A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente, desculpa a demora! Mas, pelo menos, caprichei nesse capítulo! :D
Beijo!



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Kikyou deu um passo a frente. Inuyasha mantinha os dentes trincados e as garras estavam fincadas na bainha da Tessaiga.

- SUA MALDITA! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO AQUI?

- Inuyasha, você continua o mesmo lerdo de sempre...

- Quanta arrogância! - Gritou Kagome.

- Quieta, garota! Agora, me digam onde está a caixa!

- MAS QUE CAIXA É ESSA QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO?! - disse Inuyasha, nervoso.

- Amo Inuyasha, a caixa do poder é algo muito sério. Quando um youkai morre, uma caixa revestida de ouro protege todo o seu poder e é escondida em seu túmulo. Bem, não que eu acredite, é o que a lenda diz, mas - Myouga apertou os olhos - para ela estar aqui, acredito que seja verdade.

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE PEGAR O PODER DO MEU PAI!

- Ele está morto, Inuyasha, por que ele precisaria de poder? O que mais você poderia fazer com esta caixa? Nada, Inuyasha, você não poderia fazer mais nada!

- Sua... Maldita... - Infelizmente, ela tinha razão. Inuyasha não fazia ideia do que aquele objeto era, a única certeza que tinha era de que iria destruí-la, afinal, seu pai havia sido um daiyoukai poderosíssimo! Era arriscado que tanto poder caísse em mãos erradas.

- Está nervoso, Inuyasha?

- SÓ ESTOU ME PREPARANDO PARA MATAR VOCÊ, KIKYOU!

- Então, vá em frente. Me mate, Inuyasha.

- ...

- Você não consegue, não é mesmo? Você é incapaz de matar alguém que um dia foi tão importante na sua vida e que, por sinal, já está morta. Não pensei que você fosse tão fraco, Inuyasha.

"Inuyasha..." pensou Kagome, num suspiro.

- ELE NÃO É FRACO, KIKYOU! O Inuyasha é muito forte! É um pouco ignorante, às vezes, mas tem bom coração!

- Ei, Kagome, era pra você estar me defendendo e não me xingando!

- Eu não estou te xingando, seu burro! - Talvez burro seja um xingamento, mas não para Kagome - Escute aqui, Kikyou, você NÃO PODE falar com o meu marido assim!

- E o que você vai fazer? - Kikyou abriu um sorisso malicioso.

- Para trás, Inuyasha. Essa luta é minha.

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- SHIPPOU! SHIPPOOOOU!

- SHIPPOU! SHIPPOU, ONDE VOCÊ ESTÁ?

- GRAAAAAWR! GRAWR, GRAWR, GRAWR!

- Encontrou alguma coisa, Sango?

- Nada... E você, Miroku?

- Alguns esquilos e duas largatixas, mas nenhum sinal do Shippou. - Miroku bufou, cansado.

- E você, Kirara?

A gata balançou a cabeça negativamente.

- Mas onde ele pode estar? - Sango suspirou, demonstrando preocupação.

- Sango, acho que encontrei algumas pegadas! VAMOS!

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- Kagome? Você tem certeza? - Inuyasha parecia inseguro com a decisão da esposa.

- Para trás, Inuyasha, já disse! - Ela preparou o arco e a flecha. - Não vai nos dizer suas intenções com esta caixa, Kikyou?

- Digamos que eu preciso dela para voltar a viver.

- Kikyou, mas por que você não procurou a jóia de quatro almas?

- Porque isso eu já tenho - ela tirou do quimono a pequena bola rosada - E preciso de poder para usá-la.

- DEVOLVA A JÓIA, KIKYOU! - Bradou Inuyasha. - SUA MALDITA! NÓS TIVEMOS MUITO TRABALHO PARA CONSEGUIR COMPLETÁ-LA!

- INUYASHA, CALE A BOCA, NÃO ME INTERROMPA! JÁ DISSE QUE ESSA LUTA É MINHA!

Inuyasha calou-se. Há muito tempo que não via Kagome tão nervosa. Kagome sempre fora muito ligada a sua família e estava cansada de Kikyou sempre interrompendo seu relacionamento com Inuyasha. Não suportava mais a hipótese dele ainda ter sentimentos por ela, ou vice-e-versa. Não podia deixar que as coisas chegassem a esse ponto. Não, não podia.

- E por que o túmulo de Inu no Taishou? - perguntou Myouga, intrigado. Este estava no ombro do hanyou.

- Quer alguém mais poderoso do que ele? E eu sabia que você viria, Inuyasha. - Kagome apertou os olhos quando Kikyou terminou a frase.

- Você está acabando com a minha paciência, Kikyou! Eu não quero machucar você - ou talvez ela quisesse -, então vá embora e não sairá ferida!

- Kagome, por favor, o que uma garota como você pode faz... - uma flecha raspou-lhe a bochecha esquerda. - Então é assim que vai ser? Tudo bem, então.

Kikyou armou-se numa velocidade inacreditável e atirou. Não passou nem perto.

- Esse é o seu melhor, Kikyou? Perdeu a pontaria? Vamos, acerte o alvo!

- Kagome, você é tão tola... Não adianta acertar você. Preciso destruir tudo aquilo que você tem de mais precioso. Desculpe, querido.

"Querido?", o coração de Kagome parou.

Kagome virou-se abruptamente. Inuyasha estava com a flecha cravada na barriga. Sangue empapava-lhe as vestes e sua expressão era de pura dor. Inuyasha estava a um golpe da morte.

- Preparado para outra flecha, Inuyasha? - Kikyou não gostara do que havia feito, mas tudo fazia parte de seu plano.

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- Não tenha medo, não vou machucar você.

- Q... Que... Q... Quem é você?! - Shippou recuava conforme a figura estranha saía das sombras.

Seus cabelos ruivos estavam presos em "maria chiquinha" (dois rabos de cavalos laterais) e a franja curta teimava em cobrir-lhe os olhos verdes e gentis. Ela estava vestindo pele de lobo.

- Sou Ayame, princesa dos youkais lobo.

- Ay... Ayame?

Ayame sorriu gentilmente para ele. Que alívio!

- Oi, Ayame! - Shippou retribuiu o gesto.

- Shippou, eu sei que somos youkais totalmente diferentes, mas eu ouvi quando você disse que queria ser forte. Acredito que o meu clã não se importaria em treinar uma raposa... Afinal, precisamos de toda a ajuda possível. Nosso clã está em guerra com os youkais de uma ilha próxima daqui, precisamos de reforços. Você é amigo do Inuyasha, eu lembro de você - Ayame riu -, e então, o que acha? Aceita ser treinado por lobos?

Shippou sorriu.

- MAS É CLARO!

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- INUYASHA! INUYASHAAAAA! - Correu ao encontro do marido.

- Está... Está tudo bem, Kagome. Ugh. - Tentava usar as mãos para estancar o sangue do ferimento.

- Não, não está tudo bem! Pare de sempre manter essa pose de forte, Inuyasha! Você está gravemente ferido!

- Ela tem razão, amo Inuyasha!  - Disse Myouga.

Kagome tirou a flecha da barriga do hanyou, e, com aquela arma coberta de sangue, atirou com todo o rancor no pescoço de Kikyou. Kikyou sorriu.

- Menina boba, enquanto eu tiver a jóia em minhas mãos, nada poderá me deter! - ela bradou triunfante.

- Droga... Preciso pensar em algo...

"Eu não sei nada sobre essa caixa. Como a Kikyou pretende encontrá-la?" pensou a moça sentindo o pânico percorrer-lhe o corpo. "Inuyasha, aguente firme..."

Kagome olhou em volta, procurando algo que lhe desse uma pista. Nada. Nenhuma resposta. Onde essa caixa poderia ser encontrada?

Para que entrassem no túmulo de Inu no Taishou pela primeira vez, uma pérola negra foi removida do olho de Inuyasha. O sogro de Kagome era alguém cuidadoso demais para deixar essa caixa facilmente acessível. Onde poderia estar? Onde?

Kikyou pegou uma pequena pedra vermelha que levava consigo pendurada no pescoço. Quebrou-a na ponta da flecha e espalhou. Veneno. Veneno de cobra Habu. Encontrada nas Ilhas Riukyu. Kikyou pensara em tudo.

- MORRA, INUYASHA! - bradou, em seguida, atirou.

Por um instante, Kagome teve a sensação de que aquela flecha transformara-se numa serpente. E, sem pensar duas vezes, saltou a frente de Inuyasha, protegendo-lhe do ataque. Gemeu de dor. E como doía! Mas seu marido estava bem.

Inuyasha estava estático. Não se movera. Sua respiração falhara. Olhou para a esposa que contorcia-se e murmurava pedidos de desculpas. Ele a perderia outra vez.

- Kagome...

- Gomenasai... - murmurou a menina enquanto uma lágrima gotejava de seu olho.

- KAGOMEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! - "Não, não outra vez."
Inuyasha olhou furiosamente para Kikyou.

- SUA CRETINA, VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO DE FAZER ISSO!

- Inuyasha, pense bem, agora nós podemos ficar juntos... Não era isso o que sempre sonhamos?

- NÃO, KIKYOU! OS MEUS PLANOS MUDARAM! E MUDARAM HÁ MUITO TEMPO! COMO VOCÊ NÃO PERCEBEU? - O ferimento já não importava, o importante era fazer com que Kikyou sumisse de sua frente.

- INUYASHA, RECONHEÇA, AQUELA MENINA SEMPRE FOI UM FARDO!

- NÃO, KIKYOU! NÃO PRA MIM!

- Inuyasha... - Kagome murmurou enquanto sua visão ensombrava. - Por favor, seja forte...

A lágrima tocou o chão. Kagome fechou os olhos pela última vez.
Onde a lágrima pingara, um brilho dourado surgira. A caixa que continha todo o poder de Inu no Taishou, materializou-se ao lado de Kagome. Kikyou sorriu. Antes que pudesse pôr as mãos nela, Inuyasha o fez.

Ele a observou. Era uma caixa de tamanho médio, com desenhos em alto relevo das grandes lutas de seu pai. Havia um lugar para inserir uma chave, mas, aparentemente, ninguém a possuía. Inuyasha parecia tentado a forçá-la a abrir, mas não o fez. Concentrou-se na fúria que sentia da miko.

- VOCÊ NUNCA ENCOSTARÁ NESSA CAIXA, KIKYOU! NUNCA!

- Inuyasha, me dê a caixa... Nós podemos viver juntos! Nós poderemos ter filhos! Podemos ter uma choupana só nossa... Vamos, Inuyasha. Temos uma vida toda pela frente!

Inuyasha sorriu aleivosamente. Pôs a caixa dourada no chão.

- Você quer, Kikyou?

Ela sorriu em resposta.

- ENTÃO VEM BUSCAR!

O hanyou cravou a Tessaiga no centro da caixa e uma onda multicolorida preencheu o lugar. Kikyou gritou e desapareceu. Myouga foi empurrado devido a intensidade de tudo aquilo, sendo forçado a segurar nas mechas do cabelo do amo. O quimono rubro do hanyou dançava com toda aquela pressão e força.

De todo aquele poder policromo, brotou uma imagem "divina". Os cabelos brancos, perfeitamente presos num rabo-de-cavalo, trajava uma armadura de guerra e tinha uma espada em sua cintura. Uma meia lua azul estava perfeitamente desenhada em sua testa, mas Inuyasha mal percebera, porque estava facinado com a confiança que os olhos âmbares daquele daiyoukai transmitiam. Orelhinhas caninas brancas estavam no topo de sua cabeça. Ele sorriu.

- Olá, Inuyasha.

- Okaata-sama...? - Myouga disse, desconfiado e totalemente eufórico.

- Pai...?


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