As Estrelas do Amanhã escrita por Casty Maat
Notas iniciais do capítulo
Lembrando que essa fic foi originalmente postada no FF.net
Entrei na casa de Libra, minha mais nova morada e fui logo para o quarto e a primeira coisa que fiz foi colocar o retrato de minha irmã na mesinha-de-cabeceira. Algumas coisas eu guardei e outras não tirei da mala, já que amanha já iria viajar, voltar ao Brooklin. Eu fui tomar um banho e me vestir para a festinha e quando saí encontrei um bilhete que dizia para irmos com a armadura. -Ricky... Era a voz da Lira. Fui até lá, eu ainda estava com uma camiseta simples e calça jeans. Ela já vestia sua armadura de ouro, a reluzente armadura de Virgem. -Posso entrar? – ela me perguntou. -Claro, acho que ainda não me sinto dono daqui. Ela adentrou ao salão de minha casa e começou a falar. -Obrigada por me defender, pedir para esperarem por mim... Nunca ninguém fez isso por mim. -Acho que teria feito. -Não quando não conheço. Infelizmente fui criada num meio um pouco egoísta. Agradeço por também me ensinar a ser boa. – disse ela. Fiquei sem palavras, antes de poder dizer algo ela virou-se e saiu correndo. Estávamos chegando. O olheiro me guiava até o Santuário, estávamos perto do portal. -Esta é sua nova morada, senhora. -Peço que não me chame assim, me chame pelo meu nome, Estrela. Esta história de "Atena", "senhora" está me incomodando. – disse. Ele assentiu com a cabeça. E continuamos a entrar. Ele continuou a conversa: -Hoje é o dia da entrega das armaduras. Acho que você ainda chega para a festa de boas-vindas. -Eu acho que não entendi. Armaduras, cavaleiros... É tudo muito confuso. – murmurei. -Tudo será explicado... Ainda há tempo. – ele me respondeu. Eu estava andando pelo Santuário, já trajando minha armadura sagrada, para achar o local da tal festa, quando vi uma menininha chorando. -O que foi? Ela levantou os olhinhos brilhantes e cheios de água para mim. -Ele quebrou a patinha. – disse mostrando o cachorrinho, um filhotinho de vira-lata. -Onde tem bambu aqui? Ela me apontou uns arbustinhos e fui até lá e cortei um pedacinho e dividi ele em dois. Voltei para lá e perguntei: -Qual patinha ele quebrou? -Esta, senhor cavaleiro. -Segura delicadamente que vou por esse bambu aqui. – puxei a fita que amarrava meu cabelo longo e castanho escuro. Segurei o bambu e amarrei a fita para prender os pedacinhos. – Agora é só não deixar ele tocar o chão por uns três meses. -Obrigada, cavaleiro. – respondeu a menina com um sorrisinho. -Não foi nada... – ela me abraçou e me beijou na bochecha e saiu com o cachorrinho no colo. -Você parece gostar muito de animais, Haku. Era o Nami. Ele estava também trajando sua armadura. -Acho o desenho da sua armadura mais bonita que a minha... – ri. -Ah, a sua não é tão ruim. Esses chifres são um pouco grandes. -Já achou o local da festa? – ele fez um "sim" com a cabeça. – Então vamos juntos, daí podíamos conversar, não é? E saímos dali conversando. O olheiro me levou até local da festa e vi vários rapazes com coberturas douradas como o do rapaz com quem sonhei anteriormente. Um deles, com um elmo que parecia terminar nuns nozinhos e um coma ponta fina como a agulha de um escorpião me olhou e deu uma risada e levantou o dedo indicador e como se algo digital se formasse e apareceu uma unha comprida e vermelha. -Acho que vou zoar um pouco. – murmurou ele. – AGULHA ESCARLATE (Scarlaty Needle)! Vários fios vermelhos vinham em minha direção. Um rapaz pulou na minha frente e me defendeu com um escudo em seu braço. Parecia com a armadura que vi em meu sonho. -Gibson, se não fosse por mim, você teria acertado a menina! -Olha aqui, ô loirinho, eu não ia atingir ela com minha Agulha Escarlate, só ia dar um susto. – respondeu o menino que me atacara. -Que susto, não? Tanto que atingiu meu escudo... – ele se virou para mim. – Você está bem, senhorita? Quando vi seu rosto, me assustei. Era o garoto que vi em meu sonho. Ele também me olhou assustado. E então começou a situação engraçada, pois falamos as mesmas coisas ao mesmo tempo: -Eu já te vi em algum lugar! -Você apareceu no meu sonho! -Estava vestindo uma armadura! -E estava todo ferido... – falei. -E você estava chorando... – ele disse. Foi aí que nossas falas se desencontraram. E começamos a rir sem motivo. Os outros rapazes nos olhavam sem entender. E então chegaram mais dois, que entenderam menos ainda. Um dos que chegaram, com cabelo liso e longo fechou a cara e saltou correndo atacando algo atrás da pedra. -ELEVAÇÃO DA ENERGIA ESPIRITUAL (Sekishi ki)! A pedra se quebrou e três garotas escondidas apareceram. -Ai, agora deu problema! Eu devia ter segurado vocês! – disse uma voz, que para mim era muito conhecida. -Carol? Salete? Felícia? – indaguei. -Atena, elas invadiram o Santuário, você deve dar uma punição! – me disse o olheiro. E num coro único, os jovens com armaduras douradas disseram espantados: -ATENA! -Elas são minhas amigas... Devem ter me seguido até aqui... Como clandestinas, né? -Foi idéia da Felícia! – gritou Salete, apontando para a loirinha. -E você ajuntou, Salete. – retrucou Carol. As meninas olharam para Carol, com certa malicia: -E você, santinha? Por que se meteu sabendo que ia levar um super ferro do seu pai? -Eu... Eu não... Eu não sei! – disse ela, gaguejando, deixando cair um papel. Felícia pegou o papel e viu o desenho de um rapaz. Carol cozinhava e desenhava maravilhosamente. -Wow! Já sei por que! Veio procurar esse rapaz, hein, Ca? Carol pegou o papel com uma grosseria que nunca vi nela e ficou vermelha. -Não sou uma paqueradora como você Felícia! Meu pai já me escolheu um noivo e não posso fugir desse compromisso! – e saiu correndo sem direção. O rapaz que quebrou a pedra saiu atrás dela. -Bom, fiquem para festa vocês também. Vou visitar minha família. – disse o olheiro saindo. -E Carol? – indaguei. -O rapaz que saiu correndo, o Haku vai traze-la. É uma boa pessoa. – acalmou-me o rapaz que me salvou. – Posso já convida-la para uma dança, senhora Atena? Eu corri atrás daquela menina, que saia assustada. Ela tropeçou numa pedra e caiu. Antes que ela voltasse a correr, peguei em seu braço. -Me larga, você quase me matou! – ela gritou. -Desculpa, não foi por mal. Pensei que era um inimigo... Ela me olhou nos olhos e sua boca tremia. -V...Você... – balbuciou. – Você tem olhos maus...! -Como? – indaguei. -Não essa carcaça. É alguém aí dentro que me assusta. – disse ela. Arregalei meus olhos. E segurei ela mais de leve... -Menina... Desculpe, eu não queria te assustar. -ME LARGA! – ela gritou e no susto acabei por beija-la. Ela se assustou e no fim ficou calma fisicamente, mas reparei que ela tinha se assustado muito com minha ação. -Er... Me desculpa, eu... eu... – balbuciei, vermelho. – Vamos voltar, Atena está preocupada com você. E fomos andando, devagar. -Acho que sei o que você viu... Deve ter visto minha vida passada dentro de mim... Ele era mal. – disse. -Você não devia ter feito aquilo! – disse ela irritada. – Eu tenho um noivo, que meu pai escolheu. -Seu pai escolheu teu noivo? Isso é muito ridículo. Como vai amá-lo? – a indaguei. -O amor se constrói com o dia. Foi assim que eles se casaram. -Pena que você pense assim...O amor nasce de dentro, sem motivo. – murmurei. -Você disse "vida passada"? – ela me indagou. – Vidas passadas não existem. Só existe uma única alma para um único corpo. -Você não acredita em reencarnação? Acho estranho pessoas assim, mas existem realmente. – parei e observei a garota, que me olhava ainda com raiva. Enrubesci. – Desculpe, é que sou de uma religião que crê, talvez você não seja. Minha família cuida de um templo importante no meu país, o Japão. -Japão... Uma terra que me lembra coisas, mesmo sem ter ido até lá. Às vezes sonho com um casamento lá. -Você gostaria de se casar lá? – perguntei. -Não é isso! – ela me olhou mais furiosa. – Eu sonho, do verbo "sonhar", ato de "imaginar" histórias dentro da mente num sono. Entendeu agora? Ela voltou a olhar baixo e murmurou algo, que achou que era só que ouviu, mas eu também escutei: -Casamento... Humpf, não existe amor sem motivo. Estávamos dançando. Atena sorria, e não parecia aquela jovem que nos meus sonhos chorava ou se entristecia. Mas sim, era ela sim! -Qual o seu nome? Ela me perguntou, enquanto puxava para fora do salão. E eu atrapalhado, a seguia para a viela que passava frente à entrada. -Ricky, cavaleiro de ouro de Libra. -Não esse nome que vocês usam... Seu nome mesmo. Me espantei com a atitude de Atena. Seria impressão ou ela não queria se fazer de Atena e sim, como uma garota normal do dia-a-dia? -R... Ricky Valley... -Maria Estrela Faria. Prazer! – ela me sorriu, amavelmente. Chegamos a parte onde a confusão se armou. Ela se sentou nos restos da rocha quebrada por Haku minutos antes. -De fato a frase da Saori era verdade... – ela falou, pensando alto. -Frase? -"As estrelas de Atena brilham mais belas no Santuário dela!" A frase que me trouxe até aqui. – então ela olhou para mim. – Sua imagem me deu mais coragem para procurar o olheiro do Santuário. -E a sua para completar meu treinamento... – me ajoelhei, ao seu lado. – Fico feliz em servir uma Atena tão gentil e bonita como você... Eu olhei para o céu, em busca da minha constelação. Dizem que para um cavaleiro, quando está em perigo ou em extrema felicidade, nossa constelação brilha intensamente, e a minha brilhava assim. Meu coração acelerou e quase perdi o ar. -Você sabe onde eu vou ficar? – perguntou ela caindo nas minhas costas. – Estou com sono. -Mal anoiteceu. – sussurrei. – Ah, é mesmo, você veio de outro lugar, problemas de fuso. Venha, vou leva-la até o Grande Mestre, acho que ele vai querer vê-la e... Ela adormeceu, deitada nas minhas costas. Senti meu coração acelerar mais ainda e olhei numa pocinha que meu rosto estava vermelho. Retirei Atena de minhas costas e coloquei-a no meu colo. E a carregando assim, a levei pelas Doze Casas. -Me deixa sozinha! Ela bravejou de novo. -Você me disse que tinha uma festa de confraternização, não era? Vai, eu quero ficar só. – e terminou, me empurrando. -Nossa, que foi toda essa grosseria? – era Nami, que vinha até nós. -Esse pervertido me beijou! – disse aquela amiga da Atena, espumando de raiva. E eu, todo vermelho, respondi na mesma moeda: -Olha aqui, eu já disse que foi sem querer e já pedi desculpas e a... – não consegui terminar e ela me meteu um tapa na cara e saiu dali batendo os pés. -Cara, que encrenca que foi arranjar, hein? -Nami, ela parece enxergar algo diferente de mim, que eu mesm... Ele me bateu pelos cotovelos: -Heh, você se faz de tímido, hein, garotão? Come pelas beradas, mas no fundo ta sempre afim de ficar com alguma garota! – disse Nami, gozador. -Ei, não foi assim... E...E...Eu não sou assim não! -Ah, ta todo vermelhinho! Hahahahahahaha! -ELA ENXERGOU DE ALGUMA FORMA O MÁSCARA DA MORTE! Com esse grito desesperado, Nami acordou para a vida. -O que você disse? – disse ele, sem entender direito. -Nós, os novos cavaleiros de ouro, somos a reencarnação dos anteriores. No meu caso, minha vida passada era... -Máscara da Morte de Câncer... E eu, Mu de Áries... – murmurou ele. Rapidamente de uma feição magoada ele sorriu e disse. – Ora, você é diferente, cara! E se está gostando dela... – ele fez uma cara maliciosa. – Tem minha ajuda para conquista-la! -Eu não quero ficar com ela! Aliás, seria bom se nenhum de nós tivéssemos namoradas, por que... – fiquei triste em lembrar deste detalhe. – vamos enfrentar duras batalhas e podemos vir... A falecer. Ficamos a olhar o chão. Minha fala fez com que nós saíssemos de vez daquela festa e retornar o mundo real. Estava acabando de sair de Peixes, quando ela acordou. -Ui, acordei com esses solavancos. Pode me descer? Coloquei-a no chão e segurando sua mão, terminei de subir as escadarias ao recinto do Mestre. Os guardas nos deixaram passar e no salão, vi os senhores (entre eles, meu mestre e o Grande Mestre do Santuário), ajoelhei-me respeitosamente. -Atena acabou de chegar e vim traze-la. Ela entrou e andou um pouquinho até o meio do salão e começou a observar o local com admiração. -Eu queria saber onde vou dormir... Ainda não me habituei ao fuso e estou morta de sono e de cansaço pela viagem. – disse ela, muito tímida. -Hyoga, você pode levar Atena até seu quarto? – falou o Grande Mestre. Nessa hora, César entrou correndo: -Meeeeeeeeeestrinho, aquele guri de Escorpião ta arranjando encrenca, visse? Ele ta discutindo com o Andrey e o negócio ta feio... Como num to acostumado, vim ver o que é para fazer. Sai correndo, antes de sair, fiz uma colocação. -Aquele Gibson curte uma encrenca, colega. Ele ta provocando todo mundo aqui, ainda não reparou? -Espere! Era Atena. Ela parecia ter desistido da idéia de ir dormir. -Vocês dizem que sou a deusa Atena, não é? E que vocês são meus cavaleiros, certo? Será que ele vai me obedecer? -Pelo que reparei no Gibson, não sei... – respondi. Ela ficou séria e correu até mim. -Vou com você! Continua...
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