A Lenda escrita por Cchan
A noite chegava, a temperatura caía, Miroku e Inuyasha saíram para buscar lenha e as moças ficaram organizando o "acampamento". Estas usavam cachecóis e gorros trazidos da outra Era.
Kagome entregou para Sango um pote com uma substância viscosa e esverdeada:
- O que é isto? - indagou a exterminadora de youkais.
- É uma mistura de ervas amassadas, - respondeu - quando não se sentir bem, coma um pouco, se sentirá melhor. A Senhora Kaede me ajudou a fazer.
- Obrigada, Kagome-chan. - sorriu.
Sango andava enjoando muito na gravidez, por isso, a amiga encarregou-se de ajudá-la como podia.
Aquele dia havia passado tão rápido, mesmo depois de longas caminhadas. Elas já não estavam naquele campo onde almoçaram, iriam passar a noite numa floresta densa, que havia uma pequena clareira em seu meio, lá, o "acampamento" já estava montado e organizado.
Sacos de dormir convidativos já estavam postos, além da miko deixar um travesseiro perto da árvore onde, provalvelmente, Inuyasha passaria a noite. O lugar onde a fogueira seria montada já estava rodeado por pequenas pedras brancas (Kagome é muito caprichosa...).
- "Que 'cocê foi fazê no mato, Maria Chiquinha... Que cocê foi fazer no maaaatooooooo?"
- Shippou, como você conhece esta música? E o que está fazendo aqui? Pensei que você tinha ido ajudar o Miroku e o Inuyasha com a lenha! - comentou a colegial desconfiada.
- Minha mãe me ensinou, disse que ouviu Sandyka e Juniohasho cantando e nunca mais se esqueceu. Estou pensando em fazer algumas mudanças, vai ficar muito legal, Kagome! E também...
- Ótimo, mas, antes, me faça um favor. Pegue a flor mais bonita que você encontrar por ali. - disse Kagome apontando para um pequeno canteiro florido. Parecia que alguém havia plantado-o por lá.
- Certo!
Quando Shippou se afastou, a amiga se aproximou e perguntou:
- E então, Sango? Já contou para o Miroku?
- Não, - respondeu aflita - ainda não.
- Conte logo, não aguento lhe ver usando essa armatura tão justa! É tortura para os dois!
- Pretendo contar amanhã à noite, passarei o dia pensando numa maneira para contá-lo. Obrigada. - disse ela agradecendo a preocupação.
- Disponha, Sango-chan!
- E você já pensou em nomes?
- Tenho pensado em tantos que você nem imagina! O que você acha de Tatsuya? E de Yasuhiro? E de...
- Kagome! Kagome! Veja que flor bonita que eu achei! - gritou o filhote de youkai raposa com uma bela rosa vermelha em suas mãos. Este interrompera a conversa das moças.
- Ela é linda! Vou... er... hã... Pôr no meu cabelo! Isso! Colocar no meu cabelo! Foi por isso que pedi para você pegar uma flor para mim... ehehehe. - "Na verdade foi pra eu conversar com a Sango... Acho que da próxima vez vou pedir pra ele ir buscar uma fruta rara ou coisa assim, pra ver se demora mais..." enrolou-se a miko pondo a mesma em seu cabelo e perdendo-se em pensamentos raivosos.
- Pôr o quê aonde?! - perguntou Inuyasha que chegava com o monge, ambos carregando bastante lenha.
- A rosa vermelha, Inuyasha! Essa aqui! - apontou para seu cabelo dando um sorrisinho sem graça. - E então, o que achou?
- Bah! Bobagem... E eu pensando que fosse algo importante...
- Inuyasha... APRENDA A SER MAIS SENSÍVEL! OSUWARI!
E a lenha espalhou-se pelo chão.
A fogueira foi montada enquanto o casalzinho discutia. Logo após o feito, a moça tirou alguns marshmellows da mochila e ensinou como assar e comê-los, mas eram apenas "a entrada".
- É delicioso! - comentou Miroku.
- Poderia me dar outro, Kagome-chan? - questionou Sango deliciando-se com o último que havia comido.
- É muito bom! - falou Shippou - Mas sabem o que seria ainda melhor? Uma música!
A atenção foi voltada para ele que logo começou a cantar desentoadamente:
- Que 'cocê foi fazer no mato, Kagome Chiquinha? Que 'cocê foi fazer no maaaaaaato?...
Inuyasha fez uma expressão um tanto raivosa, mas não o interrompeu.
" MALDIÇÃO! O QUE A KAGOME FOI FAZER NO MATO SEM ME AVISAR?! SERÁ POSSÍVEL QUE NÃO POSSO SAIR PRA BUSCAR LENHA POR UM MINUTO QUE ELA JÁ SAI POR AÍ? "
- Eu precisava cortar lenha, Inuyasha meu bem! Eu precisava coortar leeeeeenha...
O hanyou pôs-se a pensar:
" MAS EU E O MIROKU NÃO FOMOS PEGAR LENHA?! QUE MULHER COMPLICADA! A GENTE FAZ UM FAVOR PRA ELA, MAS É TODA CHEIA DE FRESCURA DE MULHER E TEM DE FAZER SOZINHA?! MALDIÇÃO! NUNCA MAIS CORTO LENHA PRA ELA! " De fato, não estava entendendo nada.
- Quem é que estava lá com 'ocê, Kagome Chiquinha? Quem é que estava lá com ocêêêêê?
"Sango, é claro. Mas, ei! A SANGO TAMBÉM?! ELAS FORAM SOZINHAS PRO MEIO DO MATO PRA CORTAR LENHA?! AHR... MAS O SHIPPOU VAI ME EXPLICAR ESSA HISTÓRIA DIREITINHO!" presumiu o irritadíssimo meio-youkai.
- Era o Kouga, Inuyasha meu bem! Era só o Kooooougaaaa...
" COMO É QUE ÉEEEE?! O KOUGA QUE TAVA LÁ COM ELAS?! AS DUAS SAEM ESCONDIDAS E AINDA POR CIMA CHAMAM AQUELE MISERÁVEL?! MAS AQUELE LOBO FEDIDO VAI MORRER HOJE! AQUELE ...! EU VOU ACABAR COM ELE! " desviou o olhar para as moças, mas algo lhe bloqueou completamente os pensamentos.
Neste momento, seu queixo caiu ao perceber que o "lobo fedido" estava na sua frente, flertando com SUA Kagome. Não era bem o Kouga, era o Shippou usando seu truque de transformação apenas para aperriá-lo, mas o hanyou estava, literalmente, cego de ciúmes, ao ponto de não perceber a cauda de raposa (ao invés de cauda de lobo) do falso Kouga.
- SAIA DE PERTO DELA, SEU CRETINO! GRRRR! - bradou Inuyasha.
Miroku e Sango começaram a rir histericamente percebendo a cômica situação.
- VAI ENCARAR? - perguntou o filhote de youkai raposa imitando o adversário de seu amigo.
- Óh, Kouga! Tenha cuidado! Eu não quero que você se machuque, porque eu lhe amo demais para ver você sofrendo. Por favor, tenha cuidado! Por mim, Kouga! - falou a miko dramaticamente para o falso youkai lobo.
- Pode deixar, Kagome, não vai acontecer nada comigo, mas esse cachorrinho pulguento vai ver só uma coisa...! - Shippou mostrava-se ser um excelente ator.
- COMO É QUE É?!
Inuyasha explodiu de raiva, só parou quando Shippou desfez a transformação, percebendo assim o erro que havia cometido. Todos estavam aos risos e ele estava com uma cara de bobo:
- PAREM DE RIR, SEUS BAKAS! NÃO TEVE GRAÇA!
- O INUYASHA É MUITO BURRO! - disse o monge entre lágrimas de riso.
- JÁ DISSE QUE NÃO TEVE GRAÇA, SEU PIRRALHO!
- Você desconfiou de mim? - perguntou Kagome ironicamente.
- Cla... CLARO QUE NÃO!
- Achou mesmo que eu lhe trairia? - indagou a moça fingindo espanto.
- QUER DIZER QUE ESTÁ ROLANDO UM CLIMA ENTRE VOCÊS? HUMMMMM... SEMPRE SOUBE, INUYASHA. SEMPRE SOUBE! VOCÊ TENTANDO ME ENGANAR, MAS NÃO ENGANA NÃO, VIU? E AÍ, O QUE É QUE ESTÁ ROLANDO ENTRE VOCÊ E A SENHORITA KAGOME? - falou o monge num tom hilariamente pervertido.
- NÃO SERÁ MAIS TÃO ENGRAÇADO QUANDO EU ARRANCAR A SUA LÍNGUA! VOLTE AQUI, DEVASSO! MIROKUUUU! - gritou o hanyou iniciando uma perseguição.
- C-c-calma, Inuyasha! - falou Miroku fugindo.
- Homens! - comentou Sango.
- Nunca crescem. - finalizou Kagome.
- Ei! Eu ainda estou aqui! - resmungou Shippou.
- Kirara, mostre para ele! - brincou a exterminadora.
- Mewn. - a gata youkai fez uma expressão de desentendimento.
A conversa rolou até altas horas, mas Sango mal falou, estava pálida e aparentemente cansada. Quando os assuntos cessaram (Naraku, escola, briguinha de casais, por que não bater no Shippou, por que não passar a mão nas mulheres, por que as mulheres não gostam quando passam a mão nelas, por que o Inuyasha estava segurando as meninas pra elas não acabarem com Miroku que realmente merecia apanhar... Enfim, inúmeros assuntos.)
- Vamos dormir, já está tarde. - falou a miko bocejando - Hora de CERTAS CRIANÇAS irem para a cama. - referia-se a Shippou.
- Boa ideia, também estou com sono. Mas antes, vamos acabar o jantar!
Mais uma vez, tiraram da mochila alguns sushis e salsichas recentemente preparados, comeram e recolheram-se em seus leitos 'temporários'.
A noite estava muito bela, o céu parecia um tapete estrelado e os três dormiam placidamente, junto com Kirara, enquanto tinham a leve impressão de estarem sendo observados.
Inuyasha não dormiu. Permaneceu atento a noite inteira. Que sensação era aquela?! Por que estaria sendo observado? Que motivo haveria nisso? A jóia de quatro almas? Não... Não era isso... Era algo muito mais importante. Quem estaria os observando?
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Não muito longe dali, Ryuki os observava atentamente, em busca de pontos fortes e fracos, enquanto apenas aguardava o momento certo para atacar; a espera do amanhecer.
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