A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 7
Capítulo 7




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- KAGOME, VENHA COMIGO AGORA, SUA BAKA! - berrou Inuyasha.

- Sim... - sussurrou.

Caminharam para longe dos olhares e ouvidos curiosos do monge, da exterminadora e do pequenino kitsune, estes que não pareceram nem um pouco satisfeitos com a ideia de perder a discussão de relacionamento do milênio...

Seguiram até adentrarem numa pequena clareira, cuja grama verdejante e inúmeras flores coloridas permitiam que uma fragrância selvagem predominasse. Mas, felizmente, para Inuyasha, nada poderia ter um cheiro mais embriagante que o de Kagome.



- E-e-eu... - a menina começou a gaguejar, sabia que havia errado.

- SUA BOBA! COMO PÔDE FAZER ISSO?!

- Eu pensei... Eu pensei que... - seus olhos estavam marejados.

- VOCÊ COLOCOU SUA VIDA EM RISCO, SUA BAKA!

- Me desculpe... Eu não queria ser um fardo...

- NUNCA MAIS FAÇA ISSO!

- Sim, sim, eu prometo!

- MAS EU AINDA NÃO ACREDITO! COMO PÔDE SER TÃO BURRA?!

- ESCUTA AQUI, EU JÁ PEDI DESCULPAS, TÁ LEGAL? DES-CUL-PA.

- MAS MESMO ASSIM, COMO VOCÊ NUNCA ME DISSE QUE SE SENTIA DAQUELE JEITO?

- E VOCÊ IRIA ME ENTENDER?

- ...

Era verdade. Como será que reagiria se ouvisse aquelas palavras vindas da boca dela? Seria terrível... Mas pior ainda era ter de descobrir daquele jeito, com Sango contando-lhe.

- ENTENDERIA SIM!

- AH, DEIXA DE SER MENTIROSO! VOCÊ SABE QUE...

Simplesmente abraçou-a. Um abraço simples, num gesto protetor. Envolvia-lhe a cintura, enquanto os braços da moça estavam dobrados e apoiados em seu tórax. Ela estava assustada, afinal, que ação inesperada era aquela?!

- Eu já disse que... Não quero te perder. - seus olhos expressavam doçura enquanto seu coração acelerava. - Nunca mais faça isso, Kagome, nunca mais. Eu gost... Eu te a... Ah, você é espec... Import... Você entendeu... - sussurrou, tentando dizer algo bonito e sem parecer um idiota.

- Inuyasha... - balbuciou. - Eu também... Quero ficar ao seu lado, Inuyasha. Eu te amo. Você sabe.

Afastou o corpo que estava envolvido no abraço e beijou o hanyou, pondo suas mãos nas bochechas do mesmo, evitando que visse-o corar. O casal estava bem outra vez.

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- Droga, mas onde é que o Inuyasha se meteu com a Kagome? Afinal, o que eles foram fazer no meio do mato, hein Sango?

- Ah, Shippou, eu não sei...

- Mas acho que já vamos descobrir... - cochichou o monge.

O casal aparece em meio as árvores de mãos dadas, mas ao ver os amigos, soltam discretamente, evitando futuras perguntas constrangedoras. Sabiam que teriam de responder muita coisa...

- E então, onde vocês estavam? - perguntou Miroku com um sorriso travesso nos lábios.

- Cala a boca, seu maldito!

- Ih, ficou vermelhinho por que, Inuyasha? 

- ORA, SEU...!

- É verdade, olha, o Inuyasha tá todo vermelho, parece um tomate. - disse o pequenino kitsune pulando no ombro do amigo e apontando os pontos avermelhados em seu rosto.

- ORA, SEU MOLEQUE! - bateu com força na cabeça do mesmo.

- INUYASHA, OSUWARI!

- POR QUE FEZ ISSO?!

- NÃO BATA NO SHIPPOU, SEU IDIOTA!

- EU NÃO SOU IDIOTA, VOCÊ QUE É IDIOTA!

- EU NÃO SOU IDIOTA, VOCÊ QUE É IDIOTA, SEU IDIOTA! - replicou Kagome no mesmo tom de raiva.

- NÃO ME IRRITE!

- NÃO ME IRRITE VOCÊ!

- PARE DE ME IMITAR!

- QUEM DISSE QUE EU ESTOU LHE IMITANDO? ESCUTA AQUI...

- ORA, CALE A BOCA!

- QUEM É VOCÊ PRA ME MANDAR CALAR A BOCA?!

- E eu pensando que eles tinham se resolvido... - sussurrou Sango.

É, era mais uma das discussões dele... Sempre brigando. Sempre. Mas sempre juntos. Sempre.

Decidiram esperar pelo amanhecer do dia seguinte para seguir viagem, mesmo sob protestos do hanyou... Afinal de contas, o caminho era longo e eles tinham de dar um jeito de derrotar Naraku o mais rápido possível! Mas uma promessa havia sido feita: Sempre voltar ao lar após a luta vencida, sempre regressar. Sempre.


Estava na hora de partir. Sango chamou Kirara que voava alto, brincando sozinhas, como se pudesse tocar as nuvens. Miroku fez mais de seus amuletos de papel. Shippou pegou todos os seus "brinquedos". Inuyasha amolou a Tessaiga e Kagome, as flechas. Estava tudo pronto!


E, assim, os seis seguiram viagem.

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Passaram-se cerca de três meses. NADA. Nenhuma pista de Naraku, nenhum fragmento da jóia fora adquirido, muitas batalhas, muitas viagens, muitos regressos e muitas provas de Kagome.


Mas o romance pairava no ar, Sango já não batia (com tanta força) em Miroku, seu temperamento estava um pouco diferente, às vezes não jantava, de vez enquando se tornava agressiva para com o monge, mas, nada de mais.



Inuyasha não demonstrava nada perante o dia, mas à noite, chamava Kagome e saíam escondidos para que pudessem 'namorar' em paz, longe de todos, apenas os dois, para que o tempo parasse e seus olhares pudessem se encontrar sem medo, distante de um CERTO pervertido e dos curiosos olhos de Shippou.


O dia corria normalmente, até que, sobre as súplicas da exterminadora de youkais, fazem uma pequena pausa num campo verdejante, próximo à um riacho. O sol brilhava intensamente e o céu estava num tom límpido de azul.



A miko tirou da mochila a comida preferida do hanyou (as deliciosas batatinhas) e serviu os outros com alguns sushis que havia preparado antes de sair de casa, ainda pôs uma toalha xadrez vermelha, imitando um pequeno piquenique estilo americano.


- Vamos comer! - disse ela animada e um tanto orgulhosa, estava tudo tão bonito.


- Eu acho que não vou almoçar... - disse Sango olhando para a comida.



- Mas você não estava com fome, Sangozinha? - perguntou Miroku.



- Perdi a fome. - levantou-se e foi para perdo do riacho sem sair do campo de visão dos outros.



- Sango... - a amiga estava preocupada, então, seguiu a exterminadora.



Kagome sentou-se ao lado dela, que lavava o rosto nas águas correntes:



- O que está acontecendo? - perguntou a miko preocupada.



- Nada.



- Você tem andado muito estranha ultimamente...

- Kagome, já disse que não foi nada.

- Sango, eu sei que há algo de errado. Eu sou sua amiga, lhe conheço muito bem! Agora me conta o que aconteceu, por favor, eu estou preocupad...


- JÁ DISSE QUE NÃO HÁ NADA DE ERRADO! ME DEIXE EM PAZ!



A menina se afastou um pouco, com medo da inesperada reação da amiga. Sango abaixou a cabeça, apertou as mãos que estavam pousadas em seu colo e fez:



- Olhe.



A mesma levantou uma parte da apertada armadura negra de exterminadores de youkais.



Ao o fazer, sua barriga ficou à mostra, demonstrando uma pequena saliência, a exterminadora passou a mão na mesma, deu um tímido sorriso e aguardou a reação:



- Então, é por isso que você não está se alimentando direito? - disse Kagome friamente.



- Aham. - concordou a moça alegremente.


- Não posso acreditar.


- Também não!


- ESTÁ SE ACHANDO GORDA, É ISSO?!



- Hã?! Não, nada disso...



- NÃO CONSIGO ACREDITAR! É UMA FUTILIDADE! VOCÊ PRECISA PARAR DE SER VAIDOSA E CUIDAR DA SUA SAÚDE!



- Calma, me deixe explic...



- SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR, SANGO! ESTAMOS LUTANDO COM YOUKAIS TODOS OS DIAS, LOGO O NARAKU VAI ATACAR E...


- KAGOME! - Sango seguroseus ombros e sacudiu-os um pouco, fazendo-na parar de falar - Não é isso! - baixou o tom de voz e prosseguiu calmamente - Eu estou grávida.

- Aaaaahm...


A miko abriu um enorme sorriso e abraçou a amiga calorosamente.

- Agora tudo está fazendo sentido! Por isso os enjoos, as mudanças de humor, a fraqueza de vez enquando e... é, acho que só. Parabéns! É maravilhoso! O Miroku deve estar radiante!



- Como você sabe que ele é o pai? - falou a exterminadora ironicamente - Não, ele ainda nem sabe! Tenho medo que ele não queira esse filho...



- Tá brincando?! Tudo o que ele mais quer é ter um filho com você, Sango! Você não pode esconder isso dele! É tão maravilhoso!



- Por favor, não conte nada! Eu... Eu... Ainda não estou pronta.



- Claro, Sango, claro, afinal o filho é seu... Mas como tem tanta certeza de que está MESMO grávida?



- Bem... A gente sabe, se sente diferente... E fui examinada pela Senhora Kaede. Quase três meses! - comemorou Sango, desabafando. Guardara aquilo por tanto tempo! Não gostava de guardar algo que todos deveriam comemorar ao saber, mas estava convicta de que era a coisa certa a ser feita.



- TRÊS MESES?! Mas quando... Ah... A noite do meu aniversário! Eu sabia!



Neste momento, recordou-se do que Miroku havia dito no dia seguinte ao seu aniversário enquanto explicavam a Inuyasha o que havia acontecido na noite anterior.


-------------------------- FLASHBACK ---------------------------


- É... tem razão... mas foi uma noite e tanto! 


----------------------------- FIM DO FLASHBACK ---------------------



Kagome pôs-se a rir ao recordar-se desta cena. Um barulho engraçado invadiu o ouvido das duas.



- Deve ser o meu estômago. - falaram em unísono - VAMOS COMER!


Levantaram-se e voltaram para perto dos amigos.



- Da próxima vez falem mais alto, quero ouvir a conversa. Mas esses dois não paravam de falar. - reclamou o meio-youkai.



- Vai comer isso, Sango? - perguntou Shippou apontando para um sushi com salsicha (invenção de Kagome).



- Com certeza, Shippou! Estou morrendo de fome.

- Parece que acharam a sua fome! - falou Miroku rindo sozinho de sua piada - ENDENDERAM? PORQUE ELA HAVIA PERDIDO A FOME! AHAHAHAHAHAHAHA! SOU MUITO ENGRAÇADO.



- Todo mundo entendeu, mas ninguém achou graça... - falou Inuyasha.



- Mewn. - miou Kirara inocentemente.



- Também acho, Kirara. - falou o filhote de youkai raposa.

- Será possível que nunca mais farei uma refeição em paz na Era Feudal? - reclamou a miko baixinho.



- Não se desespere, acho que algum dia você conseguirá, senhorita! É só o senhor Inuyasha aprender a ter modos... - falou uma voz masculina.


- Ou seja, nunca? - sussurrou Miroku.



- Olá, Myouga. - saudou o hanyou.



- Olá, senhor Inuyasha!



- O que lhe traz aqui? - questionou o monge.



- Vim alertar do perigo que se aproxima. - todos ficaram atentos enquanto o pequeno youkai desamarrava a trouxa que carregava nas costas - Acredita-se que um feiticeiro chamado Ryuki libertou-se do lacre que Inu no Taishou, o pai de Inuyasha, havia utilizado para prendê-lo. E agora, está em busca dos fragmentos da jóia para tornar-se imortal.


Kagome segurou o grande pedaço da jóia que eles haviam coletado durante um ano inteiro.

- Ele é perigoso e pode atacar a qualquer momento. - finalizou.



- Mas antes terá de passar por cima de mim! - gritou Inuyasha sentindo a raiva subir-lhe à cabeça.



- Calma, Inuyasha! - suplicou a miko.



- CALMA?! COMO QUER QUE EU FIQUE CALMO SE A QUALQUER MOMENTO VOCÊ PODE SER... VOCÊPODEM SER ATACADOS?



- Ah, que ótimo, ele se preocupa comigo. - disse Miroku ironicamente.



- O Inuyasha só se preocupa com a Kagome! - choramingou Shippou.



- O que é isso, Shippou? Ele se preocupa com todos nós. Não é mesmo, Inuyasha? - a gentil menina olhou para o amigo que estava prestes a bater no pequeno filhote de  youkai raposa. - OSUWARI!

Ele caiu de cara no chão.



- MALDIÇÃO! POR QUE FEZ ISSO? - gritou furioso.



- Você NÃO PODE bater numa criança!


- Se vocês não fossem tão irritantes, não perderia minha paciência!


- O QUE VOCÊ ESTÁ QUERENDO DIZER COM "VOCÊS"? Está me chamando de IRRITANTE?!



Logo, já estavam discutindo outra vez.


- Esses dois... - comentou Sango.


- ... Não tem jeito... - completou Miroku.


- Concordo plenamente. - finalizou Shippou.


- Mewn.



Quando finalmente pararm a discussão, a miko pôde acabar seu almoço.

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Num sombrio castelo negro, erguido magicamente próximo ao topo do Monte Fuji, havia uma esfera mágica, que mostrava os seis amigos, e logo atrás, um trono grandioso, numa sala escura e malígna. Um homem de expressão perversa, olhos negros como a noite, roupa branca com detalhes azuis-celestes, botas pretas e os cabelos dourados como o sol encarava a imagem. Este estava sentado sobre sob o trono roxo alto e feito com tecidos delicados.


Sua voz era grossa, como as de vilão de novela, e seu brado ecoou pelo cômodo:

- Me parece que esta singela mortal é importante para este estúpido hanyou. Pois muito que bem, será vítima de minha magia negra.

Um soldado youkai, que lembrava vagamente um lobo, entrou na sala e disse:



- Senhor, já cumpri vossa ordem. Estou a organizar as tropas, estaremos prontos para partir amanhã, assim que amanhecer.


- Excelente, pois quando conseguir a minha imortalidade, nada nem ninguém poderá me deter. Raptarei a ''donzela'' que acompanha Inuyasha, o filho mais novo do maldito Inu no Taisho, adquirei os fragmentos da jóia que ela carrega no pescoço e destruirei todos aqueles que cruzarem o meu caminho, pois sou Ryuki, o feiticeiro das trevas! MUAHAHAHAHAHÁ!

E sua malígna gargalhada ecoou por todo o castelo.


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