resolvi vesti-lo, achei legal... – disse ela para o Mestre.

-Ah, sim, ia lhe dar esse vestido. Foi da Saori, a última encarnação de Atena conhecida, antes de você.

-É mesmo, o vi na holografia.

Ela veio até mim e me perguntou:

-Onde você vai?

-Voltar para minha terra, sinto falta da minha irmã... Antes de vim para cá, tive um pesadelo envolvendo ela e fiquei preocupado...

Ela abaixou a cabeça. E colocou na minha blusa um broche dourado de uma asinha.

-Achei isto e achei uma graça. Ia ficar com ele, mas tome, leve e dê para sua irmã. Diga que é um presente de Atena, ou melhor, de Estrela!

Me voltei então para o Grande Mestre:

-Poderei um dia trazer minha família para cá?

O Grande Mestre se levantou e disse...

-Vou ver o que posso fazer. Acho um pouco cedo e trazê-los para cá seria um pouco complicado. Vá e faça uma boa viagem!

Fiz uma reverência e sai. Peguei minhas malas e fui em direção ao aeroporto. Um pouco depois me encontrava na minha terra. Tinha mandado um e-mail para minha irmã e quando sai da área de desembarque...

Meu mano estava bem grande e mal o reconhecia. Ele ainda estava com a tererê que fiz antes dele sair. Estava um formoso rapaz!

-Ricky!

Gritei, espantada. Meu mano veio correndo, largando a mala e uma caixona gigante, dourada para trás.

-Elza! Você cresceu muito minha irmã. – ele deu um suspiro e concluiu. – Mas ainda é a minha irmãzinha!

Ele coçou forte minha cabeça e eu achei ruim.

-Ah, não, não me chame de pequena, não sou tão criança. Tenho doze anos!

-Doze anos... Se eu ficar sabendo de algum rapaz...

-Eu não tenho namorado... Aaaainda.

-Mas ele vai ter que falar comigo mesmo assim, nem que o mande por Fedex para a Grécia! – disse ele brincando.

-Grécia?

Eu arregalei meus olhos. Meu maninho estava morando na Grécia?

-É onde os cavaleiros de ouro ficam... – disse ele na maior tranqüilidade, como se fosse algo comum.

Fiquei muito triste. Será que ele nunca mais moraria com a gente? Com o papai e a mamãe?

-Elza... Não fique triste. Vou dar um jeito de levar você e os nossos pais para o Santuário. – ele suspirou e terminou. – Aqui, já não dá mais, papai já está com complicações na área dele... Lá não irão passar necessidades.

Eu olhei nos olhos verdes do meu irmão. Tinha o mesmo cabelo cor de ouro que ele, mas meus olhos eram castanhos. Aliás, toda a família tinha olhos castanhos, só ele tinha o tom esmeralda nos olhos. Fomos para casa, eu estava feliz por meu mano ter voltado, mas triste por que ele ia partir.

-O Ricky foi ver a irmã dele, qual o problema Gibson?

Nabir estava descendo para ir ao mercado, ver se achava alguma especiaria de seu país. Encontrou Gibson sentado na soleira de uma janela no salão de sua casa, mais irritado que no dia anterior.

-Irmã? Ele tem uma irmã? – eu cheguei, perguntando.

-Ah, a pirralha que invadiu o Santuário e que dormiu na casa de Gêmeos. – Gibson abriu os olhos e virou se para mim de braços cruzados.

-Pirralha? Olha seu... Eu já tenho dezesseis, sabe?

-Senhorita Felícia, o que veio fazer aqui? – me perguntou Nabir, gentilmente.

-Ia visitar a Estrela, oras!

Eles me olharam sem entender nada. Suspirei e falei com pouca vontade:

-A Atena...

Eles agora davam um "Aaaaaaaah!" de entendimento.

-Há, aquele tal de Ricky é um gatinho, não? Parece que Estrela está interessada, não a vejo assim desde que levou um fora do Marquinhos. Bom deixa eu ir, tchau!

E fui andando, mas escutei o bastante...

-Hunf, então o loirinho tem uma irmã...? Grande coisa! – Gibson deu um tom de "to nem aí" para o assunto.

-Ora, grande coisa por que? Deve ser tão bom ter irmão... – suspirou Nabir.

Gibson saiu da soleira e olho nos olhos de Nabir.

-Vai passar, passa! – e saiu, um pouco cabisbaixo. Nabir o viu sumir num corredor e por final, saiu daquela casa também.

Flashbacks misteriosos

Gibson estava numa rodinha de briga e uma menina de cabelos vermelhos, estava chorando e gritando.

"Larguem ele, podem me bater, mas não machuquem o meu irmão!"

"Não se meta, Andréa!" – gritou Gibson, todo machucado e apanhando bastante.

Andréa entrou na roda e empurrou o "chefão" do grupinho e este a empurrou para a rua.

"ANDRÉAAAAAAAAAA!"

Não deu tempo e um carro a pegou.

-Gibson!

Eu havia chego na casa de Escorpião, ia encontrar minha amiga Estrela. Sai de mais uma discussão com Haku e vi Gibson caído no chão do salão de sua casa. Ele estava soando e muito pálido.

-Ah, aqui virou o salão das invasoras agora?

Ele falou muito mal educado comigo. Ah, mas tudo bem, aquilo foi o bastante e fui em frente. E ainda escutei:

-Girls...

Ah, minha casa! Quanto tempo não via meus pais. Abracei eles tão forte! Que saudades!

Deixei minha armadura no meu quarto. Estava tudo do jeitinho que eu havia deixado.

-Vou buscar sua avó com sua mãe, se importa se ficar esperando muito? Já havíamos prometido a ela de irmos lá busca-la. – disse o meu pai, pegando a chave do carro e saindo.

-Não... – respondi.

Eles saíram e logo a campainha tocou e fui atender. Uma garota de cabelos rosas (pintado) com uma tigela com um monte de pedaços de bolo estava lá. Ela nem olhou pro rosto meu e foi dizendo:

-Dona... Minha mãe mandou trazer esses pedaços de bolo e...

Eu conhecia aquela voz... Era da minha antiga vizinha, que vivia me perturbando, dizendo que um dia ia se casar comigo.

-Penélope?

Ela olhou sem jeito para mim. Seus olhos brilhavam de alegria e surpresa.

-Ah, Ricky! – ela me abraçou. – Você voltou! Que bom, que bom!

-O que tu fez no cabelo, menina?

-Pintei. Ficou bonitinho...?

-Bem a sua cara... CARA DE MALUCA!

Eu não gostava quando ela se fazia de sonsa para ver se conseguia alguma coisa. Isso me fazia querer distancia dela. De resto, era uma boa pessoa.

-Puxa, Ricky... Magoei. Vi que tu tinha chego, ou melhor, na hora imaginei, daí vim trazer esse bolo que fiz...

-Ah, bem a sua cara também se fingir de boba, algo que você não é. – peguei um pedaço e deu uma mordida. – Está muito bom!

Era bolo de laranja, o meu favorito. Só perdeu para o da minha mãe. Penélope foi embora, em meio as suas maluquices e então entrei.

-Mano, vamos comigo até a casa da Kira? Fiquei de levar esse livro para ela...

Fui acompanhando minha irmã e alguns quarteirões nos deparamos com um grupinho que vivia nos importunando quando morava lá, antes do meu treinamento. Elza se escondeu atrás de mim.

-O que está levando aí, Elza? Ei, olha só, o rato de computador voltou.

-Antony, você por aqui, não tinha ido para num reformatório? Ah, é mesmo, é filho do presidente de uma grande loja, o que o dinheiro não faz?

Ele se aproximou de mim. E me encarou:

-E voltou com uma lingüinha um tanto afiada... Mas deixa já que te curo!

Ele fechou a mão e me deu um soco no rosto. Eu não me movi. Abri meus olhos em desdém e disse:

-Humpf, chama isso de soco, Antony?

Ele recuou, não acreditando que havia resistido a um de seus socos. No passado, eu era o típico rato de computador, e vivia apanhando de todos os valentões da escola e do bairro. A situação agora mudou da água para o vinho.

-E então, Tony, não vai querer me curar?

Ele veio correndo, tentando me dar chutes, socos e tudo o mais. Eu desviava com lentas andadas, estava até tedioso.

-Se acha que é tão bom, por que não me ataca, hein, "Ratoldo". Vamos, venha!

-Se eu te atacar, você fica de hospital uns seis meses no mínimo! – respondi.

Peguei uma pedra, e queimando um pouquinho do meu cosmo s destruí. Todo o bandinho de Antony se estremeceu. Mas ele veio para me atacar de novo.

-Idiotas, vão cair nesse truquezinho? – ironizou Antony para seus amigos.

Mas quando ele chegou a uma boa distancia, apenas levantei meu braço e soquei o ar, que com o meu cosmo, fez com que a pressão "levasse" meu soco até o rosto dele. Por fim, Antony caiu desmaiado no chão.

Elza e eu fomos entregar o livro, enquanto a turma de Antony o levava para casa, apavorados.

Voltamos para casa e jantamos com a presença da vovó. E levamos ela de carro a sua casa e voltamos para casa. Avisei que teria que voltar ao Santuário no dia seguinte, mas que daria um jeito de convencer o Grande Mestre deixa-los morar lá comigo, na casa de Libra.

Fui dormir. Que falta senti daquela minha cama e das minhas coisas, que deixei na minha cidade.

No dia seguinte peguei minhas coisas, e quando estava de saída, Elza me pediu uma coisa.

-Mano, deixa arrumar essa tererê.

Foi um sacrifício desfazer essa tererê de seis anos. Mas conseguimos e ela fez outra, com novas miçangas.

-E outra coisinha, maninho... Essa é a sua armadura, não é?

Fiz um "sim" com a cabeça.

-Veste ela para nós vermos como fica...

Fiquei em duvida se era certo ou não por a armadura assim. Mas resolvi colocar, já que minha irmã estava tão interessada.

-Ela é linda!

Os olhos da minha irmã brilhavam tanto quanto a estrela mais brilhante do céu e ela começou a deixar os olhos mareados e veio me abraçar, chorosa, não se importando se armadura poderia machuca-la se me abraçasse muito forte. Ela murmurou:

-Não vai, não...

Retribuí o abraço e deixei ela encostar a cabeça dela no meu peito e encostando meu queixo na cabeça dela eu falei:

-Tenho que voltar, prometo que volto e espero que quando voltar, Elza, que seja para leva-los para a Grécia.

Estava me segurando para não chorar, mas pelo espelhinho da sala vi meus olhos cheios de água.

-Posso ir te visitar nesse meio de tempo?

Quando ela falou isso me lembrei do broche que Ate... Quer dizer, Estrela deu para eu dar para minha irmã.

-Atena lhe enviou esse broche de presente.

-É muito bonito e vai me fazer lembrar de você, por que é do mesmo dourado da sua armadura. – disse ela, com um choro mais calmo. – Eu ainda vou lá ver o Santuário, eu vou sim!

-Claro, por ser minha irmã eles deixam você entrar sim!

Foi a despedida mais dura, depois daquele em que me levou para a China. Mas essa dorzinha chata não se compara aquela grande surpresa que esperaria um colega meu.

Continua...


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